BURLAS LITERARIAS DE ALFONSO

BURLAS LITERARIAS D E ALFONSO REYES C o n f r e c u e n c i a suele pensarse e n el h u m a n i s t a c o m o u n ser c e ñ u d o , d e s h u m a n i

5 downloads 175 Views 291KB Size

Story Transcript

BURLAS LITERARIAS D E ALFONSO REYES

C o n f r e c u e n c i a suele pensarse e n el h u m a n i s t a c o m o u n ser c e ñ u d o , d e s h u m a n i z a d o e n t r e l a b a l u m b a de papelotes q u e c o m p u l s a , abstraído de l a r e a l i d a d y a t e n t o t a n sólo a l o q u e escribe y escribe i n c a n s a b l e . A ello p u e d e i m p u l s a r n o s l a c o n t e m p l a c i ó n superficial d e l E r a s m o de los pinceles de M e t s i j s , de H o l b e i n o de ese g r a b a d o e n m a d e r a de 1526 q u e se conserva e n l a B i b l i o t e c a R e a l de Bélgica. H a y h u m a n i s t a s c e ñ u d o s , a m a r g a d o s , sí. Pero el v e r d a d e r o y cabal h u m a n i s t a n o lo es. V i v e p l e n a m e n t e su condición de h o m b r e . P o r eso n o puede o l v i d a r el " s o y h o m b r e y n a d a de l o que es h u m a n o m e es a j e n o " , q u e nos dice el verso de T e r e n c i o . U n a carta de 1499 a Faustus A n d r e l i n u s nos m u e s t r a u n E r a s m o fascinado p o r l a c o s t u m b r e , " j a m á s a l a b a d a l o b a s t a n t e " — d i c e él m i s m o — , q u e las inglesas t i e n e n de r e c i b i r a a l g u i e n c o n besos y d e s p e d i r l o c o n besos; de b r i n d a r besos a porfía. I n s i s tente y l i n d a m e n t e l o dice e n su latín: ' ' p r o p i n a n t u r s u a u i a . . . d i u i d u n t u r b a s i a . . . b a s i a t u r a f f a t i m " . Y nos hace saber q u e e n tonces, e n t r e t a n t o s besos, s a l u d a más cariñosamente, sonríe más afable: " s a l u t a t p a u l o b l a n d i u s , a r r i d e t c o m i u s " . E l H i t l o d e o de l a Utopía de T o m á s M o r o — g r a n a m i g o del r o t e r ó d a m o — es u n b r o m i s t a , a m i g o de chanzas. M o r o , que t a m b i é n l o e r a , a c u ñ ó e n efecto ese n o m b r e d e l v e r b o vdXéco q u e en g r i e g o vale b r o m e a r , chancearse. J o h n R u s k i n l o v i o m u y b i e n c u a n d o en u n a carta de j u l i o de 1870 agradece el envío de u n e j e m p l a r de l a Utopia y m a n i f i e s t a q u e ella " l o g r a ser t a l vez el l i b r o 1

Opus Epistolarum Des. Erasmi Roterodami. Denuo recognitum et auctum per P. S. Allen, M . A . , Oxonii e Typographeo Clarendoniano, 1906, t. 1, carta 103, pp. 238-239. 1

NRFH,

X X X V I I (1989), núm. 2, 299-304

300

NRFH,

MANUEL ALCALÁ

XXXVII

r e a l m e n t e más t r a v i e s o y b r o m i s t a q u e se h a y a escrito, c o n exc e p c i ó n del Quijote" . D e esa f a m i l i a de h u m a n i s t a s sonrientes, j u g u e t o n e s , es A l fonso R e y e s , q u i e n a f i r m a q u e " c u a n d o el h o m b r e sonríe, e n t o n ces f u n d a l a civilización y e m p i e z a l a h i s t o r i a ' ' . Y J a i m e T o r r e s B o d e t d i j o q u e los l i b r o s d e l r e g i o m o n t a n o " s o n u n m o d e l o de sonrisa y de c l a r i d a d " . M o d e l o de sonrisa, sí. Pero h a y m o m e n tos e n los q u e c o m o E r a s m o " a r r i d e t c o m i u s " , sonríe más afable. S o n aquellos en q u e l o v e m o s i n t e r e s a d o e n cosas q u e otros h u m a n i s t a s c e ñ u d o s h u b i e r a n d e s d e ñ a d o . E n dos ocasiones, u n a en verso y o t r a e n p r o s a , nos d e j ó su profesión de fe a l respecto. E n 1931 escribía: 2

3

Y o prefiero promiscuar en literatura. Guardo mejor la salud alternando lo ramplón con lo fino, y j u n t o en el alquitara —como yo sé— el román paladino del vecino con la quintaesencia rara de Góngora y Mallarmé . 4

T r e c e años después r e i t e r a e n p r o s a su p o s t u r a : " S i he de decir t o d o l o q u e p i e n s o , el q u e n o sabe j u g a r c o n las letras m e p a rece u n a r r i b i s t a d e l alfabeto y a q u e n o u n a n a l f a b e t o " . E j e m p l o s de t a l a c t i t u d los h a l l a m o s m u y claros e n unas páginas de Los siete sobre Deva, sueño de una tarde de agosto, e n las q u e j u g u e t e a sobre c ó m o l l a m a r e n español a los " c l u b s " o clavas d e l golf; o e n tales otras de Árbol de pólvora y de Quince presencias', e n los dos t o m o s de Las burlas veras o e n esas preciosas Memorias de cocina y bodega. Es q u e " A l f o n s o R e y e s , h o m b r e de su t i e m p o , n o es c o m o 5

S I R E D W A R D T Y A S C O O K , Lije qf John Ruskin, G . Alien, London, 1911, t. 1, p. 371. CuA, 19 (1963), p. 12. Palabras de Jaime Torres Bodet en la Rotonda de los Hombres Ilustres cuando el entierro de Alfonso Reyes. ''Teoría p r o s a i c a " , en Constancia poética, AROC, t. 10, p. 130. Transacciones con Teodoro Malio, en Ancor ajes, Tezontle, México, 1951, p. 114. 2

3

4

5

NRFH,

XXXVII

BURLAS LITERARIAS D E ALFONSO R E Y E S

301

los d e l a n t i g u o sistema, q u e c i t a b a n a V i r g i l i o p a r a a b r u m a r a sus pobres c o n t e m p o r á n e o s . A l f o n s o Reyes es m u y capaz de c i t a r a j e a n Cocteau para aligerar a L u c a n o " . E n r i q u e Díez-Canedo, de q u i e n son esas p a l a b r a s , escribió al a l i m ó n c o n A l f o n s o R e yes tres b u r l a s l i t e r a r i a s . A ellas m e c o n t r a i g o , pues el t i e m p o n o d a p a r a m á s . O c i o s o sería t r a t a r de d e s l i n d a r l a p a r t e d e l m e x i c a n o y l a p a r t e d e l español. A m b o s están e n el t o d o y e n el p o r menor. 6

7

La primera burla atribuye a Julio Cejador y Frauca una traducción del soneto de D a n t e , en l a Vita nuova, que comienza: " T a n to g e n t i l e e t a n t o onesta p a r e . . . " L a m o f a e m p i e z a desde l a p r e sentación. E n ella leemos: Este soneto trasladó a fuerza de redaños poéticos, quitándole alfeñicados perendengues y tapujos toscanos, a la reciedumbre de nuestra lengua, la más cimarrona y j u n c a l del globo, aunque otras preñadas de nieblas le roan el zancajo, u n historiador de ella y de su literatura, tan horro de los arrequives de la clerigalla por de fuera cuanto pergeñado de sus mataduras y garambainas por de dentro. Y a e n l a traducción, el d e l i c a d o p r i m e r verso d e l A l i g h i e r i cae en: " T a n g a l l a r d a y c e r r e r a v a m i m o z a " . V a c r e c i e n d o l a b u r l a y c u l m i n a e n el último t e r c e t o . D o n d e D a n t e dice t i e r n a m e n t e : e par che della sua labbia si mova u n spirito soave e pien d'amore che va dicendo a l ' a n i m a : Sospira! estalla el escarnio de l o s i g u i e n t e : Y tanta enjundia en la persona lleva, T a n socarrona es que, ante u n envite, Responde: —¡Aprieta! — p o r decir: ¡Suspira! L a r e v i s t a florentina La Rassegna de A c h i l l e P e l l i z z a r i v i o b i e n lo q u e esa versión p a r ó d i c a era y n o dejó de s u b r a y a r su " s c h e r z o s p i r i t o s o " , su b u r l a i n g e n i o s a . L a segunda b u r l a l i t e r a r i a t o m a pie e n u n soneto de G ó n g o r a E N R I Q U E D Í E Z - C A N E D O , Letras de América, E l Colegio de México, Méxi1944, p. 246. Archivo de Alfonso Reyes, Serie B (Astillas), núm. 1, Burlas literarias 1919-1922, Impr. Barrié, México, 1947. 6

co,

7

302

MANUEL ALCALÁ

NRFH,

XXXVII

al sepulcro d e l G r e c o . Consiste en el p r e t e n d i d o d e s c u b r i m i e n to de dos cartas del G r e c o a l p o e t a y u n a de éste a l p i n t o r . E n t r e otras b r o m a s , se les hace a l c o r d o b é s y a l c a n d i o t a precursores del c u b i s m o . Se p o n e en l a p l u m a del a u t o r de las Soledades l o s i g u i e n t e : " U n a esfera es l a cabeza del h o m b r e , y el t r o n c o u n c u b o c o n sendos c y l i n d r o s a d i e s t r a y s i n i e s t r a " . A ello contesta el p i n t o r : " P i e n s e v u e s a m e r c e d l o q u e le d i j e d e l t r o n c o de p y r a m i de y de los dos c y l i n d r o s a que l a cara p u e d e r e d u c i r s e c u a n d o n o a u n e m i s f e r i o y a u n c u b o " . Después de las cartas v a n dos párrafos de chocarreras notas c o n u n t o n o de erudición. J u l i o C e j a d o r , h u m a n i s t a que n o c o n o c í a l a s o n r i s a , n o e n tendió l a b u r l a . E s c r i b e entonces su p r o t e s t a , el 24 de agosto de 1 9 2 1 , a l a r e v i s t a índice c u y o s u p l e m e n t o humorístico La rosa de papel había acogido las cartas c o n sus párrafos i n t r o d u c t o r i o s y notas. Señalo de pasada que índice se p u b l i c a b a al c u i d a d o de J u a n R a m ó n J i m é n e z y del p r o p i o A l f o n s o Reyes. C e j a d o r , pues, t r u e n a d i c i e n d o q u e " l a s supercherías c u a n d o n o se p u b l i c a n en b r o m a , sino m u y en serio [. . . ] p u e d e n hacer m u c h o d a ñ o e n l a república de las l e t r a s " . Y m u y o r o n d o aduce q u e n o había a u t o r i d a d del x v i o d e l x v n que avalase l a expresión tanto más cuanto que. Sigue l a z u m b a a l agradecer l a c a r t a d e l i r a c u n d o d ó m i n e d i c i e n d o , e n t r e otras b u r l a s , que " G ó n g o r a , p r e c u r s o r de tantas cosas, p u d o m u y b i e n serlo en é s a ' ' . V i e n e l u e g o l a p u n t i l l a a l asent a r : " N o s o t r o s , h o m b r e s poco e r u d i t o s , p e r o bastante r e s p e t u o sos, nos l i b r a r e m o s m u y m u c h o de a f i r m a r n a d a t o c a n t e a esas cartas. S ó l o , adelantándonos a ciertas s u s c e p t i b i l i d a d e s , a f i r m a m o s c o n t o d a s o l e m n i d a d q u e l a c a r t a del Sr. C e j a d o r es auténtica..." L a última v a y a que nos d a n las Burlas literarias q u e v e n g o c o n s i d e r a n d o nos l l e v a a l a E d a d M e d i a . E s t a vez es u n h u m i l d e t r a p e r o q u e e n c u e n t r a y e n t r e g a " d o s fojas de p e r g a m i n o graciosam e n t e ornadas c o n m i n i a t u r a s de l a más fina escuela m a d r i l e ñ a " . Eso leemos en l a " N o t i c i a " i n t r o d u c t o r i a . C o n t i e n e n , nos dice l a m i s m a b u r l o n a " N o t i c i a " , u n p o e m a d e l Debate entre el vino y la cerveza. R e c u é r d e n s e , a l respecto, los debates medievales e n t r e el a g u a y el v i n o . Se t r a n s c r i b e n l u e g o los 135 versos del Debate. L o s dos últimos r e z a n : " s o l i deo o n o r , et g l o r i a / A l p h o n s u s H e n r i q u e z m e f e c i t " . L a n o t a c o r r e s p o n d i e n t e dice: " A d v i é r t a s e q u e , 8

E s el soneto 3 3 2 , p. 4 3 0 de la ed. de las Obras completas de G Ó N G O R A por J u a n Millé y Jiménez, Aguilar, Madrid, 1 9 4 3 . Alfonso Reyes lo tomó del f. 2 3 de la ed. de Hoces, 1 6 5 4 . 8

NRFH,

XXXVII

BURLAS LITERARIAS D E ALFONSO R E Y E S

303

p a r a el a u t o r de este p o e m a , n o tenía secretos l a l e n g u a l a t i n a " . C o m o t a m p o c o es u n secreto p a r a nosotros que A l p h o n s u s es Alfonso R e y e s , y H e n r i q u e z , Enrique D í e z - C a n e d o . E n l a l e n g u a se m e z c l a n c o n finura términos y construcciones del m e d i o e v o c o n otros actuales y a u n c o n galicismos traídos apost a . E l p o e m a v a seguido de unas notas sobre l a fecha y el a u t o r , el l e n g u a j e y l a versificación, a m é n de otras v e i n t e a otros t a n t o s versos, llenas de h u m o r . L a s notas a los versos 119 y 120 nos exp l i c a n quiénes son esos bebedores de cerveza que se n o m b r a n " p i e bolistas, alienistas e s o c i a l i s t a s " . L a s de estos dos últimos a c o t a n : " d i v e r s a s actitudes ante l a v i d a " . L a de los p r i m e r o s , " p i e b o l i s t a s " , t r a e : " a t l e t a s l a u r e a d o s e n los J u e g o s O l í m p i c o s " . Y añade, m u y en serio: " V é a s e M u r r a y , Greek sport in the vth Century and after, foot hall, etc., O x f o r d , 1 9 2 3 " . L i b r o i n e x i s t e n t e , c l a r o . N o así el h e l e n i s t a inglés, v e r d a d e r o profesor r e g i o de g r i e g o e n O x f o r d . B u r l a también l a h a y e n las fechas. E l supuesto l i b r o de G i l b e r t M u r r a y es de 1923 y el famoso Debate de 1 9 2 1 . Se p u b l i c ó , e n efecto, e n 1 9 2 1 , e n La Sirenita del Mar, s u p l e m e n t o (humorístico) n ú m e r o 3 d e l m i s m o n ú m e r o de l a r e v i s t a índice. Se m e n c i o n a a R a m ó n e C a x a l (esto es, R a m ó n y C a j a l ) , q u e r i m a c o n " l a n e u r o n a e t o d o l o a l " . Se h a b l a , c o n h u m o r u n t a n t o n e g r o , de " A b a i l a r d o q u e e n L u t e g i a / de ser v a r ó n n o n se p r e c i a " . N o falta l a p u l l a contra Cejador cuando " d o n n a ceruega" dice al h e r m a n o v i n o :

Acaso te beue algún cura que ya non rapa tonsura, xaqueta larga e m u y tozudo, por cabeza una olla de engrudo, desque non te beue en la Missa te halla sabor a su guissa.

E n las notas de s o c a r r o n a e r u d i c i ó n , escritas c o n d o n a i r e , y o q u i e r o v e r u n a irónica p r o t e s t a de Reyes — a l a m a n e r a del P r ó l o g o a l p r i m e r Quijote— c o n t r a l a erudición h u e r a y falsa, a l a p a r q u e c o n t r a las notas a d e s t i e m p o y traídas p o r los cabellos. N o s c o n f i r m a n esas Burlas literarias el " Y o prefiero p r o m i s c u a r / e n l i t e r a t u r a " , a l i g u a l q u e el consejo de saber " j u g a r c o n las l e t r a s " . Q u e e n o t r o c o n t e x t o , p e r o e n l a m i s m a línea, había d i c h o u n a v e r d a d de a p u ñ o . H e a q u í , p a r a t e r m i n a r , l o q u e a f i r m a b a don Alfonso:

NRFH,

MANUEL ALCALÁ

XXXVII

H o y por hoy, el excesivo desarrollo de lo * 'libresco'' —valga la palabreja— hace que la gente olvide el valor " i n t e l e c t u a l " de lo que no está embarrado en los libros. U n a granja, una fábrica, el árbol de u n motor, una carretilla o volquete, una caña de pescar, no se ven como una conquista de la inteligencia; — d i g o , por el v u l go con letras, el más antipático de los vulgos . 9

MANUEL ALCALÁ

9

La insolencia jonia, AROC,

t. 19, pp. 364-365.

Get in touch

Social

© Copyright 2013 - 2024 MYDOKUMENT.COM - All rights reserved.