DEL."RUSTICO BERTOLDO,

(HUIRO PLIFGOS } HISTORIA OE LA V!0A HECHOS Y ASTUCIAS SUTILÍSIMAS D E L ."RUSTICO BERTOLDO, LA BE BERTOLDINO SU HIJO • Y JL>A 3>E¡ C A O A S E N O

2 downloads 26 Views 2MB Size

Recommend Stories

No stories

Story Transcript

(HUIRO PLIFGOS }

HISTORIA OE LA V!0A HECHOS Y ASTUCIAS SUTILÍSIMAS

D E L ."RUSTICO BERTOLDO, LA BE BERTOLDINO SU HIJO • Y JL>A 3>E¡ C A O A S E N O S U

NIETO.

Obra de gran diversión y suma moralidad,, S S PllOPIKDAD.

MADRID.

' i

,

i>J

'

HISTORIA

DE

LA VIDA,

HECHOS Y ASTUCIAS

SUTILlSi

EL RUSTICO BERTOLDO. TRATADO

PRIMERO.

E n e l tiempo q u é Alburno, rey de los l o n g o bardos, e r a casi dueño de ¿oda l a Italia, teniendo s u solio real en l a hermosa ciudad de Yerona, llegó u n ¿rita á palacio u n paisano, el cual tenia x o r mombre ISertoldo; e r a hombre disforme y de feo aspecto, pero donde falt a b a la perfección de su persona, s u p l í a l a sutileza y vivacidad de su i n g e n i o , p u e s era m u y a g u d o y pronto en r e s p o n d e r á cualquier a s u n t o . Además á e io dicho, e r a t a m b i é n s u m a m e n t e malicioso y, d e n a t u r a l melancólico. Su e s t a t u r a y fisonomía se explican tales como e r a n . De cuerpo era s u m a m e n t e pequeño, t a cabeza m u y g o r d a y redonda á modo d a bola; l a frente m u y a r r u g a d a ; los ojos b r o t a n d o fuego de colorados; las cejas l a r g a s y cerdudas; las orejas eran borricales; l a b o c a g r a n d e , torcida y c o n el labio de abajo colgando; la barl a t a n l a r g a q u e le caia al pecho; las aarioes m u y a g u d a s y a r r e m a n g a d a s M e i a arriba; los dientes le salían de l a boca á modo de colmillos de javali, tenia las p i e r n a s c a b r u n a s , y los pies m u y l a r g o s , el c u e r p o s u m a m e n t e ve33udoj de modo q u e de este hombre se "paede decir q u e era todo al revés de ¿Sareiso. :

Después que n u e s t r o Ber toldo llegó \

á palacio, se introdujo en las p r i m e r a s a n t e c á m a r a s , y prosiguiendo a d e l a n t e se internó en donde estaban todos los g r a n d e s y ministros: pasó por m e d i o de todos h a s t a ver al rey, y sin q u i t a r se el s o m b r e r o , ni hacer la m e n o r c o r tesía, se fué á sentar j u n t o á l a real persona, quien cómo b e n i g n o y piadoso, s e i m a g i n ó que aquel h o m b r e seria, de ingenio bufón y gracioso. El r e y , sin d a r m u e s t r a de enfado ni a l t e r a ción a l g u n a , le hizo las p r e g u n t a s s i g u i e n t e s : Rey. ¿Quién eres tú? ¿ C u á n do naciste? ¿Y de q u é tierra eres?-— Bert. Yo soy un h o m b r e : nací c u a n d o me parió m í m a d r e ; y mi tierra es esté mundo.—-Rey. ¿Quién son t u s a s c e n dientes y descendientes?—Bert. L a s j u d í a s en l a olla; porque c u a n d o c u e cen s u b e n y bajan y comiéndolas y o , vienen á p a r a r á mí—Rey. ¿Tienes padre y m a d r e , h e r m a n o s y h e r m a nas?—Bort. Sí, los t e n g o , pero todos h a n . m u e r t o . — R e y . Pues ¿cómo l o s tienes si dices que se h a n m u e r t o ? — Bert. Porque cuando salí de m i c a s a los dejé á todos durmiendo, y por eso digo q u e todos h a n m u e r t o ; p u e s u n o que d u e r m e está lo mismo q u e s i lo fuera; y p a r a m í el sueño es h e r mano c a r n a l de la m u e r t e . —Rey. ¿Dime, ¿cuál es la cosa m á s veloz d i m u n d o ? — B e r t , El pensamiento.—• Rey. ¿Cuál es el mejor vino q u e h a y ? —Bert. E l q u e se bebe en casa a g e -

mz.—Rey. ¿Cuál es el m a r que n u n c a ] como dices h a c e n l a s m o s c a s , b e fe se llena?—Bert. L a codicia ea el a v a - . m a n d a r cortarte l a c a b e z a . Tiento.—Rey. ¿Cuál es la cosa m á s fea j q u e se p u e d e hallar en u n mercader? ; —Bert. L a mentira.—Rey. ¿Cómo m e ¡ t r a e r í a s t ú aquí u n a criba de a g u a sin " verterla?—Bert. Esperaría q u e se h e - , lase, y c o n g e l a d a la traería sin verter- I se.—Rey. ¿Qué cosas son las q u e e l h o m b r e b u s c a y no quisiera hallar?— ¡ Bert. Los animales i n m u n d o s que se I «encuentran en la camisa.—Rey. ¿Có~ f m o cojerías u n a liebre sin perro?— J3ert. Esperaría q u e estuviese cocida y e n t o n c e s la cojería.—Rey. T ú tienes í m e n o s sesos, si se v i e r a n . — B e r t . Y t ú mejor h u m o r si no c o m i e r a s . — .Rey. E a , pídeme cuanto quieras, q u e y o estoy pronto á dártelo.—Bertoído. Q u i e n n o tiene n a d a s u y o , m a l p u e d e ASTUCIAS DE BE1\TOLDO. d a r á otros.—Rey. P u e s ¿por q u é no t e p u e d o dar lo que tú pidas?—BertoíPartióse á su casa y m o n t ó e n u n do. P o r q u e yo ando buscando la feli- borrico viejo que t e n i a , todo llen-o d e c i d a d , y tú no la tienes; y así no m e l a m a t a d u r a s , y se volvió á p a l a c i o a c o m p u e d e s dar.—Rey. P a r a saber si sny pañado de millares de m o s c a s y t á b a •feliz, ¿no te basta verme sentado en nos, al olor de semejante c a r n i z a , q u e «1 trono?—Bert. Aquel que m á s alto todos juntos f o r m a b a n u n n u b l a d o ; y se sienta, está m á s expuesto á p r e c i - llegando á l a presencia d e l r e y , a s i l e pitarse.—Rey. Mira cuántos nobles le dijo: Bert. Ya m e t i e n e s a q u í , r e y s e ñ o r e s q u e están aquí p a r a obedecer mío.—Rey. ¿"No t e dije y o q u e si no, m i s órdenes.—Bert. También l a s h o r - volvías delante de m í c o m o l a s m o s m i g a s y h o r m i g o n e s andan alrededor cas, que te b a r i a dividir l a cabeza del •del árbol, y le roen la corteza.—Rey. cuerpo?—Bert. L a s m o s c a s , ¿ n o van. Concluyamos: ¿quieres quedarte en la sobre las m a t a d u r a s ? P u e s y a m e v e s •corte?—Bert. Aquel que se halla en sobre esta g a n g r e n a l l e n a d e m o s c a s , libertad, no debe buscar l a esclavitud. q u e es lo q u e y o t e h e p r o m e t i d o . •zs-Rey. ¿Quién te movió a v e n i r aqui? —Rey. Ea, quita de a h í e s a p e s t e , y $ Bert. El creer y o que u n r e y fuese t ú retírate de m i p r e s e n c i a , p o r q u e m á s g r a n d e que los demás h o m b r e s , veo venir dos mujeres, q u e es p r o n a c o n diferencia de diez á doce pies de ble v e n g a n á que las dé a u d i e n c i a , y m á s alto q u e ellos; pero ahora veo q u e después" que las h a y a d e s p a c h a d o p o eres u n h o m b r e como los d e m á s , sin ' drás volver aquí. otra diferencia que el ser vey.—Rey. Llegaron l a s m u j e r e s d e l a n t e áel T ú eres u n rústico m u y malicioso.— rey; u n a de ellas h a b i a h u r t a d o utt Bert. Mi n a t u r a l e z a lo permite así.— espejo á la otra: la d u e ñ a del espejo soRey. Yo te m a n d o que al i n s t a n t e t e llamaba Aurelia y l a o t r a Lisa: este quites de m i presencia.—Bert. Yo m e tenia el espejo en l a m a n o , y Aureliairé; pero advierte que las moscas son querellándose al r e y , le d i c e . Aur. Sede calidad porfiada, que siempre v u e l - i ñor, h a s de saber q u e esta m u j e r e u ven, y si t u m e echas t e n g o de volver tró en m i c u a r t o , y m e h u r t o aofáftl, de n u e v o á importunarte.—Rey. P u e s espejo que tiene en "la m a n o ; y o ce lo vete; y si no vienes delante de m í he pedido v a r i a s veces, y ella seiafcefes.-, 1

(

_

4 —•

i devolverlo, y asi v e n g o á tu presen- m e n ü . L a m u j e r a m a al m a r i d o , g o •eia p o r q u e , como r e y j u s t o , h a g a s b i e r n a l o s hijos, los cria y e d u c a , c u i d a j u s t i c i a . — L i s a . S e ñ o r , e s incierto la hacienda: l a mujer, en fin, es a p r e c u a n t o dice, q u e y o lo compré c o n mi ciable á l a v i s t a d e los mozos, consuelor e g a l a d í s i m o dinero, y n o sé cómo de los viejos, l a alegría de los n i ñ o s ; tiene atrevimiento p a r a pedir lo que y no p o r q u e a l g u n a c a i g a en a l g u n a n o e s suyo.—Aur. J u s t í s i m o señor, falta se debe culpar á todas; y así, l a n o des crédito á l a s falsas razones de sentencia q u e y o h e dado l a t e n g o por esta m u j e r , p o r q u e es u n a ladrona m u y j u s t a . — B e r t . Bien se conoce q u e pública; y sepa V. M. q u e si no fuera "amas m u c h o á las mujeres, p u e s q u e cierto lo q u e digo n o m e h u b i e r a m o - tanto l a s elogias; no obstante, ¿qué vido todo el oro del m u n d o á pedir lo m e d a r á s si de aquí á m a ñ a n a t e h a g o que no es mió.—^Lisa. ¡Ay. qué con- desdecir de c u a n t o h a s dicho en s u ciencia de b e a t a ! ¡Qué bien sabe fingir' favor?—Bey- Cuando yo m e d e s d i g a para que j u z g u e n q u e tiene razón! de lo dicho t e t e n d r é p o r el h o m b r e p e r o estamos delante de u n juez que m á s sag'az del m u n d o ; y te a d v i e r t o conocerá m i b u e n a fé y t u falsedad. q u e si n o lo c u m p l e s , te he de m a n —Aiír. iA.h infamé! ¿Cómo te atreves d a r a h o r c a r a l punto.— Bert. E a , pues¡, & n e g a r con t a n t a desvergüenza? ¡Ay, i h a s t a m a ñ a n a á la noche q u e n o s veDios mió, d e s c u b r e t ú la verdad del r e m o s . caso.—Rey. Vamos despacio: a q u i é Después de anochecido se fué S e r í e n s e que a h o r a q u e d a r á n contentas, toldo a r e c o g e r á l a caballeriza: d i s T o m a el espejo, dijo el r e y á u n o de c u r r i e n d o e n t r e sí el modo p a r a h a c e r los presentes^ r o m p e d l e en pedazos al rey q u e se desdijese de l a s a l a b a n m e n u d o s y repartidle en p a r t e s i g u a - ¡ z a s q u e h a b i a hecho en favor de l a s l e a p a r a que a m b a s q u e d e n 'satisfechas, mujeres; y habiéndosele ocurrido u n a —Lisa. Yo consiento e n q u e se r o m p a b u e n a a s t u c i a , se acostó e s p e r a n d o el espejo, con tal q u e acabe nuestro ponerla p o r o b r a á l a m a ñ a n a s i pleito.—'Aur. Yo n o , señor, antes con- g u í e n t e . sentiré q u e se lo lleve todo e n t e r o , que Así q u e amaneció se levantó Bertolverle h a c e r pedazos; a s í t e n d r é l a es- do,_ y fué á b u s c a r aquella m u j e r á p e r a n z a de que a l g ú n dia l a r e m u e r d a quien el r e y h a b i a dado la s e n t e n c i a l a conciencia y m e lo r e s t i t u y a . — e n su favor, y asi l a dijo: Bert. ¿No Bey. V e r d a d e r a m e n t e conozco q u e el sabes t ú q u e el r e y h a d e t e r m i n a d o espejo es de esta q u e no quiere que se q u e se r o m p a el espejo, como lo s e n r o m p a : dársele á ella; y á esta otra tenció y se os d é l a m i t a d á c a d a u n a é c h e n l a de a q u í i g n o m i n i o s a m e n t e . de vosotras? P u e s la otra apeló la s e n Aurelia dio infinitas g r a c i a s al r e y tencia q u e el r e y dio 4 t u favor; y p o r pOT este favor, y se retiró á s u casa. n o oir m á s quejas, quiere q u é se d i Bertoldo, q u e h a b i a estado e s c u - vida y se satisfaga á entrambas.—c h a n d o , salió riéndose de l a s e n t e n - Aur. ¿Cómo q u e el r e y quiere q u e s e cia del r e y , y le dice: Bert. Bey m i ó , r o m p a m i espejo? ¡Ay de mí! ¿qué e s t u n o tienes conocimiento.—Bey.iPov lo que oigo? ¡Oh, q u é acciones t a n q u é no lo tengo?—Bert. Porque te nobles p a r a u n rey! ¡Oh pobre j u s t i c i e s de l á g r i m a s d e m u j e r e s . ¿No s a - cia, q u é b i e n a d m i n i s t r a d a estás!— bes q u e su llanto es e n g a ñ o s o , y todo ¡Bert. N o quisiera t e sucediese a ú n lo que' ellas h a c e n y dicen es hecho i a l g o peor q u e e s t o . — Aur. ¿Pues q u é con artificio?—Bey. T a n t a b o n d a d tie- peor m e p u e d e s u c e d e r á mi?—Bern e n en sí l a s mujeres de juicio y p r u - toldo. Que el r e y h a p r o m u l g a d o u n a delicia, q u e es todo m u y a l revés de i l e y en q u e m a n d a q u e cada h o m b r e c u a n t o t i í las a t r i b u y e s : y si a l g u n a ¡ p u e d a casarse con siete mujeres; c o n p e c a , es por descuido ó fragilidad f e - [ q u e m i r a tú si. esto es peor, por los(

t r a s t o r n o s qué resultarán en las c a s a s . —Aur. ¿Qué dices, hombre? Eso s i q u e es m u c h o peor que lo del espejo; p e r o , ¿qué diablos de l o c u r a se le h a imetido e n la cabeza al rey?—Bertoldo. E s o es lo que puedo decirte sobre e l a s u n t o : a h o r a es tiempo d e q u e os l e f e n d a i s a n t e s que el m a l pase a d e lante. Despidióse Bertoldo, dejando á Aurelia a l b o r o t a d a con la invención de este e n r e d o ; precipitadamente se fué | 4 b u s c a r sus a m i g a s y vecinas, cont á n d o l a s p o r extenso cuanto h a b i a dic h o B e r t o l d o . Ellas que oyeron t a n e x t r a ñ a n o v e d a d , se enfadaron de tal s u e r t e , q u e como perras rabiosas e c h a b a n fuego por la boca: se d i v u l g ó en b r e v e la noticia, de modo q u e Be j u n t a r o n millares de mujeres que sodas h a b l a b a n á u n tiempo sobre el easo , h a s t a que resolvieron t o d a s j u n t a s ver al r e y y confundirle á fuerza de gritos y bataola de voces >ara obligarle á que revocase a q u e l l a ey. E n electo, llenas de rabia y d e s p e c h o se fueron á palacio a m o t i n a d a s ; s e introdujeron h a s t a el cuarto de l a r e a l p e r s o n a , empezando á meter t a n g r a n r u i d o y gritería, que p a r e c í a u n infierno, de t a l modo que el rey n u n c a p u d o entender p a l a b r a de s e m e j a n t e alboroto; pero faltándole la p a c i e n c i a , y lleno de cólera y con s e v e r i d a d de rostro, en alta voz así las dijo: Mey. ¿Qué novedad es esta? ¿Qué m o tivo h a b é i s tenido p a r a u n a s u b l e v a ción c o m o esta? ¿A qué fin son estas exclamaciones? Decid l u e g o cuál es el motivo de este alboroto.— Mugares. T e ñ i m o s , dijeron todas j u n t a s , á sab e r de q u é h a dimanado lo que contra n o s o t r a s h a s publicado. Salió u n a de l a s m a s descaradas, y en voz m u y alta dijo: ¿qué frenesí te h a dado c o n t r a t o d a ley divina y h u m a n a , marid a n d o q u e á cada hombre le sea p e r mitido casarse con siete mujeres? |Ah, q u é escándalo! m a s y o te a s e g u r o « u e n o saldrás con t u t e m e r i d a d . — Mey. L o c a s ; ¿qué es lo que decís? H a blad c l a r o , que os entienda y os p u e -

Í

d a responder al asunto.—Mug. Señor, dijo u n a en n o m b r e de t o d a s : te digo mereces que te echen del t r o n o i g n o miniosamente, p u e s b i e n t e lo mereces por la ley que h a s d i c t a d o . — R e y , ¿Qué injurias os h e h e c h o yo? H a b l a d claro: no os h e e n t e n d i d o b i e n ; explicaos de u n a vez y no m e t e n g á i s s u s penso.—Mug. No h a y p e o r sordo q u e aquel que rio quiere oir: volvemos á decir, que t ú no p u e d e s i m p o n e r n o s u n a ley tan atroz, ¿lo h a s entendido ahora?" y si eso i n t e n t a s , h a s de p e r mitir t a m b i é n que c a d a m u j e r t e n g a siete m a r i d o s . Resuélvete, q u e á eso v e n i m o s e m p e ñ a d a s . — R e y . ¡Ah, sexo i n g r a t o y descortés! ¿Quién os h a s e ducido de este modo? | A p a r t a o s de mi presencia! Idos m u y e n h o r a m a l a , rebeldes, i m p o r t u n a s ; p u e s a h o r a c o nozco que quien dice m u j e r , dice e n g a ñ o ; ellas son r u i n a de los p a d r e s , t o r m e n t o de las m a d r e s , d e s g r a c i a de los h e r m a n o s y d e s t r u c c i ó n de l a s cas a s . Quitaos delante de m í ; espíritus infernales. jOh, q u é a b r u m a d o m e h a n puesto! Pero si l l e g o 4 saber el inventor de este chasco, le h e de hacer c a s t i g a r s e g ú n su m e r e c i d o . Ya se fuer o n estas insolentes. Después que se h u b i e r o n m a r c h a d o las mujeres se templó el Rey: B e r toldo que h a b í a estado e s c u c h a n d o toda la bulla desde u n escondite, se puso delante del rey y le dice: Bertoldo. ¿Qué dices á esto, r e y mió? ¿No te dije que bien p r o n t o h a b í a s de leer el libro al revés de como a y e r le leíste? Discurro que q u e d a r á s d e s e n g a ñ a d o , y te acordarás del c o n v e n i o que t e n e m o s h e c h o . —Rey. D i g o q u e te h a s salido con la t u y a ; y p u e s h a s g a n a d o , en p a g o quiero q u e t e sientes conmigo en mi real t r o n o . Bert, rTo p u e d e n cuatro n a l g a s c a b e r en u n trono solo.—Rey No i m p o r t a , q u e , , y o m a n d a r é hacer otro j u n t o al m i o ^ te sentarás en él, y d a r á s audiepcsJav;; conmigo.—Bert. El e n a m o r a d o y, la' d a m a no desean c o m p a ñ í a , y as'Lgo- • b i e r n a t ú s o l o . —Rey. Y o cre^t que h a b r á s sido t ú el a u t o r de este «twedo: • :

V;

6 — ¿es vevi&№.­~I!er t. T ú lo h a s a d i v i ­ ' con evpuma.—Rey. P u e s m i r a , ш a u ­ nado, y no m e p u e d e s c a s t i g a r e n des que s e r á s b i e n recibido, virtud de la p a l a b r a q u e m e diste.— P r e s e n t a r o n á Bertoldo d e l a n t e d e Лет/. Quedas perdonado; y d i g o q u e la reina, l a c u a l estaba noticiosa d é l a eres t ú m a s inventor de enredos q u e b u r l a q u e h a b í a hecho á l a s m u j e r e s ; el mismo Merlin. A h o r a conozco q u e el dia anterior h a b í a h e c h o a p r e s t a r las infelices m u j e r e s h a n tenido m i l a l g u n o s g a r r o t e s , y ordenó á l a s c r í a ­ razones de m o s t r a r s e c o n t r a m í t a n das lo e n c e r r a s e n en u n c u a r t o y l e i r a c u n d a s ; y t ú , p u e s , m e h a s dado] sacudiesen bien el polvo; pero c u a n d o ocasión de decir j n a l de ellas (lo q u e le vieron de t a n m o n s t r u o s a figura ве siento mucho) desde a h o r a m e d e s ­ retiraron, y l a r e i n a dijo:—Reina. [Jo­ d i g o y arrepiento, y d e n u e v o vuelvo s u s q u é figura d e mico!—Ber t. Dijole á decir q u e el h o m b r e sin 2a mujer la zorra al lobo ¿qué haces, b o b o t ­ es como la v i ñ a sin poda, j a r d í n sin Reina. ¿Cómo t e llamas?—Ber t. Y o fuente, rio sin b a r c a , p r a d o s i n y e r b a , no llamo á n a d i e , y cuando m e l l a m a n m o n t e sin leña, e s p i g a sin g r a n o , á r ­ respondo. —Reina. ¿Cómo t e apelas? bol sin fruto, palacio s i n balcones, tor­ — Bert. Yo no m e acuerdo q u e j a m á s r e sin escalera, rosa s i n olor, pino sin m e h a y a n pelado, sombra, d i a m a n t e s i n brillo, en fin.... Mientras q u e l a reina hacía p r e g r m ­ —Bert. U n borrico s i n cabeza.—Rey. t a s á Bertoldo, u n a de las criadas v e ­ Gran bestia QTQS.—Ber t. T ú me h a s n í a por detrás con u n j a r r o de a g u a conocido el p r i m e r o ; b i e n veo que p a r a mojarle; pero advirtiólo él, y p a r a proteges m u c h o á las mujeres; y así libertarse del c h a p a r r o n inventó u n a no quiero h a b l a r m á s de ellas. n u e v a i n d u s t r i a , prosiguiendo s u c o n ­ E n el mismo tiempo q u e el r e y y versación con l a reina sin d a r s e p o r Bertoldo estaban h a b l a n d o , llegó u n , entendido.—Seina.Dime: ¿quién t e h a c r i a d o de p a r t e de l a reina, diciendo: enseñado t a n t a s astucias?—Ber t. D i g o que deseaba S. M. v e r á Bertoldo, y q u e yo conozco y adivino c u a n t o h a y así le suplicaba le enviase á su cuar­ y p u e d e h a b e r : si асаэд a l g u n a m a ­ to, porque sabía le g u s t a b a c h a s q u e a r j e r h a cometido a l g ú n delito ó algún, á las mujeres: l a r e i n a tenía inten­ g é n e r o de flaqueza, d a r é n o t i c i a d e cion de hacerle d a r u n a b u e n a t u n d a todo; y si a l g u n a m e quiere m o j a r á de palos. El r e y se volvió á Bertoldo, traición, n o m e detendré en decir t o d o yledijo:—ütey. Bertoldo, l a reina dice cuanto de ella sé; que t e quiere ver; y a s í vete con este L a criada q u e oyó semejantes r a ­ mensajero, que estará impaciente.— zones volvióse con disimulo p o r d o n ­ Berl. Los mensajes t a n t o suelen t e ­ de babia v e n i d o , por q u e tuvo m i e d o пег de bueno como de malo.—Bey. El q u e Bertoldo n o la descubriese a l g ú n que está inocente p a s a s e g u r o entre pecadillo; pero como la r e i n a e s t a b a las bombas.—Bert. La, mujer airada, q u e m á n d o s e d e cólera contra él, o r ­ el pábilo encendido y l a sartén aguje­ denó á todas s u s criadas lo a p a l e a ­ reada, son tres cosas de g r a n perjui­ s e n á su satisfacción. Viéndose B e r ­ cio en u n a c a s a . — Rey. E l hombre toldo e n t a n g r a n peligro, r e c u r r i ó melancólico, á m e n u d o se a c u e r d a de á sus a c o s t u m b r a d a s astucias d i ~ aquello mismo q u e teme.—Bert. M u ­ ciendo­.—Ber toldo. Cualquiera de v a ­ chas veces el c a n g r e j o salta de l a sar­ sütras q u e h a y a sido la q u e h a ten por libertarse de ella, y cae en las dispuesto e n v e n e n a r l a comida d e l ascuas.—Rey. No t e m a s , q u e nadie te r e y , consiento que m e rompa, l o s ultrajará Be r t. Al confortador n o le h u e s o s . duele la cabeza,—Rey. Yo creo que ; E m p e z a r o n á mirarse u n a s & o t r a s temes que l a reina t e dé a l g u n a pesa­' diciendo: yo n o he pensado e n s e m e ­ dumbre.—Bert. Mujer i r a c u n d a , m a r ' j a n t e cosa; y así todas fueron d e j a n d o 1

?

los palcm, y Bertoldo quedó ileso de l a nido?—Bert. ¿Y con q u i é n h a b l a s tú» liatalla de aquellas leonas. grajo pelado?—Fag. Dime: ¿por q u é Insistiendo la reina en que se le apa- c a u s a la g a l l i n a n e g r a pone el huevo l é a s e , envió un recado á los g u a r d i a s blanco?—Jíerí. ¿Y p o r q u é motivo para q u e cuaudo saliese de palacio el látigo del r e y te p o n e las n a l g a s d e s c a r g a s e n sobre Bertoldo sin con- rojas?-—Fug. ¿ C u á n t o h á q u e n o h a s miseración. Salió, pues, a c o m p a ñ a d o comido nabos?—Bert. Lo q u e á tí no d e c u a t r o criados, y p a r a escaparse te h a n echado r a e d u r a s . — - í ' a y . ¿Eres '/l/flre. Jds ' do s u s cosas, m a r c h a r o n con los c a - | esplicaré. Aquel que can»*!» pui a pbeb a l l e r o s h a c i a l a corte, los q u e qu r i el a m o le respondió diciendo: ¿no co- camente a d o r n a d o . Hizo venir d e a noces que lo que tú dices es u n g r a n pues u n sastre p a r a tomarles l a m e desatino? Has de saber q u e c u a n d o se dida de u n o s vestidos decentes; a l o t r o criaron las bestias, á cada u n a se le dia volvió el sastre p a r a probarles l a atribuyó su oficio; y t ú a u n q u e tuvie-1 ropa, y al t i e m p o de ajústar la c h u p a ras todo el oro del m u n d o , s i e m p r e ' á Bertoldino, como estaba a c o s t u m serás conocido por a s n o ; y p o r m u c h o brado á llevar vestidos a n c h o s , empegue te adornases, como t i e n e s las ore- zó c o n voces descompuestas á g r i t a r , jas t a n l a r g a s , n u n c a podrías ocultar —Bert. Mira q u e si m e aprietas u a tu figura. A estos carg-os respondió el poco m á s n o lo podré sufrir, p u e s y a asno que si las orejas le h a b í a n de m e van s u b i e n d o á la g a r g a n t a l a s descubrir,•'también h a b í a el r e m e d i o , puches q u e c o m í poco h á : m i r a q u e de hacérselas cortar á la medida d e , s u b e n s i n poderJoremediar; m i r a a a a . . . loa caballos. El a m o por. complacerle] —Sastre. ¡Habrá m a s g r a n d e uní ni«. ! se las hizo cortar: y c o m o era corpu- < ¡Mal torozón t e dé Dios, p u e r c o d e {



1 9 -

todos l o s diablos! Mira cómo m e h a s ) g r a n d e z a . — l i a r e . j.A.h.1 t a n t a s cosas puesto l a cara. ¡No reventaras! A m e n . ¡ te faltan, señora, que...—Reina. ¿Qué —Bert. ¿No te avisé que y a n o p o d í a , me falta? Deseo, que rúe lo digas.— mas? ¿por qué m e apretabas' t a n t o ? , Maro. No he dé salir.de l a corte,-ó he Déjame p u e s , con m i s vestidos h o l - de dejar de ser quien soy, si no te hagados. . ' g o confesar que necesitas m u c h a s coEl sastre, con el hocico emplastado sas y que eres m á s pobre q u e y o . de las p u c h e s , se fué g r u ñ e n d o á l a La reina quedó a s o m b r a d a de la sav a r s e ; y después se presentó al rey, á gacidad de Marcolí'a, y m a n d ó llevarq u i e n hizo la relación de lo que le la con su hijo á su c u a r t o p a r a que h a b í a sucedido: oyéndolo el r e y se I descansasen, e n c a r g á n d o l e s viniesen, echó á reir, considerando la i n o o e n - á m e n u d o á visitarla, cia d e l , u n o y la.formalidad del o t r o , i Habiéndolos a c o m p a ñ a d o á s u cuar» Dio orden p a r a que se le hiciesen u n o s to, t r a b a r o n conversación loa dos, d i vestidos m a s anchos, y e n s e g u i d a Iros ,ciendo Bertoldino á su m a d r e . — Barllevaran á que los viese la reina, que toldino. Madre mia, y o lie oido decir m i r a n d o aquellas dos caras t a n ridí- que la reina quiere estar s o b r e todas las culas y contrahechas, no p u d o con-, d e m á s mujeres, y lo mejor sería que t e n e r la r i s a . Viendo Marcolfa e s t a r n o s volviésemos á n u e s t r a casa, p o r mofa, después de hacerla la cortesía! que si ella se pone e n c i m a de tí, tan á s u estilo, la dijo de este modo-.— ¡ g o r d a como está, te h a de h a c e r echar Maro- Serenísima señora; el rey nos las tripas por la boca.—Mará.-Mira, m a n d ó b u s c a r , y nos sacó de n u e s t r o tonto, cuando se dice que-la r e i n a es c e n t r o , q u e son las m o n t a ñ a s y s e l v a s , ' sobre todas las mujeres, se entiende c r e y e n d o sin duda que nosotros s e r i a - ' q u e como tal, es d u e ñ a y señora de m o s aptos y á propósito para vivir en las demás, y debe ser reverenciada, la corte, y cada dia estoy temiendo el ¡Válgame Diosl Qué- m a m e l u c o m á s t e n e r q u e sufrir muchos sonrojos vien-1 g r a n d e ! parece increíble que de un do q u e h a c e n todos b u r l a de nosotros,,' h o m b r e de tan elevado i n g e n i o como é i m a g i n o que en pocÓ tiempo "enfa-l era t u padre, h a y a salido u n zoquete d a r e m o s á todo el m u n d o ; siendo l a semejante.—Beri. Y •pregunto', ¿quién m a y o r c a u s a de ello las g r a n d e s t o n - nació primero, yo ó m i padre?—Mart e n a s de Bertoldino; con que mejor col/a. ¿Có:¡;u quieres h a b e r nacido prih u b i e r a hecho el rey en dejarnos p a - mero que t u padre? ¡A. y p o b r e de mil «íficos en n u e s t r a casa, que h a b e r n o s ¡Que h a y a venido y o a l a corte con heeho v e n i r á ser mofa de palacio; p e - este g r a n pollino! ro y a que su voluntad es esta, yo e s En estas disputas e s t a b a n , y Bertoltoy p r o n t a á obedecer r e n d i d a m e n t e ! diño iba á c o n t i n u a r , s u s sahde'ces, sus ó r d e n e s . —Reina. Querida M a r - ' c u a n d o les llamó la a t e n c i ó n el ruido colfa tío pudiera creer (si no lo h u - de u n a s pisadas q u e se d i r i g í a n hacia -Mera oido) tu g r a n d e elocuencia; t u ' e l l o s . E r a el rey q u e todo el tiempo c u l t u r a y modo de hablar no p u e d e n que estuvieron h a b l a n d o , los estuvo ser hijos de los montes y desiertos escuchando con s u m o placer, y a por d o n d e todo es rustiquez; t ú m e h a s la inocencia de B e r t o l d i n o , y a por la dejado maravillada, y en s e ñ a l de a g u d e z a y talento de Marcolfa; llamóa m o r y cariño pídeme cuanto q u i s i e - , los y los condujo e n s u coche fuer» r e s , q u e te será concedido e n testi- de la ciudad á u n a c a s a de ciato no, en m o n i o de lo mucho que te q u i e r o . — la que h a b í a h e r m o s o s ja«liU6s,'fueü Marc. T ú n a d a tienes que d a r , p u e s tea, bosques, estanques y t o á ^ e s p e c i » lo n e c e s i t a s p a r a ti.—Reina. Yo n a d a de recreos campestres; y estando a l " he m e n e s t e r , pues como reina de I t a - ' habló áMarcolfa de esta s u e r t e lia, no cedo á nadie en tesoros ni en Conociendo y o q u e e s t a s 'iicu-ituii^.' !

brada á ' í u libertad, y sirviéndote d e ¡ m u y enfadado, tomó el cofrecille da recreo el vivir en el c a m p o , m e h a , los escudos, los llevó al estanque, y arecido conveniente disfrutes de esta tomando u n p u ñ a d o de ellos, los tiró acienda y goces de s u s recreos; pero á l a s r a n a s diciéndolas: tomad, anite advierto que h a de ser c o n la o b l i - males de Barrabás, contad, y veréis gación de q u e Bertoldino v a y a á v e r - si son mas de cuatro; pero como n o me todos los dias á palacio. E a , entrad \ callasen c o n t i n u ó echando p u ñ a d o s dentro y hallarás la casa con todo lo h a s t a q u e acabó el dinero; y diciénnecesario.—Marc. Yo t e doy millones dolas m i l oprobios, se volvió á c a s a de g r a c i a s , y a g r a d e z c o , señor, tu colérico y furioso. Marcolfa que le vio magnanimidad generosa; pero mirad ue á m í no m e conviene t a n t a g r a n eza. Yo, señor, vivo a v e r g o n z a d a de ver que de u n p a d r e t a n entendido y sentencioso como Bertoldo, h a y a s a lido u n hijo t a n rudo y simple, c u y a i g n o r a n c i a es t a n t a , q u e p r e g u n t a al levantarse de la c a m a , cual es lo p r i mero que h a de p o n e r al suelo, si los pies ó la cabeza: q u e es á c u a n t o p u e de llegar la i g n o r a n c i a . — R e y . ¿.Es verdad esto, Bertoldino? ¿Qué dices t ú á eso?—Bert. Yo d i g o q u e quisiera te venir t a n sofocado, le p r e g u n t ó e l fueses pronto de a q u í , porque m i e n - motivo de su alteración, y Bertoldino tras estás n o puedo i r m e á m e r e n d a r . le explicó todo c u a n t o le h a b í a s u c e —Marc. ¡Ah! picaro i n g r a t o . ¿Son dido con las r a n a s , y de como para esas p a l a b r a s decentes p a r a decirlas á d e s e n g a ñ a r l a s l a s h a b í a echado todos nuestro dueño y señor, después que los escudos del cofrecillo que el rey nos hace t a n g r a n d e s beneficios?— les h a b í a r e g a l a d o , p a r a q u e viesen Rey. Tiene m u c h í s i m a razón en lo que q u e e r a n m a s de cuatro. Al oir esto dice, y ahora digo q u e n o es t a n tonto Marcolfa, exclamó: ¡ay pobre de m í ! como lo haces; y a m e v o y , quédate en Salvaje, i n c a p a z , no sé como no te paz, y no os olvidéis de venir á verme; a h o g o entre m i s u ñ a s . ¿Qué dirá el y adiós, h a s t a la p r i m e r a visita.— r e y c u a n d o t e n g a noticia d e s e m e j a n Marc. El cielo te g u a r d e y t e dé todo te locura? E s n a t u r a l se irrite y_ n o s lo q u e desea m i g r a t i t u d . despida p o r t u culpa: ¡qué m a n i á t i c o L u e g o q u e se fué el r e y , quedaron h u b i e r a h e c h o locura m a s desatinada! Marcolfa y Bertoldino hechos dueños Oyendo Bertoldino q u e las r a n a s s e de la casa de recreo q u e les acababa g u í a n c a n t a n d o en l a m i s m a f o r m a , de ceder S. M., y entre los jardines y no p u d i é n d o s e contener de e n c o l e h a b í a un e s t a n q u e q u e contenía g r a n rizado q u e e s t a b a , i m a g i n ó q u e á f u e r diversidad de pesca, y q u e como es za de bocaditos de p a n c o n s e g u i r í a n a t u r a l se criaban t a m b i é n r a n a s . Un a t r a e r l a s á la orilla y cogerlas. C o n dia que Bertoldino e s t a b a asomado al esta idea a g u a r d ó el prime?@lescuido borde del estanque divirtiéndose, r e - de su madre,, se fué á donde estaba el paró en u n g r a n n ú m e r o de r a n a s que p a n , lo partió todo en bocados, volvió cantaban m u y recio; y como en su al estanqiie y lo echó dentro; pero al canto particular p a r e c e q u e dicen cua- caer en el a g u a , t o d a s las r a n a s s e tro, cuatro, Bertoldino creyendo le bajaron al h o n d o , y los, peces s u b i e decían que el rey n o les h a b í a dado r o n a r r i b a h comer el* p a n . Viendo mas que cuatro escudos (habiéndoles Bertoldino q u e no le h a b í a salido l a dado mil), fué corriendo á su casa cosa como se creía, fuese á casa r a -

E

3

— SI — bioso, c a r g ó con un snco de h a r i n a con el fin de echársela'á los ojos y c e g a r l o s . Con este disparate echó al e s t a n q u e todo el saco de la h a r i n a , y volvióse á casa n l u y satisfecho de que h a b í a t o m a d o v e n g a n z a , dejando los peces ciegos. H a b i e n d o hecho Bertoldino la bobad a referida, reparó que en un rincón de la casa h a b í a u n a g a l l i n a clueca e n u n cesto empollando unos h u e v o s ; se fué á ella, la echó fuera, y él se encajó dentro de la cesta, poniéndose en acción de empollarlos. Estando metido e n la cesta, llegó Marcolfa, que venia de la c i u d a d de ver á la reina y darla ú n rato de diversión y g u s t o , que le tenia m u y g r a n d e cada vez que veía á Marcolfa; llegó á casa y llamó á la puerta, q u e extrañó e n c o n t r a r l a cerr a d a , y empezó á dar voces, diciendo: —Marc. Bertoldino, Bertoldino, ven, hijo, y á b r e m e la p u e r t a . — B e r t . Yo no p u e d o ir á abrirte, porque estoy e n la cesta de la clueca.—Marc. ¿Y q u é haces del cesto?—Bert. Estoy s a c a n d o los pollitos que ahora e m p i e z a n á n a cer, y siento y a que uno m e está p i c a n d o e n las posaderas.—Marc. ¿Tú sacar pollos? ¡Oh, n u n c a h u b i e r a v e nido con este tonto! Bertoldino, B e r toldino, ábreme.—-Bert. E s p e r a u n poco, q u e y a voy.—Marc. ¡Ah picaro infame! ¿Qué h a s hecho? ¡Puerco, m i r a cómo estás e m p r i n g a d o , y q u é b u e n a h a c i e n d a has puesto! ahora m i s m o voy á pedir al rey licencia p a r a q u e m e deje volver a la montaña, pues con los desatinos y brutalidades tuyas, n o es posible p o d e r vivir entre g e n t e s ; a h o r a conozco la prudencia de que usó t u p a d r e en no querer revelar á n a d i e que t e n í a hijos, conociendo q u e t ú n o servirías m á s que de sonrojo y v e r g ü e n z a . ¡Oh Bertoldo miol ¿si t ú vier a s esto, qué dirías? D e s p u é s de estos deoates, Marcolfa y Bertoldino se fueron á'ver al rey; y Marcolfa, después de hecho el s a l u d o correspondiente, le dijo de esta m a n e ra: Marc. ¡Ah señor! este hijo m e tiene s u m a m e n t e desazonada con los desa-

tinos y locuras que ejecuta c o n t i n u a m e n t e . — Rey. ¿Qué es lo q u e h a h e c h o ? ¿Se h a meado e n la cama?—Marc. S e ñor, es m u c h o peor.-—Rey. ¿Se h a movido ó aflojado el vientre?— Marcolfa. Mil veces peor.—Rey. P u e s q u é cosa peor y m á s sucia p u e d e h a b e r hecho?—il/ h a venido el g a v i l á n y h a b l á b a m o s . — S o r t . A q u í n o necesí • s e los h a llevado todos j u n t o s ; m a s n o t a m o s de bufones, v o y a q u e j a r m e al. t e p u e d o p o n d e r a r el trabajo que le h a r e y p a r a q u e m e h a g a justicia.—Marc o s t a d o , p e r o por último se esforzó y colfa. Escucha, a g u a r d a , n o v a y a s , q u e se los llevó. Si le hubieras visto t e ha- y o satisfaré el valor del b o r r i c o , y se bías de h a b e r tendido de risa.—Mar- ¡ compondrá todo.—Hort. No, n o ; q u i e eolfa. No sé cómo me detengo, pues ro que el rey lo sepa; p u e s el otro día m e d a n i m p u l s o s de a g a r r a r t e p o r el sucediólo que sabes con m i m u j e r . Ka* pescuezo y a h o g a r t e entre mis u ñ a s ; quiero dar l u g a r á q u e a l g ú n d í a se je v d e s p u é s de haber comido bien se ' te necio cosa propia p a r a comer, ae h a b í a echado á dormir, cuando e s t a - , puso el perol entre íes p i e r n a s , y. c o - *« (

1

1

1

t

32 -mió una porción de ooia, habiéndose «hombre erudito y aplicable, q u e s e empringado toda la c a r a conforme lo m a t a y se descalabra el e n t e n d i m i e n veis. Llegó Marcolfa 4 s u c u a r t o , y no to p a r a dedicarse y perfeccionar c o a hallando á Gacaseno, i b a á salir en su inmenso t r a b a j o u n a obra; y d e s p u é s busca s u m a m e n t e inquieta, pero al de tanto desvelo, en l u g a r de c o n s e misino tiempo le vio venir a c o m p a - g u i r a l g ú n p r e m i o ó ascenso, lo q u e ñado del criado, y d e s p u é s q u e supo saca dü s u afán es que n i a u n l£ dan. al suceso, exclamo diciendo: ¡pobre de las g r a c i a s . mí! Este bruto tiene l a culpa de verme P o r la m a ñ a n a t e m p r a n o m a r c h a r o n yo avergonzada en l a corte. . P r o c u r ó en s u litera los dos personajes, s i g u i e lavarlo, y determinó ir á pedir licen rou el viaje h a s t a su casa, y á la v u e l cia á los reyes p a r a retirarse á su ta el literero q u e los a c o m p a ñ ó dio m o n t a ñ a ; los halló j u n t o s , y con r e - noticias á l o s r e y e s de la g r a n d e aleverencia y h u m i l d a d , así les dijo:— g r í a q u e m o s t r a r o n Bertoldino y DoMarc. Serenísimos señores: y a q u e m i n g a de verse otra vez r e u n i d a toda t e n g o l a fortuna de hallaros aquí j u n - la familia, celebrando su regreso todos tos, con el m a y o r rendimiento v e n g o los h a b i t a n t e s inmediatos á su cortijo. & suplicaros m e concedáis licencia pa- Como Marcolfa sabia leer y escribir» r a volverme á m i casa; y así espero al tiempo q u e el literero se iba á m a r esta g r a c i a de v u e s t r a real clemencia. char, le e n t r e g ó u n a c a r t a p a r a q u e —Rey. Conozco que es perjudicial á se l a diese al r e y . L l e g ó á palacio» los intereses de tu casa la ausencia de presentó el p l i e g o á S. M., quien p a s ó í u persona; y así t e concedo el permi- i n m e d i a t a m e n t e al cuarto de la r e i n a so que .solicitas; pero t e a s e g u r o q u e participándola como h a b i a recibido nuestro m a y o r g u s t o fuera que te carta de Marcolfa; la abrieron c o n quedases a n u e s t r a vista.—Reina. Yo g r a n d e ansia y m a y o r g u s t o , y s u te concedo licencia, pero con obliga- contenido decia así: ción que has de venir con Cacasenito todos los años á v e r m e , y si no' m e CARTA QUE ESCRIBIÓ MARCOLFA L LOS R E Y E S DESDE S ü MONTAÑA. hiciere el c a r g o del perjuicio que se puede seguir a tu casa estando ausenMis señores: Siendo tan debido el te sería m i m a y o r g u s t o el q u e te que- obedecer los preceptos de vuestras madaras á vivir en l a corte; p u e s tendría jeslades, me obliga d participar mi contigo u n a vida c o n t e n t a y m u y g u s - arribo d esta humilde choza; pomo tosa. omitirlo, mi obligación se vale de la Mandó el r e y á su m a y o r d o m o que ocasión del retorno del literero á esa. entregase doscientos escudos áMarcol corte, añadiendo á vuestras majes tafa, y la reina se quitó del dedo u n a sor- des, hemos sido recibidos con granditija de esmeraldas y se l a dio para q u e simo aplauso de Bertoldino y Bominen su n o m b r e l a r e g a l a s e á Dominga, ga, habiéndoseles aumentado mucho el El mayordomo se partió p a r a obe- alborozo con los regalos con que nos decer la orden que se le h a b i a dado; habéis honrado, de lo que os damos topero de m u y m a l a g a n a , dándose pal- dos juntos muy rendidas gracias. No madaa y encogiéndose de hombros, escribo cosa particular de Üacaseno, x iba diciendo: ¡oh, q u é desatinos come porque el literero sale hoy por la ma~ ' íjen algunos señores, e n a p o y a r y p r o - ñaña muy temprano, y ¿{todavía está t ^ e r tontos como a l presente se vé en la cama, y así esta mia servirá de • cifo este señor, que m a n d a d a r dos un pequeño reconocimiento, mientras ciíáitos escudos á estos monos, que 3on yo y toda mi familia deseamos á vuesP í a p r i s i ó n de la corteI Mejor p r e m i a I 'iras majestades todas las mayores je_^á%4 semejantes g e n t e s \u

Get in touch

Social

© Copyright 2013 - 2024 MYDOKUMENT.COM - All rights reserved.