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E-BOOK
História da Psicologia
@mariestudapsi
Sumário
1. O QUE É PSICOLOGIA?
2.PSICOLOGIA NA GRÉCIA ANTIGA 3.PSICOLOGIA NA EUROPA
4.PSICOLOGIA AMERICANA
5. PSICOLOGIA LATINO-AMERICANA
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O que é Psicologia? PSICO: ALMA LOGIA: ESTUDO Podemos compreender a Psicologia como o estudo da alma, que na Grécia Antiga é o correspondente do que hoje denominamos Mente. Atualmente podemos pensar numa dimensão ampla dessa área de conhecimento, chamando de Ciências Psicológicas, devido às variadas áreas de aplicação e abordagens teóricas existentes. Em termos de objeto de estudo, temos um grande paradigma. Só é possível defini-lo partindo de um referencial específico, ou seja, ele pode ser o Comportamento Observado para o Behaviorismo, pode ser o inconsciente para a Psicanálise ou ainda, a Cognição para os Cognitivistas. A longo desse e-book, buscaremos fazer uma trajetória histórica da Psicologia contando seus principais marcos em cada época, qual é o objeto de estudo e os principais marcos científicos e avanços da época .
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Psicologia na Grécia Antiga As discussões a cerca da mente começaram na Grécia Antiga. Diversos filósofos apontaram caminhos sobre como estudar, e o que é de fato o objeto de estudo da Psicologia. Veremos alguns, como Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates (469-399 a.C) teve seus estudos com maior ênfase na Epistemologia ,área de estudo da Filosofia que se preocupa com a maneira como obtemos conhecimentos. Entretanto, ele ficou bastante conhecido pela criação do chamado método socrático, um método dialético que tem por objetivo, o questionamento. No que tange os objetos de estudo da Psicologia Moderna, Sócrates afirmava que o conhecimento é também autoconhecimento, segundo ele o objetivo supremo da vida é compreender a razão pela qual existimos. O método socrático é uma ferramenta de fundamental importância no contexto clínico da Psicologia, pois se constitui como uma "descoberta guiada" e auxilia o paciente na identificação do problema, na identificação de crenças, no significado dos eventos e as suas implicações nos pensamentos e comportamentos. Platão ( 427-347 a.C) inaugura o Racionalismo, através da busca por definições de valores morais abstratos como "virtude" e " justiça". Segundo ele, nós já nascemos com um esboço imperfeito do mundo em que vivemos, e é através dos nossos sentidos que conseguimos apreender o mundo material. Podemos destacar sua grande importância para a Psicologia no que toca o uso da Razão como caminho para o conhecimento, ou seja, só conseguimos compreender racionalmente o que vivemos se estamos atentos as experiências reais que temos, logo não podemos concluir nada apenas com os nossos sentidos, pois eles são sombras da realidade. Aristóteles (384-322 a.C) também com ênfase na Epistemologia, compreende que somente encontramos a verdade por meio das evidências no mundo à nossa volta. Seguindo essa lógica a filosofia aristotélica muito enriquece a Psicologia, principalmente no que tange a compreensão de determinados comportamentos e como eles se tornam formas legitmas de se expressar no mundo. "TODA AÇÃO DEVE-SE A UMA OU OUTRA DAS SETE CAUSAS: ACASO, NATUREZA, COMPULSÃO, HÁBITO, RACIOCÍNIO, IRA OU APETITE"- Aristóteles. Nessa afirmativa podemos perceber, que para Aristóteles a ação humana está sempre mediada por uma "causa", o que na Psicologia podemos associar as crenças.
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Psicologia na Europa A Psicologia tem um grande paradoxo, pois ao mesmo tempo que é uma das disciplinas acadêmicas mais antigas ( Grécia Antiga) é ao mesmo tempo uma das mais novas, em termos de formalização enquanto Ciência e Profissão. A Psicologia enquanto campo de saber e estudo independente, surge no século XIX. Wilhelm Wundt teve forte influência nos rumos que esse campo de saber deveria tomar, para ser de fato considerado científico. Para compreender o avanço da Psicologia na Europa é fundamental compreender o Zeitgeist da época e as escolas de pensamento que surgiram. A Europa do século XIX foi marcada por períodos revolucionários, como a Revolução Francesa. Momentos históricos estão estritamente ligados ao que denominamos Zeitgeist: o espírito do tempo; composto por uma série de elementos que constituem o ambiente cultural e intelectual em um período específico da história. Seguindo essa lógica, "as ideias psicológicas" estiveram atreladas a Filosofia até 1870, após isso a Psicologia se torna disciplina científica independente na Europa e nos Estados Unidos. Ou seja, toda a produção cultural e intelectual da Europa até 1870 estava associada ao Zeitgeist, que hipervalorizava a Filosofia Moderna. Foi em 1879 que Wilhelm Wundt funda o Laboratório de Psicologia Experimental da Universidade de Leipzig, marcando nas produções psicológicas a inauguração do status científico da Psicologia. A abordagem de Wundt ficou conhecida como estruturalismo porque usava métodos experimentais para encontrar os blocos básicos de construção (estruturas) de pensamento e investigar como eles interagiam. Mesmo tendo se tornado de certo ponto uma disciplina independente, nesse primeiro momento a Psicologia Europeia ainda era dependente das contribuições da física, química e matemática, nos seus estudos com o método experimental.
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Psicologia Americana
O século XIX foi sem dúvida um tempo de grandes marcos para a Psicologia, em 1892 por exemplo, é criada a Associação Psicológica Americana nos Estados Unidos. William James é o grande nome da Psicologia Americana, e inaugura o Funcionalismo nessa área de conhecimento. Diferente da Psicologia Europeia a Psicologia Americana estava preocupada não com a forma da experiência e seus elementos, seu objetivo era o estudo sobre a adaptação dos seres humanos ao seu meio ambiente. Nesse sentido, não é possivel pensar em PSICOLOGIA, mas em PSICOLOGIAS, pois cada objeto de estudo e suporte teórico está diretamente ligado a como já vimos , ao Zeitgeist da época. A Psicologia Americana nasce de um interesse pragmático por essa área científica, ao mesmo tempo em que não ignora aspectos fundantes do ser humano como as emoções.
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Psicologia Latino- SulAmericana
É no contexto latino-americano que nasce a preocupação com uma Psicologia que seja de fato engajada com a realidade social de diferentes povos e culturas. Desde o seu "nascimento" a Psicologia se vê circundada por diferentes contextos sociais, culturais e econômicos; porém quando se pensa em Europa e América do Norte, temos sociedades com histórias semelhantes no que tange a privilégios e relações de poder. Não se torna possível construir e aplicar uma teoria psicológica sem pensar nas nuances e diferenças de cada país. Desse conflito surge o que chamamos de Psicologia Sócio Histórica ou Histórico-Crítica, que até tem produções no contextos europeu e norte americano, mas o que aqui nos interessa é a produção a partir da realidade vivida, ou seja, a Psicologia Latino-Sul-Americana. O grande nome é Martin Baró, com produções importantes sobre a exploração, relações sociais e oque deve ser o objetivo da Psicologia Social.
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Referências Bibliográficas
SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da Psicologia Moderna. 12ª edição. São Paulo: Editora Cultrix,1981. KIM, Douglas. O Livro da Filosofia. 15ª reimpressão. São Paulo: Editora Globo, 2014.
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