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Story Transcript

Sociologia

05 Capítulo

O QUE É RACISMO?

Acesse aqui o vídeo explicativo.



O que é o racismo?

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM / HABILIDADES DA BNCC:



Racismo científico



Compreender o que é o racismo e a discussão sobre o conceito de raça.



Os desdobramentos do racismo no Brasil e no mundo



Entender o que é o racismo científico.



Identificar as consequências históricas, políticas e sociais do racismo no Brasil e no mundo.



(EM13CHS102)



(EM13CHS105)



(EM13CHS502)

© Jerry Coli | Dreamstime.com

A vida é igual a um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós, quando estamos no fim da vida, é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha, até aqui, tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro. JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo. São Paulo: Francisco Alves, 1960 (fragmento).

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O que é racismo?

1. O que é o racismo?

© Domínio público

Em 2014, o Instituto Data Popular fez uma pesquisa sobre a opinião dos brasileiros acerca de temas como o racismo e o preconceito. Segundo o estudo, “apesar de 92% dos brasileiros acreditarem que há racismo no país, somente 1,3% se considera racista”. Mas a conta não fecha. Se há racismo sem racistas, podemos inferir que o brasileiro médio entende que o preconceito está sempre no outro. Quando perguntadas, as pessoas costumam dizer que jamais seriam capazes de praticar atos racistas. Como os próprios números informam, o racismo é um traço marcante na sociedade brasileira. Mas de que maneira lidamos com o tema diariamente? Em que medida as questões raciais estão presentes em nossas conversas, posições sociais, mídia, escola ou política? Será que entendemos mesmo que o racismo no Brasil é estrutural, além de ser um fator determinante em todas as outras relações sociais? Em primeiro lugar, antes de respondermos a estas questões, é importante conhecer o conceito de raça e o sentido atribuído ao termo, que é historicamente controverso. Muitas teorias foram elaboradas tendo como base a categorização de traços fenotípicos, ou seja, da aparência física. Desse modo, hierarquias sociais puderam ser erguidas em prol de uma suposta divisão da humanidade entre raças. Do ponto de vista genético, essa divisão não existe; a ciência já provou esse fato. Não há nenhum tipo de diferenciação genética entre grupos humanos distintos. Científica e evolutivamente, todos nós pertencemos à espécie Homo sapiens. Entretanto, socialmente, ainda fala-se em “raças” e, consequentemente, em racismo, que engloba atitudes discriminatórias, preconceituosas e segregacionistas contra indivíduos ou grupos humanos pertencentes a determinadas etnias. Historicamente, os grupos humanos que mais sofreram e ainda sofrem racismo são os negros, os indígenas e os asiáticos. O processo de colonização no Brasil e a escravidão africana são alguns exemplos de como a ideia de raça foi utilizada para determinar estereótipos preconceituosos, enquanto adjetivos positivos foram atribuídos à população caucasiana.

Sarah “Saartjie” Baartman, a “Vênus Hotentote”, foi uma mulher do povo Khoisan, grupo étnico do sudoeste africano. Ela era exibida em eventos públicos como uma “aberração” por conta de suas características físicas.

Se as raças humanas não estão relacionadas à genética, ao menos em nível social a distinção é clara. Nesse sentido, segundo o sociólogo Antony Giddens, a raça refere-se às relações sociais, que atribuem às diferenças humanas “fatores importantes na reprodução de padrões de poder e desigualdade na sociedade”. Ou seja, do ponto de vista sociológico, a categoria de raça sempre esteve vinculada a ideologias e projetos políticos específicos. Conforme argumenta o antropólogo Kabenguele Munanga: [...] os conceitos de negro, branco e mestiço não significam a mesma coisa nos Estados Unidos, no Brasil, na África do Sul, na Inglaterra etc. Por isso o conteúdo dessas palavras é etnossemântico, político-ideológico, e não biológico. Se na cabeça de um geneticista contemporâneo ou de um biólogo molecular a raça não existe, no imaginário e na representação coletivos de diversas populações contemporâneas existem ainda raças fictícias, e outras construídas a partir das diferenças fenotípicas, como a cor da pele e outros critérios morfológicos. É a partir dessas raças fictícias – ou “raças sociais” – que se reproduzem e se mantêm os racismos populares. MUNANGA, Kabenguele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. UFMG, [S.I.] [On-line] (adaptado).

Assim, a ideia de que existem grupos humanos superiores a outros é construída com base em características físicas, como a cor da pele ou cabelo, e também em hábitos, religião, costumes e formas de pensamento. Atualmente, como mencionado anteriormente, a ciência contesta a diferenciação racial, mas nem sempre foi assim. Durante o século XIX, muitos pesquisadores sustentaram fortemente o racismo por meio de discursos pseudocientíficos – um momento que ficou conhecido como “racismo científico”.

2. Racismo científico Ao longo da história, grupos humanos pertencentes a localidades e culturas diferentes mantiveram contatos pacíficos ou conflituosos. A discriminação pela origem étnica é observada desde a Antiguidade. Para os povos gregos e romanos, por exemplo, os estrangeiros eram “bárbaros”. Foi sobretudo a partir dos séculos XV e XVI, com a expansão marítima europeia, que o racismo foi efetivamente utilizado como ferramenta de dominação de vários povos e seus territórios, como ocorreu com os africanos, indígenas e asiáticos. O domínio das terras “além-mar” pelos europeus, orientados por interesses políticos e econômicos em meio ao fortalecimento da burguesia e do capitalismo mercantil, levou também o genocídio de povos nativos. Além disso, foi implementada a escravização sistêmica dos povos africanos sob a justificativa etnocêntrica de superioridade branca europeia em relação aos demais povos do mundo. O discurso etnocêntrico discriminatório (e, portanto, racista) acompanhou a história do desenvolvimento econômico

dos países europeus embrionariamente capitalistas, que enriqueceram às custas da subordinação e exploração dos colonizados. Durante o século XIX, teorias racistas amparadas pela ciência passaram a legitimar ações e políticas – iniciava-se o racismo científico. Nesse contexto, emergiu a teoria do darwinismo social (idealizada por Herbert Spencer) que usava a Teoria da Evolução das espécies de Charles Darwin adaptando-a ao contexto social. Também surgiu a antropologia criminal, com o psiquiatra Cesare Lombroso, que associava determinados aspectos físicos à propensão ao crime, desconsiderando outros aspectos, como os sociais. Além disso, a eugenia do antropólogo Francis Galton chegou a defender a diminuição, ou até a extinção de coletividades humanas. O nazismo é o principal exemplo histórico da política eugênica, cujo alvo foi o povo judeu. O Brasil apoiou-se em políticas eugênicas quando incentivou a vinda de imigrantes europeus para o país no século XIX. Um dos objetivos desse plano era tornar a população brasileira etnicamente mais próxima de sociedades europeias; desse modo a herança da população negra seria apagada aos poucos. A Ku Klux Klan, que surgiu entre os anos de 1865 e 1866 nos Estados Unidos, pregava a supremacia branca com ideologias estritamente eugênicas. Além do nazismo, da política de branqueamento da população brasileira e da Ku Klux Klan, outros acontecimentos históricos estiveram diretamente relacionados à difusão de uma mentalidade racista amparada na ciência: é o caso do imperialismo na África e na Ásia, cuja justificativa foi chamada de “fardo do homem branco”. Essa convicção tratava de uma suposta responsabilidade de populações tipicamente europeias que consistia em tornar civilizados territórios “incivilizados”. Seguindo o estabelecimento desses princípios, foram criados os museus antropológicos, que exibiam indivíduos pertencentes a povos indígenas ou africanos em “zoológicos humanos”. A craniometria (diferenciação racial a partir da mesura do crânio) também deriva dessa ideia.

Conexão Raiz Racismo: como a ciência desmantelou a teoria de que existem diferentes raças humanas As teorias que pregavam a segregação de tipos humanos por meio de justificativas supostamente científicas geraram inúmeros mitos. Alguns perduram até hoje, e sustentam o racismo em diferentes frentes. No entanto, a própria ciência tratou de desconstruir as falácias perpetuadas ao longo dos anos, cujo único objetivo era suprimir a identidade social de grupamentos humanos em prol da supremacia de outros. Leia o texto da professora de antropologia Lorenza Coppola Bove e descubra como essa concepção caiu por terra. BOVE, Lorenza Coppola. BBC, 12 jul. 2020.

© Domínio público

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O estudo de crânios era uma prática racista utilizada para hierarquizar os tipos humanos.

3. Os desdobramentos do racismo no Brasil e no mundo De acordo com Lilia Schwarcz, antropóloga brasileira, o conceito de raça foi socialmente construído no Brasil ao longo de sua história. Como vimos anteriormente, no século XIX despontaram instituições que buscaram estabelecer noções racistas por meio da ciência; não foi diferente por aqui. Segundo as concepções da época, a miscigenação era a responsável pelo atraso do progresso, e até hoje há resquícios dessa mentalidade. O racismo emerge por meio de situações vexatórias cotidianas expressas por meio de piadas e xingamentos, ou até mesmo em projetos políticos, como foi o apartheid na África do Sul. Junto ao nazismo, na Alemanha, ambos representam exemplos do racismo institucionalizado, que prevê garantias legais baseadas em diferenças biológicas. Na sociedade brasileira, o racismo se manifesta em âmbitos distintos da vida social.

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O que é racismo? © Alf Ribeiro | Dreamstime.com

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© Deutsches Bundesarchiv | Creative Commons

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Ativistas se unem em protesto pela democracia e igualdade racial em São Paulo, junho de 2020.

Jesse Owens, atleta norte-americano que participou dos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, durante a vigência do nazismo. Na ocasião, ganhou quatro medalhas de ouro em diferentes provas de atletismo. O triunfo de Owens representou uma importante derrota para o argumento da superioridade ariana.

Segundo a pedagoga Nilma Lino Gomes: O racismo é, por um lado, um comportamento, uma ação resultante da aversão, por vezes, do ódio, em relação a pessoas que possuem um pertencimento racial observável por meio de sinais, tais como: cor da pele, tipo de cabelo etc. Ele é, por outro lado, um conjunto de ideias e imagens referentes aos grupos humanos que acreditam na existência de raças superiores e inferiores. O racismo também resulta da vontade de se impor uma verdade ou uma crença particular como única e verdadeira. GOMES, Nilma Lino. Educação antirracista. Brasília, MEC, 2005.

O debate sobre o racismo no Brasil tem implicações mais delicadas. O país nunca viveu um regime oficial de segregação racial, mas as práticas racistas ocorrem diária e naturalmente entre a população. A ideia de que o Brasil é um país em que todos os grupamentos humanos convivem harmonicamente é falsa.

O discurso racista está diluído em diversos níveis das relações sociais. O “racismo à brasileira”, conforme conceitua o antropólogo Roberto DaMatta, está justamente no caráter sutil de sua expressão, que indica a exclusão da população negra de vários setores da vida social, sem que haja uma prática segregacionista oficial. A perversidade do racismo está justamente em reduzir a igualdade de oportunidades, tornando a exclusão da população negra algo natural, legítimo. Como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou em 2015, negros e pardos representavam praticamente 54% da população brasileira. Essa parcela corresponde a 75% no grupo dos 10% mais pobres no país. Assim, os números indicam que a forte desigualdade racial e de renda estão entrecruzadas no Brasil. Uma das armas no enfrentamento ao racismo é a lei. Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, o racismo é qualificado como crime inafiançável. Com a entrada em vigor do código penal em 1988, qualifica-se também o crime de injúria racial, que trata das formas de agressão verbais dirigidas a alguém em função da sua cor, etnia ou raça. Porém, mesmo com apoio legal, o racismo ainda é um crime de difícil punição, uma vez que a vítima precisa provar a transgressão. O descaso em relação ao crime de racismo é um agravante que impede os efeitos da denúncia e da aplicação de punições. Para além da dimensão penal, a luta antirracista deve ser feita sobretudo com a promoção de políticas de igualdade racial. A superação do racismo necessita principalmente do respeito às etnias e o reconhecimento das múltiplas identidades culturais e raciais.

© Alf Ribeiro | Dreamstime.com

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É preciso pensar em caminhos para combater o racismo no Brasil e desconstruir inúmeras noções erradas que persistiram com o tempo.

Conexão Raiz Como ser um membro atuante na luta contra o racismo? A filósofa Djamila Ribeiro é uma das principais vozes antirracistas no Brasil atualmente. Ela já foi autora de livros como Pequeno manual antirracista, Lugar de Fala, Quem tem medo do feminismo negro? e outras obras. Nesta entrevista, ela mostra como é possível extinguir atitudes racistas do dia a dia em diversos ambientes.

Atividades iniciais

Vídeos

01 (UEM-PAS) A noção de “cor”, no Brasil, passou a ser utilizada como tropo para raça. “Cor”, no contexto brasileiro, informa sobre atributos diversos, cor da pele, outras características fenotípicas e também certas características sociais atribuídas, tal como condição racial. Ou seja, a cor assim entendida passou a ser utilizada no Brasil como uma das formas de classificação das pessoas. SILVA, Paulo Vinícius Baptista. Racismo em livros didáticos: estudo sobre negros e brancos em livros de Língua Portuguesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

Considerando o trecho citado e estudos sociológicos contemporâneos sobre diversidade cultural e etnocentrismo, informe se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F): a. (  ) Do ponto de vista sociológico, as diferenças sociais entre brancos e negros precisam ser mantidas, pois são resultado de expressões naturais da diversidade de raças existentes. b. (  ) Classificar e hierarquizar as pessoas segundo a cor da pele é, para o pensamento sociológico, uma forma de racismo. c. (  ) Além da cor da pele, a Sociologia defende que o cabelo e o tamanho do crânio também são indicadores do padrão de desenvolvimentos moral e intelectual dos indivíduos. d. (  ) A questão da cor, além de indicar a persistente saliência da discriminação racial nas sociedades modernas, também tem grande peso no processo de construção das identidades étnicas. e. (  ) O pensamento sociológico informa que a ideia de que existiriam diferentes raças humanas não é uma determinação natural, mas atribuições sociais e culturais. 02 (UFAC) Embora o conceito de raça tenha sido desautorizado pela ciência atual, a prática do racismo permanece ativa. Para Hernandez (2005. 131-2): “Essa situação a partir da modernidade tem raízes histórico-estruturais no tráfico atlântico de escravos, elemento fundamental do sistema colonial do século XVI, e foi reforçado pelo imperialismo colonial de fins do século XIX na África. Mas, enquanto este tem sido por vezes qualificado como contingente, o racismo integra um corpo ideológico que antecede e transcende o imperialismo colonial”. O texto nos permite afirmar que: a. Como o Brasil não é mais colônia, racismo é coisa do passado. b. O racismo atualmente só é identificado nas piadas de programas humorísticos. c. O racismo existe dos dois lados porque há negros que não gostam de brancos e vice-versa. d. O racismo é saudável, pois nos Estados Unidos essa prática levou ao desenvolvimento e, atualmente, temos um negro na presidência daquele país. e. O eurocentrismo e a ideia de que uns são “mais capazes, mais aptos” do que os outros consideram, como natural, a submissão de povos dominados, notadamente na África.

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O que é racismo?

03 (UDESC) Episódios recentes de racismo, homofobia e xenofobia têm colocado em discussão problemas graves e pouco debatidos na sociedade. Analise as proposições sobre tais questões, e assinale (V) para verdadeira e ( F) para falsa. (  ) No século XIX, o surgimento de um “racismo científico”, conjunto de teorias racistas amparadas em trabalhos científicos, justificou e tornou possível ações civilizatórias e colonialistas de países europeus, especialmente sobre territórios da África. (  ) No Brasil, a existência de leis, como a que estabelece a política de cotas para estudantes negros e indígenas e a lei que tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena têm gerado impactos positivos para tais populações e para o país, de forma geral, pois ampliam as oportunidades para estes povos e fazem conhecer sua contribuição cultural. (  ) Na Europa, o preconceito tem sido intensificado por conta da entrada de imigrantes ilegais que buscam emprego e, portanto, rivalizam com a população local no mercado de trabalho. Alguns países têm tomado medidas severas para conter a entrada desses imigrantes. (  ) Casos de homofobia e racismo, no Brasil, estão relacionados à inexistência de uma legislação que criminalize tais atitudes. Assinale a alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo. d. F – F – V – V a. V – F – F – V e. F – V – V – F b. V – V – V – F c. V – V – F – F 04 (UEMA) Costumo dizer que nenhuma nação passa impunemente por quase quatro séculos de escravidão. E se o modo de produção escravista perdurou no Brasil até o final do século XIX, não há possibilidade de as marcas se apagarem com facilidade. As marcas materiais e as simbólicas. As duas imbricadas. A cultura da Casa Grande sobrevive solidamente na sociedade brasileira, por menos que o queiramos. O preconceito e a discriminação contra os negros são heranças presentes da escravidão. Claro que temos avançado. Há hoje um forte movimento negro no País. Há mais consciência da sociedade brasileira contra o racismo. Mas, ainda temos uma longa estrada pela frente.

c. A desigualdade entre as classes sociais no Brasil se sobrepõe às diferenças raciais, pois o país é racionalmente democrático. d. A sociedade brasileira é exemplo de democracia racial, pois no Brasil o racismo é combatido. e. O movimento negro propõe a superação da desigualdade social em detrimento da igualdade racial. 05 (UNIFOR)

Quadro do pintor J. B. Debret.

Os quilombos eram grupamentos de negros fugidos que se localizavam em várias partes do sertão e uma das várias formas de rebelião nos negros escravizados. Palmares foi o mais importante, dentre eles. A destruição do Quilombo dos Palmares foi um dos feitos dos bandeirantes (sertanismo de contrato), que prestavam serviços aos governos e senhores de terras na luta contra negros quilombados. As lideranças do movimento negro brasileiro referenciam a atuação histórica dos palmarinos e prestigiam Zumbi como símbolo de resistência. Por isso, na mesma data que Zumbi foi morto, 20 de novembro, comemora-se a. o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. b. o Dia Mundial dos Direitos Humanos. c. o Dia Mundial da Paz. d. o Dia Nacional da Consciência Negra. e. o Dia da Declaração Universal contra o Racismo.

Atividades contextualizadas

Diálogos. Carta Capital. [S.I.]. [On-line]

Indique a alternativa que interpreta corretamente o texto anterior. a. A situação do(a) negro(a) no Brasil mudou radicalmente na atualidade pois não existe mais o racismo. b. As relações raciais no Brasil são fruto da situação histórica de formação desigual dessa sociedade.

01 O racismo “científico” foi um conjunto de teorias surgidas na Europa durante o século e XIX que tentam justificar a superioridade de uma “raça” humana sobre outra com base em explicações científicas. Com isso, as diferenças dos seres humanos, como os brancos, os negros, os asiáticos, os indígenas, etc., que deveriam ser tratadas apenas como diferenças, são

257 colocadas numa escala de evolução que determina, cientificamente, aqueles povos que são superiores e os que são inferiores. Explique qual a relação entre as teorias racistas do século XIX e o imperialismo praticado pela Europa sobre a África e a Ásia. 02 Hitler considerava que a propaganda sempre deveria ser popular, dirigida às massas, desenvolvida de modo a levar em conta um nível de compreensão dos mais baixos. “As grandes massas”, dizia ele, “têm uma capacidade de recepção muito limitada, uma inteligência modesta, uma memória fraca”. Por isso mesmo, a propaganda deveria restringir-se a pouquíssimos pontos, repetidos incessantemente [...]. Tudo interessa no jogo da propaganda: mentiras, calúnias; para mentir, que seja grande a mentira, pois assim sendo, “nem passará pela cabeça das pessoas ser possível arquitetar uma tão profunda falsificação da verdade. LENHARO, Alcir. Nazismo: o triunfo da vontade. 6ª. ed., São Paulo: Ática, 1998, p. 47-48.

A partir da leitura do texto, relacione o nazismo com a perspectiva do racismo científico e reflita, a partir do texto, sobre o papel da propaganda de massa sob controle de regimes autoritários para a difusão de ideias preconceituosas. 03 (UCS) O racismo e a intolerância causaram diversos massacres e injustiças no decorrer da história, dos gregos e romanos até os dias atuais. Considere as seguintes afirmativas sobre alguns desses massacres e injustiças: I.

II.

III.

a. b. c. d. e.

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha nazista perseguiu minorias que não correspondiam a seu ideal de raça ariana ou raça pura. Além de seis milhões de judeus, foram executados ciganos, homossexuais, presos, deficientes, militantes políticos e outros grupos étnicos e religiosos. O apartheid, regime que durou de 1948 a 1994, restringiu os direitos dos não brancos na África. Nelson Mandela passou 27 anos preso por lutar pelos direitos dos negros em seu país e tornou-se presidente depois de libertado. Os homossexuais sofreram perseguição com a expansão do cristianismo. Em alguns países, foram presos e condenados à morte. Hoje, apesar de toda a repressão legal e social, a homofobia continua sendo frequentemente expressada, muitas vezes com violência física. Das afirmativas, pode-se dizer que: apenas I está correta. apenas II está correta. apenas I e II estão corretas. apenas II e III estão corretas. I, II e III estão corretas.

04 (UNESPAR) Texto I Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.

MANDELA, Nelson. Citado em: SILVA, Aida Maria Monteiro. Apresentação. In: SILVA, Aida Maria Monteiro; TIRIBA, Léa (orgs.). Direito ao ambiente como direito à vida: desafios para a educação em direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2015. p. 08.

Texto II [...] E de pai pra filho o racismo passa Em forma de piadas que teriam bem mais graça Se não fossem o retrato da nossa ignorância Transmitindo a discriminação desde a infância E o que as crianças aprendem brincando É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando Qualquer tipo de racismo não se justifica Ninguém explica Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural [...]. GABRIEL O PENSADOR. Lavagem Cerebral. Álbum: Gabriel O Pensador. Sony Music, 1993. CD.

Os dois trechos fazem menção à discriminação racial. Com base neles e nas condições históricas do racismo no Brasil, escolha a alternativa correta. a. O primeiro trecho assinala que o racismo é uma característica irreversível do ser humano, ao passo que o segundo afirma que o racismo é um legado que deve ser recusado; b. Historicamente, no Brasil, não houve e não há diferenciação legal entre pessoas de cores diferentes, motivo pelo qual o racismo se consolidou por meio de piadas e brincadeiras, como sugere o segundo trecho; c. O primeiro trecho indica que a tolerância racial pode ser ensinada, ao passo que o segundo trecho nega que o racismo tenha raízes históricas; d. O racismo contemporaneamente não tem vínculo direto com a escravidão no Brasil, uma vez que esta foi extinta em 1888, logo após a assinatura da Lei Áurea, pela Princesa Isabel, filha de D. Pedro II; e. e. Tanto o primeiro quanto o segundo trecho sugerem que o racismo é resultado de um processo histórico, que pode ser convertido em tolerância racial. 05 (UEL) Leia o texto a seguir e responda à questão. O desenvolvimento da civilização e de seus modos de produção fez aumentar o poder bélico entre os homens, generalizando no planeta a atitude de permanente violência. No mundo contemporâneo, a formação dos Estados nacionais fez dos exércitos instituições de defesa de fronteiras e fator estratégico de permanente disputa entre nações. Nos armamentos militares se concentra o grande potencial de destruição da humanidade. Cada Estado, em nome da autodefesa e dos interesses do cidadão comum,

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desenvolve mecanismos de controle cada vez mais potentes e ostensivos. O uso da força pelo Estado transforma-se em recurso cotidianamente utilizado no combate à violência e à criminalidade. COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997. p.283-285 (adaptado).

Sobre violência e criminalidade no Brasil, assinale a alternativa correta. a. As políticas repressivas contra o crime organizado são suficientes para erradicar a violência e a insegurança nas cidades. b. As altas taxas de violência e de homicídios contra jovens em situação de pobreza têm sido revertidas com a eficácia do sistema prisional.

O que é racismo? c. As desigualdades e assimetrias nas relações sociais, a discriminação e o racismo são fatores que acentuam a violência no Brasil. d. A violência urbana contemporânea é resultado dos choques entre diferentes civilizações que se manifestam nas metrópoles brasileiras. e. O rigor punitivo das agências oficiais no combate à criminalidade impede o surgimento de justiceiros e milícias.

Explorando um pouco mais Para assistir • Estrelas além do tempo (Theodore Melfi, 2017) O filme, inspirado em eventos reais, conta a história de Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, três cientistas negras que trabalharam na NASA, a agência espacial norte-americana durante a década de 60.

Para acessar • Fundação Palmares A Fundação Palmares foi criada em 1988 com o objetivo de promover e preservar os valores e a cultura negra na sociedade brasileira. No site é possível encontrar um acervo de fotos e vídeos, além de diversos projetos e outras informações.

Para Ler • Pequeno manual antirracista (Djamila Ribeiro, Companhia das Letras) O livro da filósofa e ativista Djamila Ribeiro reúne temas atuais que envolvem o racismo em sociedade, violência racial, negritude e branquitude entre outros assuntos.

Para Ouvir • A carne (Elza Soares, Dubas) “A carne mais barata do mercado é a carne negra”. Elza Soares trata do descaso com os negros em inúmeros setores sociais nesta canção. • Sorriso negro (Dona Ivone Lara, WEA) Conhecida como a Rainha do Samba, Dona Ivone de Lara compôs Sorriso negro, que exalta a pele negra e o que ela representa. • Canto das três raças (Mauro Duarte e Paulo Pinheiro) Canto das três raças fala da dominação negra e indígena pelas mãos dos colonizadores brancos, e da luta e do sofrimento que persistem nos dias de hoje.

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Agora eu sei... Explicar o que é o racismo e a discussão sobre o conceito de raça. Definir o que é o racismo científico. Esclarecer as consequências históricas, políticas e sociais do racismo no Brasil e no mundo.

Principais ideias

Anotações

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Anotações

O que é racismo?

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