GEMINI I E II Flipbook PDF


63 downloads 104 Views 22MB Size

Recommend Stories


~I ~I~ ~IIIII ~II ~ II~ ~II ~I~ ~I ~I~ ~I ~ II~I ~ II~ m
Date Printed: 04/23/2009 JTS Box Number: IFES 69 Tab Number: 92 Document Title: Guia Informativa Document Date: 2001 Document Country: . Per

~II~ ~II~II~I ~ ~ ~II
Date Printed: 04/21/2009 JTS Box Number: 1FES 66 Tab Number: 79 Document Title: Formacion Civica y Etica Document Date: 1999 Document Country

I I i i i i I i i I i i i I I I i i i i Ii Ii ii I i ii iii
DE: __________ IIiiiiIiiI iiiIII iiii Ii Ii ii I i ii iii I, i, i, i 2 UuuUuUI U i Uu uu ui Iu uiu iu U u U, u, u, u 3 A A a a Aa Ia au ua ia ai

El Observatorio Internacional Gemini y la Difusión de la Astronomía. Oficina de Difusión Gemini Argentina MINCYT
El Observatorio Internacional Gemini y la Difusión de la Astronomía Oficina de Difusión Gemini Argentina MINCYT “Family Astro” Forma parte de una s

Story Transcript

E DIF Í CIO G E MINI I E II


Carolina Furuta da Silva - 32234708 Felipe Williams Manini Kairalla 32221861 Felipe Pires Trufeli - 32259271 Guilherme Buzato Colina - 32230486 Rafaela Gitirana Hijiki Marta Santos - 32215118 E PRESBITERIANA MACKENZIE EDIFÍCIO GEMINI I E II Professor orientador: Luis Espallargas Gimenez São Paulo, SP. 2022.


O EDIFÍCIO MODULAR Carolina Furuta da Silva Felipe Williams Manini Kairalla Felipe Pires Trufeli Guilherme Buzato Colina Rafaela Gitirana Hijiki Marta Santos 7 A PRATICIDADE MODULAR Felipe Williams Manini Kairalla 10 FUNCIONALIDADE E FLUIDEZ VISUAL Rafaela Gitirana Hijiki Marta Santos 14 SOLUÇÕES CONVERGENTES Carolina Furuta da Silva 17 A ONDA INDUSTRIAL Felipe Pires Trufeli 19 VOLUMES ANÁLOGOS E SUSPENSOS Guilherme Buzato Colina 23


O EDIFÍCIO MODULAR O edifício Gemini I e II - inaugurado em 1970 - está localizado na rua Graúna, bairro Indianópolis, na cidade de São Paulo e foi um dos primeiros prédios de habitação coletiva construído de forma modular, método revolucionário na década de 60. Por conta disso, em 1974, o Gemini I e II foi premiado na Categoria “Habitação Coletiva – Obra Construída”, pela premiação anual do IAB. Seu arquiteto, Eduardo de Almeida, graduou-se em 1960 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Em 1962 em Florença, cursou Desenho Industrial e história da arte, agregando ainda mais conhecimento para seu leque profissional. Em 1971, se tornou Doutor pela FAU USP, lecionando desenho industrial e projeto de edificações, atuando, posteriormente, como professor na pós-graduação. Eduardo de Almeida é um dos principais nomes da arquitetura no Brasil, tendo como fortes influências arquitetos renomados mundialmente como Frank Lloyd Wright, Mies Van der Rohe e Le Corbusier, dando características únicas e esbeltas aos seus projetos, como o conceito de elegância e rigor, vindo da filosofia presente nas obras do arquiteto alemão. O projeto do Gemini I e II foi concebido com planta livre, isto é, as paredes internas não possuem função estrutural, podendo ser rearranjadas livremente sem danos à sua integridade física ou fachada. Assim, sua estrutura é composta de concreto e tijolos de barro, o segundo sendo utilizado para o fechamento das paredes externas – que possuem quase o dobro da espessura das internas – e funcionam como isolamento térmico e sonoro. A aparência das duas torres residenciais retoma a intenção de manter a modularidade prevista no projeto, além do desejo do arquiteto em organizar racionalmente o tradicional material brasileiro que é o tijolo de barro. Ao se tratar da implantação, observa-se a adoção de dois blocos idênticos – tanto em sua fachada quanto no posicionamento e modulação dos apartamentos – situados sobre pilotis, de modo a criar uma área livre no térreo. Originalmente, essa praça central era aberta ao público, seguindo um conceito de Le Corbusier, porém, com alterações nas leis, tornou-se obrigatória a instalação de uma grade, inserindo uma barreira não traspassável entre a rua e o projeto, divisão essa que, anteriormente, era feita apenas com uma diferença nas alturas dos pisos da calçada e do edifício. As faces leste e norte recebem irradiação solar pela manhã, ressaltando a interferência luminosa do lado oeste por conta do edifício vizinho. Outro fator importante em sua implantação é o desalinhamento dos dois blocos, fator que garante a privacidade de seus moradores, já que apenas paredes cegas encontram-se frente a frente. Além disso, a topografia exerce um papel importante no projeto, já que o desnível do terreno permite a existência de dois acessos: o de pedestre rua Graúna e o acesso à garagem na rua Tuim. 7


8 Os edifícios contam com quatro apartamentos por andar, com cada bloco sendo constituído de dez andares, em uma totalidade de 80 apartamentos no conjunto todo. As plantas das unidades residenciais são espelhadas entre si, criando uma circulação vertical central isolada das janelas laterais do prédio constituída de dois elevadores e uma escada. A edificação surgiu com a intenção de abrigar famílias, logo, divisões que favorecem tal interesse são tecidas. Com cerca de 80m² por apartamento, é possível abrigar um casal com filhos e ainda conter uma área de serviços, assim, cada apartamento é dividido em três grandes áreas: social, íntima e serviço. Essa divisão é feita logo na entrada do imóvel, por meio da abertura da porta social, que cria uma barreira que obstrui a entrada e visão para a cozinha e áreas de serviço. O esquema de ventilação cruzada também é um ponto crucial no projeto. Nos apartamentos, as janelas guilhotina – também projetadas por Eduardo de Almeida – são responsáveis, junto com aberturas localizadas na lavanderia, pela circulação de ar. O mesmo esquema está presente nas garagens, com janelas localizadas na parte superior da parede oposta aos portões, dispensando a necessidade de sistemas que forcem a ventilação. O esquema de ventilação cruzada também é um ponto crucial no projeto. Nos apartamentos, as janelas guilhotina – também projetadas por Eduardo de Almeida – são responsáveis, junto com aberturas localizadas na lavanderia, pela circulação de ar. O mesmo esquema está presente nas garagens, com janelas localizadas na parte superior da parede oposta aos portões, dispensando a necessidade de sistemas que forcem a ventilação.


A cidade de São Paulo é uma grande mistura arquitetônica quando levamos em conta, o tipo, a caracterização e a complexidade dos edifícios aqui presentes. São Paulo se tornou uma cidade histórica não apenas pela sua história, mas também pela atuação de arquitetos renomados dentro dos limites fronteiriços desse estado. A partir disso, destacam-se 2 edificações residenciais construídas por renomados arquitetos. Primeiramente, o edifício Gemini I e II, realizados por Eduardo de Almeida, formado pela FAU USP, localizado no bairro de Indianópolis, Rua Graúna 419. Em seguida, ressalta-se o edifício Santa Francisca e Santa Cândida, projetados por Salvador Candia, arquiteto este, graduado pela FAU MACKENZIE. Este edifício se localiza na rua Aureliano Coutinho, 355, no bairro de Higienópolis. A importância destas construções ultrapassam apenas o quesito estético, uma vez que, do ponto de vista arquitetônico, são exemplares fundamentais e de caráter ímpar, visto que, são extremamente pensados para serem práticos e realizarem a sua principal função: O abrigo. Em primeira análise, destaca-se a semelhança de ambas construções quanto a implantação, dado que, como visto nas imagens, sendo elas respectivamente a implantação do edifício de Cândia e de Eduardo, podemos perceber a analogia das posições das edificações, com o intuito de fazer com que as duas torres recebessem insolação solar, sem que uma faça sombra na outra, garantindo um local com mais luz e calor, fatores fundamentais em épocas frias como o inverno de São Paulo. Logo, podemos concluir que em ambas construções as faces Norte e Leste recebem insolação pela manhã, já as faces Sul e Oeste, recebem luz apenas no final da tarde. A PRATICIDADE MODULAR 10 Felipe Williams Manini Kairalla Implantação Santa Francisca e Implantação Gemini I e II Santa Cândida


11 Em segunda análise, enfatiza-se o fato de que as torres dos arquitetos estão localizadas em lotes de esquina, ou seja, estão no encontro entre 2 ruas. Com isso, cria-se a possibilidade de fazer um prédio que tenha acesso por 2 locais, sendo uma garagem e/ou uma portaria, desde que ambas respeitem a lei do recuo mínimo. Assim, os moradores podem entrar pela garagem ou pela portaria. Com isso, os arquitetos brasileiros em questão, assim como o espetacular Mies Van Der Rohe fez em Chicago com o Lake Shore Drive, justapõem as torres, justamente pelo fato do lote ser em esquina, criando uma conexão entre ideais arquitetônicos de arquitetos excepcionais. Adiante, vemos que as plantas elaboradas pelos dois arquitetos são iguais em cada torre. Ou seja, em cada andar dos edifícios, as plantas são iguais. No edifício de Eduardo de Almeida, esta configuração de plantas se estabelece pelos seus 10 andares, facilitando muito a continuação do projeto. Nessa perspectiva, observa-se a mesma ideia no edifício de Salvador, uma vez que as plantas das duas torres também são iguais, assim, a construção também foi muito rápida. Ambos edifícios demoraram apenas 2 anos para serem realizados. Outro ponto de análise das plantas, é a semelhança entre as distribuições das áreas no edifício e de como elas se relacionam. Nesse ínterim, áreas de serviço em ambas construções são isoladas das outras áreas dos apartamentos através de portas. No Gemini, a porta principal barra a vista para as áreas de serviço do apartamento, já no santa francisca e santa cândida, os cômodos de serviço são isolados das outras áreas residenciais através da presença de portas que delimitam as áreas íntimas dos apartamentos. Planta Gemini I e II Planta Santa Francisca e Santa Cândida


12 Assemelhando-se a isto, ressalta-se que em ambos projetos apresentam o formato quadricular, garantindo que a região central sirva como rota preferencial pelo prédio. Tal conceito foi primeiramente usado por Mies Van der Rohe. Baseando- se agora nas plantas e nas implantações, vemos que as torres foram projetadas para que as janelas das faces não se faceiam, logo, os apartamentos adquirem mais privacidade, dando mais segurança para os moradores. Outrossim, ambos apartamentos possuem ventilação cruzada, permitindo a entrada e a saída de ar nos apartamentos, deixando o ar mais, mais limpo e renovado, concedendo um ambiente mais aconchegante. Logo, isso implica na não necessidade de sistemas de ar condicionado e de aquecedores. Ademais, ambas construções foram feitas de concreto armado, garantindo benefícios às ambas construções, como as boas condições de resistência à água e a durabilidade dos projetos, algo de se notar, visto a exposição aos fatores climáticos que as duas construções sofreram em seus mais de 50 anos de exibição. Observa-se, também, que as paredes dos apartamentos de ambas construções não possuem função estrutural, ou seja, não exercem papel de sustentação na distribuição das forças das torres. Assim, as paredes dos apartamentos delimitam apenas as divisões dos cômodos, separando as áreas dos apartamentos. Com isso, as reformas podem ser realizadas com mais facilidade, ampliando e conectando cômodos, criando assim, um ambiente mais agregado e aberto. Segundo (NAVARRO, 2006), o arquiteto Takumi Nakashima realizou mudanças nas plantas do Gemini, agregando a sala com o escritório, como vemos na imagem ao lado, onde as paredes foram retiradas para criar uma circulação entre os cômodos da casa. Santa Francisca e Santa Cândida por Hagen Stier Foto do Gemini I e II por Andre Scarpa Santa Francisca e Santa Cândida por Leonardo Finotti


13 Por fim, a característica mais marcante nas construções em questão, é o fato de que as duas são suspensas do solo, ou seja, os pilares ficam aparentes no térreo, em formas de grandes pilotis, que fazem com que o pavimento térreo fique completamente livre para circulação, para a interação entre moradores, para a utilização livre deste espaço. No caso do edifício Gemini, o pavimento térreo possui uma quadra de basquete, um jardim extenso em sua grande maioria e bancos e cadeiras espalhadas ao redor do térreo, favorecendo a permanência dos moradores no espaço coletivo dos edifícios. Isso posto, destaca-se, que abaixo do pavimento térreo, encontra-se a garagem, cujo acesso é pela rua Tuim, que se desenvolve em 2 níveis graças a declividade do terreno que o prédio se encontra. Ainda no pavimento térreo do Gemini, estão presentes a casa do zelador e o salão de festas. Tal conceito do uso de pilotis foi enfatizado muito por Le Corbusier em suas construções ao redor do mundo, onde os prédios funcionavam em torno dos pilotis e do pavimento térreo livre, dando um ar único e característico da arquitetura modernista. Isométrica de Santa Francisca e Santa Cândida Isométrica de Gemini I e II


A partir de análises a serem destacadas, é possível afirmar uma evidente similaridade entre os Edifícios Gemini I e II, projetado por Eduardo de Almeida e o Edifício Louveira, projetado por Vilanova Artigas. Tal analogia pode ser realizada desde a contextualização da construção de ambos os edifícios, em que a cidade de São Paulo passava por um crescente processo de crescimento e reestruturação urbana, que pode ser observado principalmente nas áreas centrais, onde ocorria uma significativa verticalização do espaço em meados do século XX. Dessa maneira, os dois edifícios constavam com um entorno ainda predominantemente formado por uma área residencial unifamiliar, um entorno horizontalizado que demonstrava um contraste marcante dos edifícios e as residências que os rodeavam. Em tal contexto, o Edifício Louveira, projetado por Artigas, foi um dos responsáveis por trazer o desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira para São Paulo. Porém, assim como o Edifício Gemini possuía certos aspectos não-modernos, segundo Vargas & Araújo(2014) “Internamente, a maneira de morar permanência nos moldes burgueses, com separação entre a área social e a área de serviço, a presença de cômodos de empregados, espaços segmentados”. Com a finalização de sua construção em meados de 1950, passava pela época de inauguração das propostas modernistas no Brasil, e, relacionado à isso, o Edifício de Eduardo de Almeida também possuía certos conceitos modernistas(apesar de sua situação na morfologia urbana tradicional), tal como o uso de pilotis no térreo, um dos cinco pontos de Le Corbusier, pioneiro do movimento modernista. Tal elemento utilizado eleva a construção e deixando o térreo livre, garante a valorização da amplitude, e também está inserido no térreo do Edifício Louveira, o qual o térreo livre possibilita a integração do edifício com o espaço exterior, e com o jardim presente no mesmo, que passa uma rampa elevada que conecta os dois prismas retangulares alinhados do edifício. Nesse âmbito, o Gemini se assimila neste aspecto ao edifício projetado por Artigas, visto que assim como o Louveiras seu térreo livre conectou os espaços livres do lote, permitindo um acesso à ambos os blocos, garantindo também um ambiente harmonioso que estabelece continuidade espacial e integração dos espaços abertos. Além de tal marcante semelhança de organização do espaço, como o térreo, que em ambos edifícios demonstram a harmonia do espaço que foi criada a partir dos pilotis, garantindo uma integração do espaço com espaços abertos, e a continuidade visual dos espaços com o exterior, ambos os projetos contam com dois blocos retangulares residenciais semelhantes afastados entre si em cada projeto e que apesar de relativamente próximos garantem conforto e privacidade, FUNCIONALIDADE E FLUIDEZ VISUAL 14 Rafaela Gitirana Hijiki Marta Santos


15 de maneiras distintas. Entretanto, tais blocos estão organizados de maneiras distintas, Eduardo de Almeida projetou os edifícios Gemini I e II levemente defasados, e, consequentemente, garantem a privacidade entre os apartamentos, além de que suas fachadas mais próximas estão os ambientes de serviço. Já no Edifício Louveira, projetado por Artigas, foram colocados dois blocos paralelos alinhados há uma distância de vinte metros, a qual encontra-se um jardim inserido ao meio e garante ventilação e insolação em salas e dormitórios. Cabe ressaltar também que assim como este edifício, o projetado por Almeida possui suas áreas social e íntima com aberturas voltadas para as áreas verdes situadas no térreo do edifício. Ao comentar sobre as áreas da planta projetada por Eduardo, e levando em consideração o afirmado anteriormente sobre a separação das áreas sociais e de serviço na planta do Louveira, é possível analisar a planta do Edifício Gemini e estabelecer uma analogia com o outro edifício que está sendo estudado, Gemini possui também uma setorização interna dos apartamentos, com evidentes áreas sociais, íntimas e de serviço, que acabam por garantir uma independência de acessos de circulação, pode-se observar que há entrada própria na área de serviço, que não depende da área social, a qual foi estabelecido uma outra entrada. No Edifício Louveira esta divisão entre social e serviço torna-se mais evidente ao observar o hall íntimo o qual estabelece acesso entre a cozinha e o social, por exemplo; e também ao perceber na planta de Vilanova Artigas duas entradas nos apartamentos, uma delas é ligada ao setor de serviço, que se abre para cozinha e distribui circulação em área de serviço e dormitório; e uma entrada que se abre na sala de estar, e é conectada ao setor social e íntimo, distribuindo circulação nos banheiros e dormitórios. Nesse âmbito, observando as plantas dos apartamentos dos respectivos edifícios projetados por Eduardo de Almeida e Vilanova Artigas, é possível afirmar que em cada um dos projetos está estabelecida uma tipologia igual entre os apartamentos. Além da similaridade de elementos das plantas dos edifícios, é notório a semelhança externa, sobretudo nas janelas. No edifício projetado por Artigas, as janelas são um elemento de destaque, possuem formas retangulares, assim como as do Gemini, e cores marcantes, vão de chão ao teto, revelando espaços internos do apartamento, mas também painéis coloridos que garantem privacidade nos apartamentos. Assim como o Edifício Louveira, o projetado por Almeida também possui janelas “ideais”, com abertura tipo guilhotina e contrapeso, permitindo o deslocamento vertical das esquadrias e formada por duas folhas que ficam sobrepostas, são retangulares, e vão de chão a teto. Dessa maneira, é possível concluir, que apesar de serem bastante distintos, os edifícios possuem semelhanças significativas em torno de suas construções desde suas contextualizações, e que acabaram por possivelmente influenciar na projeção do projeto, e estabelecer analogias nas plantas dos apartamentos, nos dois blocos de cada projeto, janelas de guilhotina, a tipologia igual de cada projeto, o modernismo, entre outros que foram comentados anteriormente.


16 Planta pavimento tipo Edifício Louveira Edifício Louveira por Nelson Kon


É viável construir diversas comparações com o edifício Gemini I e II através de suas características marcantes. Após alguma análise, é possível perceber um paralelismo entre o projeto previamente citado, de Eduardo de Almeida, e os edifícios Lugano e Locarno, de Franz Heep. Ambas as construções são configuradas como dois blocos idênticos, em tamanho e fachada, de apartamentos residenciais situados sobre pilotis, resultando em uma praça central que permite a continuidade visual com a rua em que estão situados. Ou seja, ambos os projetos exploram em sua implantação a integração com seu entorno através de uma área central que proporciona ampla visualização, tanto do conjunto arquitetônico quanto do contexto em que estão inseridos. Ainda analisando os edifícios em seus respectivos contextos, pontua-se a incidência solar em cada um dos projetos. O Gemini I e II recebe, nas faces leste e norte, irradiação solar pela manhã. O desencontro de suas torres não permite que um volume faça sombra sobre o outro, diferente do que ocorre com o Lugano e Locarno, em que o posicionamento frente a frente dos dois blocos cria uma sombra na área central. SOLUÇÕES CONVERGENTES 17 Carolina Furuta da Silva Planta Gemini I e II Planta térreo Lugano e Locarno Ao se tratar da configuração dos apartamentos, apesar de o Gemini I e II possuir apenas uma tipologia residencial – diferente de Lugano e Locarno – há a presença de estratégias para garantir a ventilação cruzada nas unidades, além de estratégias de modulação dos apartamentos nas áreas sociais e privadas, de modo a garantir a privacidade de seus moradores de forma eficiente, embora de maneiras distintas. O primeiro projeto adota o desalinhamento dos blocos, enquanto o segundo adota o espaçamento pela praça central. Também é interessante pontuar a clara divisão entre as áreas servidas (social e íntima) e servidoras dentro da unidade residencial. O Gemini I e II separa as duas áreas


logo na entrada do apartamento, utilizando a abertura da porta da entrada social como barreira efêmera, tampando a porta de entrada para a cozinha. Do mesmo modo, Lugano e Locarno separa as duas áreas nas duas extremidades do apartamento, áreas servidas possuindo vista para a praça central e áreas servidoras na parte que poderia ser considerada “de trás” do edifício. 18 Planta apartamento Gemini I e II Planta apartamento Lugano e Locarno Em uma análise de técnicas construtivas e materialidade, constata-se que o Gemini possui uma planta solta, em que suas paredes externas têm quase o dobro da grossura das internas, que podem ser rearranjadas sem problema algum, já que não possuem função estrutural. Ambos os projetos possuem o concreto armado como elemento chave em sua construção, estando presente nos pilares do Gemini I e II e em toda a estrutura do Lugano e Locarno. Em suma, afirma-se que ambos os projetos resgatam um conceito de semelhança da Gestalt, por meio da presença de dois volumes idênticos e suspensos, além de evidenciar características estruturais propostas por Le Corbusier com a presença de pilotis e térreo livre. Assim, cria-se uma convergência nas soluções propostas, sem que haja o descarte das intenções e poéticas de cada arquiteto.


Historicamente, o avanço da construção de edifícios em larga escala, pode ser compreendida pela transferência de investimentos do setor habitacional rentista para o industrial e também o financeiro, segundo Barbosa em: “BNH e a verticalização em São Paulo: a cia Hindi.”. Consequentemente levou a criação da Lei do Inquilinato em 1942, que criou restrições aos aumentos nas cobranças de alugueis. Pela análise, a legislação favoreceu as classes baixas e médias com a criação da lei, o que permitiu a abrangência do setor de inquilinos que buscavam moradia em São Paulo por um preço acessível. O mercado imobiliário, por sua vez, conseguiu se erguer devido os acontecimentos que favoreceram, como o alto investimento estatal e a entrada de capital estrangeiro, que combinadas geraram o crescimento milagroso. Tal vantagem econômica permitiu o desenvolvimento e adaptabilidade da classe arquitetos em projetar obras públicas e privadas. Retomando a ênfase para os projetos residenciais de Eduardo de Almeida (Gemini I e II) e de Anuar Hindi (Edifícios Régio, Rossano, Rimini e Ravana), que desenvolveram edifícios de habitação visando o aproveitamento do setor industrial. A ONDA INDUSTRIAL 19 Felipe Pires Trufeli Edificio Rossano por Bruna Gondim Gemini I e II por Andre Scarpa A arquitetura vertical já era utilizada para habitar centros urbanos, com intuito de preservar espaços. Combinada com a industrialização, a modularidade de projetos passou a ser constantemente adotada, por ser mais econômica e rápida. Estratégia evidente nas obras de Mies van der Rohe, que influenciou toda a geração arquitetônica do século XX ao valorizar o conceito de produção industrial inerente ao capitalismo. Eduardo de Almeida e Anuar Hindi possuem formações em diferentes faculdades que, por sua vez, influenciaram nos objetivos e aspectos dos projetos


20 ao longo da carreira. O contexto habitacional progressivo levou ambos a desenvolverem edifícios visando os mesmos objetivos, mas por vias teóricas de origens distintas. Almeida, formado pela Universidade de São Paulo, priorizou os edifícios cuja interação com o meio público é identificável, com o projeto inicial não incluindo obstruções, como grades ou muros. Já com Hindi, formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, o projeto dos edifícios localizados em Sumaré foi projetado visando criar uma interação permeada com o público, afim de presar pelo valor da área privada dos moradores com a presença muros. Esboçando uma ideia de superioridade dos 4 edifícios ao se posicionarem sobre blocos e depois pilotis. Vale ressaltar que o comércio interativo com o público foi uma característica respeitada por Hindi para a composição do local. A confecção de edifícios habitacionais durante o final dos anos 60 até os 70 apresentava estratégias de projeto industrial que se assemelhavam. Sendo evidente a busca pela rapidez na construção, algo que é congruente com a eficácia do desenho projetado pelo arquiteto responsável. Tal profissional apresenta técnicas de origens distintas, as quais repercutem na estética e racionalidade funcional do edifício. Comparativamente, vale expressar a importância de Eduardo de Almeida, com destaque para os edifícios Gemini I e II, e Anuar Hindi, autor dos edifícios Régio, Rossano, Rimini e Ravana. As características de ambos, tanto pela forma quanto pela funcionalidade, são exprimidas essencialmente pelo objetivo dos arquitetos de construir edifícios habitacionais em menos tempo. A materialidade da estrutura em concreto armado, permitiu a elevação volumétrica sob pilotis para liberar a área do térreo, característica apreciada por Le Cobusier em múltiplos projetos marcantes do século XX. Ademais, os conceitos de Mies são evidentes na modularidade e no contexto mercantil de produção. Outrossim, as plantas destacam-se pela semelhança de posicionamento. Sendo que ambas são espelhadas, com quatro apartamentos por andar. Além de que a circulação central é presente, com a escada e os elevadores centralizados na planta. Em divergências, a planta de Hindi segue o modelo H e isola a área interna do condomínio com o espaço público, diferentemente do Gemini que a priori não havia barreira entre a área privada e da rua. Logo, é possível induzir que ambas as plantas não apresentam complexidades excessivas, facilitando a manutenção e construção. Localizados em esquinas e elevados sob pilotis, identificam-se espaços abaixo dos edifícios com estacionamentos no subsolo. A materialidade de ambos buscou agilidade na conclusão do edifício. No projeto do edifício Gemini, o fechamento foi pensado com o uso de pré-fabricados, não ocorrendo devido o preço da obra, conforme afirma Cesar Shundi em: “Eduardo de Almeida: reflexões sobre estratégias de projeto e ensino”. Sendo o tempo e o custo de construção dois dos desafios tomados pelos arquitetos. De acordo com Shundi, os arquitetos buscaram alternativas que equalizassem as tecnologias disponíveis e aos desejos


de projeto a serem alcançados. Sendo, então, evidente que nos projetos de Almeida e Anuar, ambos possuem “tipos” semelhantes mas com materialidades distintas nos projetos, como os tijolos no Gemini e os painéis pré-moldados de concreto nos de Hindi. A respeito do posicionamento dos edifícios, o lote do Gemini I e II com os dois edifícios fora utilizado uma parede cega para solucionar a privacidade entre os moradores com janelas frente à frente. Semelhante ao posicionamento dos edifícios Régio e Ravena, que exercem a mesma estratégia. 21 Paralelamente a questão das janelas, há também a irradiação solar. No bairro de Sumaré, a predominância dos arredores dos 4 edifícios é de construções baixas não verticalizadas, favorecendo a recepção solar nestes. Diferentemente em Moema, onde localiza-se o Gemini, com o passar dos anos a verticalização do local dificultou a irradiação solar diante das duas construções, causando alterações térmicas. Ademais, os sistemas de ventilação exercidos retomam a ventilação cruzada, beneficiada em ambos. Por conseguinte, é válido afirmar que as obras de Almeida e Hindi são semelhantes em forma e retomam o mesmo contexto histórico (ascensão do setor industrial no mercado construtivo e a busca popular por habitações em São Paulo). Nisso, as obras visaram a rapidez construtiva, economia e necessidades sociais da época, conceitos esses que acarretam fragmentos históricos do Brasil na década de 60 e 70, modelando uma arquitetura característica do centro urbanizado da cidade de São Paulo. Implantação Gemini I e II Implantação Edifícios Régio, Rossano, Rimini e Ravana Foto das paredes cegas do Gemini por Felipe Trufeli


22 Planta Edifícios Régio, Rossano, Planta Gemini I e II Rimini e Ravana Elevação Edifícios Régio, Rossano, Rimini e Ravana Corte Gemini I e II


Através das características apresentadas na dissertação a seguir, compreendese que o Edifício Gemini I e II, de 1970, projetado pelo arquiteto Eduardo de Almeida, e o Edifício Leme, de 1976, concebido pelo arquiteto João Kon, apresentam intenções e execuções convergentes, mas mantendo características únicas da poética de cada projetista. O edifício Gemini se encontra na esquina da Rua Graúna, 419, em Indianópolis, possuindo dois acessos ao condomínio, onde o primeiro encaminha os pedestres ao térreo e o segundo leva a garagem no subsolo, exclusivo a automóveis. O edifício Leme está localizado na Rua Ministro Godói, 683, em Perdizes, possuindo três acessos ao condomínio, dois deles encaminham o pedestre ao território, um para cada torre, e o terceiro leva ao subsolo. Ambos Gemini e Leme são imóveis estritamente residenciais, compostos de duas torres que interagem unicamente pelo térreo. As faces das torres que se encontram, no caso do Gemini, são as que fazem parte da área cega dos apartamentos e das aberturas para ventilação, enquanto as faces do Leme são deveras espaçadas, além de desencontradas, soluções que proporcionam aos residentes segurança e privacidade. Constitui-se o edifício Gemini de dois blocos simétricos pouco espaçados implantados de forma a estarem paralelos, mas não alinhados. As duas lâminas do edifício Leme são implantadas perpendicularmente e desencontradas, evitando a proximidade no terreno, conformando uma área coletiva em seu centro. No edifício frontal há um apartamento amplo por andar, enquanto no edifício traseiro tem dois apartamentos espelhados na laje. VOLUMES ANÁLOGOS E SUSPENSOS 23 Guilherme Buzato Colina Foto por: Nelson Kon Foto por: Andre Scarpa


Os volumes que compõem ambos edifícios são suspensos por pilotis, característica estrutural da arquitetura moderna de Le Corbusier, remetendo ao conceito de semelhança da Gestalt. Ademais, tal elevação dos blocos permite que a área do térreo seja livre e ampla para a circulação e interação social dos moradores, além da continuidade orgânica com as atividades de lazer disponíveis nesse nível, como os jardins e a quadra esportiva, em ambos edifícios, e a área da piscina, no edifício Leme. Esse espaçamento e desencontro das torres na implantação do projeto, unido ao direcionamento conforme o trajeto do sol, permite a incidência de luz sem que um volume sombreie o outro. 24 Observa-se que o programa dos apartamentos está inserido em uma planta retangular com os prismas agregados das escadas. As torres comportam dois elevadores, social e de serviço. Referente ao edifício Gemini, a escadaria é iluminada artificialmente e leva aos acessos primários e secundários dos apartamentos. Enquanto ao edifício Leme, sua escadaria apresenta aberturas para iluminação natural, e leva somente ao acesso secundário. Planta Edifício Leme Planta Gemini I Implantação Edifício Leme Implantação Gemini I e II


As residências dos edifícios Gemini e Leme possuem semelhanças de geometria e disposição dos cômodos, acessos e restrições. Uma dessas característica em comum é o duplo acesso a residência. Os ambientes da sala de estar e da cozinha são distinguidos e não possuem uma interação aberta. A planta do Gemini apresenta um destaque criativo, onde a porta do acesso principal barra a vista para a passagem as áreas de serviço do apartamento. No edifício Leme as áreas de serviço são isoladas das áreas residenciais através da presença de portas e paredes cegas, que também demarcam as áreas íntimas do apartamento, como quartos e escritórios. Os espaços são organizados da seguinte forma: a entrada primaria permite o acesso a sala de estar e ao corredor que leva aos cômodos e ao lavabo; a entrada secundária permite o acesso à cozinha, com passagem para a sala de estar e interligada com a área de serviço. Essa distribuição permite melhor dinamicidade na circulação do morador frente ao diálogo entre a sala, a cozinha e os quartos. 25 A geometria e disposição das aberturas nos apartamentos também favorecem a ventilação cruzada, que influencia no bem estar e conforto dos residentes pela constante circulação e renovação do ar no espaço. Em relação a natureza de distribuição das cargas, em ambas obras, são sustentadas por uma estrutura de concreto armado independentes das paredes internas, que não possuem função estrutural. Essa característica facilita reformas e manutenções no edifício e permite o proprietário retrabalhar o espaço do apartamento a seu caráter sem que altere a fachada do edifício. Planta do apartamento do Ed. Leme Planta apartamento Gemini I e II


Também é importante verificar que existe uma harmonia entre as estruturas, os materiais e os ambientes. Nota-se em ambas obras a materialidade usada de forma criativa e pouco usual. A aparência dos edifícios Gemini, com seus tijolos de barro e estrutura de concreto aparente ressalta um caráter econômico que mantem a modularidade prevista na concepção de Eduardo de Almeida. O edifício Leme também aproveita os elementos estruturais vazados, como citado, muito característicos no Gemini. O detalhamento em madeira está presente no Gemini, revestindo falsos pilares responsáveis por unificar o caminho da fiação elétrica, assim como nos painéis de venezianas de madeira característicos do Leme, que são movimentados por um cabo de aço. Contrariando a espacialidade da maioria dos condomínios, que são comprimidos entre recuos mínimos, segundo a insensibilidade a que todos se acostumam, o edifício Leme propõe uma cidade mais atrativa, com sua elevação perpendicular, alternando construção e espaços abertos voltados para o logradouro, dispondo da topografia do terreno. Este aspecto de convite da fachada aos externos ao edifício se assemelha ao ideal almejado e concepção original do Edifício Gemini com sua fachada aberta aos pedestres, que utiliza a altimetria do terreno para elaborar um jardim vertical de recepção. 26 Edifício Leme por Nelson Kon Edifício Gemini II por Felipe Trufeli


Sexton Architects" 29 Mar 2010. ArchDaily. Accessed 28 Nov 2022. ISSN 0719-8884 ALMEIDA, Eduardo de. Entrevista concedida a Guilherme Trevizani Ribeiro. São Paulo: Memória do SENAI-SP, mar. 2017. Arquivo MP3. ARGAN, Giulio Carlo. Módulo-medida e módulo-objeto. In: ______.Projeto e destino. São Paulo: Ática, 2001. BARDI, Lina Bo. Ao limite da casa popular. Mirante das artes, São Paulo, n. 2, s/p, mar.-abr. 1967. IMBRONITO, Maria Isabel. Três edifícios de habitação para a Formaespaço: Modulares, Gemini e Protótipo. 2003. 119 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003. IWAMIZU, Cesar Shundi. Eduardo de Almeida: reflexões sobre estratégias de projeto e ensino. 2015. 546 f. Tese (Doutorado em Projeto de Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. XAVIER, Alberto; LEMOS, Carlos; CORONA, Eduardo. Arquitetura moderna paulistana. Barcelona: Pini, 1983 PILOTIS, São Paulo, n. 4, fev. 1950, p.8. In: FERRONI, Eduardo Rocha. Aproximações sobre a obra de Salvador Candia. 2008. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008, p.75. RIBEIRO, Guilherme Trevizani. O edifício modular em série: Gemini, Lark e Coronet. TURCHI, Thiago Pacheco. Artigas e o Ed. Louveira Edifícios residenciais e a verticalização de São Paulo na obra de Vilanova Artigas. 2015. GALESI, René; CAMPOS, Candido Malta. Edifício Louveira: Arquitetura Moderna e Qualidade Urbana. BARBOSA, Eliana Rosa de Queiroz. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie. O BNH e a verticalização em São Paulo: A CIA. Hindi. São Paulo, p.28.2009. Acesso: 01/12/2022 (http://livros01.livrosgratis.com.br/cp108770.pdf ) GONDIM, Bruna. Anuar Hindi- Edificios Rimini, Rossano, Régio, Ravanna, p. 17, São Paulo, 2019. Acesso: 01/12/2022 https://issuu.com/brunagondim/docs/livroanuar_hindi-com_sangria ARGAN, Giulio Carlo – “Sobre o conceito de tipologia arquitetônica”. In: ARGAN, G. C.. Projeto e destino. São Paulo: Editora Ática, 2000. p.273. ACRÓPOLE “Edifícios de apartamentos em Higienópolis”, 1962, N°287, P. 347. BARBOSA, Marcelo Consiglio. A obra de Adolf Franz Heep no Brasil. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo. 2002. BARBOSA, Marcelo Consiglio. "Adolf Franz Heep: um arquiteto completo". 1° ed. São Paulo, 2017, P.264- 275.


CRÉDITOS 43 Textos por Carolina Furuta da Silva, Felipe Williams Manini Kairalla, Felipe Pires Trufeli, Guilherme Buzato Colina e Rafaela Gitirana Hijiki Marta Santos. Fotos por Carolina Furuta da Silva e Felipe Pires Trufeli.


Get in touch

Social

© Copyright 2013 - 2024 MYDOKUMENT.COM - All rights reserved.