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Programa do espetáculo Avenida Cyprus de David Ireland com direção de Laerte Mello

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“A FIGURA DE ERIC MILLER PODE SER IDENTIFICADA COM A DE UM NACIONALISTA DOS QUE SE INSURGIRAM A FAVOR DE TRUMP NO CAPITÓLIO. O ERIC DE CYPRUS AVENUE É UMA VARIAÇÃO IRLANDESA DO TEMA. OS DETALHES CULTURAIS PODEM PARECER EXÓTICOS AOS AMERICANOS, MAS O ÓDIO É EXATAMENTE O MESMO.” The New York Times – EUA (Ben Brantley) “A HISTÓRIA DE DAVID IRELAND SOBRE UM UNIONISTA É UMA ANÁLISE DO ÓDIO SECTÁRIO COM HUMOR ÁCIDO – E UM DRAMA SUBVERSIVO QUE NUNCA FOI TÃO RELEVANTE QUANTO AGORA.” The Guardian – Inglaterra (Michael Billington) “NÃO ME LEMBRO DE TER VISTO UMA PEÇA QUE TENHA SIDO TÃO ABSOLUTAMENTE CLARA SOBRE UM POSSÍVEL DESTINO TÃO ALARMANTE” The Guardian – Escócia (Susannah Clapp)


Por Laerte Mello O Brasil e o mundo vivem um momento de crescimento de um movimento antiprogressista com ataques violentos a opositores da direita. Líderes e influenciadores antiprogressistas, principalmente através de “fake news”, vêm contaminando a cabeça de pessoas de todas as classes sociais, raça e credo religioso. Temos visto casos de agressões e até assassinatos por causa dessa contaminação. No Brasil, esse problema está longe de acabar. Mesmo com Bolsonaro não tendo sido reeleito, uma grande porcentagem da população seguirá agindo dentro dos princípios antiéticos e agressivos que consagraram seu mandato, e sendo inflamada de ódio por “fake news”. A peça AVENIDA CYPRUS acende um holofote sobre o que essa forma de instigar o ódio pode causar em mentes que estejam de alguma forma fragilizadas. Mesmo se passando na Irlanda do Norte, a história da peça tem fácil paralelo com o momento brasileiro. Não foi preciso adaptações para que sua montagem no Brasil fosse relevante e necessária.


A peça conta a história do personagem Eric Miller, que mora com sua esposa, filha e neta na Avenida Cyprus em Belfast. Eric é um cidadão protestante que sempre foi a favor da Irlanda do Norte seguir como parte do Reino Unido, totalmente contra os separatistas, que querem a independência. Ele tem um ódio mortal dos cidadãos que pensam diferente dele. O seu principal desafeto é o político Gerry Adams, líder do partido separatista. Quando a neta de Eric nasce, ele vê no rosto dela as feições de Gerry Adams. Ele discute com sua filha e sua esposa. Em um primeiro momento, pensa absurdamente que a filha pode ter tido um caso com o político. Depois, a sua obsessão piora ainda mais, e ele passa a acreditar que sua neta é o próprio Gerry Adams disfarçado. Essa situação vai ficando cada vez mais absurda, por vezes atravessando momentos de comicidade sarcástica, até finalizar de forma trágica e violenta.


“Avenida Cyprus” é a sexta montagem do grupo em seus quase dez anos de existência. E a quarta montagem de dramaturgos britânicos contemporâneos. O grupo estreou em 2013 com a montagem de “Psicose 4h48” (Sarah Kane). Na sequência montou “Na República da Felicidade” (Martin Crimp) e “S.(AR).A.H.” de Renata Aspesi, inspirada nas obras de Sarah Kane e Artaud. Todas dirigidas por Laerte Mello. Em 2016 o grupo montou “Homens nas Cidades” (Chris Goode) desta vez com a direção de Francisco Medeiros. Em 2021 estreou “Cidadão de Bem?” de autoria coletiva e sob direção de Laerte Mello. Hoje o grupo é formado por Alexandre Ogata, Bea Lerner, Benedito Bandeira, Cláudia Piassi, Fabiana Fields, Felipe Sales, Laerte Mello e Nanda Versolato.


w w w.re ally gre atsite.c o m /01 AUTOR David Ireland nasceu em Belfast – Irlanda do Norte, é dramaturgo e ator, formado pela Royal Scottish Academy of Music and Drama. Sua primeira peça, “O que dizem os animais”, foi produzida em 2009. Ele também escreveu “Tudo entre nós”, premiada com o Stewart Parker Award e o Meyer-Whitworth Award, “O fim da esperança”, “Meio copo d’água”, “Sim, então eu disse sim”, “Não posso esquecer de você” e “Te prometo sexo e violência”. “Avenida Cyprus”, peça de 2016, recebeu os prêmios Irish Times Award (Melhor Peça Inédita) e James Tait Black Award. Ireland também foi premiado em 2018 pela peça “Ulster americano” com o Scotsman Fringe First, The Carol Tambor Best of Edinburgh award e The Critics Award (Melhor Peça Inédita).


Os ensaios de Avenida Cyprus aconteceram na sede da Flexágono Produções Culturais, localizado na Rua Treze de Maio, 240, no bairro do Bixiga na cidade de São Paulo.


Autor: David Ireland Tradução, direção e iluminação: Laerte Mello Preparação do elenco em cenas de ação: Aline Abovsky Cenário e Figurinos: Fatal Companhia Designer de material de divulgação: Fabiana Fields e João Cayres Planejamento de divulgação on line: Felipe Sales Fotos: Fabiana Campos Elenco: Bea Lerner, Fabiana Fields, Felipe Sales, Laerte Mello e Nanda Versolato. Operação de luz: Gabriel Savino Realização: Grupo de Teatro Fatal Companhia Apoio: Flexágono Produções Estagiário da Escola Superior de Artes Célia Helena: Leonardo Nachreiner Filho


Alexandre Ogata, Ariela Goldman, Benedito Bandeira, Bianca Pyl, Bruli Maria, Carol Fabri, Celso Curi, Cia. Elevador de Teatro Panorâmico, Claudia Piassi, Daniela Flor, David Ireland, Dione Leal, Duda Leite, Edu Guimarães, Escola Superior de Artes Célia Helena, Fabiano Campos, Flávia Toffoli Versolato, Flexágono Produções, Gabriel Lencioni, Garland Productions Ltd, Giorgia Kanner, Guia Off, Independent Talent Group, João Cayres, Léo Versolato, Luciana Justi, Maju Magalhães, Paloma Galasso, Renata Aspesi, Renata Versolato, Rupert Stonehill, Sandro De Ranieri, Solange Maria, Tássia Cabanas, Tatiana Flory, Thais Rossi, Ubaldo Versolato, Wesley Kawaai e Will Silva. Agradecimentos especiais: Luciana Schwinden e Mica Ella Cimet


direção de Rogério Rizzardi (2017). Integrou por dois anos o núcleo de pesquisa “Corpo-Palavra” de Liana Ferraz, que visava o estudo das obras de Elis Regina e tinha como base o trabalho corporal de exaustão. De 2020 a 2021 realizou leituras semanais no programa “Leitura Dramática” na plataforma digital “Radiola Livre”, sob direção de Laerte Mello. Em 2022 esteve em cartaz com a peça “Cidadão de bem?” também sob direção de Laerte Mello. Em seu trabalho mais recente, atuou na peça “A Mãe Morta”, de Mica Ella Cimet no Centro Cultural São Paulo sob direção de Beatriz Miranda ao lado de Laerte Mello e Luciana Schwinden. Bea Lerner Julie Bea Lerner é Bacharel em Artes Cênicas pela Escola Superior de Artes Célia Helena. Deu início a carreira através do Projeto Conexões (2013 e 2014), dirigida por Tuna Serzedello. Também esteve em contato com a tragédia grega, através da montagem da peça “Hipólito” de Eurípedes, sob direção de Elisa Ohtake. Dentre outros trabalhos, esteve em cartaz com a peça “Croácia Login”, Fabiana Fields é atriz, performer e cantora formada em artes cênicas no Teatro Escola Célia Helena (SP). Integrou o elenco de “A Mãe Morta”, de Mica Ella Cimet, dirigida por Beatriz Miranda com Laerte Mello e Luciana Schwinden no Centro Cultural São Paulo. Além disso, atuou em “O casamento pequeno-burguês” de Bertolt Brecht, dirigida por Luciana Schwinden, “A Invasão” de Dias Gomes, Fabiana Fields Bridget dirigida por Ednaldo Freire, além do musical “O Anti-musical”, dirigida por Fabiana Tolentino e musicalmente por Miguel Briamonte. Em 2022 iniciou seu aprofundamento na pesquisa de Corpo, Teatro e Performance no curso de pósgraduação da Escola Superior de Artes Célia Helena.


Felipe Sales Slim Felipe Sales é bacharel em Artes Cênicas pela Escola Superior de Artes Célia Helena e especializado em direção e atuação pelo projeto de Pós Graduação Lato Sensu da mesma instituição. É também ex-aluno do curso de inverno da Escola do Teatro de Artes de Moscou (MXAT), na Rússia. No teatro, atuou sob a direção de alguns dos diretores mais relevantes da cena paulistana. Seus trabalhos mais recentes como ator incluem “Crônicas de Nuestra América”, e “O grande acordo internacional de Tio Patinhas”, ambos de Augusto Boal e sob a direção de Marco Antonio Rodrigues. Também sob a direção de Marco Antonio Rodrigues, representou o Brasil no Festival Internacional BRICS, organizado por Valentin Trepliakhov, com “Excerto de Mãe Coragem" ao lado de Nani de Oliveira e Stella Rea Barnabé. Sob direção de Laerte Mello, esteve em “Teatreiros”, programa semanal de leituras dramáticas para a rádio digital Radiocracia Já! e “Cidadão de Bem?” com Alexandro Ogata e Bea Lerner nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade. Em 2022, dirigiu o espetáculo “Noites brancas”, de Fiódor Dostoiévski, que esteve em cartaz na sala Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo. É atriz e performer formada pelo Curso Técnico do Centro de Artes e Educação Célia Helena. Possui pós-graduação em Corpo: Dança, Teatro e Performance pela mesma instituição. Foi Assistente de Direção do Espetáculo A Morte e a Donzela (2021/2022), pela Cia Laia do Teatro e compôs o elenco dos espetáculos: Manifestação (2018), livremente adaptada das obras 13; Polaróides Explícitas, de Mark Ravenhill, dirigida Nanda Versolato Bernie por Laerte Mello; Os que têm a hora marcada (2019), de Elias Canetti, dirigida por Gabriel Miziara, e “Cidadão de Bem?” (2022), dirigida também por Laerte Mello.


DIRETOR E ATOR Bortolotto, Robson Camargo, Rubens Rusche, Simoni Boer, Heloísa Cardoso entre outros. Entre as peças que atuou destacam-se “Homens nas Cidades” de Chris Goode; “Cascando” e “Palavras e Música” de Beckett; “Ânsia” e “Blasted” – de Sarah Kane; “A Alma Boa de Setsuan” com Denise Fraga e Ary França; “Brutal” e “Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet” com Mario Bortolotto; “O Fingidor” com Hélio Cícero; “Ricardo III” ao lado de Rodrigo Lombardi, Marco Ricca, Denise Fraga e Glória Menezes; “Narcisianas” ao lado de Sérgio Guizé, Otávio Martins e Rodrigo Bolzan; “Num Dia Comum” com Milhem Cortaz; “Shopping & Fucking”ao lado de Ricardo Blat, Silvia Buarque e Rubens Caribé; “A Audiência” de Vaclav Havel com Edu Guimarães. No cinema, se destaca nos longas “Cabeça a Prêmio” de Marco Ricca; “Jardim Europa” de Mauro Baptista Vedia; e “O Contador de Histórias” de Luís Villaça. Na TV os destaques ficam por conta dos filmes “Ouro, Prata, Bronze... Chumbo!” e “Fala, Piedade!” ambos de José Roberto Torero; e “O Menino Grapiúna” de Lina Chamie. Como diretor encenou os textos “Psicose 4h48” (Sarah Kane), “Na República da Felicidade” (Martin Crimp); S.AR.A.H (inspirado nas obras de Artaud e Sarah Kane); “Sexo & Deus” (Linda McLean); “A Morte e a Donzela” (Ariel Dorfmann); “Cidadão de Bem?” (dramaturgia coletiva); e “Rebanho” (Penelope Skinner). Além de diretor, Laerte interpreta Eric em Avenida Cyprus Laerte Mello é Bacharel em Artes Cênicas pela Escola Superior de Artes Célia Helena, e pós-graduado em “Educação em Museus e Centros Culturais” pelo Instituto Singularidades. Esteve em cena em mais de trinta peças sob a direção de diversos profissionais de destaque na área como Francisco Medeiros, Marco Antonio Rodrigues, Soledad Yunge, Bruno Perillo, Jô Soares, Marco Ricca, Regina Galdino, Ariela Goldmann, Samir Yazbek, Mario


Preparação em cenas de ação Aline Abovsky é atriz, dublê de ação e preparadora de elenco para cenas de ação em teatro, cinema e séries para televisão. Tem quase trinta anos de carreira atuando em peças, filmes, séries e novelas. No início dos anos 2000 integrou o elenco do Grupo Cemitério de Automóveis dirigido por Mario Bortolotto, onde participou de mais de uma dezena de montagens.


Avenida Cyprus estreou em Londres em 2016. Premiada por onde passou foi dirigida pela inglesa Vicky Featherstone, que tem em seu currículo inúmeras direções importantes do teatro britânico do século XXI, tendo sido diretora artística do National Theatre da Escócia e atualmente do Royal Court Theatre. Dirigiu as históricas primeiras versões das peças Ânsia de Sarah Kane (1998) e Um Número de Caryl Churchill (2003), além de outras primeiras versões de diversos textos de David Greig, Abi Morgan e Dennis Kelly. A peça foi estrelada no Reino Unido por Stephen Rea, famoso por sua indicação ao Oscar pelo seu trabalho em “Traídos pelo Desejo” (1992) e por suas atuações em “V de Vingança” e “Entrevista com o Vampiro” entre outras tantas. Avenida Cyprus já teve várias versões traduzidas e montadas por diversos países pelo mundo, além da montagem original ter passado pela Broadway, sendo lá também um grande sucesso de crítica e público.


Muitos dizem que Purificados (remontagem de Sarah Kane, também dirigida por Featherstone) é a peça mais chocante em cartaz no momento, mas Avenida Cyprus me deixou muito mais estremecido e mexido. O que faz essa peça irlandesa tão aterrorizadora é que ela leva o fanatismo a uma conclusão muito possível e une loucura com gargalhadas. O personagem central, Eric, agoniza na dúvida de sua identidade. E se, em última análise, sua irlandenicidade está escondida sob seu enraizado senso de britanicidade. E há ainda a insinuação de que sua masculinidade misógina pode esconder uma latente homossexualidade. A peça toda, é de fato sobre um homem cujo senso de si mesmo está tão mexido que ele tem que confirmar seus preconceitos cometendo atos de terrível crueldade. The Guardian – Inglaterra (Michael Billington em 11.04.2016) "A história de David Ireland sobre um unionista é uma análise do ódio sectário com humor ácido – e um drama subversivo que nunca foi tão relevante quanto agora." Assim como faz Martin MacDonagh em The Lieutenant of Inishmore, David Ireland usa da comédia sarcástica para expor o absurdo do ódio sectarista. O personagem central, Eric, agoniza na dúvida de sua identidade. E se, em última análise, sua irlandenicidade está escondida sob seu enraizado senso de britanicidade. E há ainda a insinuação de que sua masculinidade misógina pode esconder uma latente homossexualidade. Eu admito que achei a violência difícil de ser assistida, mas essa peça é muito importante por diversas razões. Uma delas é que, como todos bons textos, esse tem uma metáfora ressonante nos dias atuais. Ele descreve o perigo de se viver no passado e o uso da violência homicida como um meio de trazer de volta batalhas já superadas por mentes e ações progressistas. Em um mundo onde o sectarismo se mantém potente como nunca, achei que essa temática valeu a que veio. Avenida Cyprus: a peça mais chocante nos palcos de Londres.


The Guardian – Escócia (Susannah Clapp em 17.04.2016) Intolerância exposta de forma absolutamente nua. Nova peça chocante de David Ireland equilibra humor e horror, com Stephen Rea soberbo na pele de um unionista Ulster desconfiado que sua neta é uma “feniana”. Algumas peças redirecionam você a um mundo que você acha que já conhecia. Outras o transportam para um lugar aparentemente diferente. Assim que o metrô partiu da estação Sloane Square, depois da peça Avenida Cyprus, desconhecidos no trem, logo após terem saído do Teatro Royal Court entreolharam-se. “Estou chocada.” Murmurou uma mulher. Depois sorriu. A nova peça de David Ireland combina humor, horror e reflexão na mesma proporção de desconforto. A peça dirigida por Vicky Featherstone é tensa. Não me lembro de ter visto uma peça que tenha sido tão absolutamente clara sobre um possível destino tão alarmante. Eu não me lembro de ter visto uma peça que tenha me tocado tão vigorosamente impulsionada por uma ideia cômica. A peça se passa em uma área arborizada de Belfast, eternizada peça canção de Van Morrison de 1968 “Cyprus Avenue” e revela premissas do preconceito religioso, étnico, sexual e racial Termina com uma violência assustadora. Assustadora porque é tão extrema: você a escuta assim como você a vê. Assustadora porque é preparada dentro de uma lógica possível ainda que totalmente inesperada. Assustadora, porque está tão perto que você se acha capaz de para-la.


A trama da peça tem como pano de fundo o contexto histórico e sociopolítico dos territórios da Irlanda e Irlanda do Norte. Historicamente, a área é marcada por fortes conflitos originados pelo domínio britânico na região da Irlanda. No final do século XIX, o movimento pelo Auto Governo foi criado e serviu para definir a divisão entre a maioria dos nacionalistas (geralmente católicos), que buscavam a restauração de um parlamento irlandês. Porém, a maioria dos unionistas (geralmente protestantes), tinham receio de ser minoria sob um parlamento irlandês dominado por católicos, e tendiam a apoiar a união contínua com a Grã-Bretanha. Mesmo com a conquista ao direito da Irlanda dentro da união em 1914, o descontentamento não cessa, e logo a Irlanda luta pela independência, conquistada em 1922 por meio de um conflito armado iniciado em 1919. Ao longo dos anos, a repressão das autoridades britânicas, além dos conflitos, os chamados Troubles, entre os grupos contrários, provocaram grande número de mortes, agravadas especialmente a partir da década de 60. Uma sucessão de atentados terroristas praticados pelo IRA indicava a radicalização do conflito. Protestantes da Força Voluntária do Ulster, grupo paramilitar unionista, responderam com a mesma violência ao radicalismo católico. O último grande passo dado em direção ao fim da luta sectária entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte foi o Acordo da Sexta-Feira Santa, assinado em abril de 1998, que elegeu uma Assembleia e um Executivo com representação proporcional das duas comunidades. Pelo acordo, qualquer nova decisão sobre a soberania na Irlanda do Norte precisaria ser submetida a plebiscito. Apesar disso, as tensões ideológicas entre os grupos ainda atravessam a sociedade.


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