CONGRESSO INTERNACIONAL ARTE E RELIGIÃO NA LUSITÂNIA. International Conference Art and Religion in Lusitânia

CONGRESSO INTERNACIONAL ARTE E RELIGIÃO NA LUSITÂNIA International Conference Art and Religion in Lusitânia Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa) 2-

0 downloads 77 Views 1MB Size

Story Transcript

CONGRESSO INTERNACIONAL ARTE E RELIGIÃO NA LUSITÂNIA International Conference Art and Religion in Lusitânia

Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa) 2-3 Junho 2016 / 2-3 June 2016

1

Instituto de História da Arte e Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa O presente Congresso resulta de uma parceria entre o Instituto de História da Arte, Universidade Nova de Lisboa (IHA, FCSH, NOVA) e o MNA (Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa). Tem como objetivo explorar a relação entre as diferentes expressões artísticas na antiga Lusitânia romana e a forma como as peças expressam a religiosidade nesta Província. Enquadrado pelas exposições “RELIGIÕES DA LVSITÂNIA. LOQVVNTVR SAXA” e “LUSITÂNIA ROMANA. ORIGEM DE DOIS POVOS/LUSITANIA ROMANA. ORIGEN DE DOS PUEBLOS”, patentes no Museu Nacional de Arqueologia, dá continuidade aos eventos dedicados à arte e cultura durante a presença romana neste território.

Institute of Art History and National Museum of Archaeology of Lisbon This Congress results from a partnership between the Institute of Art History at the Universidade Nova de Lisboa (IHA, FCSH, NOVA) and the MNA (National Museum of Archaeology of Lisbon). Aims to explore the relationship between the different artistic expressions in the ancient Roman Lusitania and how the pieces of art expresses religiosity in this roman province. Framed by the exhibition “RELIGIONS OF LVSITÂNIA. LOQVVNTVR SAXA” and “LUSITÂNIA ROMANA. ORIGIN OF TWO PEOPLE / LUSITANIA ROMANA. OF ORIGIN OF PUEBLOS”, at the National Museum of Archaeology, continues the events dedicated to art and culture during the Roman presence in this territory.

2

Comissão organizadora / Organising Committee António Carvalho (MNA/Lisboa) Jorge Tomás García (IHA/FCSH/NOVA) Cátia Mourão (IHA/FCSH/NOVA) Sara H. dos Reis (FLUL)

Comissão Científica / Scientific Committee Jorge Tomás García (IHA/FCSH/NOVA) Cátia Mourão (IHA/FCSH/NOVA) Sara H. dos Reis (FLUL) Manuel Justino Maciel (IHA/FCSH/NOVA) Filomena Limão (IHA/FCSH/NOVA) Licínia Correia Wrench (IHA/FCSH/NOVA) Fátima Abraços (IHA/FCSH/NOVA)

3

Congresso Internacional Arte e Religião na Lusitânia Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa │ 2 e 3 de Junho de 2016

PROGRAMA QUINTA-FEIRA, 2 DE JUNHO 09h:00 │ Receção e entrega de documentação 09h:30 │ Sessão de abertura: Director do Museu Nacional de Arqueologia, António Manuel Gonçalves de Carvalho - Directora do Instituto de História da Arte (FCSH/NOVA Lisboa), Raquel Henriques da Silva Sessão I 10h:00│Conferência inaugural Amílcar Guerra (UNIARQ - FLUL) – O Relógio dos Igaeditani 10h:40 │Debate 11h:00 │Comunicações André Carneiro (Universidad de Évora) – A vivência nas villae: das descrições literárias aos espaços e programas decorativos na Lusitânia Sílvia Teixeira (FLUL) – O culto de Marte e a religiosidade do Sul do território actualmente português em âmbito rural Stefanie Lenk (University of Oxford) - Late Antique Baptismal Imagery at Milreu and Mértola – Religious Ambivalence as a Strategy? 12h:00│Debate 12h:20 │Pausa para café 12h:40 │Conferência Alicia María Canto (UAM) – Novedades en torno a la pátera de Marte de Alvarelhos del MNA 13h:20│Debate 13h:30 │Sessão de Encerramento e almoço Sessão II 15h:20│Conferência

4

Justino Maciel (IHA/FCSH/NOVA) - A Cidade Romana e a Cidade da Antiguidade Tardia em Portugal 16h:00 │Debate 16h:20 │Comunicações Vanessa del Prete (UCM) – Estudio de la devoción de Venus en Lusitania José María Murciano Calles (MNAR) - Una estatua femenina con grinalda de Augusta Emerita. Posible representación de Isis o de una de sus sacerdotisas Manuel Leitão (CEEB) – Atributos iconográficos ligados à deusa Diana numa ara de S. Clemente, Loulé 17h:20│Debate 17h:40│Comunicações Márcia Pinheiro (FCSH) – O “Banquete Funerário” na tampa do sarcófago romano de Troia – a celebração que uniu a religião, a morte e a arte durante a Antiguidade Tardia Claudina Romero Mayorga (UCM) – La importancia del color en los Misterios de Mitra: el caso del altar de Tróia Miguel Ángel Valero Tévar (UNED) – La pervivencia de los cultos paganos en las villae tardoantiguas: el mitreo de Noheda y otras evidencias mistéricas en pars occidentalis del imperio. 18h:40 │ Encerramento dos trabalhos

SEXTA-FEIRA, 3 DE JUNHO Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa Sessão I 09h:00│Conferência Sabino Perea Yébenes (Universidad de Murcia) – La barca solar en las aguas del Inframundo (Una gema mágica de Lisboa) 09h:40 │Debate 10h:00│Comunicações Pere Mas Negre (UNED) – Los sacerdotes locales romanos en la ciudad romana de Olisipo. Su imagen pública epigráfica como miembros de la elite local. Sara Henriques dos Reis (FLUL) – Revisitando os pedestais ao Divino Augusto: ligações sociais entre as elites de Olisipo e Emerita e o seu papel no evergetismo e na organização do culto imperial Ana Portillo Goméz (UCO) – Los templos de culto imperial provincial en Hispania y sus ceremonias a través de los testimonios arqueológicos. 5

11h:00│Debate 11h:20 │Pausa para café 11h:30│Conferência Trinidad Nogales Basarrate (MNAR) – Programas de Culto Imperial en Lusitania 12h:10│Debate 12h:30 │Sessão de Encerramento e Visita à Exposição “Lusitania Romana. Origen de dos pueblos / Lusitania Romana. Origem de dois povos” orientada pela Dra. Trinidad Nogales 13h:30 │Almoço

Sessão II 15h:30│Conferência Javier Salido (UCM) - Los genios en la Lusitania: a propósito de los espíritus protectores del Museu Nacional de Arqueologia 16h:10│Debate 16h:30│Comunicações Filomena Limão, Daniela Silva, Sara Dias (IHA/FCSH/NOVA) – Loquuntur Apollo et Dionysos na Antiguidade da Lusitânia meridional: diálogos sensoriais da História da Arte no encontro com o espectador. Cátia Mourão (IHA/FCSH/NOVA) – Silvano e Silvanos. Reflexões em torno da imagem de um numen syluarum em contexto lusitano 17h:10│Debate 17h:30│Conferência de encerramento Carlos Fabião (UNIARQ - FLUL), Amílcar Guerra (UNIARQ - FLUL), Felix Teichner (Philipps University Marburg) - Religião e Arte no Santuário de Endovélico em S. Miguel da Mota (Alandroal) 18h:15│Debate 18h:30│ Encerramento dos trabalhos

6

KEYNOTE SPEAKERS Amílcar Guerra UNIARQ - FLUL

O Relógio dos Igaeditani Resumo: Uma inscrição gravada num pequeno bloco de uma pedra não particularmente nobre constitui um elucidativo monumento para delinear a História da província romana da Lusitânia. O texto esclarece que Quintus Tallius, que se diz cidadão de Augusta Emerita, ofereceu um relógio aos Igeditanos, e que responsáveis políticos daquela comunidade cívica indicaram o local para a sua instalação. A epígrafe põe em evidência o forte sentido político que encerra este acto, sinal de profundas transformações na vida desta localidade. Na sua origem encontra-se a nova dinâmica política e administrativa que o imperador Augusto imprime a toda a Hispânia, promovendo a reestruturação do território, separando a antiga Ulterior em Bética e Lusitânia. Torna-se evidente que a data em que se procede a este acto, o ano 16 a. C., assinalaria precisamente o momento em que teria marcado esse processo de reorganização territorial e política. Ao dotar-se a cidade de um instrumento desta natureza sublinham-se as alterações na vida pública da cidade consubstanciadas especialmente numa nova estrutura política, num corpo de magistrados e numa assembleia. O orarium marcava, portanto, o ritmo da vida pública dessa comunidade. A epígrafe assinala também que o local destinado à instalação dessa generosa oferta foi indicado pelos magistrados locais, um colégio de quatro indivíduos que patenteiam uma onomástica tipicamente lusitana, em forte contraste com o que eram os nomes romanos como o do próprio Quintus Tallius. Esta vertente onomástica revela duas tradições e duas culturas em confronto, mas num contexto em que a superioridade romana implicou também a generalização da língua latina, na qual se redigiu a inscrição. Este texto reflecte, deste modo, a interacção entre comunidades locais e os representantes da romanidade cujos hábitos pautam os novos tempos. Nota biográfica: Amílcar Guerra é licenciado em Filologia Clássica, Mestre em Literaturas Clássicas e Doutor em História Clássica pela Universidade de Lisboa. Foi leitor de Língua e Cultura Portuguesa na Universidade de Bolonha, sendo actualmente Prof. Associado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, sendo Director do Departamento de História. Desenvolve a sua investigação no âmbito do Centro de Arqueologia desta mesma instituição (UNIARQ), orientando especialmente a sua investigação para os domínios da Epigrafia, Arqueologia, História e das Escritas e Línguas da Hispânia Antiga. Neste âmbito tem dedicado também a sua investigação à chamada “língua lusitana” e a um dos seus mais conhecidos monumentos, a inscrição do Cabeço das Fráguas. É ou foi co-responsável pela direcção de trabalhos arqueológicos em alguns importantes sítios arqueológicos, em particular no povoado de Mesas do Castelinho (Almodôvar), no santuário de Endovélico e na cidade romana de Ammaia.

7

Alicia María Canto Universidad Autónoma de Madrid

Novedades en torno a la pátera de Marte de Alvarelhos del MNA Resumo: Este precioso aplique de fondo de pátera votiva, en plata y oro, apareció hacia 1860 en el Castro de Alvarelhos o de São Marçal (Trofa, Porto). Tras curiosas peripecias, José Leite de Vasconcelos se lo reencontró en 1905 en Madrid y lo compró para su museo lisboeta, el actual MNA (sign. Au 112). Desde el alemán Emil Hübner en 1861 hasta 2016 ha sido estudiado muchas veces, y ha recibido más de diez lecturas diferentes. En este trabajo se aporta una más, pero para la cual se han tenido en cuenta por primera vez el contexto geo-arqueológico de la pieza, y los riquísimos hallazgos numismáticos de Alvarelhos, lo que podría asegurar mejor la nueva interpretación. Dos conclusiones sobrevenidas del estudio son la desaparición de aquel territorio de los hasta ahora supuestos “Madequisenses”, y la identificación de la supuesta “Nereida” que en 1994 se decidió fuera el blasón de la Freguesia de Alvarelhos, y también del Castro. Nota biográfica: Alicia Mª Canto es Profesora Titular de “Epigrafía y Numismática” y Catedrática Acreditada del área de Arqueología en el Departamento de Prehistoria y Arqueología de la Universidad Autónoma de Madrid. Licenciada por las Universidades Complutense y de Sevilla con El acueducto romano de Itálica (dir. Prof. M. Pellicer), se doctoró en 1983 en la UCM con la tesis La Epigrafía Romana de Itálica (dir. Prof. L. García Iglesias). Es antigua Becaria de la Fundación Alexander von Humboldt en la Universidad de Heidelberg (con el Prof. Géza Alföldy), Korrespondent Mitglied del Instituto Arqueológico Alemán de Berlín, y Académica Correspondiente por Madrid de las Reales Academias de Extremadura y de la Historia. Es cofundadora y del Consejo de Redacción de la revista Hispania Epigraphica. Tiene publicados varios libros y centenar y medio de artículos de investigación, con frecuencia extensos y de carácter revisionista. Sus líneas de trabajo principales son la Epigrafía, especialmente Latina; la Arqueología Clásica, sobre todo romana; la Historia Antigua de Roma, a veces basada en la crítica de fuentes textuales; y la Historiografía, especialmente del siglo XVIII, habiendo comenzado desde 2014 el estudio de materiales epigráficos en obras de los siglos XV-XVI, como el que la llevó a descubrir la autoría de la célebre fachada plateresca de la Universidad de Salamanca, publicado en 2015. Muchos de sus trabajos son consultables en su página en Academia.edu.

8

Justino Maciel IHA/FCSH/NOVA A Cidade Romana e a Cidade da Antiguidade Tardia em Portugal Resumo: A presente conferência contempla os seguintes pontos-chave para a compreensão da evolução urbanística no território actualmente português: Do "oppidum" da Idade do Ferro à "ciuitas" da romanização. Interacção com três tipos de urbanismo clássico: etrusco-itálico, helenístico e vitruviano. A introdução do "municipia" e do "ius Latii". A acção urbana dos "curiales" e dos "decuriones". As ameaças das invasões e a construção das muralhas da Antiguidade Tardia. A dinamização do "suburbium. O protagonismo dos bispos e dos concílios hispânicos nas transformações urbanas e na relação cidade/campo. As marcas cristãs. "Exempla". Nota biográfica: Manuel Justino Pinheiro Maciel é Professor Associado com Agregação aposentado, tendo exercido a sua actividade docente no Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde foi responsável pelo ensino e investigação em História da Arte da Antiguidade, área em que fez o seu doutoramento e agregação, em ambos os casos com a classificação mais elevada, por unanimidade. Foi professor de português, latim e grego em Liceus de Lisboa e no Colégio Militar, antes de iniciar a carreira universitária, em que desempenhou funções docentes e inerentes cargos de gestão académica, incluindo as de Presidente da Comissão Científica e de Coordenador do Departamento de História da Arte. Leccionou a nível de licenciatura, mestrado e doutoramento, orientou e orienta trabalhos, dissertações e teses em todos estes diferentes níveis e participou e continua a participar em júris académicos, em Portugal e no Estrangeiro. Foi Presidente do Instituto de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, de Novembro de 2003 a Novembro de 2010. Tem desenvolvido investigação na área da História da Arte da Antiguidade e apresentado resultados da mesma em Portugal e no Estrangeiro, designadamente através de participação em Colóquios e Congressos. Dirigiu várias campanhas de escavações arqueológicas na Villa Romana do Montinho das Laranjeiras (Algarve), assim como no Convento das Bernardas (Lisboa), tendo também leccionado na Faculdade a que pertence a cadeira de Arqueologia Clássica. Tem desenvolvido trabalhos de campo em vários pontos do País. Tem privilegiado o aprofundamento do estudo da Arte da Antiguidade Clássica e Tardia através da investigação sobre os textos gregos e latinos e daí a sua aposta em traduções directas dos originais, destacando-se como seu trabalho principal, neste campo, a tradução dos dez livros do De Architectura de Vitrúvio, publicada em 2006 em Portugal e em 2007 no Brasil.

9

Sabino Perea Yébenes Universidad de Murcia La barca solar en las aguas del Inframundo (Una gema mágica de Lisboa) Resumo: Estudiamos aquí la gema mágica del Museo Nacional de Arqueología de Lisboa (MNA E540), en sus aspectos iconográfico y epigráfico. La imagen del anverso, de indudables raíces egipcias, representa, a nuestro juicio, la navegación de la “barca solar” por las aguas del Inframundo. Encontramos paralelos en algunos libros rituales egipcios (escritos sobre las paredes de los templos o en papiros mitológicos). La piedra, que es un jaspe gris, aporta a la escena un tono de teatral nocturnidad. Sin embargo, los dioses (o mejor daímones) que viajan en la cubierta tienen todos características solares, siendo la principal figura, la central, la imagen de Harpócrates sobre el loto primordial, que significa el Sol Joven, el primer rayo de luz de la Creación y del Nuevo Día que nace cíclicamente, eternamente. El estudio se complementa con el descifrado de los theodaimónicos invocados y de las voces magicae que acompañan a las imágenes potenciando su significado con fórmulas típicas de la extravagante gramática de los magos. Nota biográfica: Profesor Titular de la Universidad de Murcia desde el año 2002 en el Departamento de Prehistoria, Arqueología, Historia Antigua (Universidad de Murcia). Licenciado en Geografía e Historia por la Universidad Complutense de Madrid. Doctorado, en 1995, por la misma Universidad en la especialidad de Historia Antigua. Ha pertenecido y pertenece a varios grupos de investigación universitarios con mención de calidad. Hasta la fecha ha publicado 13 libros, ha traducido 6, y es autor de más de cien estudios especializados en revistas nacionales y extranjeras, así como de capítulos de libros. Principales áreas de investigación: -Estudios sobre ejército romano, sobre todo de época imperial, fundamentados en la documentación epigráfica. Además de tener varios libros publicados sobre el tema, así como numerosos artículos, es director y editor de la revista AQVILA LEGIONIS, Cuadernos de Estudios sobre el Ejército Romano. -Religiones greco-romanas, principalmente creencias populares y magia. Estudios de historia política y económica del mundo romano. Dirige dos colecciones de estudios sobre el mundo antiguo, en la editorial Signifer Libros: una de Monografías y otra de estudios de religión, la colección GREC (Graeco-romanae Religionis Electa Collectio).

10

Trinidad Nogales Basarrate Museo Nacional de Arte Romano de Mérida Programas de culto imperial en Lusitania Resumo: La investigación sobre el Culto Imperial en Lusitania se inició con los primeros trabajos del Prof. R. Étienne, quien analizó este fenómeno religioso, esencialmente estudiando las fuentes epigráficas. Paralelamente, se fueron incorporando los estudios de numerosos investigadores portugueses y españoles que atendían otros campos de análisis: Alarçao, Fishwick, Encarnaçao ó Álvarez Martínez, entre otros. La epigrafía, relacionada con grandes espacios públicos donde el culto al emperador se hace presente, era el refrendo de un fenómeno de mayor calado. Y en esta puesta en escena, la imagen del culto al emperador ocupaba un lugar esencial. El Culto Imperial, en su plasmación iconográfica, se acoge a modelos, patrones y talleres que van implantando los esquemas a instancias públicas, porque dicho culto era la religión oficial del Estado, al que sólo las élites sociales se adscribían. En las últimas décadas se han desarrollado un gran número de proyectos arqueológicos sobre las colonias y municipios lusitanos, que han dado más luz a este culto de estado, un culto que nace bajo el auspicio del Principado y se extiende hasta bien entrado el siglo IV d.C. En este estudio abordamos la irrupción del fenómeno, analizando los espacios e imágenes del Culto Imperial en Lusitania y su interrelación entre sí. Nota biográfica: Trinidad Nogales Basarrate, nacida en Mérida. Doctora en Arqueología por la Universidad de Salamanca (premio extraordinario), ha ejercido como Conservadora del Museo Nacional de Arte Romano desde 1986 siendo la responsable del Departamento de Investigación. Académico Correspondiente de la Real Academia de la Historia, de la Academia de Bellas Artes de Santa Isabel de Hungría de Sevilla y Miembro Correspondiente del Instituto Arqueológico Alemán. Desde los años 80 ha estado vinculada al programa del Foro Emeritense, centrando su investigación en la recuperación de las imágenes y programas ideológicos. Ha dirigido y coordinado numerosos Proyectos Nacionales e Internacionales de Investigación y es responsable de los Programas de Investigación sobre la Lusitania Romana y coeditado varios volúmenes especializados. Profesora invitada en La Sorbona, y colaboradora de varias Universidades Nacionales e Internacionales en cursos de especialización y postgrado. Sus publicaciones se centran en el campo de la Arqueología Clásica y la Museología. Posee varias monografías especializadas. Sus artículos tanto de investigación como de divulgación superan el centenar.

11

Javier Salido Universidad Complutense de Madrid Los genios en la Lusitania: a propósito de los espíritus protectores del Museu Nacional de Arqueologia Resumo: Se presenta una aproximación al estudio de los genios en la Lusitania, con especial atención a las representaciones conservadas en el Museu Nacional de Arqueologia. La documentación epigráfica e iconográfica, junto con los escasos restos arqueológicos relativos a espacios sacros, nos permiten acercarnos a la religiosidad privada de época romana, un estudio que planteamos como introducción a un análisis que debe realizarse en profundidad en los próximos años. Nota biográfica: Investigador contratado Juan de la Cierva-Incorporación en la Universidad Complutense de Madrid (2016-2018). Doctor en Arqueología por la Universidad Autónoma de Madrid (matrícula cum laude por unanimidad, mayo de 2010), obtuvo el Premio Extraordinario de Doctorado por su Tesis “Las estructuras de almacenamiento de grano en el Occidente del Imperio Romano”, dirigida por la Dra. Dña. Carmen Fernández Ochoa (UAM) y el Dr. D. Ángel Morillo (UCM). En su trayectoria académica ha sido Investigador contratado del Programa JAE-Doc «Junta para la Ampliación de Estudios» del CSIC en la Escuela Española de Historia y Arqueología en Roma (2012-2015). Entre los años 2010-2012 fue investigador del programa Alianza 4 Universidades en la Universidad Carlos III de Madrid y entre 20052009 becario FPU del MEC en el Dpto. de Prehistoria y Arqueología de la UAM. Su línea de investigación está centrada en el estudio de la economía romana, en concreto, en la gestión y abastecimiento de alimentos en el Occidente del Imperio Romano. En relación a la religión romana, podemos destacar sus trabajos dedicados a las manifestaciones religiosas en diferentes ámbitos como los horrea y las domus romanas, estudios basados principalmente en los datos aportados por las fuentes clásicas escritas y arqueológicas. Los resultados del avance de su investigación han sido presentados en diversos congresos de ámbito internacional, revistas científicas y en tres monografías publicadas en los últimos años: Pistrina Hispaniae. Panaderías, molinerías y artesanado alimentario en la Hispania romana, Monographies Instrumentum 47, éditions Monique Mergoil, Montagnac, 2014; El horreum de la villa romana de Veranes (Gijón, Asturias), ediciones UNED, Madrid, 2012; Horrea Militaria. El aprovisionamiento de grano al ejército en el Occidente del Imperio Romano, CSICEdiciones Polifemo, Anejos de Gladius 14, Madrid, 2010.

12

Carlos Fabião1, Amílcar Guerra, Felix Teichner2 UNIARQ – FLUL, IAA Religião e Arte no Santuário de Endovélico em S. Miguel da Mota (Alandroal) Resumo: Junto da fronteira entre os territórios da capital da Lusitânia e do município de Ebora, nas proximidades da mais importante área de exploração de mármore da província, desenvolveu-se a partir do séc. I d. C. um importante santuário, dedicado a Endovélico. Identificado como tal desde o séc. XVI, o local chamou especialmente a atenção de Leite de Vasconcelos, que nele recolheu um amplíssimo espólio, constituído predominantemente por restos escultóricos e epigráficos. Entre 2002 e 2008 o sítio foi objecto de escavações conduzidas pelos signatários que, para além de terem identificado algumas notáveis peças escultóricas e novas inscrições, recolheram abundante espólio cerâmico. O considerável repositório de vestígios materiais, de diversa natureza, permite traçar um perfil desse espaço sagrado que ao longo de alguns séculos atraiu cultuantes de várias proveniências e de condição social muito distinta, gerando-se em torno dele uma actividade que, para além da sua vertente religiosa, assume uma notável importância económica. A componente religiosa manifesta-se especialmente na documentação epigráfica, muito abundante, permitindo, em particular, caracterizar aspectos relacionados com a natureza da divindade e do seu culto e também os que ao longo do tempo aí foram cumprindo as suas promessas. A componente artística revelase especialmente na componente escultórica, que constitui um excepcional conjunto no âmbito da Lusitânia, apresentando-se especialmente como uma base para a análise do espaço sagrado, da divindade e também dos oferentes que com frequência se fazem representar. Nota biográfica: 1.- Professor Associado do Departamento de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Investigador do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ). Licenciado em História, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 1981. Doutorado em Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1999. A partir de 2002, integra o Projecto de investigação sobre os Santuários Romanos Consagrados a Divindades Indígenas, iniciado com intervenções no Santuário de Endovélico, em S. Miguel da Mota, Alandroal, que co-dirige com Amílcar Guerra (FLUL) e Thomas Schattner (DAInst, Delegação de Madrid). Em 2006 o projecto passou a incluir também intervenções de campo na área do sítio arqueológico do Cabeço das Fráguas, Guarda. Colaborou, entre 2003 e 2007 no projecto Munigua las bases económicas, no âmbito do Deutsche Archaeologische Intitut (DAI), na Andaluzia. Tem participado em dezenas de Congresos, Colóquios e Mesas-Redondas em Portugal e no estrangeiro. É autor e co autor de vários títulos, entre artigos científicos, textos de síntese e de divulgação, publicados em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, Itália e Polónia sobre variados temas, designadamente, História da Arqueologia, Arqueologia da Idade do Ferro, Arqueologia do período romano, com particular destaque para os dedicados à economia da antiga Lusitânia. 2.- Doctor por la Frankfurt University (1992): „Die völkerwanderungszeitliche Siedlung mit Gräberfeld von Kahl am Main (Unterfranken)“. Investigador Asociado del DAI en 13

Lisboa y Madrid (1992-1996). Investigador del Institute of Pre- and Protohistory, Heidelberg University e Investigador Asociado del RGK del DAI (2011-). Intereses de investigación: aculturación en el Imperio Romano, economía romana, Arqueología, Antigüedad tardía, Arquitectura romana. La amplia producción científica del Prof. Felix Teichner, Profesor Contratado de la Goethe Universität Frankfurt am Main, en lo que respecta al estudio de la arquitectura rural romana en Hispania y al análisis del poblamiento romano, evidencian no sólo un alto grado de conocimiento sobre los problemas que plantea la investigación sobre las villas romanas, sino también, por su visión del fenómeno en otras zonas hispanas, la capacidad de abordar el tema de las villas béticas con una perspectiva nueva y con la posibilidad de enmarcarlas en una perspectiva “hispana”, sobre todo en lo que respecta a la comparación con la vecina Lusitania y a la definición de tipologías de poblamiento y arquitectura en las zonas litorales de ambas provincias.

14

ABSTRACTS André Carneiro Universidad de Évora

A vivência nas villae: das descrições literárias aos espaços e programas decorativos na Lusitânia Resumo: O termo villa foi amplamente utilizado em época romana, quer em livros técnicos, quer em textos de carácter epistolar e mais pessoal. Os seus significados e conteúdos variam consoante o teor das obras, embora se observem um conjunto de traços comuns que permitem entender a villa como a unidade de povoamento em meio rural que melhor corporiza os ideais de otium e convivium tão caracteristicos da época. Desta forma, procura-se lançar um olhar conjunto que permita, através das referências literárias, perceber a evolução e os contornos destes conceitos. Em face das evidências arqueológicas conservadas, ensaia-se também uma análise dos espaços arquitectónicos e programas decorativos existentes no território da Lusitânia, procurando perceber o modo como na província se materializava o ideal de vivência nestes espaços. Nota biográfica: André Carneiro foi arqueólogo do Município de Fronteira entre 1999 e 2006, onde desenvolveu projetos de investigação sobre o povoamento antigo, quer no âmbito autárquico (Carta Arqueológica do Concelho de Fronteira, publicado em 2005), quer na análise da ocupação do território em época romana (Povoamento romano no actual concelho de Fronteira, de 2004). Docente do Departamento de História da Universidade de Évora desde 2006, completou o doutoramento em Arqueologia em 2011 com a tese Lugares tempos e pessoas. Povoamento rural romano no Alto Alentejo, publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra em 2014. Dedicou ainda a sua investigação ao tema da rede viária no Alentejo em época romana (Itinerários romanos do Alentejo - uma releitura de “as grandes vias da Lusitânia - O itinerário de Antonino Pio” de Mário Saa, cinquenta anos depois, 2008).

Sílvia Teixeira FLUL

O culto de Marte e a religiosidade do Sul do território actualmente português em âmbito rural Resumo: As manifestações epigráficas da religiosidade lusitano-romana têm vindo a merecer o interesse dos investigadores desde recuada época, não podendo ser traçado o percurso evolutivo desta temática sem mencionar a obra de J. Leite de Vasconcelos. Posteriormente, trabalhos como os de J. M. Blázquez, J. d’Encarnação, J. M. Garcia e S. Lambrino (referindo apenas alguns exemplos) não têm ignorado a relação existente entre religião e arte, bem como a sua relevância na aproximação ao panteão lusitanoromano. Constituindo Marte um dos seus integrantes, destaca-se a existência, no território da Lusitânia, de apenas uma epígrafe (IRCP 5681) que ostenta uma 15

representação escultórica da divindade, envergando aparato militar. Pese embora a referência desta inscrição em diversos trabalhos, boa parte tem vindo a focar-se na sua descrição enquanto monumento epigráfico e componente iconográfica, em detrimento do seu enquadramento no contexto votivo e cultural do Sul do território actualmente português em época romana. Particularmente, a sua descoberta na villa de Torre de Palma (Vaiamonte, Monforte) e o seu potencial informativo relativamente às vivências cultuais lusitano-romanas em âmbito rural merecem uma mais detalhada análise. Este trabalho constitui um modesto contributo neste sentido, procurando assim dar continuidade e divulgação ao trabalho patente na dissertação de Mestrado da autora. Para tal, focar-se-á nesta epígrafe, pertencente ao acervo do MNA, com vista à caracterização do culto de Marte nas suas diversas vertentes, no referido contexto espácio-temporal, bem como à averiguação da veracidade de algumas ideias sobre ele difundidas, nomeadamente respeitantes à sua ligação ao elemento militar. As componentes iconográfica e epigráfica conjugar-se-ão então numa dinâmica complementar, juntamente com elementos arqueológicos oriundos de villae em exposição no MNA, visando ilustrar a multidimensionalidade da religiosidade lusitanoromana no Sul do território actualmente português. Nota biográfica: Sílvia Monteiro Teixeira é Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras de Lisboa, com a dissertação Cultos e cultuantes no Sul do território actualmente português em época romana (s. I a. C.-III d. C.) – Uma aproximação à sociologia das religiões, sob a orientação do Professor Doutor Amílcar Guerra. Mantendo a epigrafia votiva como principal fonte de estudo, publicou alguns artigos na mesma linha temática, tendo ainda iniciado uma breve investigação focada na epigrafia de Tróia (Setúbal, Portugal), cujas formulações foram apresentadas num congresso da especialidade3. Actualmente, tem vindo a debruçar-se também sobre os escravos e libertos da Lusitânia romana e sua representação epigráfica, pretendendo desenvolver esta investigação em âmbito de Doutoramento.

Stefanie Lenk University of Oxford

Late Antique Baptismal Imagery at Milreu and Mértola – Religious Ambivalence as a Strategy? Resumo: This paper discusses the Christian use and reuse of mythological imagery and pagan sites at the baptisteries of Milreu/Estói (Algarve) and Mértola, the antique Myrtillis (Baixo Alentejo). It will examine how the baptismal spaces of Milreu and Mértola referred to the classical heritage and mythological iconographies and drew meaning from them. The antique complex at Milreu includes one of the richest villae of Lusitania as well as a ruin that has been interpreted as both a nymphaeum and as a mausoleum due to its association with water. This monument was reused from the second half of the 5th or 6th century at the latest as a church with attached baptistery. A mosaic frieze covering the entire podium of the monument depicts sea animals, tritons and figures of human shape – some of which can be seen to this date; a variety of fragments are furthermore part of the collection of the MNA. This iconography has been 16

plausibly connected to the antique subject matter of the marine thiasus. In baptistery I of Mértola, dated to the 5th century, an image of Bellerophon killing the Chimera has been preserved. This seems to be the only likely incidence of an ecclesiastical use of this pagan image type in the Roman West. This paper examines the attitude of late Roman Lusitanian Christian communities towards their classical heritage. It argues that the deliberate positioning of the font of Milreu next to the antique monument creates actively a bond between the pagan history and meaning of the place and its transformed Christian state. A similar motivation is suggested for the late antique Christians of Mértola. Finally, the paper explores possible reasons that could have driven the Christian communities to refer to the classical past in the context of baptism. Nota biográfica: Stefanie Lenk is a PhD candidate researching classical imagery in late antique baptismal spaces in the western Mediterranean from the 5th to the 7th century at Wolfson College, University of Oxford. Stefanie is part of the British Museum’s Empires of Faith research project. She previously studied history of art, history, and curating in Berlin, Florence, London and Oxford.

Vanessa del Prete Universidad Complutense de Madrid

Estudio de la devoción de Venus en Lusitania Resumo: El análisis de la documentación arqueológica es imprescindible para el entendimiento de las realidades en la antigüedad, máxime cuando otro tipo de fuentes son parcas al respecto. La religión siempre ha sido un campo de compleja interpretación por la inherente dificultad en la apreciación de la mentalidad antigua. Es por eso que siempre resulta interesante tratar de acercarse a la substantividad religiosa a través de las fuentes existentes. En este análisis tratamos de aproximarnos a la mentalidad cultual a través del estudio de la manifestación de la devoción de una divinidad en particular, de gran preeminencia en el panteón romano, como es Venus. Esta diosa además de poseer unas características sincréticas, que la hacen propensa a la asimilación religiosa, queda envuelta en la esfera política ante su utilización por parte de los dirigentes en pro de sus intereses. Estas peculiaridades nos permiten adentrarnos a la realidad religiosa a través de un enfoque más amplio, en cuanto a preeminencia romana por su utilidad política y su sincretismo. El área lusitana además cuenta con un substrato indígena relevante que a priori nos hace pensar en una mayor asimilación con divinidades indígenas muchas veces desconocidas. Todo ello tratamos de visualizarlo a través de las fuentes arqueológicas que poseemos en la provincia, tales como inscripciones, esculturas e incluso monedas (constatadas unos pocos tipos en el museo nacional arqueológico de Lisboa de procedencia no segura). Es así que podemos ver la información que por una parte las fuentes epigráficas nos transmiten a través de los epítetos que utilizan y de los dedicantes; mientras las fuentes iconográficas nos permiten ver las preferencias cultuales, en muchas ocasiones privadas, aunque no siempre determinantes, y que transfieren ante la primacía de las representaciones de la diosa.

17

Nota biográfica: Doctorado en Ciencias de las Religiones 2013. Actualmente Instituto Universitario de Ciencias de las Religiones, Universidad Complutense de Madrid. Máster en Museología 2010-2011 Madrid (Modalidad online). Máster en Ciencias de la Antigüedad 2009-2010, Universidad de Zaragoza. Licenciatura en Historia 2004-2009, Universidad de Zaragoza. Becaria de Investigación: CAI Programa-Europa. Estancia investigación 3 meses en Italia (2013) Becaria de Investigación: CSIC, Introducción a la Investigación (2008)

José María Murciano Calles Museo Nacional de Arte Romano de Mérida

Una estatua femenina con guirnalda de Augusta Emerita. Posible representación de Isis o de una de sus sacerdotisas. Resumo: Se presenta una pieza escultórica proveniente de la colección del Museo Nacional de Arte Romano de Mérida. Pese a que se desconoce su exacta localización, no hay duda de su procedencia emeritense. Se hallaba prácticamente inédita, puesto que sólo era conocida a través de bibliografía de principios del siglo XX. La estatua representa, en un tamaño algo menor al natural, a una mujer vestida con manto y túnica, sobre los cuales porta una guirnalda floral. Este atributo, junto a los flecos que rematan el manto, hacen posible su identificación como una sacerdotisa de Isis, una iconografía poco conocida en la Península Ibérica, que ahora tiene su refrendo en Mérida. Para apoyar la tesis se acude a paralelos bien conocidos, que portan estos atributos junto a otros que los definen más claramente dentro de este culto. Se trata principalmente del sistrum y la situla usados en los rituales relacionados, y que la estatua emeritense no tiene por estar fragmentada en sus extremidades. Pese a ello, es probable, como se razona en el texto, que pudiera tomarlos, observando la posición de sus brazos. Su descubrimiento apoya la importancia del culto a Isis en la colonia, bien conocido a través de otras fuentes, como las artes industriales o la musivaria, además de otras piezas escultóricas, de pequeño y gran formato, de las que se realizará un breve acercamiento para obtener una idea general del fenómeno isíaco en Augusta Emerita. Nota biográfica: Desde el 6 de septiembre de 2006, Funcionario de Carrera perteneciente al Cuerpo de Ayudantes de Archivos, Bibliotecas y Museos, Sección Museos. Desde el 28 de noviembre de 2006 ocupa plaza definitiva en el Museo Nacional de Arte Romano de Mérida. 2016. Participación en el Proyecto I+D “Augusta Emerita y los Inicios de la Provincia Romana de Lusitania en Época de Augusto” (2015-2017, HAR2014-52958-P). 2014-2016. Grupo Regional de Investigación “Cultura, Patrimonio y Arqueología” (EMACUPARQ) (HUM 024) dentro del V Plan Regional de Investigación de la Junta de Extremadura. Grado de Doctor, con la defensa de la Tesis Doctoral “Tipología monumental funeraria en Augusta Emerita. Origen y desarrollo entre los siglos I a.C. y IV d.C.”, bajo la dirección de Dña. Trinidad Nogales Basarrate y la tutoría de D. Rafael Hidalgo Prieto. Universidad Pablo de Olavide de Sevilla. 13 de enero de 2016.

18

Manuel Leitão Centro de Estudos Epigráficos da Beira

Atributos iconográficos ligados à deusa Diana numa ara de São Clemente, Loulé Resumo: Com a presente comunicação pretende-se fazer uma abordagem à decoração apresentada numa ara dedicada à divindade Diana e identificada em São Clemente (Loulé), tendo como base uma exaustiva consulta ao website MatrizNet (http://www.matriznet.dgpc.pt/), onde se retirou a informação necessária para o desenvolvimento do presente estudo. Assim, documenta-se uma evidente relação entre a expressa manifestação artística e a ligação religiosa, através da demostração iconográfica dos atributos característicos da divindade. Revela-se, pois, a relação entre a arte e a epigrafia, patente nos aspetos formais dos monumentos. Nota biográfica: Mestre em Estudos do Património pela Universidade Aberta. A sua investigação tem-se centrado no estudo e revisão da epigrafia romana do concelho de Castelo Branco, tendo sido o tema da sua Dissertação de Mestrado (2015). É investigador do Centro de Estudos Epigráficos da Beira.

Márcia Pinheiro FCSH

O “Banquete Funerário” na tampa do sarcófago romano de Troia – a celebração que uniu a religião, a morte e a arte durante a Antiguidade Tardia

Resumo: No mundo romano o banquete era entendido como um momento de felicidade, sociabilidade e entretenimento. Estas características são transpostas para o mundo funerário quando a morte começa a ser encarada como um momento de partilha e convivialidade entre vivos e mortos. O banquete funerário surge como uma celebração indispensável no culto romano aos mortos, pois canaliza o sentido religioso vivido em sociedade para o post mortem devido à crença de que o defunto iria encontrar-se com os seus familiares e, juntos, compartilhariam uma refeição. Por sua vez, a arte aparece como intermediário entre os dois mundos, como testemunho direto da ligação religiãomorte-banquete. A temática do banquete funerário surge na escultura funerária romana da Antiguidade Clássica e Tardia de uma forma evidente através dos baixos-relevos, como se verifica na tampa do sarcófago de Troia patente na exposição “Religiões da Lusitânia” do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa. Pretende-se com este trabalho revisitar esta peça proveniente de Troia e analisá-la à luz da sua mensagem de viagem, caça, banquete e celebração mostrando como na parte mais ocidental da Hispânia afluíam as melhores expressões artísticas e sentidos religiosos do mundo romano. 19

Nota biográfica: Licenciada em História (2008-2012) e Mestre em História da Arte da Antiguidade (2013-2015) pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A dissertação de mestrado “O Último Banquete” – A morte como convívio na Antiguidade Tardia. A escultura e a arquitetura funerária em Troia (Grândola, Portugal) foi defendida publicamente no dia 17 de Março de 2016 e teve a classificação de 18 valores. As minhas áreas de interesse são História da Arte da Antiguidade Clássica e Tardia, Escultura romana, escultura funerária romana, mosaico romano, história das mentalidades. Futuramente pretendo prosseguir os estudos académicos e seguir uma carreira profissional dedicada à investigação.

Claudina Romero Mayorga Universidad Complutense de Madrid

La importancia del color en los Misterios de Mitra: el caso del altar de Tróia Resumo: Los llamados cultos orientales que penetraron el Imperio Romano a partir del s. I a. C. ofrecían una visión placentera de la vida después de la muerte, junto a una serie de ceremonias llenas de color, música, danzas y peculiares atuendos que garantizaban la salvación de los iniciados. El exotismo que revestían estas prácticas ha sido entendido como una de las razones principales del éxito de estos cultos y su difusión por toda la geografía imperial. Sin embargo, la importancia de los elementos sensoriales no ha sido tenida en cuenta en los estudios dedicados a los Misterios de Mitra. Nuestra propuesta se centrará en el altar mitraico recuperado en Tróia: a pesar de que la pieza se encuentra en manos privadas, un vaciado de la misma se conserva en el Museo Nacional de Arqueología, en Lisboa. La escasez de fuentes literarias que narren la mitología mitraica favoreció la interpretación de los iconos como meros vehículos para la transmisión de la escatología del culto. De esta forma, el estudio de las imágenes quedó relegado a un segundo plano, concebidas como repetitivas, monótonas y de dudosa calidad estética. No obstante, consideramos que el análisis de los colores en los Misterios de Mitra nos permitiría abrir nuevas vías de investigación en el fenómeno religioso, evaluar el simbolismo cromático presente en sus manifestaciones y acercarnos a una reconstrucción más fidedigna del altar en cuestión y de su contexto. Para ello, trazaremos paralelos con otros iconos similares y estudiaremos la policromía conservada en los hallazgos arqueológicos. Nuestro objetivo final es indagar en aquellos aspectos que han sido relegados por la literatura especializada y aportar, de esta forma, una nueva lectura sobre la cultura material mitraica en Hispania. Nota biográfica: Doctora en Arqueología y Licenciada en Historia del Arte por la Universidad Complutense de Madrid. Realizó su tesis doctoral sobre Iconografía Mitraica en Hispania bajo la supervisión de la Dra. María Isabel Rodríguez López (Sobresaliente cum laude). Colabora periódicamente en el Seminario de Estudios Iconográficos en la Facultad de Geografía e Historia de la misma universidad y ha participado en varios congresos internacionales exponiendo sus investigaciones en el 20

ámbito de la Iconografía Mistérica (Coloquio de Arte Romano Provincial en Mérida 2009; Pula 2011; Bucarest 2013; Encuentro de MOISA en Urbino, 2014). Actualmente, su carrera postdoctoral se centra en el estudio del color y la música en los cultos mistéricos.

Miguel Ángel Valero Tévar UNED Cuenca

La pervivencia de los cultos paganos en las villae tardoantiguas: el mitreo de Noheda y otras evidencias mistéricas en pars occidentalis del imperio Resumo: La villa romana de Noheda, se ubica en el interior de la Península Ibérica próxima a las civitates de Segóbriga, Ercávica y Valeria, distando 17 km. al norte de la ciudad de Cuenca. Si bien hasta el momento, es el mosaico figurado localizado en el triclinium la evidencia más notoria del misma por la cual es conocida y por la que fue declarada Bien de Interés Cultural en 2012, no es solo este hallazgo el que otorga excepcionalidad al complejo rural. En el marco de las últimas investigaciones han sido múltiples los descubrimientos que apuntan a la pervivencia de cultos mistéricos realizados por los domini de la quinta. Además de la citada sala triclinar donde entre otras representaciones plasmadas en el mosaico figurativo existe un completo cortejo dionisíaco, destaca la aparición de una estancia intercomunicada con aquella, en la que se han hallado un número importante de fragmentos escultóricos en buen estado de conservación entre los que son identificables Baco, Mitra, Isis y uno de los Dioscuros, así como múltiples elementos relacionables, unos con la diosa Cibeles, y otros con Orfeo. Nuestra contribución pretende exponer por primera vez las citadas estancias cultuales, las esculturas y otros objetos alusivos por necesidad al mantenimiento activo de los cultos mistéricos por los habitantes de la villa romana de Noheda, en unas fechas en las que el Cristianismo era la religión oficial del Imperio. Del mismo modo, se abordarán otros ejemplos de este tipo de manifestaciones religiosas en otros complejos rurales y ciudades romanas en las postrimerías del Imperio. Nota biográfica: Profesor-Tutor de Prehistoria y Arqueología con venia docenti en el Centro Asociado de la Universidad Nacional de Educación a Distancia en Cuenca. Doctor en Historia Antigua con mención Internacional por la Universidad de Castilla-La Mancha Director Científico de la Villa romana de Noheda (Cuenca), e Investigador Principal del Proyecto, Estudio Estratigráfico del triclinium de la villa romana de Noheda. Coordinador de la fase de Antigüedad Tardía del Grupo de Investigación Arqueología Romana de la Ciudad y del Territorio (ARCYT) adscrito a la Universidad de Castilla-La Mancha.

21

Pere Mas Negre UNED

Los sacerdotes locales romanos en la ciudad romana de Olisipo. Su imagen pública epigráfica como miembros de la elite local Resumo: El objetivo principal de este estudio es revisar toda la documentación epigráfica, encontrada hasta el momento, de los sacerdotes locales romanos en la ciudad romana de Olisipo durante los siglos I a.C. hasta el siglo III d.C. Así mismo ver la relación entre dedicantes y dedicados y los tipos de homenajes que recibieron, sobre todo abordando una metodología, que a parte de la epigráfica será la prosopográfica, de manera que sirva de muestra sobre la necesidad constante de revisar los datos de los que se dispone para un análisis de su imagen pública. Se analizará el papel de la élite. Las fuentes clásicas señalan la fortuna personal como uno de los principales elementos de estratificación social. Se examinarán, los sacerdotes locales en su comportamiento, tanto en el control y monopolio de estos personajes, y su presencia en la vida pública. También se tendrá en cuenta la prosopografía de las familias que detentaron cargos a nivel local para el conocimiento de su posicionamiento en el cuadro social, como el papel y su presencia pública de los sacerdotes de culto imperial. Los sacerdotes como integrantes de la elite local romana jugaron un papel importante en la imagen pública del poder de la Roma clásica en Hispania. Intentaremos también conocer cuáles fueron los motivos principales de promoción de estos personajes importantes en la Olisipo romana, como miembros destacados de la familia y como integrantes de la elite local Nota biográfica: Dr. en Geografía e Historia. (UNED) Tesis Doctoral. 2015. “Los sacerdocios locales en Hispania durante la época tardorepublicana y altoimperial: anàlisis epigráfico y prosopográfico para la Tarraconense y Lusitania entre los siglos I a.C. al III d.C.”. Facultad de Geografía e Historia. Departamento de Història Antiga. Participación en congresos y publicación de artículos sobre Historia Antiga, concretamente Epigrafía.

Sara Henriques dos Reis FLUL

Revisitando os pedestais ao Divino Augusto: ligações sociais entre as elites de Olisipo e Emerita e o seu papel no evergetismo e na organização do culto imperial Resumo: No âmbito do Congresso Arte e Religião na Lusitânia, a decorrer no MNA por ocasião da exposição Lusitânia Romana: origem de dois povos, selecionaram-se dois testemunhos epigráficos que serão usados como casos de estudo para, a partir deles, se estabelecer o fio condutor que permite aceder à rede de relações sociais estabelecidas entre as elites municipais e provinciais dos dois centros urbanos. Dos 22

pedestais em estudo, o proveniente de Olisipo (CIL II 182) integra o acervo permanente do MNA; e, o pedestal, proveniente de Emerita (CIL II 473), integra a coleção do MNAR. Revisitando estas inscrições, de carácter público e oficial, já usadas de forma reiterada nos estudos da Hispânia Antiga, pretende-se fazer uma aproximação ao fenómeno de articulação dos notáveis na sociedade e dos seus mecanismos de funcionamento interno, sobretudo visto através de um ângulo prosopográfico. Uma análise aos sacerdócios, datados da primeira metade do séc. I d.C., permite-nos observar a evolução da união dos cultos destinados aos diferentes membros da família imperial e encontrar paralelos que auxiliam a uma melhor delimitação da evolução do culto imperial a nível provincial, em fases tão precoces da sua organização na Lusitânia. Nota biográfica: Sara Carolina Henriques Ferreira dos Reis (Lisboa, 1991) es licenciada en Arqueología por la Facultad de Letras de la Universidad de Lisboa (2012). En la actualidad se encuentra aguardando por la concertación de la defensa de su disertación de maestría (apuntada para Abril del presente año), entregada a la misma universidad, titulada Religião e Sociedade no Municipium Olisiponense, donde se ha intentado desarrollar un estudio sociológico basado en el levantamiento epigráfico de las entidades religiosos presentes en el municipium y de sus cultuantes, con el fin de rastrear su perfil onomástico y evaluar la pertinencia de las supuestas dicotomías mundo urbano / mundo rural, cultos oficiales / cultos privados, dioses romanos / dioses hispanos y onomástica latina / onomástica indígenas. Al largo de su carrera académica ha participado en varias excavaciones arqueológicas, programas de voluntariado y cursos de corta duración en el campo de la Historia y Arqueología. Actualmente cuenta con dos artículos en evaluación científica, uno dirigido a la Revista Al-Madan, dedicada exclusivamente a la divulgación de estudios arqueológicos; y otro dirigido a Cadmo, Revista de Historia Antigua del Centro de Historia de la Universidad de Lisboa. Sus principales intereses de investigación están en el ámbito de la Historia de la Hispania Antigua, especialmente en sus dinámicas de transición, y en particular no que respecta al culto imperial y sus mecanismos de propaganda y control del poder, y al movimiento cristiano; de la teoría de la Historia de las Religiones y de las Ciencias Sociales, en particular las problemáticas inherentes al estudio de la Epigrafía, Numismática y Prosopografía; y también en los vestigios arqueológicos que acredite las reacciones y comportamientos que resultan de las transformaciones ideológicos causadas por el cambio de régimen.

Ana Portillo Gómez Universidad de Córdoba

Los templos de culto imperial provincial en Hispania y sus ceremonias a través de los testimonios arqueológicos. Resumo: En las últimas décadas, el hallazgo y la documentación arqueológica de los principales centros de culto imperial provincial de las tres capitales de provincia de Hispania, nos ha acercado al conocimiento y envergadura de este tipo de espacios y sus características principales. Sin embargo, pocos son los testimonios arqueológicos que nos hablan de forma directa del tipo de prácticas religiosas que se desarrollaban en estos centros. En este sentido debemos destacar la importancia de la presencia de fragmentos 23

de thronoi marmóreos en alguno de estos conjuntos arquitectónicos, ya que son la huella de determinadas ceremonias como las lectisternia o banquetes en honor de los nuevos dioses. El hecho de que este tipo de piezas hayan sido confundidas en muchas ocasiones como placas relivarias, ha provocado que pasaran inadvertidas a los ojos de muchos, encontrándose entremezcladas en los fondos de no pocos Museos arqueológicos como elementos decorativos. Este es el caso de una pieza conservada actualmente en el Museo Nacional de Arqueología de Lisboa (Portugal), cuyas características formales y ornamentales apuntan sobradamente a su identificación como fragmento de thronos. Es por tanto nuestra pretensión, analizar estos espacios y los objetos arqueológicos documentados en ellos, que nos muestren de forma clara las ceremonias y rituales desarrollados en los mismos, destacando muy especialmente, los fragmentos de thronoi, haciendo en este caso una comparativa entre las piezas ya documentadas en otras zonas hispanas y el supuesto lusitano, del que haremos esta nueva propuesta identificativa. Nota biográfica: Doctora en Arqueología Cum Laude con fecha de 28 de enero de 2016, con mención internacional. Departamento de Historia del Arte, Arqueología y Música, Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Córdoba. Ha trabajado como arqueóloga en varias intervenciones arqueológicas tanto de la ciudad de Sevilla como de la provincia de Córdoba entre los años 2007 al 2009. Ha sido becaria de Investigación del Ministerio de Ciencia e Innovación (FPI) de España, en el Área de Arqueología, Departamento de Historia del Arte, Arqueología y Música de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Córdoba durante el periodo septiembre 2009septiembre 2013. En proceso de finalización de la Tesis Doctoral titulada El templo de la calle Morería en el Forum Novum de Colonia Patricia Corduba. Análisis arquitectónico y funcional. Colaboradora honoraria del Área de Arqueología de la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Córdoba desde el año 2012.

Filomena Limão1, Daniela Silva2, Sara Dias3 IHA/FCSH/NOVA

Loquuntur Apollo et Dionysos na Antiguidade da Lusitânia meridional: diálogos sensoriais da História da Arte no encontro com o espectador

Resumo: “Loquuntur saxa”, as “pedras falam” são as palavras que acolhem quem chega à exposição “As Religiões da Lusitânia” no Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa. Os visitantes percorrem-na na expectativa de ouvir a mensagem das peças que se dispõem de um e outro lados de um longo corredor. Para escutar, no entanto, é necessário parar e transformar o olhar em ver. Um processo em que o tempo é um factor decisivo para a atenção e disponibilidade do visitante que se torna espectador, testemunha e interlocutor. Com este estudo deseja-se apresentar algumas reflexões decorrentes de um lustro de visitas de estudo com alunos de História da Arte às “Religiões da Lusitânia” em que o conhecimento das fontes clássicas e do desenho se revelaram instrumentos imprescindíveis para o envolvimento inteligível com o que se 24

vê. “As Religiões da Lusitânia” é uma exposição plural permitindo a escolha de várias caminhos de leitura. Apresentar-se-ão três peças que dão voz a Apolo e Dioniso, deuses primordiais geradores de sentimentos intensos e opostos na Antiguidade: o mosaico de Apolo e Dafne (séc. IV) da Villa Romana de Torre de Palma, a escultura da vulto redondo de Apolo ( séc.II ) da Villa romana de Alcoutim e a herma bifronte de Dioniso e Ariadne (séc. I) proveniente de Cacela, Vila Real de Santo António. A abordagem focar-se-á na leitura de Ovídio para a contextualização das fontes clássicas e no desenho como o caminho do ver, um dialogo interactivo da peça falante com o visitante tornado espectador. Nota biográfica: 1- Bolseira de pós-doutoramento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (2015) e professora auxiliar convidada no Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É membro integrado do Instituto de História da Arte (IHA) da mesma Faculdade. 2- Aluna do segundo ano da licenciatura em História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Os seus principais interesses são artes, cinema, fotografia e literatura. 3- Licenciada em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas Artes, com formação específica na área do desenho anatómico e artes gráficas. Integrou exposições de desenho a nível nacional e internacional e dinamiza workshops e formações nesta área e em técnicas de diário gráfico.

Cátia Mourão IHA/FCSH/NOVA

Silvano e Silvanos. Reflexões em torno da imagem de um numen syluarum em contexto lusitano

Resumo: Propomo-nos apresentar uma comunicação que tem como ponto de partida a estátua de Silvano patente na exposição «LUSITÂNIA ROMANA. ORIGEM DE DOIS POVOS/LUSITANIA ROMANA. ORIGEN DE DOS PUEBLOS», no Museu Nacional de Arqueologia. Trata-se de uma figura escultórica de vulto pleno, antropomórfica, masculina e adulta, de corpo inteiro, com túnica curta formando kolpos e cruzada por nébride, de pé e em contraposto. Tem cabelo fino, apanhado atrás, rosto inexpressivo, de feições toscas e olhos não trepanados. Carrega uma pele de carneiro, frutos, pinhas e espigas na nébride, que sustenta com o braço esquerdo (fragmentado). No lado exterior da coxa esquerda sobressai um ponto de apoio ao ovídeo e, talvez, a um outro elemento outrora posicionado mais abaixo, hoje perdido (provavelmente um cão). Apresenta fractura na base do pescoço, que denuncia a integração da cabeça (originalmente feminina e adaptada) no corpo; o nariz perdeu-se, o braço direito está amputado acima do cotovelo e as pernas abaixo dos joelhos. Silvano era uma entidade romana protectora dos bosques, da vida rural, dos limes das propriedades e da prodigalidade dos campos (numen syluarum), homologada com o etrusco Selvano e, presumivelmente, com o lusitano Endovélico, cujo culto terá sido especialmente incrementado pelo Imperador 25

hispânico Adriano. Revela proximidades iconográficas com Fauno e Príapo, embora assuma uma atitude mais recatada e conglomere mais atributos: à pele de carneiro e ao cão (que indicam a extensão da sua protecção à pastorícia), podia ainda associar um cipreste (que simboliza a sua ligação a Cyparissus), uma faca de poda, um cajado e um pequeno altar (que remete para as oferendas sacrificiais e para a relação com os Lares). Além de estabelecermos comparações com outros exemplares onde Silvano surge de corpo inteiro, como nesta obra oriunda de Talavera de la Real (Badajoz), analisaremos também algumas representações abreviadas, mormente circunscritas à cabeça, sob a forma de “máscaras” híbridas que combinam características humanas e vegetais em proporções diferentes, constituindo, por vezes, antropomorfizações da vegetação. Nota biográfica: Cátia Mourão é Doutorada em História da Arte da Antiguidade pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH/NOVA) e tem centrado a sua investigação na iconografia e iconologia clássicas, contemplando a evolução das imagens e dos seus significados até à actualidade. É Directora do Museu da Assembleia da República, Investigadora Integrada e Membro da Comissão Científica do Instituto de História da Arte da FCSH/NOVA, onde também coordena a Linha de Antiguidade. Tem organizado encontros científicos, co-comissariado exposições, participado em cursos livres, seminários académicos, colóquios e congressos, e integrado equipas de investigação internacionais, contando com várias publicações individuais e colectivas, nacionais e estrangeiras.

26

Get in touch

Social

© Copyright 2013 - 2024 MYDOKUMENT.COM - All rights reserved.