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Correio da Manhã- edição 24183 - Segundo Caderno - 11 de janeiro - quarta-feira

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Circula em conjunto com: CORREIO PETROPOLITANO CORREIO SUL FLUMINENSE

Rio de Janeiro, Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023 - Ano CXXI - Nº 24.183

Música no Museu inicia a programação 2023

Diretor de curtas, Carlos Segundo mira o Oscar

Relatório aponta problemas dos artesãos brasileiros

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Divulgação

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a reta final que antecede o lançamento de seu próximo álbum, o cantor e compositor britânico Peter Gabriel acaba de lançar “Panopticom”, faixa que antecipa o disco batizado como “i/o”, com lançamento previsto para este semestre. Escrita e produzida pelo próprio Gabriel, a nova canção tem uma melodia com andamento ágil em que a sonoridade das guitarras ganha dimensão especial, numa camada sonora eletrônica que sugere clima e textura. A letra é, em parte, inspirada no trabalho de três grupos: Forensic Architecture, Bellingcat e a organização pioneira de direitos humanos Witness, que tem entre seus fundadores o próprio Gabriel. “A primeira música é baseada em uma ideia na qual venho trabalhando para iniciar a criação de um globo de dados acessível e infinitamente expansível: o Panopticom. Estamos começando a conectar um grupo de pessoas com ideias semelhantes que podem dar vida a isso, para permitir que o mundo se veja melhor e entenda mais o que realmente está acontecendo”, explica o artista, um notório ativista dos direitos humanos. “Panopticom” chegou às plataformas digitais em período de lua cheia, o que não é coincidência e casa perfeitamente com o jeito Peter Gabriel de ser. O artista revela que as fases lunares guiarão o plano de lançamento ao longo do ano, com uma nova música revelada a cada lua cheia. “Parte do que estou escrevendo desta vez é a ideia de que parecemos incrivelmente capazes de destruir o planeta que nos deu origem e que, a menos que encontremos maneiras de nos reconectar à natureza e ao mundo natural, perderemos muito. Uma maneira simples de pensar onde nos encaixamos em tudo isso é olhar para o céu… e a lua sempre me atraiu para

Multifacetado artista britânico antecipa novo álbum com o lançamento do single ‘Panopticon’

Gabriel, que acaba de lançar o single ‘Panoptcon’, vai lançar as demais faixas do próximo álbum obedecendo os ciclos lunares

Peter Gabriel regido pela lua ela”, explica. Cada lançamento de single virá com uma obra de arte específica. “Temos observado o trabalho de muitas centenas de artistas”, diz o cantor. A faixa “Panopticom” apresenta a obra “Red Gravity”, de David Spriggs. “Foi o tema da vigilância/fiscalização que me conectou com o trabalho dele,

porque ele fez algo relacionado a isso. David faz essas coisas incríveis usando muitas camadas de transparências para que você obtenha essas criações estranhas com uma intensidade real. Parte do que ele faz é imaginar como a arte pode parecer daqui a alguns anos, no futuro e, em seguida, tentar criar de acordo. Acho que ele fez isso com

muito sucesso nesta peça em particular”, destaca o ex-Genesis. Além de novas músicas, Peter Gabriel embarca em uma turnê ainda este ano. As datas no Reino Unido e na Europa já estão à venda, com shows na América do Norte a ser anunciados em breve. Continua na página seguinte

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Continuação da Capa

Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023 Reprodução

CoRREio CuLtuRaL Divulgação

Hanks considera normal o fenômeno dos nepo babies

Tom Hanks dá sua versão à polêmica dos nepo babies A revista americana Vulture publicou um artigo questionando a existência dos nepo babies, os bebês de nepotismo de Hollywood – jovens com ascensão meteórica na indústria do cinema por ligações familiares. Tom Hanks foi a público justificar a existência dos nepo babies. “Olha, este é um negócio de família, isto é o que temos

feito desde sempre, é onde os nossos filhos cresceram”, disse ele. “Se fôssemos uma empresa de suprimentos de encanamento ou se administrássemos a floricultura da rua, toda a família estaria gastando tempo em algum momento, mesmo que fosse apenas um estoque no final do ano”, comparou o astro de “Forrest Gump”.

‘Isto é Pelé’

Deu positivo

O Estação NET Botafogo exibe nesta quarta-feira (11), às 20h30, o documentário “Isto é Pelé”, de Luiz Carlos Barreto e Eduardo Escorel, seguido de debate com os diretores e o ex-jogador Afonsinho. O Estação NET fica na Rua Voluntários da Pátria, 88.

Vera Fischer contava os dias para a estreia da peça “Quando Eu For Mãe Quero Amar Desse Jeito”, na próxima sexta-feira, no Teatro Prudential, mas foi diagnosticada com a Covid-19. A atriz compartilhou a notícia com seus seguidores.

Na bronca

Novidade

Monica Iozzi criticou os famosos que postam fotos em clima de lazer nas redes e ignoram a atual situação do país, após o caos provocado por extremistas. “Não dá para falar com milhões e fingir que nada está acontecendo”, desabafou a atriz.

A Netflix divulgou trailer de mais uma série do seu catálogo de estreias para janeiro. Trata-se da produção brasileira “Todo Dia a Mesma Noite”, sobre a tragédia da Boate Kiss, com enredo baseado no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex.

Um artista atento às várias vozes globais eter Gabriel começou seu trabalho solo em 1975 após deixar seu antigo grupo, Genesis. Com suas atuação performática em palco, o vocalista tornou-se um dos ícones do rock progressivo setentista, marcado por grandes álbuns como “Nursery Crime” (1971), “Foxtrot” (1972), “Selling England by the Pound” (1973) e “The Lamb Lies Down on Broadway” (1974). Em sua bem sucedida carreira solo, Peter Gabriel lançou

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11 álbuns solo e escreveu trilhas sonoras para três filmes - “A Última Tentação de Cristo” (1989), “Birdy” (1992) e “Long Walk Home” (2002). Em 1980, ele fundou o Womad, o World of Music, Arts and Dance, um projeto global que já gerou 170 eventos musicais em mais de 30 países. O festival se tornou a inspiração para o selo Real World Records, que ele lançou em 1989 com o objetivo de fornecer a artistas talentosos de todo o mundo acesso a instala-

ções de gravação de última geração e ajudar a tornar sua música mais conhecida globalmente. Os artistas lançados pela gravadora incluem Hukwe Zawose, Ayub Ogada, Nusrat Fateh Ali Khan, Papa Wemba, Totó La Momposina, Sheila Chandra e mais recentemente The Gloaming e Loney Dear. Ativamente envolvido em campanhas de direitos humanos, Peter Gabriel participou de muitos concertos beneficentes, como por exemplo, o Human Rights Now!, de 1988, da Anistia Internacional. Foi nessa turnê que ele viu em primeira mão como o vídeo pode aumentar as chances de um ativista de direitos humanos de alcançar justiça e mudança. Em 1992, Gabriel propôs a criação de uma organização pioneira no uso de vídeo no trabalho de direitos humanos, Witness.org. Por volta de 2000, ele cofundou o Elders.og, com Richard Branson, para reunir um pequeno grupo de líderes globais altamente respeitados em torno de causas humanistas.

Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023

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Música

Fotos Divulgação

Álvaro Henrique

projeto Música no Museu abre os trabalhos em 2023 com as séries Os Imortais da Música Brasileira e os Gênios Internacionais, que exalta as grandes obras da música clássica no mundo. Nos 25 anos da iniciativa, que leva ao público grandes concertos gratuitos, um novo espaço cultural adere ao projeto. Trata-se da Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa. Os concertos gratuitos começam nesta quarta-feira (11), quando o soprano Georgia Szpilman e a pianista Maria Luiza Lundberg revisitam a obra de Chiquinha Gonzaga no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Elas terão o clarinetista Moises Santos como convidado especial. No sábado (14), a Casa Museu Eva Klabin recebe a pianista Clara Sverner, duas vezes indica-

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Projeto retoma atividades e passa a contar com mais um espaço para apresentação de concertos gratuitos, a Casa Muse Eva Klabin da ao Grammy Latino, que interpretará clássicos de Mozart e Chopin. A programação de janeiro se encerra no dia 25, quando o pianista Cláudio Vettori e o tenor lírico Rodrigo Mathias se apresentam no CCBB. O programa inclui Carlos Gomes e árias das

Georgia Szpilman e Maria Luiza Lundberg fazem o concerto de abertura Vicente de Paula/Divulgação

Música no Museu turbinado em 2023

Clara Sverner

Eliane Salek

óperas La Bohème e Tosca. Já em fevereiro, o Música no Museu reunirá o melhor da música clássica e da música de carnaval para agradar a todos os gostos. Entre os destaques, Eliane Salek (piano e voz) tocará os sambas e as marchinhas de carnaval de Waldemar Henrique em gran-

de homenagem ao compositor no Museu da República, no dia 5. No dia 11, o Música no Museu Especial trará de São Paulo a pianista Eudoxia de Barros para executar, no Casa Museu Eva Klabin, um variado repertório com composições de Schubert, Liszt, Lina Pesce, Luiz Levy e ou-

tros grandes nomes. Mais um destaque de fevereiro é o programa Do Outro Lado do Carnaval, que reunirá no dia 15, no CCBB, os músicos Adriana Kellner, Cecilia Guimarães, Ezequiel Peres, Fernanda Cruz e Maria Helena de Andrade, sob direção desta última.

4 Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã

nquanto comemorava a consagração mundial de “Big Bang”, com o qual venceu a competição Corti d’Autore do Festival de Locarno, na Suíça, Carlos Segundo - diretor parte paulista, parte mineiro, parte potiguar, nascido em São Paulo, em 1979 – viu seu nome na disputadíssima Shorttlist da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, associado a um dos 15 filmes que podem concorrer ao Oscar, no dia 12 de março. O realizador está no páreo com “Sideral”, que concorreu à Palma de Ouro em 2021 e conquistou o prêmio Canal Plus no 44° Festival Internacional de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand, também na França. Dali pra eriçar a curiosidade da Academia foi um pulo. Algumas categorias da cerimônia mais badalada do audiovisual no planeta operam a partir de um esquema de lista prévia, entre elas a de Melhor Curta-Metragem de Ficção, na qual o brasileiro é uma aposta quente. Passa-se uma peneira inicial nas dezenas de produções que se inscrevem para brigar pela chance de disputar as láureas hollywoodianas e algumas são selecionadas – a de Carlos foi. Na seara dos longas internacionais, tentamos a sorte com o elogiado “Marte Um”, mas ele não passou da primeira fase. Agora, uma nova peneirada está sendo feita nos EUA e no dia 24, terça que vem, serão revelados os cinco finalistas. O Brasil pode estar lá, graças ao refinamento singular de Carlos, que hoje é professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele rodou “Sideral” na capital do estado onde leciona. A trama: o primeiro lançamento de um foguete brasileiro está prestes a acontecer. Um casal mora com os dois filhos perto do centro espacial. Ele é mecânico, enquanto ela é faxineira. Porém, a mulher sonha com outros horizontes. Também se olha para o universo que nos cerca em “Big Bang”, no qual um técnico de fogões acredita destruir tudo aquilo em que ele penetra. As personagens fascinantes de Carlos, chanceladas no exterior, são tema do papo a seguir:

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Que novos sentidos - políticos e até econômicos - um curta-metragem ganha como produto ao ser associado a uma possível indicação ao Oscar? Carlos Segundo: Li recentemente que, em 1950, na França, um grupo de realizadores já discutia a importância da existência e da manutenção da produção

Cinema

Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023

Uma carreira de proporção sideral Laureado em Locarno na mostra Curtas de Autor, Carlos Segundo entra na lista de potenciais concorrentes ao Oscar Divulgação

Carlos Segundo: ‘Chego com mais maturidade e consciência’

do curta. Defendiam que era nesse formato que as novas experiências e possibilidades criativas surgiam. Defendiam ainda, em comparação com a literatura, que não se avalia um bom texto pelo número de páginas. Estou de acordo e, sem falsa modéstia, sei que ‘Sideral’, com seus 15 minutos, é muito mais potente - narrativa e esteticamente – do que muitos longas que entraram em circuito comercial ou em festivais nos últimos dois anos - nacionais e internacionais. Mas, de fato, por ter esse formato, as chamadas “chancelas” são fundamentais. Nós sabemos o que representa ter um curta na competição de Cannes, onde Sideral fez sua estreia, em 2021. Mas a minha tia avó bolsonarista, que não sabe nada de cinema, não dá a mínima para isso. Em todo o caso, ela não passa ilesa à notícia da possibilidade de figurarmos entre os cinco filmes indicados ao Oscar. As instituições públicas também não. Oscar é Oscar. Esse espaço simbólico não

pode ser ignorado. Soma-se a isso, o fato político-social: ‘Sideral’ foi produzido fora do eixo sudestino. Um filme de baixo orçamento, apoiado pela Lei Aldir Blanc, num estado que nunca teve edital público para a produção de longa-metragem. Então, mais do que um evento de cinema, o Oscar, em um contexto mais amplo, contribui para construir esse imaginário substancial para a produção cinematográfica de um estado/região/país. Como você avalia a visibilidade que festivais como Cannes e como Locarno dão aos curtas? É evidente que festivais como Cannes e Locarno, onde, respectivamente, estrearam “Sideral” e “Big Bang”, são algumas das maiores vitrines do cinema mundial. Junta-se aí Veneza e Berlim. Exibir um filme dentro desses festivais, seja curta ou longa, garante, no mínimo, uma maior atenção de curadores e produtores sobre o que você está produzindo

e o que pretende fazer no futuro. No caso de curtas, o caminho natural é a realização de um longa; no caso de longas, um caminho natural é o mercado comercial. Em todo o caso, para o curta-metragem, o trânsito nesses espaços é potente em diferentes aspectos e camadas, mas não necessariamente se reflete em um sucesso absoluto. A dificuldade para fazer o seu próximo filme será imensa ainda. E a cobrança, externa e interna, aumenta. Por isso, eu sou muito feliz de ter alcançado esses espaços depois de ter percorrido um longo caminho (quase sempre solitário). Porque chego com mais maturidade e consciência do lugar que ocupo e, principalmente, do cinema (enquanto narrativa e estética) que não quero realizar. Mas sei que a luta continua, que a batalha para a realização do meu primeiro longa de ficção mais estruturado ainda vai ser grande. “Fendas”, longa experimental que realizei em 2019, um drama, foi produzido praticamente sem orçamento algum. Que trilhas você pretende percorrer agora na seara do longa? Há algum curta por vir? Eu estou morando fora do país por um período de nove meses, desde outubro de 2022. Nesse momento, desenvolvo dois projetos: um curta e um longa. O curta-metragem é o terceiro filme da trilogia do “espaço” e será filmado em breve. O longa, no momento tem dois títulos: “Cover Over” e “Leite em pó”, sendo o último o que prevalecerá. Ele aguarda o retorno de editais de financiamento para produção enquanto participa de laboratórios de desenvolvimento. Em novembro do ano passado, foi premiado com o Hubert Bals Fund Development, do Festival de Roterdã, e, em fevereiro, participarei do Berlinale Talents Script Station. É dentro do Festival de Berlim. Que Brasil está traduzido nas pílulas dramatúrgicas que você tem levado às telas do mundo? Que espaço o Brasil deu a elas? Acho que transito por diversos brasis. Creio que esse meu percurso de vida me apresentou - e ainda me apresenta - muitos variados temas e personagens. Mas, com certeza me interessa bastante aqueles que estão à borda, seja de forma social ou psicológica (quando não os dois). Acho que o material humano, de forma geral, é muito rico, porque nem sempre previsível. Gosto de encontrar e produzir potência naqueles(as) que fogem à fácil identificação, e que, ao mesmo tempo, abrem a possibilidade de um mundo ainda porvir, mais poético e menos determinado. Levando-os(as) ao limite da vida, reconstruo em mim mesmo um ser novo.

Sucesso de público, espetáculo ‘Gaivotas’ retorna em temporada na Casa de Cultura Laura Alvim

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TeaTro

Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023

Um questionamento das próprias escolhas Nando Chagas/Divulgação

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rojeto idealizado pela atriz e produtora Bibiana Rozenbaum e pelo diretor Fernando Philbert, o espetáculo “Gaivotas” inicia sua terceira temporada - a segunda presencial -, na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. No elenco, estão a própria Bibiana, Sávio Moll e Antonio Gonzalez. A montagem homenageia os 125 anos da primeira encenação do texto, obra-prima do dramaturgo russo Anton Tchékhov. Depois de uma temporada em versão on line exibida no canal de youtube do Sesc RJ em outubro de 2021 e uma temporada presencial lotada no Teatro Poeirinha, a peça volta a ser encenada, com sessões às 20h, às quartas e quintas, até 16 de fevereiro. A encenação de Philbert é um drama poético sobre relacionamentos inspirado no texto “Nina ou da fragilidade das gaivotas empalhadas”, do romeno naturalizado francês Matéi Visniec, um dos dramaturgos contemporâneos mais encenados no mundo e que propôs o reencontro do trio protagonista 15 anos depois. Para isso, mudou o desfecho da peça de Tchékhov, tornando fracassada a tentativa de suicídio do personagem Konstantin. O diretor adapta a obra de Visniec ao trazer falas do original de Tchékhov, um pequeno texto de Domingos Oliveira e um trecho de uma entrevista do autor romeno sobre a democracia. No texto de Matéi Visniec

Bibiana produziu e atua em ‘Gaivotas’, que reestreia nesta quarta

– “Nina ou da fragilidade das gaivotas empalhadas” –, o personagem Konstantin, que havia se suicidado na obra de Tchékhov, reaparece. Ele, Nina e Boris reencontram-se 15 anos depois do desfecho da peça “A gaivota”. Mais maduros e amargurados pelo tempo, precisam lidar com as pontas soltas deixadas pelas decisões que tomaram ao longo de suas vidas. “’Gaivotas’ traz uma mensagem de esperança e

superação. As personagens são como gaivotas, mortas e empalhadas nas lembranças do passado, mas nada impede que, no universo de Visniec, elas possam ter uma nova chance”, comenta Bibiana. “Desde a primeira leitura, eu me senti inspirada por Nina, uma mulher que não tem medo de enfrentar preconceitos para alcançar seus sonhos. Ela não tem medo de errar. Apaixo-

nei-me pelo texto porque ele é atemporal”, acrescenta a atriz e produtora. “Recebo o espetáculo como um presente-desafio para todo amante do teatro. Como ator, tenho a possibilidade de interpretar um personagem histórico com a sagacidade do Matéi Visniec, somado à perspicácia da direção Fernando Philbert. E o resultado para o público é assistir a um espetáculo-poesia”,

observa Sávio Moll, que além de ator, divide a direção de produção do espetáculo. SERVIÇO GAIVOTAS Casa de Cultura Laura Alvim (Av. Vieira Souto, 176 - Ipanema) De 11/1 a 16/2, às quartas e quintas (20h) Ingressos: R$ 26 e R$ 13 (meia)

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Televisão

Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2023

‘Estão pegando pesado demais’ Renata Tobelem lamenta cancelamento da novela ‘Travessia’ nas redes sociais Divulgação

Por Ana Cora Lima (Folhapress)

om uma personagem que cresce no núcleo central de “Travessia”, Renata Tobelem não esconde que corre para ler os capítulos, assim que eles chegam às suas mãos. Ela anda ansiosa para saber logo o que vai acontecer com Dina, sua personagem, na reta final da novela. Por enquanto, não descobriu nada, mas tem gostado da fase menos subserviente da empregada da família de Guerra (Humberto Martins). “A trama da Dina ainda é um mistério para mim”, admite. Trabalhar em uma novela de Glória Perez era um desejo antigo da atriz, com 28 anos de carreira e passagens em outras produções da Globo, como “Espelho da Vida”, “Amor à Vida”, “A Vida da

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Renata: ‘Infelizmente, a internet virou um lugar tóxico’

Gente” e o humorístico “Zorra”. Quis o destino que a parceria acontecesse justamente em uma trama tão criticada da autora. Re-

nata rejeita e contesta os julgamentos. “Estão pegando pesado demais. Infelizmente, a internet virou um lugar muito tóxico e é

mais divertido falar mal do que falar bem. Começou ali, a mídia também endossou... Uma pena”, lamenta. Renata cita os temas importantes que a autora tem abordado na trama como alienação parental, dependência digital e assexualidade, por exemplo, para reclamar na insistência de comparações com o sucesso da antecessora “Pantanal”. “Se fosse assim, a gente só teria um tipo de novela.”, desabafa. Clima ruim nos bastidores? Ela nega. “Todo o elenco se gosta muito e o fato de a repercussão não ser tão boa acabou unindo mais os atores na vontade de fazer o melhor e defender o trabalho”, destaca, acresentando que não tem problemas de relacionamento com Cássia Kis, atriz bastante criticada por outros colegas de elenco por suas posições políticas extremistas.

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Artes PlásticAs Fotos Zanone Fraissat/Folhapress

Por Emerson Vicente (Folhapress)

ificuldade para comprar material, expor seu trabalho e vender em condições justas são algumas das dificuldades do artesanato brasileiro identificadas por diagnóstico recém-divulgado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pedido do Ministério da Economia. O documento também apontou que o artesão se encontra em uma situação vulnerável, já que uma parcela significativa recebe menos do que um salário-mínimo e não tem proteção previdenciária. O documento de aproximadamente 500 páginas, nascido por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), contém análise com indicação de sugestões e soluções para problemas emergenciais, segundo Mariana Pompermayer, professora da Escola de Belas Artes da UFMG, que integra a coordenação geral do projeto. “Existe muita diferença regional. Considerando a dimensão do país, pensar em uma política pública única é complicado. Então a gente precisa ter um aprofundamento para entender isso.” A primeira etapa foi concluída em dezembro de 2022 e indica que as políticas públicas para o setor, que movimenta cerca de 8,5 milhões de pessoas no país, são praticamente inexistentes. As discussões para ajustes no setor são antigas e foram ainda mais esvaziadas nos últimos anos, de acordo com Isabel Gonçalves, conselheira da Confederação Nacional dos Trabalhadores Artesãos do Brasil. A conselheira diz que a lei federal 13.180/2015, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff (PT), que regulamentou a profissão de artesão, criou “um alinhamento, um projeto construído para o artesanato brasileiro”. “Foi uma política pública traçada com apresentação da categoria em todos os estados, mas não saiu do papel. Não temos políticas públicas. Só temos ações pautadas em realização de feiras. O programa está resumido a isso. Somos os

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Ceramista trabalha em peça na Associação Cerâmicas Baluarte, em São Bernardo do Campo (SP), presidida pela artesã Wanderléa Lima (foto abaixo)

Artesão brasileiro paga para expor seu trabalho Diagnóstico feito pela UFMG aponta várias demandas de um setor que sofre para sobreviver únicos artistas no país que pagamos para assistirem ao nosso show. Tem que comprar o espaço para mostrar a sua produção”, diz Isabel. O aprimoramento da lei é um dos pontos destacados no diagnóstico feito pela UFMG. “Tem uma falta de conhecimento em torno das questões do setor do artesanato, que a gente precisa explorar com os gestores, com os artesãos, para chegar a um entendimento de

como formular essas políticas de uma melhor forma”, diz Mariana Pompermayer. De acordo com a área técnica do Ministério da Economia, já há discussões para a reformulação da lei. O relatório, que contou com a colaboração de outras oito universidades federais e estaduais, também aponta uma “alta dependência” das gestões estaduais e municipais para fomentar o artesanato.

Segundo o levantamento, Amazonas, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Acre, Rio Grande do Norte, Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Ceará e Distrito Federal possuem leis voltadas à atividade. O estado de São Paulo conta com uma subsecretaria, a Sutaco (Subsecretaria do Trabalho Artesanal nas Comunidades). De acordo com a Secretaria de Desen-

volvimento Econômico, são 98 mil cadastros de artesãos no estado. A pasta também diz que faz parcerias com prefeituras para o “fomento do artesanato regional e apoio na realização de festivais locais”. A ceramista Vanderléa Lima, 44, trabalha com artesanato há cinco anos. Coordena a associação Cerâmicas Baluarte, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Segundo a artesã, são 16 famílias envolvidas no trabalho. Ela aponta o escoamento da produção como um grande gargalo do setor. “A Secretaria Estadual de Desenvolvimento sempre chama a gente para grandes eventos, como o Mesa São Paulo, por exemplo. Somos convidados a participar nos inserirmos nesses mercados, mas ainda não tem uma política muito clara”, diz. A associação fica em uma área rural, próxima à represa Billings. As peças, como pratos, travessas, tigelas e xícaras, são inspiradas na Mata Atlântica. A maioria das pessoas que trabalham nela são mulheres. “Faltam incentivos para escoar a mercadoria, acessar grandes mercados. Tem peças que a gente faz que pode custar R$ 300, mas não sabemos quando vai vender. Depende de feiras, de alguns eventos”, diz Vanderléa. “Muitas mulheres preferem fazer faxina durante o dia para poder ter dinheiro para levar comida para casa à noite.” Segundo o PAB, a comercialização do material é uma das prioridades do programa. Uma das sugestões apontadas no relatório do mapeamento é a “criação de uma política de comercialização consistente para o setor, que de fato contribua para a sua sustentabilidade”. Além disso, existe um outro desafio que é o desinteresse dos mais jovens. “O acesso dos jovens à educação formal e a bens e serviços que seus antepassados não experimentaram os incentivam a buscar outras ocupações, com remuneração mais alta e processo de trabalho menos desgastante. Disso decorre que a ocupação de artesão é atualmente, em média, composta por pessoas mais velhas do que das demais ocupações”, diz o relatório.

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