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Correio da Manhã - edição 24187 - Segundo Caderno - 17 de janeiro - terça-feira

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Circula em conjunto com: CORREIO PETROPOLITANO CORREIO SUL FLUMINENSE

Rio de Janeiro, Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023 - Ano CXXI - Nº 24.187

Cinema francês volta a lotar bilheterias

Morreu Gina Lollobrigida, musa do cinema italiano

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Guito Moreto/Divulgação

Compay Oliveira navega nas águas do sambalanço

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rreverente, inventivo e insubordinado. Assim é Jards Macalé, convidado da vez da cantora e compositora Natália Boere em mais uma edição do “Me Cante uma História” no Teatro Prudential, na Glória. O projeto, que proporciona ao público assistir a apresentações musicais intimistas com uma espécie de tecla SAP em cada música, revelando as histórias por trás delas, receberá o genial Jards Anet da Silva nesta terça-feira, às 20h. Um dos artistas mais genuínos que a música brasileira já produziu e prestes a completar 80 anos, Jards cantará e contará causos impagáveis por trás de grandes sucessos dele, como “Vapor Barato”, “78 Rotações”, “Soluços”, “Revendo Amigos” e “Farinha do Desprezo”, compostas em parceria com nomes como Waly Salomão e Capinan. Jards comemora 50 anos de seu álbum de estreia, homônimo, e ainda repercute o lançamento do celebrado “Besta Fera”, indicado ao Grammy Latino como Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. “Síntese do Lance”, elogiado disco de inéditas feito com o amigo João Donato, também foi indicado ao Grammy Latino na mesma categoria. O “Me cante uma história” nasceu em maio de 2020, no auge da pandemia, como uma série de lives sobre composição no Instagram de Natália (@nataliaboere). Em julho deste ano, estreou no Manouche com Paulinho Moska e Tom Karabachian. Sandra de Sá também participou do projeto, que encerrou sua passagem pela casa no Jockey com Ney Matogrosso. A estreia no Teatro Prudential, em dezembro, foi em grande estilo: com Teresa Cristina e participação especial de Zé Renato. Entre os artistas que participaram das lives estão nomes como João Bosco, Fernanda Takai, Alceu Valença, Teresa

A cantora, compositora e jornalista Natália Boere recebe Jards Macalé em mais uma edição de seu projeto nascido em formato de lives no auge da pandemia

Uma tecla SAP para

Jards Macalé Cantor e compositor revela fatos em torno de suas grandes criações no projeto Me Cante uma História

Cristina, Lellê, Xande de Pilares, Roberto Menescal, Marcos Valle, Jards Macalé, Lobão e Supla. “Tive a felicidade de dividir com o público histórias de clássicos da música brasileira, como ‘O Bêbado e a Equilibrista’, de João Bosco e Aldir Blanc, e ‘La Belle de Jour’, de Alceu Valença. Agora, seguirei contando e compartilhando histórias num palco onde sempre almejei estar,

com artistas que tanto admiro”, Natália, idealizadora do projeto. SERVIÇO ME CANTE UMA HISTÓRIA SHOW JARDS MACALÉ Teatro Prudential (Rua do Russel 804, Glória) | 17/1, às 20h Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia), à venda pelo Sympla

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Música

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023 Arthur Martins/Divulgação

cORREiO cULTURaL João Miguel Junior/TV Globo

O último trabalho de Bruna na Globo foi ‘Pantanal’

Bruna Linzmeyer deixa Globo após 12 anos de emissora Depois de 12 anos de casa, Bruna Linzmeyer não é mais funcionária da Globo. A atriz, que interpretou Madeleine na primeira fase de “Pantanal” (2022), usou as redes sociais para anunciar o fim do seu vínculo com a empresa. No texto, a atriz de 30 anos agradeceu as oportunidades e o reconhecimento que sempre teve na emissora e

ainda revelou que não pensava em ser atriz quando mais jovem. “Nunca sonhei ser atriz, mas sonhei absolutamente tudo que esse ofício me traz. Mal sabia eu o imenso brilho no coração que ser artista me traria, quantos mundos conheceria, quanta gente”, desabafou Linzmeyer no início da publicação.

Surpresa?

Nada de dicas

Madonna excluiu todas as publicações de seu Instagram, sem dar explicações. O sumiço de suas fotos inflamou rumores que rondam a diva há dias, segundo os quais ela está preparando uma turnê para comemorar 40 anos de carreira.

O diretor Boninho, um dos nomes por trás do Big Brother Brasil, afirmou que vem barrando a produção de um documentário sobre o programa. Ele teme que a produção d~e ideias a Rodrigo Carelli, diretor de ‘A Fazenda’, reality game concorrente.

Sem trégua

Má lembrança

A relação entre as irmãs Simone e Simaria, que formavam dupla sertaneja de mesmo nome, continua abalada após a separação. Durante participação no Domingão com Huck, Simone contou que foi bloqueada pela irmã nas redes sociais.

Gerard Butler contou que sofreu um acidente durante as gravações do filme “Alerta Máximo”, ao passar, sem querer, ácido fosfórico na face. Em entrevista, o ator explicou que a sensação era a de que estava “queimando” o próprio rosto.

Beatmaker/ritmista, compositor e produtor, Compay reimagina, ressignifica e recria a pós-MPB com olhar de vanguarda

Em sambalanço

psicodélico Músico Compay Oliveira traz olhar atual sobre inspirações de Jorge Ben Jor, Trio Mocotó e Originais do Samba arioca da Cidade de Deus, Compay Oliveira faz, no seu EP “Balanço Oculto, Vol. II” assume a personalidade de Ninguém e faz um mergulho no sambalanço e no samba rock como gêneros e formas de expressão de suas origens na Cidade de Deus. Ampliando o universo do projeto, ele lança o clipe “Fora do Alcance”, inspirado na obra de René Magritte. E na canção ele provoca: “Imagina você querendo falar comigo / Querendo entender, especulando um sentido”. Buscando as conexões humanas em uma sociedade de desencontros, o projeto Nonguém lança um vídeo inspirado nas artes plásticas para a faixa com um clima da malandragem carioca e que dá luz para o escopo sonoro e lírico do EP “Balanço Oculto, Vol. II”, de 2022.

C

Beatmaker/ritmista, compositor e produtor musical, Compay reimagina, ressignifica e recria a pós-MPB com olhar de vanguarda, reverenciando o passado e refletindo o presente, com intimidade e bom humor. A trilogia “Balanço Oculto” está ancorada na rítmica e lírica aberta por Jorge Ben Jor na música brasileira. Compay mergulha ainda na estética dos artistas brasileiros entre os anos 90 e 2010, quando formou suas aspirações como compositor ao observar aqueles que fugiam às regras e não se rendiam aos padrões. “Tenho a pretensão de cantar a nossa época no sentido de tentar ser capaz de criar uma lírica sobre o nosso tempo. Ao mesmo tempo, obedecendo meu impulso criativo mais próprio, devo dizer que esse sentido político artisticamente al-

mejado por mim é moldado, evidentemente, pela minha identificação com a música aberta pelo Jorge Ben Jor – e, assim, através dele, minha referência maior, me ilumino com os Originais do Samba, Trio Mocotó, Bebeto, entre eles”, conta o artista. Em “Fora do Alcance”, ele traz a percussão de Roque Miguel (Afrojazz, Marcelo D2) e da dobradinha paulista Átila Silva e Everton Martins, da Banda Nova Malandragem, arranjada pelo produtor também paulista Levi Keniata (Nebulosa Selo). O clipe da música, gravado na própria casa do artista, parece simples, mas vem carregado de significados. “Por um interesse mútuo em Frantz Fanon, uma referência crítica no campo teórico e político sobre a questão racial e colonial, o diretor Arthur Martins e eu chegamos à ideia de fazer uma brincadeira visual com um quadro surrealista de René Magritte intitulado “As férias de Hegel” (1958), suspendendo a cadeira por cima de mim”, revela.

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã

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al despertou e o ano de 2023 já acena com bons augúrios para a indústria cinematográfica francesa, a começar pelos quase 500 mil ingressos vendidos por “Tirailleurs”, drama sobre a I Guerra Mundial, com Omar Sy (“Lupin”) a lutar para salvar seu filho nas trincheiras, em 1917. Some-se a ele outros dois longas lançados nas horas finais de 2022 que hoje arranham meio milhão de pagantes na pátria presidida por Emmanuel Macron: “Tempête”, aventura equestre sobre uma jovem empenhada a se manter nas corridas de cavalo, após um acidente; e “Ernest et Célestine: Le voyage en Charabie”, desenho animado sobre um urso sanfoneiro e sua amiga, uma ratinha. No início de fevereiro, chega por lá “Astérix e Obélix: O Império do Meio”, com Marion Cotillard no papel de Cleópatra, dirigida por seu marido, o ator Guillaume Canet, que vive o gaulês. Estão a caminho ainda “Mon Crime”, thriller em tom de chanchada de François Ozon, com o ímã de bilheteria Danny Boon e a diva Isabelle Huppert, e a nova versão de “Os Três Mosqueteiros”, com o subtítulo de “Milady”, fazendo jus à star quality de Eva Green. É uma safra que deixa a Unifrance, órgão governamental europeu a sorri, frente ao que pode ser o fim de temporada de vacas magérrimas na arrecadação dos exibidores do Velho Mundo. “O Brasil tem sido um parceiro importante do cinema francês, sobretudo nos anos difíceis que passamos com a pandemia, graças ao trabalho de distribuidores como Jean-Thomas Bernardini em levar nossos filmes até vocês, assim como o Festival Varilux. Acredito que depois de anos complicados, com uma nova configuração política, esse apetite pelo nosso cinema aumente. O que fazemos, aqui na Unifrance, entre muitos compromissos institucionais, é apoiar quem faz a distribuição e realizar ações internacionais para dar visibilidade a quem filma em nosso país”, diz Daniela Elstner, que dirige a instituição do Ministério da Cultura da França, responsável por uma ação que hoje mobiliza Paris: o Rendez-Vous Avec Le Cinéma Français. É um fórum anual, realizado sempre em janeiro, no hotel Le Collectionneur, por onde passam atrizes, atores, diretores, roteiristas e produtores a fim de analisar o que o audiovisual francês anda produzindo de mais autoral (e de mais comercial). Mia Hansen-Løve, Jean-Paul Salomé e Alice Winocour foram alguns dos talentos que passaram pelo

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CINEMA

França volta a

lotar cinemas Sucesso recente com Omar Sy aumenta a fé da terra de Macron na sua produção audiovisual Divulgação

Omar Sy estrela ‘Tirailleurs’, o primeiro o sucesso de bilheteria da França em 2023

Nova aventura de Ernest e Célestine mobiliza a Europa

Eva Green e Vincent Cassel em ‘Milady’, a nova versão de Os Três Mosqueteiros

Rendez-vous desde o início de sua 25ª edição, no sábado. “Diversidade é a palavra essencial do que se filma na França, com uma recente expansão de vozes femininas no comando dos sets e um boom de cineastas em fase de estreia nos longas. Há uma troca de ideias estética forte no ar”, explica o crítico Serge Toubiana, que preside a Unifrance, sob a direção de Elstner. “O jogador Zlatan Ibrahimovic, um dos craques mais importantes do futebol europeu, vai aparecer como ator no

novo ‘Astérix’. O fato de ele funcionar ou não como ator não se sabe, mas é inegável que a presença dele pode atrair espectadores, numa participação que ele buscou fazer. Tudo isso mobiliza atenções”. Acostumados a ver filmes venderem 10 milhões de ingressos ou até mais – “Intocáveis”, que revelou o já citado Omar Sy, foi visto em circuito por 19,5 milhões de espectadores -, as salas de projeção da França amargaram dias difíceis com a covid-19, so-

frendo retração de plateias e encarando uma pesada concorrência com as plataformas de streaming. O maior sucesso que aquele mercado emplacou no ano passado foi “Qu’Est-ce Qu’On a Tous Fait Au Bon Dieu?”, que vendeu 2.429.450 tíquetes. É a terceira parte da franquia de humor “Que Mal Eu Fiz A Deus”, iniciada em 2014. “Com ‘Lupin’, a Netflix transformou o nome de Omar Sy, que já era forte aqui, num astro de proporções multinacionais”, diz Elstner. “Isso, por um lado, confirma a força da plataforma, só que, de outra perspectiva, ajuda a gente, no cinema, a propagar o nome dele. Vai ser um ano forte pra nós, em circuito, sobretudo nas animações, com projetos como ‘Miraculous – Le Film’, que chega com fortes ambições de púbico”.

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Cinema

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

ENTREVISTA / MICHEL OCELOT, ANIMADOR

‘Eu vejo o mundo como

uma loja de doces’ Divulgação

pacabana e tenho pelo Rio um apreço enorme. Vocês conseguiram que o Anima Mundi se tornasse uma referência mundial. Eu torço para que o festival (interrompido por falta de patrocínio desde 2019, ano em que só foi realizado por conta de um crowdfunding dos fãs de suas duas décadas e meia de luta) regresse com o cuidado que seus realizadores têm pela animação. Eles são do ramo. Têm noção do que os animadores precisam.

Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã

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á um boom de animações estourando no cinema e na TV da França, num movimento que a Unifrance, instituição governamental europeia responsável pela circulação dos filmes da pátria de Macron pelo mundo, considera determinante para novos levantes industriais de seu parque audiovisual e para a afirmação de vozes autorais do setor, como o mestre Michel Ocelot. Aos 79 anos, o animador mundialmente aclamado por “Kiriku e a Feiticeira” (1998), “As Aventuras de Azur e Asmar” (2006) e “Dilili em Paris” (2018) se consagra como um dos realizadores mais concorridos do “25º Rendez-Vous Avec Le Cinéma Français”, fórum de distribuição e exibição que termina hoje, na capital francesa. Ele volta a impressionar a crítica com a mistura poética de antropologia, poesia e cinema que marca sua obra desde 1976, ao lançar “Le Pharaon, Le Sauvage et La Princesse”. Seu novo longa é uma trança de contos do Sudão, da Turquia e de uma Eurásia que remonta ao século XVIII. Na entrevista a seguir, ele fala ao Correio da Manhã sobre a importância de o Brasil retomar o festival Anima Mundi, interrompido desde 2019. O senhor foi um pioneiro em falar da realidade do Oriente Médio e da África na animação moderna, apostando no multiculturalismo nos anos 1990 e 2000. Como se dá o balanço entre etnografia e

De que o senhor precisa para fazer seu cinema autoral? Esse cinema não era possível até que “Kirikou” saiu do papel. Aliás não havia, na França, uma produção de longas animados como a gente tem hoje. O sucesso que fizemos ali abriu as portas para um novo cenário, em que as escolas de cinema se tornaram uma fonte de jovens talentos. O êxito daquele trabalho fez com que eu pudesse produzir um filme novo num intervalo de três em três anos

Mestre da antropologia animada, o diretor de ‘Kirikou e a Feiticeira’ viaja ao século XVIII em seu novo longa, que é sensação em fórum audiovisual de Paris

poesia na sua dramaturgia? Michel Ocelot: As minhas escolhas temáticas partem da dignidade que uma cultura distinta da minha requer... e merece. Eu vejo o mundo como uma grande loja de doces. Meu desejo é me empapuçar de cada gulo-

seima, desfrutando do sabor de cada uma, numa degustação que não tem hierarquia. A Terra é muito vasta e diversa. É preciso saber aproveitar essa multiplicidade. Mas é preciso que esse degustar seja orgânico e mútuo. Precisa ser meu, o diretor, e

precisa ser da plateia, tratando especificidades culturais com respeito. Que especificidade o senhor guarda de sua relação com o Brasil? Eu amo a beleza natural do seu país, fiquei louco com Co-

Prestes a fazer 80 anos, como o senhor, que cresceu vendo filmes animados na telona, vê a expansão das plataformas digitais? É um caminho, mas existe uma missa que corre perigo de ser encerrada. Uma missa de uma religião poética, que consiste em se arrumar para ir a uma sala de exibição, dar o dinheiro do ingresso à bilheteira, sentar numa plateia chega, com um saquinho de pipoca na mão para imergir na experiência da tela grande. Tenho medo de que esse ritual se perca. Faço o que posso para mantê-lo animado.

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

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Cinema

Os queridinhos da crítica Fotos Divulgação

Critics Choice Awards premia ‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ m dos principais termômetros para o Oscar, o Critics Choice Awards anunciou os vencedores de sua 28ª edição. O grande vitorioso foi “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, que embolsou quatro troféus, incluindo melhor filme. Em televisão, “Abbott Elementary” foi escolhida como a melhor série de comédia,

U

A produção indiana ‘RRR’

‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’

“Better Call Saul” como a de drama e “The Dropout” como melhor minissérie. Diferentemente do Globo de Ouro e do Emmy, o Critics Choice escolhe ainda um destaque internacional no ano. Na categoria, a coprodução entre Japão e Coreia do Sul “Pachinko” venceu. O estrangeiro premiado na ala de filmes foi o indiano “RRR - Revolta, Rebelião, Revolução”, fortalecendo seu caminho até o Oscar diante de outros competidores fortes. Nas duas principais categorias de atuação, Cate Blanchett levou a melhor por “Tár”, na disputa com Michelle Yeoh, de “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, e Brendan Fraser foi escolhido por “A Baleia” em detrimento de Austin Butler, de “Elvis”. O resultado contrariou aquele do Globo de Ouro, na semana passada.

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Televisão

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

Adeus,

Gina Lollobrigida Musa do neorrealismo italiano e que foi sex symbol do cinema morre aos 95 anos Reprodução IMDB

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orreu a atriz Gina Lollobrigida, musa do neorrealismo italiano e sex symbol na era de ouro de Hollywood, aos 95 anos. A confirmação foi feita pela agência de notícias Ansa nesta segunda-feira (16). A artista estava internada em um hospital em Roma e detalhes da morte não foram divulgados pela família. Admirada por sua sensualidade, que lhe rendeu o apelido de “maggiorata” - termo utilizado para designar as voluptuosas atrizes italianas dos anos de 1950 e 1960 -, Lollobrigida autou em filmes como “O Diabo Riu por Último”, com Humphrey Bogart, e “Quando Explodem as Paixões”, no qual contracenou com Frank Sinatra. Sua morte é bastante simbólica, já que ela era uma das poucas divas remanescentes da era de ouro de Hollywood, mesmo que a partir dos anos 1970 tenha se afastado gradualmente do cinema para trilhar carreira como fotógrafa e escultora. Nascida em Subiaco, uma cidade da região metropolitana de Roma, em julho de 1927, Lollobrigida chamou a atenção daqueles ao seu redor pela beleza desde cedo. Seu pai, um fabricante de móveis, e a mãe a inscreviam em concursos de beleza mirins, dando o pontapé na carreira de modelo e de atriz da italiana. Pouco depois da Segunda Guerra Mundial, em 1947, ela chegou a entrar para o concurso Miss Itália e ficou com o terceiro lugar, ganhando projeção em todo o país. Assim, três anos depois, ela assinava seu primeiro contrato para estrelar filmes americanos, num acordo arquitetado pelo produtor Howard Hughes, que queria que ela gravasse três longas por ano. Mas ela estava descontente com os termos, e o arranjo acabou não indo para frente. Cláusulas já assinadas, no entanto, a impediram de trabalhar em filmes americanos que fossem feitos nos Estados Unidos até 1959.

A fama da musa Gina Lollobrigida extrapolou as fronteiras do cinema italiano

Até esse período, ela ficou livre para atuar em produções europeias ou americanas que filmassem na Europa. Dessa forma, começou a construir seu caminho ao estrelato nas tramas italianas “Pão, Amor e Fantasia”, que lhe rendeu uma indicação ao Bafta, “A Provinciana” e “A Romana” e nas francesas “Fanfan la Tulipe”, “Esta Noite é Minha” e “A Grande Paixão”. Sob a direção de John Huston e como par romântico de Bogart, “O Diabo Riu

por Último” veio em 1953 como sua apresentação em larga escala para o mundo de língua inglesa. “Ousadia de Valente” e “A Mais Bela Mulher do Mundo” vieram em seguida. O segundo deu a ela o primeiro prêmio David di Donatello de melhor atriz. Com o cineasta Carol Reed, trabalhou em “Trapézio”, com Jean Delannoy deu vida à icônica e sensual Esmeralda, em “O Corcunda de Notre Dame”, e com

King Vidor esteve em “Salomão e a Rainha de Sabá”. Os anos 1950 e 1960 foram de trabalho intenso, a ponto de Lollobrigida ter recusado um papel coadjuvante no clássico “A Doce Vida”, de Fellini. Ela mais tarde demonstraria arrependimento pela decisão, que dizia ter sido tomada por engano, em meio ao volume de roteiros que chegavam para ela. Além de Bogart e Sinatra, Lollobrigida também dividiu as telas, no período, com outros ícones da era de ouro do cinema, como Marcello Mastroianni, Burt Lancaster, Tony Curtis, Anthony Quinn, Rock Hudson, Sean Connery, Alec Guinness e David Niven. A partir dos anos 1970, ela começou a pegar mais leve com a carreira. Na década de 1980, ela foi à TV nas séries “Falcon Crest” e “Estranhas Irmãs”. Escultura e fotojornalismo se tornaram, assim, suas principais ocupações, e com suas lentes ela capturou figuras importantes, como Paul Newman, Salvador Dalí, Henry Kissinger, David Cassidy, Audrey Hepburn, Ella Fitzgerald e Fidel Castro, que deu a ela uma entrevista exclusiva quando era líder de Cuba. Sempre ativa politicamente, Lollobrigida apoiou recentemente as opiniões pró-LGBTQIA+ do papa Francisco e tentou, sem sucesso, se eleger para o Parlamento Europeu e para o senado italiano. Em 2013, ela vendeu sua coleção de joias e doou os US$ 5 milhões arrecadados para pesquisas com células-tronco. Seu último trabalho nos filmes foi em 1997, em “XXL”. Entre os prêmios que recebeu em vida estão três troféus Davi di Donatello competitivos e mais quatro honorários, um Globo de Ouro e um prêmio especial do Festival de Berlim. Ao lado de nomes como Sophia Loren, Monica Vitti e Brigitte Bardot, Lollobrigida fez parte de uma geração que viu ascender divas europeias que, além do talento, capturaram a atenção do mundo com sua beleza.

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Artes PlásticAs

Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

Fotos/Divulgação

Indentidade com

diversidade Exposição no Centro Cultural dos Correios reúne obras de artistas brasileiros e de outros cinco países

Obras da exposição ‘Identidade na Arte’

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Ava Galleria Rio apresenta a exposição “Identidade na Arte”, com artistas nacionais e internacionais já consagrados para mostrar a arte como instrumento de expressão histórica e cultural. A mostra fala da diversidade da identidade artística, no Centro Cultural Correios RJ, com curadoria de Edson Cardoso e produção

de Renata Costa. A mostra, com curadoria de Edson Cardoso e produção de Renata Costa, pode ser visitada a partir do desta quinta-feira (29), de terça a sábado, das 12h às 19h. Dentre os artistas brasileiros estão Adilson Barbosa, Alzira Chaloub, Ana Kariri, Ângela Vielitz, Carla Senna, Carol Couri, Daniel Novais, Daniele Bloris, Deborah

Netto, Giselle Parno, Henrique Hammler, Liana González, Mara Estela, Marcelo Côrtes, Marcelo dos Santos, Marcelo Duprat, Marcelo Galvão, Márcio Goldzweig, Mariah Campolina, Mario Marques, Marlene Bloris, Monsyerrá Batista, Neuza Nazar Petti, Renata Costa e Rosa de Jesus (in memoriam ). Além deles, a exposição reúne obras de Adriano Antoine (Holanda), Michael Müller (Alemanha), Fernando Grilli (Argentina), Xana Boarotto (Portugal) e Antti Raitala (Finlândia). A exposição apresenta ao público a noção de identidade artística, esse conjunto de características exclusivas que destacam o artista das demais, tornando-o único em sua performance. O traço que um artista demonstra em sua obra, quando é único, cria uma identidade, podendo ser comparado a uma assinatura, assim definirmos como sua identidade artística. sabemos, que a arte (entre outras coisas) expressa a identidade cultural de um povo, suas raízes, valores e sua história. Assim o artista quando cria uma identidade, cria uma história. A exposição reúne diversas formas de expressão, mostrando tanto num nível individual como também no coletivo. Nessa mostra, teremos um texto acompanhando a obra, mostrando uma história por trás de cada obra. Acreditamos que a arte contemporânea, nos governa com um regime de singularidade, valorizando o que é fora do comum, o único, o atípico. A arte tem ainda a responsabilidade de um processo criativo que leva o desenvolvimento de uma nação e promove o crescimento cultural de um povo A identidade de uma obra, pode muitas vezes contribuir para uma marca cultural de um povo. SERVIÇO IDENTIDADE NA ARTE Centro Cultural Correios RJ (Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro) De 19/1 a 4/3, de terça a sábado (12h às 19h) Entrada franca

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Terça-feira, 17 de Janeiro de 2023

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