LA PRESENCIA DE ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

L A P R E S E N C I A D E O R T E G A Y GASSET E N EL PENSAMIENTO M E X I C A N O E n 1943, en el p r i m e r estudio sistemático sobre el desarrollo

5 downloads 293 Views 2MB Size

Story Transcript

L A P R E S E N C I A D E O R T E G A Y GASSET E N EL PENSAMIENTO M E X I C A N O E n 1943, en el p r i m e r estudio sistemático sobre el desarrollo d e l p e n s a m i e n t o m e x i c a n o , Historia de la filosofía en México, de Sam u e l R a m o s , se i n c l u y e u n a sección t i t u l a d a " L a i n f l u e n c i a de O r t e g a y G a s s e t " . Allí se considera el p o s t u l a d o o r t e g u i a n o , " Y o soy y o y m i c i r c u n s t a n c i a , y si n o l a salvo a ella n o m e salvo y o " , c o m o l a p i e d r a a n g u l a r sobre l a que se eleva el e d i f i c i o de l a " f i losofía de l o m e x i c a n o " . Y el m i s m o S a m u e l R a m o s reconoce a c o n t i n u a c i ó n su d e u d a con O r t e g a . E s t a apreciación de R a m o s , q u e recogen y p r o y e c t a n después J o s é Gaos y los m i e m b r o s del G r u p o H i p e r i ó n , h a llegado a ser h o y día l u g a r c o m ú n en las e v a l u a c i o n e s y exposiciones d e l d e s a r r o l l o d e l p e n s a m i e n t o m e xicano. 1

N o obstante este tácito acuerdo, t a n t o entre los pensadores m e x i c a n o s actuales c o m o e n t r e los críticos , de a t r i b u i r a l a o b r a de O r t e g a y Gasset u n a i n f l u e n c i a decisiva en el d e s a r r o l l o del p e n s a m i e n t o m e x i c a n o desde l a década de los v e i n t e hasta nuestros días, n o se h a a n a l i z a d o en qué consiste t a l i n f l u e n c i a , n i se h a n 2

M e refiero aquí, entre otros, a Joaquín M a c G r e g o r , O c t a v i o Paz, J o r ge P o r t i l l a , E m i l i o U r a n g a , L u i s V i l l o r o y Leopoldo Zea. D e entre los más representativos al respecto destacan: SOLOMON LIPP, Leopoldo Zea. From "Mexicanidad" to a Philosophy of History, W a t e r l o o , 1980; PATRICK ROMANELL, Making qfthe Mexican Mind: A study in Recent Mexican Thought, L i n c o l n , 1 9 5 2 ; " O r t e g a i n M é x i c o : A T r i b u t e to Samuel R a m o s " , JHI, 2 1 ( 1 9 6 0 ) , 6 0 0 - 6 0 8 , y " S a m u e l Ramos on the Philosophy of M e x i c a n C u l t u r e : O r t e g a and U n a m u n o i n M é x i c o " , LARR, 1 9 7 5 , núm. 3, 8 1 - 1 0 1 ; FERNANDO SALMERÓN, Las mocedades de Ortega y Gasset, M é x i c o , 1 9 5 9 y " L a s ideas estéticas de O r t e g a y Gasset", FyL, 2 6 ( 1 9 5 3 ) , núms. 5 1 / 5 2 , 1 4 1 - 1 5 7 ; HENRY C. SCHMIDT, The Roots of lo Mexicano: Self and Society in Mexican Thought, 1900-1934, College Station, 1 9 7 8 ; LEOPOLDO Z E A , " O r t e g a el A m e r i c a n o " , CuA, 1 9 5 6 , n ú m . 1 , 1 3 2 - 1 4 5 . 1

2

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

198

NRFH,

XXXV

precisado cuáles postulados o r t e g u i a n o s f u e r o n aceptados y c u á les rechazados, n i las razones que en cada m o m e n t o m o t i v a r o n l a aceptación o el rechazo de u n aspecto de su o b r a . Y ello nos l l e v a a j u i c i o s c o n t r a d i c t o r i o s en l a valoración de su i n f l u e n c i a . A s í , p o r e j e m p l o , m i e n t r a s q u e u n a b r e v e l e c t u r a de las obras de L e o p o l d o Zea — e l filósofo m e x i c a n o actual más s o b r e s a l i e n t e — nos permitiría a f i r m a r c o n S o l o m o n L i p p q u e " l a i n f l u e n c i a de O r t e g a en el p e n s a m i e n t o de Z e a es i n d i s c u t i b l e " , los r e s u l t a dos de u n a encuesta r e a l i z a d a p o r l a revista m e x i c a n a Occidente en 1945, en t o r n o al t e m a g e n e r a l de " L o s l i b r o s f u n d a m e n t a l e s de n u e s t r a é p o c a " , d e m u e s t r a n q u e al desligar l a o b r a de O r t e g a de u n c o n t e x t o d e t e r m i n a d o apenas si se le d a i m p o r t a n c i a . A n t e u n a situación t a n p e c u l i a r , se hace evidente el riesgo q u e correrá t o d o i n t e n t o de d e t e r m i n a r l a repercusión de l a o b r a de O r t e g a y Gasset en M é x i c o . M á s aún, el alcance l i m i t a d o de lo escrito sobre el t e m a hasta l a fecha se debe, en m i o p i n i ó n , a q u e sus autores se p r e o c u p a r o n más de j u z g a r l a posición filosófica o r t e g u i a n a con relación a sus p r o p i a s ideas — l o q u e s i g n i f i c a b a p a r t i r de unos supuestos apriorísticos— que de a n a l i z a r el p a n o r a m a ideológico m e x i c a n o antes de l a llegada de l a o b r a de O r t e ga, c o m o base i n d i s p e n s a b l e p a r a luego d e t e r m i n a r q u é ideas a c e p t a r o n , c ó m o se i n c o r p o r a r o n y p o r q u é . A d e m á s , estos estud i o s , que partían de O r t e g a y de su o b r a y que t r a t a b a n de establecer su i n f l u e n c i a e n M é x i c o , se a p r o x i m a b a n necesariamente desde afuera y apenas se q u e d a b a n en l a p e r i f e r i a , c o n u n a visión forzosamente f r a g m e n t a r i a d e l l u g a r que lo o r t e g u i a n o o c u p a b a en el d e s a r r o l l o del p e n s a m i e n t o m e x i c a n o . 3

4

C o n el fin de e v i t a r estas l i m i t a c i o n e s , he d i r i g i d o m i i n v e s t i -

3

S. LIPP, op. cit., p.

131.

L a encuesta de Occidente, bajo el título de " L o s libros fundamentales de nuestra é p o c a " , se publicó en los números 2 (1945), 1-16 y 3 (1945), 27-35. Las respuestas son, en v e r d a d , m u y desiguales, aunque en ella p a r t i c i p a r o n 28 de los intelectuales más destacados de aquel m o m e n t o mexicano ( i n c l u y e n do algunos de los españoles transterrados). Los 25 autores que o b t u v i e r o n u n mínimo de tres menciones quedaron reunidos, según el número de éstas, en nueve grupos. Pues b i e n , O r t e g a y Gasset, con el mínimo de tres menciones, aparece en el noveno grupo ( U n a m u n o , el otro autor de lengua española, se encuentra en el sexto). Todavía es más significativo que la obra mencionada sea La rebelión de las masas, cuando, por razones que luego comentaremos, fue una de las obras de O r t e g a menos influyentes en el medio mexicano. C o n v i e ne añadir, sin embargo, que l a encuesta, por lo a m p l i o de la pregunta y por las diversas interpretaciones a que dio l u g a r , apenas tiene valor científico. N o obstante, sí nos sirve para resaltar en el caso de O r t e g a u n a disparidad entre la influencia que se le a t r i b u y e y el reconocimiento que se le concede. 4

NRFH, X X X V

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

199

gación al estudio del d e s a r r o l l o del p e n s a m i e n t o m e x i c a n o en l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo X X . H e e s t u d i a d o también a M é x i c o com o e n t i d a d i n d e p e n d i e n t e , a u n q u e e n l a z a n d o su evolución a l a c i r c u n s t a n c i a o c c i d e n t a l c o n l a que f o r z o s a m e n t e tiene q u e c o n t a r . E l O r t e g a que así se descubre se asemeja a l c o m i e n z o a u n a s o m b r a de c o n t o r n o s concretos, que p r o n t o se a g i g a n t a cubriénd o l o t o d o , a l m i s m o t i e m p o que su presencia se hace más difusa y difícil de p r e c i s a r . Es, p o r d e c i r l o así, c o m o u n escape fino de h u m o e n u n c u a r t o c e r r a d o ; d e l i m i t a d o y r e c o n o c i b l e al p r i n c i p i o , p e r o q u e p r o n t o lo c u b r e t o d o y n a d a e n c o n c r e t o , y que además deja l a a b e r t u r a p o r l a que penetró libre a l a entrada de nuevas corrientes.

M É X I C O E N L A DÉCADA DE L A REVOLUCIÓN

A c o m i e n z o s de siglo, l a fe en el p o s i t i v i s m o , que había d o m i n a d o en el último t e r c i o del siglo X I X en M é x i c o , está en f r a n c a d e c a d e n c i a . E l p o r f i r i a t o c o m i e n z a a r e s q u e b r a j a r s e p o r dos f r e n tes: el político y el i d e o l ó g i c o . L o s intelectuales m e x i c a n o s , al m e nos los más destacados, c o i n c i d e n en q u e el p o s i t i v i s m o n o h a p r o d u c i d o los resultados q u e prometía. Pero todavía entonces se c u l p a b a d e l fracaso a l a ideología m i s m a y a sus posibles errores. E l hecho de q u e ésta h u b i e r a sido i m p o r t a d a , de que n o r e s p o n d i e r a a l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a , t a n t o p o r serle extraña c o m o p o r n o c o n s i d e r a r sus p r o b l e m a s , pasaba d e s a p e r c i b i d o a los i n telectuales, quienes de n u e v o b u s c a b a n f u e r a las soluciones a sus p r o b l e m a s . A n t o n i o Caso diría años después: " A n t e s de l a r e v o l u c i ó n , d u r a n t e el g o b i e r n o d e l g e n e r a l D í a z , [...] e n l a cátedra, en el p u l p i t o , en el senado, e n l a clínica, en el f o r o , l a voz unánim e , vox populi, r e c o n o c í a l a subordinación de n u e s t r o m o v i m i e n t o c u l t u r a l al m o v i m i e n t o c u l t u r a l europeo. E r a m o s , o f i c i a l m e n t e , u n a sociedad de copistas, u n t r a s u n t o i m p e r f e c t o de lo q u e acaecía allende el A t l á n t i c o " . L a reacción c o n t r a el p o s i t i v i s m o , sin e m b a r g o , traía también consigo el p r i m e r paso h a c i a u n a i n d e p e n d e n c i a c u l t u r a l . Se p o d í a n i m p o r t a r las últimas m a n i f e s t a c i o nes filosóficas europeas, p e r o se requería su adaptación a los p r o b l e m a s n a c i o n a l e s . T a l es l a posición de J u s t o S i e r r a e n el discurso q u e p r o n u n c i ó en 1910 c o n m o t i v o de l a inauguración de l a U n i v e r s i d a d N a c i o n a l . Sierra abogaba p o r u n a u n i v e r s i d a d que 5

5

ANTONIO CASO, " L a espada de dos ñ l o s " , en Obras completas, M é x i c o ,

1976, t . 9, p. 3 2 1 .

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

200

NRFH,

XXXV

" s e p r o p u s i e r a a d q u i r i r los m e d i o s de n a c i o n a l i z a r l a c i e n c i a , de m e x i c a n i z a r el s a b e r " . E l c a m b i o n o podía t a r d a r . E n el frente político Francisco M a d e r o se levantó c o n t r a P o r f i r i o D í a z y c o m e n z ó l a R e v o l u c i ó n el 20 de n o v i e m b r e de 1910. E n o c t u b r e de 1 9 1 1 , M a d e r o es n o m b r a d o p r e s i d e n t e . E n el c a m p o i n t e l e c t u a l , se f u n d a a finales de 1909 el A t e n e o de l a J u v e n t u d , cuyos m i e m b r o s m a n t i e n e n u n a posición de d e c i d i d o a n t i p o s i t i v i s m o , e n u n a m b i e n t e de l i b e r t a d y de énfasis en los estudios filosófico-literarios de los clásicos de l a civilización o c c i d e n t a l . A m b o s i n t e n t o s , sin e m b a r g o , r e s u l t a b a n de n u e v o artificiales y , a n t e t o d o , ajenos a l a r e a l i d a d n a c i o n a l . E n lo político, M a d e r o i n a u g u r a u n g o b i e r n o a c o m o d a t i c i o , de l e n t a e v o l u c i ó n , que n o satisface a n a d i e : los campesinos d e l sur se l e v a n t a n en armas acaudillados p o r E m i l i a n o Z a p a t a , m i e n tras que las derechas t r a i c i o n a n y asesinan a M a d e r o . P o r su p a r t e , los m i e m b r o s del A t e n e o , nos dice G ó m e z M o r í n , " n o t u v i e r o n t i e m p o , t a m p o c o , de d e f i n i r conclusiones. Q u i z á hasta estaban — c o n excepción de V a s c o n c e l o s — alejados de l a v i d a m e x i c a n a . D e m a s i a d o intelectualizados, demasiado europeizados [...] E l g r u p o se deshizo p r o n t o " . 6

7

8

E n 1913, a p a r t i r de l a m u e r t e de M a d e r o , l a R e v o l u c i ó n e n t r a en su etapa más v i r u l e n t a . E l caos r e i n a p o r d o q u i e r ; l a m á q u i n a del g o b i e r n o se p a r a l i z a y M é x i c o q u e d a aislado e n su l u c h a i n t e r n a . E l aislamiento se i n t e n s i f i c a c o n l a g u e r r a europea. Y p o r p r i m e r a vez en su h i s t o r i a , M é x i c o se e n c u e n t r a solo, solo ante sus p r o b l e m a s y solo en l a b ú s q u e d a de soluciones. G ó m e z M o rín nos describe así el proceso: " E l a i s l a m i e n t o forzado e n q u e estaba l a R e p ú b l i c a p o r el curso de l a l u c h a m i l i t a r , favoreció l a manifestación de u n sentido de a u t o n o m í a . Poco p o d í a m o s r e c i b i r d e l e x t r a n j e r o . R a z o n e s m i l i t a r e s y a u n m o n e t a r i a s nos i m p e dían el c o n o c i m i e n t o d i a r i o y verídico de los sucesos e x t e r i o r e s y l a importación de los h a b i t u a l e s artículos europeos o y a n q u i s de c o n s u m o m a t e r i a l o i n t e l e c t u a l . T u v i m o s q u e b u s c a r e n nosotros m i s m o s u n m e d i o de satisfacer nuestras necesidades de c u e r p o y a l m a . E m p e z a r o n a i n v e n t a r s e elementales sustitutos de los a n t i g u o s p r o d u c t o s i m p o r t a d o s . Y c o n o p t i m i s t a e s t u p o r nos d i JUSTO SIERRA, " D i s c u r s o en la inauguración de ia U n i v e r s i d a d N a c i o n a l " , e n j . L . Martínez (ed.), El ensayo mexicano moderno, M é x i c o , 1958, t . 1, p. 60. Entre los miembros originales del Ateneo destacan: Jesús T . Acevedo, A n t o n i o Caso, Enrique González Martínez, Martín Luis Guzmán, Pedro H e n ríquez Ureña, Alfonso Reyes y José Vasconcelos. M A N U E L GÓMEZ M O R Í N , 1915, M é x i c o , 1927, p p . 5-6. 6

7

8

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN E LPENSAMIENTO MEXICANO

201

m o s c u e n t a de insospechadas verdades. Existía M é x i c o . M é x i c o c o m o país c o n capacidades, c o n aspiración, c o n v i d a , c o n p r o b l e mas p r o p i o s " . E n este a m b i e n t e de a u t o d e s c u b r i m i e n t o p u b l i c ó M a r t í n L u i s G u z m á n , e n 1915, La querella de México, q u e c o n s t i t u y e u n valioso d o c u m e n t o del p a l p i t a r de l a época. C o n él se i n i c i a u n n u e v o sentir q u e luego sería l a base c o m ú n q u e daría c u e r p o a l a l l a m a d a generación de 1915. T o d o el l i b r o tiene l a f u e r z a de u n m a n i f i e s t o e n p r o de u n o s fines concretos, p o r l o que desde el p r i n c i p i o señal a su a u t o r : " P o r f u e r a de propósito q u e llegue a parecer lo q u e en estas páginas se d i c e , algo h a y en ellas q u e quedará e n p i e , a u n el p e o r de los casos: l a afirmación d e l deber i m p e r i o s o , insosl a y a b l e y a , de hacer u n a revisión sincera de los valores sociales m e x i c a n o s , revisión o r i e n t a d a a i l u m i n a r el c a m i n o q u e está p o r s e g u i r s e " . E n el d e s a r r o l l o de su ensayo M a r t í n L u i s G u z m á n sigue u n a e s t r u c t u r a s i m p l e y eficaz. P o r u n a p a r t e señala l a n o t o r i a i g n o r a n c i a a n t e lo n a c i o n a l , q u e h a p e r m a n e c i d o d e s d e ñ a d o y o c u l t o : " C a s i n a d a sabemos de l a h i s t o r i a de M é x i c o — p o r q u e , c o m o n o está escrita, p a r a m e d i o entenderla h a y que fatigarse entre m u c h o s p a p e l e s — ; p e r o algún m a n u a l hemos leído de l a h i s t o r i a de F r a n c i a , de l a h i s t o r i a de I n g l a t e r r a o de l a h i s t o r i a de los Estados U n i d o s , y eso nos basta. N o sabemos de m o t í n q u e n o sea explicable p o r el m e c a n i s m o de l a R e v o l u c i ó n Francesa, n i e n t e n d e m o s de Constitución q u e n o parezca a l a C o n s t i t u c i ó n y a n q u i " . A l m i s m o t i e m p o q u e resalta l a falta de c o n o c i m i e n t o de l o p r o p i o , d a énfasis al hecho de q u e M é x i c o , p o r su situación y p o r su gente, es d i f e r e n t e a los demás países e n su m o d o de ser y e n sus necesidades: " P r o p e n d e m o s los m e x i c a n o s , p o r razones educativas, a v e r s i e m p r e las cuestiones que atañen a n u e s t r o país — t a n p e c u l i a r e n su o r i g e n , e n sus elementos f o r m a t i v o s y en su h i s t o r i a — p a r a l e l a m e n t e a las que h a suscitado l a v i d a de otros pueblos a los cuales nos parecemos m u y p o c o " . U n a vez establecidas estas dos p r e m i s a s , o esa, q u e p o r desprecio e i g n o r a n c i a se desconoce a M é x i c o y q u e p o r sus características M é x i c o es d i ferente, Martín L u i s G u z m á n r e c l a m a n o sólo l a necesidad de desc u b r i r a M é x i c o , sino t a m b i é n q u e este c o n o c i m i e n t o se haga a través de lo m e x i c a n o m i s m o , ú n i c o m o d o , según él, de conse9

10

1 1

1 2

9

Ibid.,

pp.

MARTIN co, 1961, t . 1, Ibid., p. Ibid, p. 1 0

11

12

7-8.

L U I S G U Z M A N , La querella de Mexico, en Obras completas, M e x i p. 8. 10. 9.

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

202

NRFH,

XXXV

g u i r l a i n d e p e n d e n c i a c u l t u r a l y , en d e f i n i t i v a , u n a v e r d a d e r a i n teligencia de lo m e x i c a n o . P o r ello dirá: " P o r b a j a que nos parezca su c a l i d a d , el m a t e r i a l p a t r i o es el q u e debemos t r a b a j a r , p o n i e n d o en él nuestras m a n o s y aplicándole las reglas que le c u a d r e n " . E n este p r o c e s o de i n t e r i o r i z a c i ó n y r e f l e x i ó n p a r t i c i p a r o n n o sólo los intelectuales, sino q u e , a través de éstos, los m i s m o s r e v o l u c i o n a r i o s f u e r o n a d q u i r i e n d o conciencia del sign i f i c a d o de su l u c h a . L a R e v o l u c i ó n fue definiéndose e n sus propósitos: el p r o b l e m a a g r a r i o l l e g a a ser t e m a c e n t r a l y a él se u n e f o r m a l m e n t e el p r o b l e m a o b r e r o ; p e r o además de l a l u c h a , c o m o i n d i c a G ó m e z M o r í n , " n a c i ó el propósito de reivindicar todo l o q u e p u d i e r a p e r t e n e c e m o s : el petróleo y l a canción, l a n a c i o n a l i d a d y las r u i n a s " . 1 3

14

1 5

T O M A DE C O N C I E N C I A Y R E C U P E R A C I Ó N D E L A C I R C U N S T A N C I A M E X I C A N A

C o n el C o n g r e s o de Q u e r é t a r o y l a a d o p c i ó n de l a C o n s t i t u c i ó n de 1917, l a R e v o l u c i ó n e n t r a en su última etapa. E l p o d e r m i l i t a r e m p i e z a a consolidarse y a l m i s m o t i e m p o v a n desaparec i e n d o los c a u d i l l o s r e v o l u c i o n a r i o s ; p a r a el c o m i e n z o de l a n u e v a d é c a d a , l a revolución a r m a d a puede considerarse c o n c l u i 16

Ibid., p. 1 1 . Buen ejemplo de este proceso es la novela de M A R I A N O AZUELA, LOS de abajo, publicada precisamente en 1 9 1 5 . Azuela m i s m o había participado en la lucha a r m a d a , al igual que el intelectual L u i s Cervantes de su novela. H a y dos momentos en esta obra que c o r r o b o r a n , m e j o r que ningún otro document o , el cambio al que aquí nos venimos refiriendo. E n el p r i m e r o , al p r i n c i p i o de la obra, Azuela señala la falta de u n a ideología clara en los revolucionarios en el diálogo entre el estudiante de medicina y periodista Luis Cervantes y D e m e t r i o Macías, jefe del grupo de revolucionarios: " Y o persigo los mismos ideales y defiendo la misma causa que ustedes defienden. D e m e t r i o sonrió: — ¿ P o s cuál causa defendemos nosotros? ... L u i s Cervantes, desconcertado, no encontró qué c o n t e s t a r " , Los de abajo, M é x i c o , 1 9 7 0 , p. 2 1 . 13

1 4

E l segundo m o m e n t o coincide con la etapa clave en la que se va a dar batalla a H u e r t a , y en él L u i s Cervantes trata de convencer a D e m e t r i o M a cías de que su lucha no es contra u n cacique, sino por u n ideal: " M e n t i r a que usted ande por aquí por don M ó n i c o , el cacique; usted se ha levantado contra el caciquismo que asóla toda la nación. Somos elementos de u n gran m o v i m i e n t o social que tiene que concluir por el engrandecimiento de nuestra pat r i a ... Eso es lo que se l l a m a luchar por p r i n c i p i o s , tener ideales" (pp. 4 4 - 4 5 ) . 1 5

M . GÓMEZ M O R Í N , op. cit., p. 10.

E m i l i a n o Zapata es asesinado en 1919. E n 1920 muere Venustiano Car r a n z a en u n a emboscada. Francisco V i l l a , m u e r t o C a r r a n z a , depone las armas y se retira a u n rancho en D u r a n g o , donde vive hasta su asesinato en 1923. 1 6

NRFH, XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

203

d a . E n 1920, A l v a r o O b r e g ó n es n o m b r a d o presidente de l a R e p ú b l i c a y c o n su g o b i e r n o se i n i c i a el l e n t o proceso de p o n e r e n práctica l a Constitución. H a b í a llegado el m o m e n t o de l a reflex i ó n e n u n i n t e n t o consciente de c o m p r e n d e r el s i g n i f i c a d o de l a Revolución. L a liberación social venía a c o m p a ñ a d a de u n d e s c u b r i m i e n t o de l o m e x i c a n o y de u n a r e p u l s a de t o d o a q u e l l o que n o r e s p o n d i e r a a l a p r o p i a c i r c u n s t a n c i a . D e l n a c i o n a l i s m o político se h a b í a pasado a u n d e c i d i d o n a c i o n a l i s m o c u l t u r a l . M é x i c o surgía a l m u n d o m o d e r n o c o n u n a fuerte i d e n t i d a d que se m a n i f e s t a b a c o n s i n g u l a r v i g o r en las artes. E l esfuerzo era i n d i v i d u a l y carecía todavía de u n a base filosófica c o m ú n , p e r o p r e c i s a m e n t e p o r ello e r a más s i g n i f i c a t i v o ; pues surgía casi con f u e r z a espontánea de l o más íntimo d e l f u n c i o n a r de u n a n u e v a sociedad. L a c o m prensión de este sentir y su manifestación en las artes es l a base i m p r e s c i n d i b l e p a r a l a inteligencia del M é x i c o p o s t - r e v o l u c i o n a r i o . Y a u n q u e peque de esquemático p o r las l i m i t a c i o n e s q u e este est u d i o m e i m p o n e , v o y a e x a m i n a r b r e v e m e n t e algunas de estas manifestaciones. U n a de las consecuencias q u e t r a j e r o n consigo casi desde el p r i n c i p i o , l a l u c h a y el d e s o r d e n r e v o l u c i o n a r i o s , fue u n c a m b i o b r u s c o e n el a m b i e n t e m u s i c a l . L a s novedades europeas n o l l e g a b a n y los músicos y d i r e c t o r e s de o r q u e s t a e x t r a n j e r o s se n e g a b a n a a c t u a r . M i e n t r a s t a n t o , e n las salas de fiesta, ocupadas a h o r a p o r las m u c h e d u m b r e s r e v o l u c i o n a r i a s , t r i u n f a b a l a música p o p u l a r , q u e despertaba e n el a u d i t o r i o emociones antes n u n c a sent i d a s . Y a p a r a 1915 el c o m p o s i t o r M a n u e l Ponce e m p i e z a a d a r c i e r t o t o n o a c a d é m i c o a su o b r a i n s p i r a d a en lo m e x i c a n o . Este r e s u r g i r de l a música autóctona recibe a h o r a , a d e m á s , el r e f u e r z o de u n m o d e l o q u e alcanzó éxito. C a r l o s C h á v e z m a n i f i e s t a este sentir e n su ensayo " I m p o r t a n c i a a c t u a l d e l f l o r e c i m i e n t o de l a M ú s i c a N a c i o n a l " , de 1916: " L o s rusos nos h a n enseñado a r e a l i z a r o b r a f o l k - l o r i s t a , y nos h a n m o s t r a d o l a i m p o r t a n c i a q u e esto t i e n e , y y a q u e nosotros en n u e s t r o p u e b l o poseemos c o m o ellos los elementos necesarios p a r a l a realización de u n a o b r a sem e j a n t e e n su í n d o l e , y q u e así t e n d r e m o s u n a escuela p r o p i a , 1 7

E n 1 9 1 6 dirá JOSÉ VASCONCELOS a este propósito: " L a música que M a nuel Ponce compone tiende a f o r m a r u n a escuela mexicana. C o n temas a r r a n cados del canto popular de las distintas zonas del país, hace danzas, rapsodias y aun sinfonías; su obra intensa, acertadísima, constituye u n a de las expresiones más genuinas del carácter m e x i c a n o " , " E l m o v i m i e n t o intelectual contemporáneo de M é x i c o " [ 1 9 1 6 ] , en Obras completas, M é x i c o , 1 9 5 7 , t . 1 , p. 7 6 . 1 7

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

204

NRFH,

XXXV

u n a Escuela M e x i c a n a q u e se d i s t i n g a p o r sí m i s m a de todas las d e m á s , realicémosla [...] y p o d a m o s d e c i r algún día h a b l a n d o de música: L a Escuela M e x i c a n a " . E l t r i u n f o fue r á p i d o , y y a en 1919 puede h a b l a r n o s R u b é n C a m p o s de l a " m ú s i c a m e x i c a n a " y de su t r i u n f o a p a r t i r de los conciertos del bosque de C h a p u l t e p e c . C o n el éxito y el a p o y o d e l p u e b l o se llega p r o n t o a pensar q u e sólo es d i g n a d e l m e x i c a n o a q u e l l a música q u e arranca de u n a circunstancia también m e x i c a n a ; de ahí que, yendo a h o r a al o t r o e x t r e m o , se pase a s a t i r i z a r y c o m b a t i r t o d o lo q u e parezca tener o r i g e n europeo: " H a y aún muchos —nos dice A d o l f o Salazar en 1 9 2 1 — q u e c o n l a cara n e g r a y los rasgos aztecas se p o n e n cuello p l a n c h a d o y f a b r i c a n música e u r o p e a . ¡ Q u é e r r o r p r o f u n d o ! ¡ C o m o si n o f u e r a m u c h o más i n t e r e s a n t e ser n e g r o o ser a z t e c a ! " D e u n m i m e t i s m o a b s o l u t o d u r a n t e el p o r f i r i a t o se pasa a h o r a a u n deseo también a b s o l u t o de o r i g i n a l i d a d . T a l fiebre i n d i g e n i s t a r e p r e s e n t a b a , sin e m b a r g o , l a e u f o r i a de u n t r i u n f o todavía reciente y l a necesidad de c o m b a t i r l a h e r e n c i a de siglos de c o l o n i a l i s m o c u l t u r a l . P a r a finales de los años v e i n t e se hace p a t e n t e l o f e c u n d o de l a n u e v a a c t i t u d , q u e se presenta com o el c a m i n o a seguir p a r a p o d e r elevar l o n a c i o n a l al r a n g o de l o u n i v e r s a l . S a m u e l R a m o s , h a b l a n d o de S t r a w i n s k y , dirá que " n a d i e c o m o él h a o p e r a d o c o n los elementos nacionales de su arte u n a r e n o v a c i ó n t a n decisiva en l a m ú s i c a . Es desde luego de los pocos músicos c o n t e m p o r á n e o s , c o m o M a n u e l de F a l l a , Béla Bartók, c u y a t r a s c e n d e n c i a e u r o p e a se debe n a d a menos que a u n a sabia utilización de l a tradición n a c i o n a l " . Pero R a m o s señala también q u e l a imitación, t a n t o l a de elementos nacionales c o m o l a de extraños, n o c o n d u c e a l o o r i g i n a l y q u e l a g r a n d e z a n o r a d i c a e n i m i t a r l o a u t ó c t o n o , sino e n el proceso de crear c o n los elementos q u e u n o siente c o m o p r o p i o s , pues " e n v e r d a d Straw i n s k y h a usado m u y poco de los t e m a s folk-lóricos y a hechos. 1 8

19

2 0

2 1

CARLOS CHÁVEZ RAMÍREZ, " I m p o r t a n c i a actual del florecimiento de la Música N a c i o n a l " , Gladios, 1 ( 1 9 1 6 ) , p. 3 4 . Señala RUBÉN M . CAMPOS: " A M i g u e l L e r d o de Tejada corresponde el h o n o r de haber hecho la apoteosis de la música p o p u l a r mexicana con su O r q u e s t a Típica en las audiciones del bosque de Chapultepec, con u n n u m e roso personal en el que estaban representados todos los instrumentos musicales mexicanos, y con cantantes que entonaban nuestras canciones. A p a r t i r de entonces, la música mexicana quedaba consagrada" ( " L a s fuentes del folklore m e x i c a n o " , Revista Musical de México, 1 , 1 9 1 9 , 2 2 - 2 3 ) . 1 8

1 9

2 0

ADOLFO SALAZAR, " I n d i g e n i s m o y europeización", El Maestro, 1 ( 1 9 2 1 ) ,

354. SAMUEL RAMOS, 127-128. 2 1

" E l caso S t r a w i n s k y " , Contemporáneos, 5 ( 1 9 2 9 ) ,

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

205

P a r a ser n a c i o n a l , u n artista n o necesita t o m a r de fuera sus t e m a s , c u a n d o su genio está acorde c o n el estilo de su r a z a . E n t o n ces encontrará en su i n t e r i o r , con el solo i n s t i n t o , las mismas formas q u e h a creado el arte c o l e c t i v o " . Este deseo de d e s c u b r i r y e x p e r i m e n t a r lo n a c i o n a l n o se l i m i t a a u n a minoría, sino que surge d e l p u e b l o m i s m o ; y en sus p r i n c i p i o s se o p o n e i n c l u s o a l a m i n o r í a c u l t a a n c l a d a todavía en l a imitación de los gustos europeos d o m i n a n t e s d u r a n t e el p o r f i r i a t o . P r e c i s a m e n t e a sus orígenes p o p u l a r e s debe el hecho de q u e el c a m b i o f u e r a t o t a l , es d e c i r , q u e n o se l i m i t a r a a aspectos aislados de las manifestaciones c u l t u r a l e s de M é x i c o . E l m i s m o p r o c e so d e s c r i t o en el caso de l a música se r e p i t e en l a a r q u i t e c t u r a . E n efecto, si hasta l a R e v o l u c i ó n se i m i t a b a e n l a construcción de l a casa m e x i c a n a los modelos suizos y franceses, comienza, hacia 1913, el uso de elementos coloniales a d a p t a d o s a técnicas m o d e r n a s . A s í , p o r e j e m p l o , v u e l v e a ser p o p u l a r el uso de patios y b a l cones t a n a t o n o c o n el c l i m a y el ser m e x i c a n o s , m i e n t r a s q u e se e l i m i n a el " h a l l " c e r r a d o de i n f l u e n c i a e x t r a n j e r a . E l r e t o r n o a l o m e x i c a n o fue t a n espontáneo y d e c i d i d o q u e y a en 1925 p u e de H e n r í q u e z U r e ñ a decir q u e " l o s b a r r i o s nuevos de l a c a p i t a l , e n t r e g a d o s antes al c u l t o d e l hotel afrancesado y del chalet suizo, están llenos de edificios e n q u e l a a n t i g u a a r q u i t e c t u r a d e l país reaparece adaptándose a fines n u e v o s " . 2 2

2 3

E n el t e a t r o el proceso fue s e m e j a n t e . E l público c o m e n z ó a r e c l a m a r a u t e n t i c i d a d . N o le b a s t a b a c o n sentirse h u m a n o a t r a vés d e l v i v i r español o francés, quería reconocerse en el escenar i o . Deseaba q u e el t e a t r o f u e r a u n a t r i b u n a d o n d e se p l a n t e a r a n t a m b i é n las p r e g u n t a s que l l e v a b a consigo l a t o m a de c o n c i e n c i a de l o m e x i c a n o . C a r l o s G o n z á l e z P e ñ a nos señala que surgió el i m p e r a t i v o de conocerse en l a escena, de v e r en ella reflejado " ¿ c ó m o somos? ¿ Q u é pensamos? ¿Cuáles son nuestras c o s t u m b r e s , nuestros dolores, nuestras alegrías, nuestras esperanzas, nuestros desencantos? ¿Cuáles n u e s t r a tradición y n u e s t r a habla? ¿Cuáles los p r o b l e m a s q u e nos a f e c t a n , y , a s i m i s m o , cuál l a visión del p a sado c e r c a n o o r e m o t o , así c o m o l a palpitación del p r e s e n t e ? " 24

Ibid, p. 2 3 . PEDRO HENRÍQUEZ UREÑA, " L a influencia de la Revolución en la v i d a intelectual de M é x i c o " , en Universidad y educación, M é x i c o , 1 9 6 9 , p. 1 0 1 . V é a se a este propósito el ensayo " A p a r i e n c i a s arquitectónicas", de JESÚS T . ACEVEDO, donde se defiende la a r q u i t e c t u r a nacional, en Disertaciones de un arquitecto, M é x i c o , 1 9 2 0 , p p . 2 1 - 6 5 . CARLOS GONZÁLEZ PEÑA, " E l teatro m e x i c a n o " [ 1 9 2 5 ] , en El alma y la máscara, M é x i c o , 1 9 4 8 , p p . 1 6 9 - 1 7 0 . 2 2

2 3

2 4

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

206

NRFH,

XXXV

E l e m e n t o s todos estos q u e habían p e r m a n e c i d o m a r g i n a d o s e i n cluso vedados de l a representación teatral a n t e r i o r a la R e v o l u c i ó n . E n t r e todas las expresiones del arte es, sin e m b a r g o , en l a p i n t u r a d o n d e c o n más ímpetu y éxito se ve el deseo de r e c u p e r a r la c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a . L a s m i s m a s campañas r e v o l u c i o n a r i a s p e r m i t i e r o n a los m e x i c a n o s conocer su p r o p i o país, el c o l o r i d o de sus gentes y lo majestuoso y v a r i a d o de su paisaje. P e r o lo que es todavía más i m p o r t a n t e , t o m a r o n conciencia de que habían v i v i d o en u n período de colonialismo c u l t u r a l , donde el p i n t o r , quizás r e f l e j a n d o los gustos de su sociedad c o n t e m p o r á n e a , había p i n t a d o en M é x i c o el paisaje e u r o p e o que a ñ o r a b a , i n c l u s o en ocasiones sin h a b e r l o v i s i t a d o s i q u i e r a . Se t o m ó a l m i s m o t i e m p o c o n c i e n c i a de que l o u n i v e r s a l en el arte sólo se conseguiría a t r a vés de lo n a c i o n a l , liberándose de l a d e g r a d a c i ó n q u e l a i m i t a ción l l e v a b a consigo. A l f r e d o R a m o s M a r t í n e z nos h a d e j a d o , en u n ensayo p u b l i c a d o en 1 9 2 1 , u n valioso d o c u m e n t o de las d i mensiones filosóficas de este sentir: " T o d o s sabemos q u e el arte es u n i v e r s a l , q u e n o tiene p a t r i a ; p e r o e n n u e s t r o m o v i m i e n t o , en el caso q u e nos o c u p a , es d i f e r e n t e : p a r a l l e g a r a hacer el arte v e r d a d e r o , tenemos i r r e m i s i b l e m e n t e que i r h a c i a lo n u e s t r o , insp i r á n d o n o s s i e m p r e , p o r q u e eso es lo que c o n s t i t u y e n u e s t r o m e d i o a m b i e n t e . L o s franceses h a n hecho el arte francés; I t a l i a , el arte i t a l i a n o ; H o l a n d a , el arte holandés, y así todos los grandes pueblos h a n hecho arte p r o p i o . Pues b i e n ; esto n o significa más q u e , esos grandes p u e b l o s , h a n l l e n a d o su c o m e t i d o : h a n sido sinceros intérpretes de su m e d i o a m b i e n t e " . 2 5

E n este m i s m o año de 1921 es c u a n d o c o m i e n z a el r e s u r g i r de l a p i n t u r a m u r a l i s t a y , p o r p r i m e r a vez e n su h i s t o r i a , M é x i c o consigue u n a aportación u n i v e r s a l e n el c a m p o de l a p i n t u r a a través de D i e g o R i v e r a , J o s é C l e m e n t e O r o z c o y D a v i d A l f a r o Siqueiros. U n a p i n t u r a q u e era t a n t o más u n i v e r s a l en c u a n t o que era más m e x i c a n a . E l m e s t i z a j e c u l t u r a l q u e r e p r e s e n t a b a l a p i n t u r a de los m u r a l i s t a s n o se d e t u v o en las m a n i f e s t a c i o n e s artísticas, pues su r a d i o de acción se fue a m p l i a n d o hasta p e n e t r a r en el m i s m o sistema e d u c a t i v o ; así l a r e f o r m a de l a enseñanza del d i b u j o i n i c i a d a p o r A d o l f o Best M a u g a r d . 2 6

ALFREDO RAMOS MARTÍNEZ, " N u e v a orientación del A r t e N a c i o n a l " , El Maestro, 1 (1921), p. 95. L a r e f o r m a consistía en enseñar a los niños las características del arte indígena que PEDRO HENRÍQUEZ UREÑA nos describe así: " E l d i b u j o mexicano, que desde las altas creaciones del genio indígena en su civilización antigua ha seguido v i v i e n d o hasta nuestros días a través de las preciosas artes del pue2 5

2 6

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

207

O R T E G A Y GASSET Y LA CIRCUNSTANCIA M E X I C A N A

U n a vez establecido el escenario de l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a e n las páginas precedentes, podemos a h o r a a p r o x i m a r n o s a la o b r a de O r t e g a e i r d a n d o respuesta a las p r e g u n t a s que nos f o r m u l a m o s al p r i n c i p i o de este e s t u d i o . A u n q u e n o poseemos datos c o n cretos sobre l a llegada de las p r i m e r a s obras de O r t e g a y Gasset a M é x i c o , se puede a f i r m a r q u e y a a p a r t i r de 1916 se tenía n o t i cias del filósofo español. Pero n o fue hasta 1922 c u a n d o su o b r a c o m e n z ó a ser d i s c u t i d a en los diversos círculos c u l t u r a l e s . Parte de l a difusión se debe también, sobre t o d o e n su c o m i e n z o , a A l fonso R e y e s , que en 1922 escribió u n ensayo t i t u l a d o " A p u n t e s sobre J o s é O r t e g a y G a s s e t " , i n c l u i d o u n a ñ o más t a r d e en su l i b r o Los dos caminos. D e todos m o d o s , n i l a difusión n i el éxito de su o b r a d u r a n t e l a década de los v e i n t e p u e d e explicarse p o r l a l a b o r de sus a m i g o s o p o r l a p r e o c u p a c i ó n m e x i c a n a de O r t e ga. E n r e a l i d a d , a u n q u e O r t e g a y Gasset hace r e f e r e n c i a a H i s p a n o a m é r i c a en l a n o t a e d i t o r i a l q u e i n t r o d u c e el p r i m e r n ú m e r o de l a Revista de Occidente, su p r e o c u p a c i ó n p o r el c o n t i n e n t e a m e r i cano fue m í n i m a y d i r i g i d a casi e x c l u s i v a m e n t e a los Estados U n i dos y a l a A r g e n t i n a ; M é x i c o s i m p l e m e n t e es i g n o r a d o . P o r o t r a p a r t e , los m e x i c a n o s n o f u e r o n atraídos a O r t e g a d e l m i s m o m o d o q u e antes l o habían sido a C o m t e y B e r g s o n . N o se acercar o n a su o b r a p a r a i m i t a r l a ; más b i e n a l c o n t r a r i o , en O r t e g a e n c o n t r a r o n su i n d e p e n d e n c i a . V i e r o n e n a l g u n o s de sus postulados u n espejo q u e r e f l e j a b a u n a respuesta epistemológica a sus p r o b l e m a s y a su c i r c u n s t a n c i a . 2 7

L a s p r i m e r a s obras que c i r c u l a r o n e n M é x i c o f u e r o n Meditaciones del Quijote y los tres p r i m e r o s v o l ú m e n e s de E l espectador. S u b l o , está constituido por siete elementos (línea recta, línea quebrada, círculo, semicírculo, ondulosa, ese y espiral), que se c o m b i n a n en series estáticas o d i námicas, petalillos y grecas, con la n o r m a peculiar de que nunca deben c r u zarse dos líneas, y pueden servir en combinación l i b r e , para toda especie de representaciones y decoraciones" ( a r t . c i t . , p. 101). Esta a c t i t u d de Ortega no ha pasado i n a d v e r t i d a , sobre todo a aquellos pensadores que siguieron y proyectaron su obra. A este propósito nos dice LEOPOLDO ZEA: "José O r t e g a y Gasset, alguna vez, declaró a nuestro A l f o n so Reyes el agrado que tendría de ser apodado Ortega el Americano, como se dijo en la antigüedad Escipión el Africano. Y he aquí que por lo que su obra representó para nuestra América, la hispánica, O r t e g a merece este apodo; pero a pesar suyo. Y digo a pesar suyo porque, independientemente de esa declaración, la simpatía de Ortega por América fue siempre l i m i t a d a , llena de prevenciones. De la América H i s p a n a sólo conoció la A r g e n t i n a y se resistió siempre a entrar en contacto con el resto de e l l a " , a r t . c i t . , p. 132. 2 7

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

208

NRFH,

XXXV

llegada coincide c o n los p r i m e r o s años de l a década de los v e i n t e ; es decir, coincide c o n el p e r í o d o en q u e , u n a vez finalizada l a c o n t i e n d a a r m a d a , los m e x i c a n o s e m p i e z a n a a n a l i z a r los resultados de l a R e v o l u c i ó n . Y c o i n c i d e , sobre t o d o , con las p r i m e r a s m a n i festaciones de u n n u e v o m o d o de v i d a y u n a n u e v a c o n c i e n c i a de lo m e x i c a n o , que a h o r a parece d o m i n a r en todas las r a m a s de las artes y que e m p i e z a a aplicarse al sistema e d u c a t i v o . D u r a n t e s i glos se había v i v i d o b a j o l a creencia en unos valores u n i v e r s a l e s q u e se i d e n t i f i c a b a n c o n los europeos. A h o r a , s i n q u e f u e r a m o t i v a d o p o r u n a c u e r d o i n t e n c i o n a l , se ve aparecer en el t e a t r o , e n la música, en l a p i n t u r a , e n l a l i t e r a t u r a , u n n u e v o a r t e , u n a n u e v a f o r m a de expresar las e m o c i o n e s , u n n u e v o m o d o de i n t e r p r e t a r lo u n i v e r s a l . A d e m á s , t o d o parecía s u r g i r espontáneamente del p u e b l o , casi s i n l a intervención de los intelectuales. N o había d u d a , se había creado u n a n u e v a m o r a d a v i t a l , se había l l e g a d o , en terminología de U s i g l i , a l tercer acto, en el que " l a revolución i n t e l e c t u a l e m p i e z a " . Esta es l a situación en q u e llega a M é x i co el p e n s a m i e n t o de O r t e g a y Gasset, u n filósofo europeo, que adel a n t a el p o s t u l a d o de: " Y o soy y o y m i c i r c u n s t a n c i a , y si n o l a salvo a ella n o m e salvo y o " . T a m b i é n en Meditaciones del Quijote se a f i r m a b a q u e " e l h o m b r e r i n d e el m á x i m o de su c a p a c i d a d c u a n d o a d q u i e r e l a p l e n a c o n c i e n c i a de sus c i r c u n s t a n c i a s . P o r ellas c o m u n i c a c o n el u n i v e r s o " . E n v e r d a d , n o necesitaban los m e x i c a n o s largas explicaciones p a r a c o m p r e n d e r unos postulados teóricos que ellos habían l l e v a d o y a c o n t a n t o éxito a l a práctica —piénsese en l a p i n t u r a m u r a l . E n O r t e g a veían u n a c o n f i r m a c i ó n de lo que ellos y a sentían. A d e m á s , si O r t e g a y Gasset se p r o p o n í a d e s c r i b i r el m u n d o desde el p u n t o de v i s t a de su s i t u a ción p a r t i c u l a r , c o n el m i s m o derecho podían ellos, los m e x i c a nos, hacer o t r o t a n t o ; pues O r t e g a c o n f i r m a b a su posición al a f i r m a r q u e " l a r e a l i d a d n o p u e d e ser m i r a d a sino desde el p u n t o de v i s t a q u e cada c u a l o c u p a , f a t a l m e n t e , en el u n i v e r s o . A q u é l l a y éste son c o r r e l a t i v o s , y c o m o n o se puede i n v e n t a r l a r e a l i d a d , t a m p o c o puede f i n g i r s e el p u n t o de v i s t a " . E l p o d e r s u g e r i d o r de O r t e g a era i n a g o t a b l e . N o sólo se e n c o n t r a b a e n él u n a base 2 8

2 9

3 0

3 1

RODOLFO U S I G L I , para q u i e n la Revolución fue u n a " a c c i ó n secular y vertiginosa que se anticipa al pensamiento que p r e p a r a , señala refiriéndose a la poca participación de los intelectuales en la Revolución: " L a revolución intelectual empieza por el tercer acto'' (México en el teatro, M é x i c o , 1932, p. 119). JOSÉ ORTEGA Y GASSET, Meditaciones del Quijote. Ideas sobre la novela, M a d r i d , 1964, p. 30. Ibid., p. 25. JOSÉ ORTEGAY GASSET, El espectador [1916], M a d r i d , 1966, t . 1, p. 23. 2 8

55

2 9

3 0

3 1

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

209

p a r a e x p l i c a r el presente y t r a z a r el c a m i n o a seguir en el f u t u r o , sino que también a p u n t a b a u n a explicación p a r a el fracaso del pasado. E n efecto, O r t e g a a f i r m a b a que n o " p u e d e fingirse el p u n t o de v i s t a ' ' , y eso era precisamente lo sucedido a través de l a hist o r i a m e x i c a n a ; se había v i v i d o y a c t u a d o según el p u n t o de vista e u r o p e o , se había p r e t e n d i d o v i v i r en u n p e q u e ñ o París i m a g i n a r i o , de espaldas a l a r e a l i d a d m e x i c a n a , y se había fracasado en l o c u l t u r a l , e n lo social, en lo político. T a l fue lo que los mexicanos h a l l a r o n en O r t e g a y Gasset: u n a c o n f i r m a c i ó n de q u e l a R e v o l u c i ó n n o había sido en v a n o , de que el n u e v o m o d o de v e r el m u n d o que de ella surgía era el auténtico. Pero O r t e g a i b a todavía más allá. E n el p r i m e r v o l u m e n de El espectador a f i r m a b a también: " D o n d e está m i p u p i l a n o está o t r a [...] Somos i n s u s t i t u i b l e s , somos necesarios [...] D e n t r o de l a h u m a n i d a d cada r a z a , d e n t r o de cada r a z a cada i n d i v i d u o es u n ó r g a n o de p e r c e p c i ó n d i s t i n t o de todos los d e m á s y c o m o u n tentáculo q u e llega a trozos de u n i v e r s o p a r a los otros i n a s e q u i b l e s " . O sea, i n t e r p r e t a b a n los m e x i c a n o s , n o sólo es lo más r e a l o b r a r c o m o m e x i c a n o s , a través de n u e s t r a c i r c u n s t a n c i a , sin o que ésa es n u e s t r a misión, ése es el l u g a r q u e hemos de llenar d e n t r o de l a h i s t o r i a universal. Ningún ejemplo m e j o r de este m o d o de o p e r a r q u e a l g u n o s aspectos de l a o b r a de J o s é Vasconcelos. 3 2

P o r las m i s m a s fechas e n que llegó a M é x i c o l a o b r a de O r t e ga, h i z o su aparición o t r o l i b r o que venía a r e f o r z a r el ímpetu n a c i o n a l i s t a d e l m o m e n t o . M e refiero a l a Decadencia de Occidente, de O s w a l d S p e n g l e r . E l p o s t u l a d o c e n t r a l de esta o b r a , u n i d o a las a n t e r i o r e s ideas de O r t e g a , hacía o p o r t u n a s las tesis de V a s c o n celos expuestas en La raza cósmica (1925) e Indoiogía ( 1 9 2 6 ) . V a s concelos p a r t e de los supuestos de q u e " e n l a h i s t o r i a n o h a y r e t o r n o s , p o r q u e t o d a ella es transformación y n o v e d a d " , y que cada r a z a " p l a n t e a su m i s i ó n , l a c u m p l e y se v a " . A h o r a , a p o y a d o en Spengler, a f i r m a que " l o s días de los blancos p u r o s , los v e n cedores de h o y , están c o n t a d o s " . E l f u t u r o , según Vasconcelos, estará e n el m e s t i z a j e , en M é x i c o , e n H i s p a n o a m é r i c a , pues es allí de d o n d e v a a salir " l a r a z a d e f i n i t i v a , l a r a z a síntesis o raza i n t e g r a l , h e c h a c o n el genio y c o n l a sangre de todos los pueblos y , p o r lo m i s m o , m á s capaz de v e r d a d e r a f r a t e r n i d a d y de visión r e a l m e n t e u n i v e r s a l " . O r t e g a y Gasset había d e s t r u i d o p a r a 33

3 4

Ibid., p. 24. JOSÉ VASCONCELOS, La raza cósmica: Misión de la raza iberoamericana [1925], M a d r i d , 1966, p. 30. Ibid., p. 36. 32

3 3

3 4

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

210

NRFH,

XXXV

s i e m p r e el m o n o p o l i o sobre lo u n i v e r s a l que los europeos se h a bían a d j u d i c a d o . Pero este h e c h o , q u e en E u r o p a podía pasar des a p e r c i b i d o , s i g n i f i c a b a p a r a H i s p a n o a m é r i c a , y en n u e s t r o caso concreto p a r a los m e x i c a n o s , u n r o m p e r c o n el pasado y u n r o m per las cadenas que los habían m a n t e n i d o subyugados. E r a c o m o si p o r p r i m e r a vez a d q u i r i e r a n todos los derechos del ser h u m a n o . " N o s o t r o s nos hemos e d u c a d o — n o s dice V a s c o n c e l o s — b a j o l a i n f l u e n c i a h u m i l l a n t e de u n a filosofía i d e a d a p o r nuestros e n e m i g o s , si se q u i e r e de u n a m a n e r a sincera; pero c o n el p r o p ó sito de exaltar sus propios fines y a n u l a r los nuestros. D e esta suerte nosotros m i s m o s hemos llegado a creer en l a i n f e r i o r i d a d d e l mest i z o , en l a irredención d e l i n d i o " . E l l e m a de Vasconcelos, " P o r m i raza hablará el e s p í r i t u " , pasaría luego a ser el de l a u n i versidad mexicana. E n 1923 p u b l i c a O r t e g a y Gasset E l tema de nuestro tiempo y de n u e v o los m e x i c a n o s v e n r e f l e j a d o en él su c i r c u n s t a n c i a n a c i o n a l . E n este l i b r o n o sólo a m p l i a b a O r t e g a a q u e l l o que estaba e n g e r m e n en sus obras a n t e r i o r e s , sino q u e exponía también su teoría de las generaciones; y en ella e n c o n t r a r o n los m e x i c a n o s u n a fórmula capaz de e x p l i c a r las relaciones del " y o " con l a " c i r c u n s t a n c i a " , y que además permitía colocar l a R e v o l u c i ó n m i s m a en p e r s p e c t i v a . P o r u n a p a r t e , O r t e g a fue usado c o m o a r m a efectiva c o n t r a u n a minoría que a b o g a b a p o r l a introducción de u n e u r o p e í s m o idealista e n l a e d u c a c i ó n m e x i c a n a , y que ellos p r o p o n í a n en aras de u n a intención u n i v e r s a l i s t a que de n u e v o i d e n t i f i c a b a n c o n lo e u r o p e o . C o n t r a " l o s e u r o p e í s t a s " , " l o s n a c i o n a l i s t a s " a f i r m a b a n , c o n O r t e g a , q u e , hasta a h o r a , l a filosofía había " s i d o s i e m p r e utópica. P o r eso pretendía cada sistema v a l e r p a r a todos los h o m b r e s " . A d e m á s , " l a d i v e r g e n c i a entre los m u n dos de dos sujetos n o d e t e r m i n a l a falsedad de u n o de ellos. A l c o n t r a r i o , p r e c i s a m e n t e p o r q u e lo q u e cada c u a l ve, es u n a r e a l i d a d y n o u n a ficción, tiene que ser su aspecto d i s t i n t o d e l que o t r o p e r c i b e . Esa d i v e r g e n c i a n o es c o n t r a d i c c i ó n , sino c o m p l e m e n t o " . A l m i s m o t i e m p o q u e así se d a b a primacía a l a posición " n a c i o n a l i s t a " , se le abría también las p u e r t a s p a r a su t r a s c e n d e n c i a u n i v e r s a l al i g u a l a r l o m e x i c a n o c o n lo e u r o p e o , y al c o n siderarlos ambos c o m o partes necesarias e n l a b ú s q u e d a de u n a v e r d a d más a b s o l u t a ; a c t i t u d esta q u e O r t e g a de n u e v o j u s t i f i c a 3 5

3 6

3 7

3 5

3 6

Ibid.,

p. 55.

JOSÉ ORTEGA Y GASSET, El tema de nuestro tiempo [ 1 9 2 3 ] , M a d r i d , 1 9 6 8 ,

p. 87. 37

Ibid.,

p. 86.

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

211

b a a l a f i r m a r que " c a d a i n d i v i d u o es u n p u n t o de vista esencial. Y u x t a p o n i e n d o las visiones parciales de todos se lograría tejer l a verdad omnímoda y absoluta" . Pero l a i m p o r t a n c i a de E l tema de nuestro tiempo en M é x i c o se d e b i ó , ante t o d o , al a p o r t e que l a teoría de las generaciones suponía en el i n t e n t o de interpretación a que se estaban s o m e t i e n d o los sucesos y resultados de l a R e v o l u c i ó n . P a r a los m e x i c a n o s era o b v i o que de 1910 a 1920 se había o b r a d o u n p r o f u n d o c a m b i o en l a s e n s i b i l i d a d n a c i o n a l . Y apenas c o m e n z a b a n a a n a l i z a r el f e n ó m e n o , c u a n d o llegó l a o b r a de O r t e g a en q u e se a f i r m a que " l a s v a r i a c i o n e s de l a s e n s i b i l i d a d v i t a l que son decisivas en l a h i s t o r i a se p r e s e n t a n b a j o l a f o r m a de g e n e r a c i ó n " . Pero adem á s O r t e g a procede a d e f i n i r lo que él e n t i e n d e p o r generación, y lo hace e n tales términos q u e el lector m e x i c a n o n o p u e d e e v i t a r u n a visualización de su p r o p i a h i s t o r i a . E n efecto, O r t e g a dice q u e " u n a generación n o es u n p u ñ a d o de h o m b r e s egregios, n i s i m p l e m e n t e u n a masa: es c o m o u n n u e v o c u e r p o social íntegro, c o n su minoría selecta y su m u c h e d u m b r e [...] la generación, c o m p r o m i s o d i n á m i c o e n t r e masa e i n d i v i d u o , es el concepto más i m p o r t a n t e de l a h i s t o r i a , y , p o r d e c i r l o así, el gozne sobre el que ésta ejecuta sus m o v i m i e n t o s " . L a teoría de las generaciones venía, pues, a establecer ciertas p r i o r i d a d e s e n el proceso de l a investigación. Se p o d í a c o m e n z a r p o r fin a o r d e n a r los datos que en confuso d e s o r d e n surgían de los hechos de l a R e v o l u c i ó n m i s m a . Si el c o n c e p t o de l a generación es el gozne sobre el que l a h i s t o r i a ejecuta sus m o v i m i e n t o s y si " c a d a generación represent a u n a c i e r t a a l t i t u d v i t a l , desde l a c u a l se siente l a existencia de u n a m a n e r a d e t e r m i n a d a " , el p r i m e r paso en el e s t u d i o de l a R e v o l u c i ó n sería el de establecer las características de l a generación q u e l a hacía p o s i b l e . Esta es l a l a b o r q u e se p r o p o n e M a n u e l G ó m e z M o r í n e n su l i b r o , o p o r t u n a m e n t e t i t u l a d o 1915^. 3 8

39

4 0

Ibid., p p . 89-90. E n esta obra de Ortega y Gasset está la base de donde arranca el pensamiento mexicano actual y resulta imprescindible, por ejemplo, para comprender el alcance e innovación de la obra de Leopoldo Zea. Ibid., p. 14. Ibid., p p . 14-15. C o n a n t e r i o r i d a d , en 1918, en la página editorial del número 12 de la revista San-ev-ank, había publicado M a n u e l de la T o r r e y M o r a l i u n a nota baj o el título " E l despertar de u n a generación". E l término, sin embargo, no se define y la nota propone únicamente u n curso de acción a seguir. L a d i f u sión del término y su uso en M é x i c o proviene de la obra de O r t e g a , como señalaría después SAMUEL RAMOS: " T e n g o entendido que en M é x i c o no se habló de generaciones sino después de haberse leído el l i b r o de O r t e g a y Gasset titulado El tema de nuestro tiempo, en donde se da u n a rigurosa significación 3 8

3 9

4 0

4 1

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

212

NRFH,

XXXV

P a r a G ó m e z M o r í n u n a g e n e r a c i ó n es, en l a h i s t o r i a de

un

p u e b l o , " u n m o m e n t o en esta l u c h a e n t r e el r e a l i z a r y el v i v i r , e n t r e lo c r e a d o y el espíritu c r e a d o r , e n t r e l o q u e q u i e r e ser y p e r m a n e c e r y lo q u e varía y e n v a r i a r t i e n e su esencia, e n t r e el espacio — l a o b r a — y el t i e m p o — e l o b r a r "

4 2

. P o r ello cree que

en

u n a g e n e r a c i ó n " l a u n i d a d de é p o c a , de m a n e r a o de a c c i ó n , son a m e n u d o sus aspectos e x t e r n o s " , pues " l a esencia de las g e n e r a ciones debe buscarse en o t r a p a r t e , en u n a íntima v i n c u l a c i ó n est a b l e c i d a e n t r e v a r i o s h o m b r e s p o r l a e x i s t e n c i a en todos ellos, de u n m i s m o i m p u l s o i n e f a b l e , de u n a i n q u i e t u d p e c u l i a r , de c i e r tas m a n e r a s p r o f u n d a s de e n t e n d e r y v a l o r i z a r l a v i d a y de p l a n tear

sus

problemas" . 4 3

Al

analizar

ahora

sucesos hasta 1920, ve destacarse el a ñ o

Gómez

Morín

los

1915 c o m o el c o m i e n z o

de u n a n u e v a c o n c i e n c i a sobre l a r e a l i d a d m e x i c a n a . D e 4 4

este

de este concepto como base para u n a teoría de la historia. Esto ocurre más o menos en los años 1922 o 2 3 , y posteriormente se generaliza el empleo de aquel término hasta llegar muchas veces al a b u s o " (El perfil del hombre y la cultura en México [1934], en Obras completas, M é x i c o , 1 9 7 5 , t . 1 , p. 1 7 0 ) . E M I L I O URANGA señala igualmente: " E s común desde O r t e g a y Gasset hablar entre nosotros de generación y caracterizar a las generaciones como los sujetos realmente efectivos del devenir histórico" (Análisis del ser del mexicano, México, 1952, p. 6 4 ) . Véase también Problemas literarios, M é x i c o , 1 9 5 5 , de JOSÉ LUIS MARTÍNEZ, sobre todo en las secciones: " V i d a de las promociones l i t e r a r i a s " y "Constitución de las épocas l i t e r a r i a s " ; y Los 7 sabios de México, M é x i c o , 1 9 6 1 , de LUIS CALDERÓN VEGA. E n v e r d a d , para finales de la década de los veinte, el uso del término y concepto de generación se había d i f u n d i d o tanto, que se hará uso de él sin citar a O r t e g a ; aunque en ocasiones se le siga de m u y cerca, como sucede con el estudio de ENRIQUE MARTÍNEZ U L L O A , " G u a d a l a j a r a " , publicado en Bandera de Provincias, núms. 6 y 7 de 1 9 2 9 . M A N U E L GÓMEZ M O R Í N , op. cit., p. 2 8 . Este aspecto que se halla i m plícito en El tema de nuestro tiempo, lo desarrollará después Ortega en su ensayo Ideas y creencias. Ibid, p. 2 6 . GÓMEZ M O R Í N dice al respecto: " E n el año de 1 9 1 5 , cuando más seguro parecía el fracaso revolucionario, cuando con m a y o r estrépito se m a n i festaban los más penosos y ocultos defectos mexicanos y los hombres de la Revolución vacilaban y perdían la fe, cuando la lucha parecía estar inspirada nomás por bajos apetitos personales, empezó a señalarse u n a nueva orientación. E l p r o b l e m a agrario, tan hondo y t a n p r o p i o , surgió entonces con u n p r o g r a m a mínimo definido ya, para ser el tema central de la Revolución. E l p r o b l e m a obrero fue formalmente inscrito, también, en la bandera revolucion a r i a . Nació el propósito de reivindicar todo lo que pudiera pertenecemos: el petróleo y la canción, la nacionalidad y las ruinas [...] D e l caos de aquel año nació la Revolución. D e l caos de aquel año nació u n nuevo M é x i c o , u n a idea nueva de M é x i c o y u n nuevo valor de la inteligencia de la vida. Quienes no v i v i e r o n ese año de M é x i c o , apenas podrán comprender algunas cosas" 4 2

4 3

4 4

(op. cit., p p . 9 - 1 1 ) .

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

213

m o d o , m e d i a n t e el concepto de generación se c o m i e n z a p o r p r i m e r a vez, de m a n e r a sistemática, el estudio de l a R e v o l u c i ó n , d i v i d i e n d o el proceso en dos grandes a p a r t a d o s : el de l a revolución m i s m a en su dimensión i r r a c i o n a l , de confusión, de l a f u e r z a ciega de l a masa p o p u l a r en r e v u e l t a , y el de los i n d i v i d u o s q u e p o r su actuación se d e s t a c a r o n . Estos son, p o r d e c i r l o así, los personajes de u n d r a m a q u e t o m a n c o n c i e n c i a de su i n d i v i d u a l i d a d a l m i s m o t i e m p o q u e se reconocen i n e l u d i b l e m e n t e relacionados y l i m i t a d o s p o r el coro — l a acción de l a masa. E n este m i s m o año de 1923 y c o i n c i d i e n d o c o n l a publicación de E l tema de nuestro tiempo, José O r t e g a y Gasset inició u n n u e v o p r o y e c t o , l a Revista de Occidente, q u e d u r a n t e más de u n a década sería el ó r g a n o más i n f l u y e n t e en l a v i d a i n t e l e c t u a l h i s p a n o a m e r i c a n a . Pero l a l l e g a d a de l a Revista de Occidente supone también u n a n u e v a etapa en l a presencia de O r t e g a en M é x i c o . A n t e s de i n t e r n a r n o s en este n u e v o aspecto, debemos todavía c o n s i d e r a r l a repercusión de u n escrito de O r t e g a , p u b l i c a d o en 1925 en el c u a r t o t o m o de E l espectador. M e r e f i e r o a su ensayo " C a r t a a u n j o v e n a r g e n t i n o q u e e s t u d i a filosofía". L a ' C a r t a " v a d i r i g i d a a u n a r g e n t i n o y se h a b l a de Sudamérica, pero los m e x i c a n o s n o p u d i e r o n m e n o s q u e verse en ella r e f l e j a d o s . E n su ensayo O r t e g a sentencia q u e ''es i m p o s i b l e hacer n a d a i m p o r t a n t e e n el m u n d o si n o se reúne esta p a r e j a de calidades: f u e r z a y d i s c i p l i n a . L a n u e v a generación goza de u n a espléndida dosis de f u e r z a v i t a l , c o n d i c i ó n p r i m e r a de t o d a e m p r e s a histórica; p o r eso esper o e n ella. Pero a l a vez sospecho q u e carece p o r c o m p l e t o de d i s c i p l i n a i n t e r n a — s i n l a c u a l l a f u e r z a se desagrega y v o l a t i l i z a — ; p o r eso desconfío de ella. N o basta c u r i o s i d a d p a r a i r h a c i a las cosas; hace falta r i g o r m e n t a l p a r a hacerse d u e ñ o de e l l a s " . L o s m e x i c a n o s r e c o n o c i e r o n el defecto y a c e p t a r o n el desafío. U n año m á s t a r d e G ó m e z M o r í n hará eco de l a crítica o r t e g u i a n a : " N e cesitamos, ante t o d o , m é t o d o y crítica. Crítica de nosotros m i s m o s que nos p o n g a i n c e s a n t e m e n t e en g u a r d i a c o n t r a las acechanzas de este m e d i o t a n p r o p i c i o a l a improvisación o c o n t r a los excesos de n u e s t r o e n t u s i a s m o " . O r t e g a y Gasset e n su ensayo a f i r m a b a además algo q u e l l e g a b a al n e r v i o más p r o f u n d o d e l m o m e n t o m e x i c a n o : " S o n ustedes más sensibles que precisos 6

45

4 6

4 7

M A R T Í N LUIS GUZMÁN combate ya en 1 9 1 5 lo que él l l a m a "este arsen a l de superficialidad y pedantería", y acusa que uno de los males de M é x i c o h a sido la improvisación c o n t i n u a , La querella de México, p. 10. JOSÉ ORTEGA Y GASSET, El espectador, M a d r i d , 1 9 6 6 , t . 4, p. 1 5 7 . M A N U E L GÓMEZ M O R Í N , op. cit., p. 5 0 . ' 4 5

4 6

4 7

214

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

NRFH,

XXXV

y , m i e n t r a s esto n o varíe, dependerán ustedes íntegramente de E u r o p a e n el o r d e n i n t e l e c t u a l " . E l n a c i o n a l i s m o m e x i c a n o se sintió a l u d i d o y se v i o c u l p a b l e y r e a c c i o n ó . C o m e n z ó así u n p e ríodo de autocrítica y de precisión q u e s i m b o l i z a ante t o d o l a o b r a de S a m u e l R a m o s . D e t a l m o d o triunfó el i n t e l e c t u a l m e x i c a n o , q u e y a e n 1942 podría decir Reyes: " E s t a súbita aparición de u n a r e s p o n s a b i l i d a d inesperada es l o q u e m e j o r c o n t r i b u y e a m a d u r a r a los pueblos y a los h o m b r e s " . 4 8

4 9

EL

ORTEGA

MEXICANO

C o n l a publicación e n 1923 de l a Revista de Occidente, el desar r o l l o d e l p e n s a m i e n t o m e x i c a n o e n t r a e n u n a n u e v a etapa. L a m i s m a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a y l a i n f l u e n c i a de los l i b r o s de O r tega c r e a r o n e n M é x i c o u n a m b i e n t e p r o p i c i o p a r a el d e s a r r o l l o del p e n s a m i e n t o . Se había f o r m a d o u n a n u e v a conciencia sobre el p r o p i o valer y se había i n c i t a d o la c u r i o s i d a d p o r el c o n o c i m i e n t o . " P o r m e d i o de l a Revista de Occidente — n o s dice S a m u e l R a m o s — los estudiosos de M é x i c o se p u s i e r o n e n contacto c o n el p e n s a m i e n t o alemán c o n t e m p o r á n e o y se despertó el interés p o r leer las obras de sus grandes filósofos" . Se c o m e n z a r o n a leer c o n avidez las t r a d u c c i o n e s españolas de los pensadores alemanes y los m i s m o s j ó v e n e s m e x i c a n o s , i m i t a n d o l a t r a y e c t o r i a de O r t e ga, f u e r o n a estudiar a A l e m a n i a . A s í l o h i c i e r o n , entre otros, Sam u e l R a m o s , E d u a r d o García M á y n e z y Francisco L a r r o y o . L a difusión y l a i n f l u e n c i a de l a Revista fue i n m e d i a t a ; T o r r e s B o det dice a este propósito q u e y a a finales de 1923 " V i l l a u r r u t i a era u n l e c t o r fervoroso de l a Revista de Occidente. N o t a r d a m o s n o sotros e n seguirle e n a q u e l l a a f i c i ó n " . Pero si l a Revista de Occidente r e p r e s e n t a b a u n a culminación e n l a l a b o r de líder intelectual 50

5 1

5 2

4 8

J O S É O R T E G A Y G A S S E T , El espectador, t . 4 , p. 1 5 7 . J O S É R O M A N O M U -

ÑOZ hace referencia a esta afirmación de O r t e g a , a q u i e n cita textualmente en su estudio " N i irracionalismo n i racionalismo, sino filosofía crítica", Ulises,

4 (1927), 4-10. 4 9

A L F O N S O R E Y E S , Obras completas, M é x i c o ,

1 9 6 9 , t . 1 1 , p. 2 5 5 .

S A M U E L R A M O S , Historia de la filosofía en México, en Obras completas, M é xico, 1 9 7 6 , t . 2 , p . 2 2 7 . Samuel Ramos, en realidad, estudió en Francia el pensamiento alemán. 5 0

5 1

5 2

J A I M E T O R R E S B O D E T , Obras completas, M é x i c o , 1 9 6 1 , p. 2 9 3 . Se refiere

aquí al grupo de intelectuales que trabajaba con él en el Departamento de Sal u b r i d a d : E n r i q u e González R o j o , José Gorostiza y Bernardo O r t i z de M o n tellano.

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

215

q u e se había asignado a O r t e g a y Gasset, suponía también u n a a p e r t u r a a otras ideas que darían base p a r a c o m b a t i r los p r o p i o s p o s t u l a d o s o r t e g u i a n o s . E n efecto, a p a r t i r de 1923 el p e n s a m i e n t o m e x i c a n o i b a a d q u i r i e n d o y a su mayoría de edad, con conciencia de su v a l o r y de su s i n g u l a r i d a d . H e encabezado esta sección c o n el título de " E l O r t e g a m e x i c a n o " , y lo hice así p o r q u e nos c o n v i e n e a h o r a destacar l a exist e n c i a de tres " O r t e g a s " en el d e s a r r o l l o del p e n s a m i e n t o m e x i c a n o . U n O r t e g a , p o r todos aceptado, representa, en p a l a b r a s de Francisco R o m e r o , al " j e f e e s p i r i t u a l " . O sea, en él se r e c o n o c e al líder i n t e l e c t u a l que más influyó en el p e n s a m i e n t o h i s p a n o a m e r i c a n o en l a d é c a d a de los años v e i n t e , y que q u e d a s i m b o l i z a d o p o r su l a b o r en t o r n o a l a Revista de Occidente. E l seg u n d o O r t e g a corresponde al a u t o r de Meditaciones del Quijote, E l espectador, E l tema de nuestro tiempo y l u e g o Ideas y creencias, Historia como sistema y otros ensayos p o s t e r i o r e s . Este es el O r t e g a que más h a i n f l u i d o en el d e s a r r o l l o de u n a filosofía de lo m e x i c a n o ; su p e n s a m i e n t o no sólo sigue a c t u a l h o y día en M é x i c o , sino q u e , mediante Samuel Ramos p r i m e r o y E d m u n d o O ' G o r m a n y Leop o l d o Z e a después, está siendo l l e v a d o a nuevos niveles de creac i ó n filosófica. Pero a pesar de su presencia d o m i n a d o r a en el m o m e n t o actual m e x i c a n o , este segundo O r t e g a h a sido y es c o m b a t i d o p o r otros grupos de pensadores m e x i c a n o s , entre ellos p o r los neo-escolásticos y los n e o - k a n t i a n o s . E l tercer O r t e g a , p o r lo g e n e r a l i g n o r a d o c u a n d o n o c o m b a t i d o en M é x i c o , es el a u t o r de La deshumanización del arte, Ideas sobre la novela, La rebelión de las masas y o t r o s ensayos semejantes. E l O r t e g a hasta aquí e s t u d i a d o era p a r a los m e x i c a n o s s í m b o l o d e l auténtico filósofo en defensa de su i n d i v i d u a l i d a d y que r e c l a m a b a su i n d e p e n d e n c i a de c u a l q u i e r filosofía que se creyera ú n i c a p o r t a d o r a de l a v e r d a d . E n r e a l i d a d , de O r t e g a a c e p t a r o n los m e x i c a n o s sólo su g r i t o de autodeterminación: " Y o soy yo y m i c i r c u n s t a n c i a , y si n o l a salvo a ella n o m e salvo y o " . E n este p o s t u l a d o estaba, p o r supuesto, implícito el posible rechazo d e l m i s m o O r t e g a . Por ello, m i e n t r a s continuó desarrollando esta idea básica, sus obras e r a n aceptadas c o m o proyección del pensamiento p r o p i o , pues m e d i a n t e ellas los m e x i c a n o s también se e m a n c i p a b a n , se a f i r m a b a n más en su p r o p i a creación filosófica. N o i m i t a b a n p o r l o t a n t o a O r t e g a , más b i e n lo seguían en su espíritu i n d e p e n d i e n t e . I n t e r p r e t a d a de este m o d o su i n f l u e n c i a , n o extraña q u e l a publicación de La deshumanización del arte, Ideas sobre la novela y La rebelión de las masas f u e r a prácticamente i g n o r a d a en el m e d i o c u l t u r a l m e x i c a n o . Estas o b r a s , c o m o después v e r e m o s ,

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

216

NRFH,

XXXV

m o s t r a b a n a u n pensador europeo que n u e v a m e n t e pretendía d a r carácter u n i v e r s a l a u n a posible r e a l i d a d e u r o p e a . E n l a n o t a e d i t o r i a l al p r i m e r n ú m e r o de l a Revista de Occidente O r t e g a había a f i r m a d o , c o n el aplauso general de sus lectores h i s p a n o a m e r i c a n o s : " P r o c u r a r á esta revista i r p r e s e n t a n d o a sus lectores el p a n o r a m a esencial de l a v i d a e u r o p e a y a m e r i c a n a " . D o s años más t a r d e , en 1925, p u b l i c a O r t e g a La deshumanización del arte. E n t o d o el ensayo n o se hace u n a sola r e f e r e n c i a a H i s p a n o a mérica. A d e m á s , en u n l i b r o cuyas reflexiones se b a s a b a n en g r a n m e d i d a en la p i n t u r a , se i g n o r a b a , p o r desconocimiento o p o r m e n o s p r e c i o , el arte m u r a l i s t a que y a desde 1921 había t r i u n f a d o e n M é x i c o . H a b l a r del arte m o d e r n o y o m i t i r el m o v i m i e n t o m u ralista m e x i c a n o s i g n i f i c a b a y a de p o r sí d e j a r t r u n c a d a l a o b r a y dudosas sus conclusiones. Pero además sucedía que precisamente las obras de R i v e r a , O r o z c o y S i q u e i r o s r e p r e s e n t a b a n u n a r o t u n d a contradicción a l a tesis o r t e g u i a n a . A s í fue visto este l i b r o e n M é x i c o , d o n d e adquirió poca difusión y fue d e n u n c i a d o p o r l a crítica, c u y a posición q u e d a e l o c u e n t e m e n t e r e p r e s e n t a d a p o r J a i m e T o r r e s B o d e t : "La deshumanización del arte es u n l i b r o e u r o peo, c o n datos europeos, escrito p a r a e u r o p e o s " , y añade más adelante: " s u c a l i d a d de h o m b r e de E u r o p a l o j u s t i f i c a . Pero ¿y A m é r i c a ? ¿ P o r q u é o l v i d a r las p o s i b i l i d a d e s d e l arte n u e v o , las reservas de i n g e n u i d a d que esconde n u e s t r a A m é r i c a ? ¿ Y p o r qué es O r t e g a y Gasset q u i e n lo o l v i d a , él que se enorgullecía, al v o l v e r a España de su v i a j e p o r las t i e r r a s de A r g e n t i n a , de que en «las páginas de E l espectador n o se p u s i e r a y a el s o l » ? " A d e m á s , creía T o r r e s B o d e t que p o r su f a m a , t a n efectiva en aquellos años, " p o n í a en p e l i g r o a n o pocos j ó v e n e s de H i s p a n o a m é r i c a , i n v i tándoles a m e n o s p r e c i a r l o más n a t u r a l y espontáneo de su t a l e n t o , sus a p t i t u d e s más sanas, su j u v e n t u d " . 5 3

5 4

5 5

L a recepción q u e t u v o el ensayo Ideas sobre la novela fue semej a n t e . Su l l e g a d a a M é x i c o coincide además c o n el éxito de l a p u blicación de Los de abajo, de A z u e l a , c o m o folletín en las páginas de E l Universal Ilustrado. P o r o t r a p a r t e , l a afirmación de O r t e g a 5 3

J A I M E T O R R E S B O D E T , Contemporáneos: Notas de critica, M é x i c o , 1928,

p.

125. 5 4

5 5

Ibid,

p. 126.

J A I M E T O R R E S B O D E T , Obras completas, p. 3 1 5 . T a n significativas como

estas palabras fueron las reacciones a que dio lugar su estudio. Así nos señala años más tarde el m i s m o T o r r e s Bodet: " M i artículo suscitó varias adhesiones, sobre todo en América. Y algunas críticas, sobre todo en España" (p. 3 1 7 ) . J O R G E CUESTA considera La deshumanización del arte " u n ensayo lleno de e r r o r e s " , Ulises, 4 ( 1 9 2 7 ) , p. 3 1 .

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

217

de q u e " e s prácticamente i m p o s i b l e h a l l a r nuevos t e m a s " r e s u l t a b a p a r a los mexicanos más que a b s u r d a , i n c o m p r e n s i b l e . E n r e a l i d a d , l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a apenas había sido e x p l o r a d a y , a j u z g a r p o r las obras q u e i b a n h a c i e n d o su aparición, el géner o estaba p r e ñ a d o de posibilidades p a r a l a creación de u n a l i t e r a t u r a m e x i c a n a de alcance u n i v e r s a l . P o r o t r a p a r t e el m e x i c a n o se d a b a c u e n t a , quizás p r e c i s a m e n t e p o r l a r i q u e z a q u e su c i r c u n s t a n c i a le ofrecía, que el t e m a e r a lo s e c u n d a r i o en l a n o v e l a . A s í lo expresó T o r r e s B o d e t : " L a decadencia de l a n o v e l a es, p a r a O r t e g a y Gasset, cuestión de c a n t i d a d de t e m a s . N o hemos de h a c e r causa c o m ú n c o n él, en este c a m i n o de regreso al n a t u r a l i s m o . N i n g u n a o b r a de arte v i v e d e l t e m a q u e e x p r e s a " . 5 6

5 7

P e r o l a o b r a q u e más destaca p o r el casi a b s o l u t o silencio que de ella se hace e n l a crítica y los escritos m e x i c a n o s es La rebelión de las masas . L a s razones q u e causan el m e n o s p r e c i o de los m e x i c a n o s p o r este l i b r o parecen o b v i a s . O r t e g a de n u e v o e s t u d i a b a u n f e n ó m e n o e u r o p e o , y su c o n t r o v e r t i b l e p u n t o de v i s t a reflejab a a l s e n t i r de u n a minoría aristocrática — y este término quizás d e b i e r a entenderse más c o n el s i g n i f i c a d o t r a d i c i o n a l que con el n u e v o s e n t i d o q u e le d a b a O r t e g a . P o r o t r a p a r t e , las ideas expresadas e n el l i b r o estaban e n p u g n a c o n l a r e a l i d a d m e x i c a n a y c o n los p r i n c i p i o s democráticos q u e m o t i v a r o n a l a R e v o l u c i ó n . E s t a , además, había sido o b r a casi exclusiva del p u e b l o , de l a masa q u e a h o r a c o n d e n a b a O r t e g a ; a ella debía M é x i c o su C o n s t i t u c i ó n y su c o n c i e n c i a n a c i o n a l . 58

JOSÉ ORTEGA Y GASSET, Meditaciones del Quijote. Ideas sobre la novela, M a d r i d , 1964, p. 162. O r t e g a todavía fue más allá al a f i r m a r categóricamente: " E n suma, creo que el género novela, si no está irremediablemente agotado, se halla, de cierto, en su período ú l t i m o " (p. 164). J A I M E TORRES BODET, Contemporáneos: Notas de crítica, p. 9. Por lo gener a l los críticos mexicanos i g n o r a r o n este ensayo de O r t e g a ; y las referencias que a él se hacen al hablar de otras obras coinciden en negarle valor. Así, por ejemplo, la reseña que RUBÉN SALAZAR M A L L É N hace de Sin novedad en el frente, de E r i c h M . R e m a r q u e , comienza con u n a referencia a O r t e g a y Gasset para i n d i c a r que su interpretación de la novela resulta incorrecta (Contemporáneos, 5, 1929, 75-78.) Véase JORGE CUESTA, " L a rebelión de las m a s a s " , Contemporáneos, 9 (1931), 152-165. Para u n europeo la crítica de Cuesta parecerá en verdad extraña. Quizás en ello resida su valor; pues representa la reacción que desde u n a perspectiva distinta, la circunstancia mexicana, se tiene ante u n mismo fenómeno, el estudiado por O r t e g a y Gasset. 5 6

5 7

5 8

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

218

NRFH,

XXXV

PRESENCIA DE O R T E G A E N M É X I C O

P a r t i m o s al p r i n c i p i o del análisis de l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a p a r a después p o d e r c o m p r e n d e r las repercusiones de l a o b r a de O r t e g a y Gasset. E s t a , a su vez, aparece t a n u n i d a a l a t o m a de conciencia de l a r e a l i d a d m e x i c a n a q u e sólo e n su relación a d q u i e r e s i g n i f i c a d o . E l O r t e g a q u e se acepta es a q u e l q u e p r o p o r c i o n a u n a respuesta epistemológica al ansia de a u t e n t i c i d a d q u e d o m i n a b a en todas las facetas de la v i d a m e x i c a n a , según ésta surge de l a década r e v o l u c i o n a r i a . A p a r t i r de 1923, c o n l a l l e g a d a de l a Revista de Occidente, l a i n f l u e n c i a de O r t e g a es de o t r o s e n t i d o . L a Revista i n t r o d u c e en M é x i c o el p e n s a m i e n t o alemán, e i n c i t a y a n i m a a los j ó v e n e s m e x i c a n o s a e x p l o r a r las nuevas tendencias europeas y a seguir estudios especialmente e n las u n i v e r s i d a d e s alemanas. Desde esa fecha también l a i n f l u e n c i a de O r t e g a comenzará a ser p o c o a poco i n d i r e c t a , y se efectuará a través de aquellos pensadores que d i r i g i e r o n l a v i d a i n t e l e c t u a l m e x i c a n a en las siguientes décadas: S a m u e l R a m o s , J o s é Gaos y L e o p o l d o Zea. R a m o s se destacó y a e n 1928 c o n l a publicación de Hipótesis y se consagró en 1934 c o n su l i b r o E l perfil del hombre y la cultura en México. Desde entonces fue el guía i n t e l e c t u a l de l a j u v e n t u d m e x i c a n a , sobre t o d o a través de sus enseñanzas en l a F a c u l t a d de Filosofía y L e t r a s . E n 1941 creó l a p r i m e r a cátedra de H i s t o r i a de l a Filosofía en M é x i c o y en 1943 publicó c o m o l i b r o de t e x t o Historia de la filosofía en México, p r i m e r a presentación sistemática del d e s a r r o l l o d e l p e n s a m i e n t o m e x i c a n o , y base de todos los est u d i o s posteriores al respecto. L a i n f l u e n c i a de O r t e g a en R a m o s es i n d u d a b l e y él m i s m o l o h a señalado repetidas veces: " E n esta frase de O r t e g a : « Y o soy y o y m i c i r c u n s t a n c i a , y si n o l a salvo a ella n o m e salvo y o » veía el que esto escribe, u n a n o r m a que a p l i c a r a M é x i c o , c u y a r e a l i d a d y cuyos p r o b l e m a s e r a n c o m p l e t a m e n t e desconocidos p a r a l a filosofía ... C o n estos propósitos el a u t o r p u b l i c ó e n 1934 u n l i b r o t i t u l a d o E l perfil del hombre y la cultura en México" . Esta afirmación de R a m o s , l u e g o r e p e t i d a p o r l a crítica p a r a j u s t i f i c a r el clasificarlo c o m o discípulo de O r t e g a , debe ser c o n s i d e r a d a e n u n c o n t e x t o especial. R a m o s n o imitó a O r t e g a y Gasset. E n c o n t r ó en sus p o s t u l a d o s , eso sí, su p r o p i o p e n s a m i e n t o m a d u r a d o . Bástenos p a r a a p o y a r esta afirmación lo y a expuesto a q u í sobre l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a de p r i n c i p i o s 59

SAMUEL RAMOS, Historia de la filosofía en México, en Obras completas, t . 2, p p . 222-223. 5 9

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

219

de los años v e i n t e , y l a siguiente c i t a t o m a d a d e l p r i m e r escrito de R a m o s , " L a teoría biológica del c o n o c i m i e n t o " , de 1919, a n tes de su e n c u e n t r o c o n O r t e g a . D i c e R a m o s : " L a h i s t o r i a de l a i n t e l i g e n c i a , c o m o l a h i s t o r i a de t o d o lo q u e v i v e , n o puede estudiarse a i s l a d a m e n t e del m e d i o , y a q u e todas las a c t i v i d a d e s cósm i c a s d e p e n d e n las unas de las otras; y sobre t o d o tratándose de u n a a c t i v i d a d de relación c o m o es l a i n t e l i g e n c i a . Esta se h a form a d o e n contacto con el a m b i e n t e " . L u e g o vendrá, a p a r t i r de 1922, l a i n f l u e n c i a de O r t e g a y del p e n s a m i e n t o alemán, pero en ellos R a m o s e n c u e n t r a sólo c o n f i r m a d o y p r o y e c t a d o su p r o p i o p e n s a m i e n t o , q u e después, en Hacia un nuevo humanismo, de 1940, hará suyo y proyectará a nuevos niveles de creación filosófica. D e este m o d o , c o n u n d e s a r r o l l o p a r a l e l o al de O r t e g a , e i n c l u s o sup e r á n d o l o e n su c o n c r e c i ó n m e x i c a n a , establece R a m o s e n Hacia un nuevo humanismo las bases de l a filosofía de lo m e x i c a n o : " C a d a i n d i v i d u o tiene u n m u n d o concreto c o m o p a r t e de su existencia, q u e es l a única v e n t a n a de q u e d i s p o n e p a r a asomarse al m u n d o en g e n e r a l . Q u i e r o d e c i r q u e lo que cada sujeto conoce m e j o r que c u a l q u i e r o t r o es el paisaje n a t u r a l en q u e v i v e , l a sociedad, el país a q u e pertenece. Estas cosas las conoce desde a d e n t r o , p o r d e c i r l o así, p o r q u e son l a m i t a d de sí m i s m o , está v i t a l m e n t e f u n d i d o c o n ellas. Estos objetos concretos t i e n e n q u e ser p o r fuerza las i n s t a n c i a s p a r t i c u l a r e s q u e d e n v i d a y c o l o r a sus conceptos genéricos d e l u n i v e r s o , l a h u m a n i d a d o l a sociedad. Pese al v a l o r o b j e t i v o de las ideas q u e es i n d e p e n d i e n t e d e l espacio o d e l t i e m p o , al pensarlas tenemos que referirlas q u e r a m o s o n o al círculo de nuestras experiencias i n m e d i a t a s . E s t o es, sin d u d a , u n a l i m i tación de n u e s t r o c o n o c i m i e n t o , p e r o t a m b i é n , p o r o t r o l a d o , u n a v e n t a j a , l a de d e s c u b r i r en el m u n d o algo q u e los d e m á s n o p o drían n u n c a v e r " . 6 0

6 1

E l m a g i s t e r i o de S a m u e l R a m o s q u e d ó r e f o r z a d o a p a r t i r de 1938 c o n l a llegada de los exiliados españoles, sobre t o d o m e d i a n t e l a o b r a y m a g i s t e r i o de J o s é Gaos. G a o s , q u e fiel a su p e n s a m i e n t o filosófico rechaza el término de e x i l i a d o p a r a a d j u d i c a r s e el de " t r a n s t e r r a d o " , p u e d e y debe ser e s t u d i a d o d e n t r o de l a h i s t o r i a d e l p e n s a m i e n t o m e x i c a n o , n o sólo p o r q u e escribió su o b r a más i m p o r t a n t e e n M é x i c o , sino p o r q u e t o d a ella responde también a l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a . E n su p e n s a m i e n t o , m e n o s c r e a t i v o q u e el de S a m u e l R a m o s , sigue explícitamente l a o b r a de O r t e ga: " S i e m p r e m e he r e c o n o c i d o y o m i s m o , p o r discípulo de O r 6 0

6 1

SAMUEL RAMOS, Obras completas, t . 1, p. 217. Ibid., t . 2, p . 20.

JOSÉ LUIS GÓMEZ-MARTÍNEZ

220

NRFH,

XXXV

tega y Gasset. H a s t a m e he t e n i d o , y n o sólo íntimamente, sino también más o m e n o s p ú b l i c a m e n t e , p o r su discípulo más fiel y p r e d i l e c t o " . I n c l u s o llega a d e c i r e n p o l é m i c a c o n F r a n c i s c o L a r r o y o : " D u r a n t e años he v i v i d o en c o n v i v e n c i a f r e c u e n t e m e n te d i a r i a con él [ O r t e g a y Gasset]. H e sido el oyente de p a l a b r a s o el i n t e r l o c u t o r de conversaciones e n que se p r e c i s a b a n sus p r o pias ideas en gestación, he leído m a n u s c r i t o s inéditos. A s í , y a n o sé si tal idea que pienso, si tal r a z o n a m i e n t o que hago, si tal ejemplo o expresión de q u e m e s i r v o , lo he r e c i b i d o de él, se m e ocurrió al oírle o leerle a él, o se m e ocurrió a p a r t e y después de l a c o n v i v e n c i a c o n él. A l g u n a vez m e h a sucedido c o m p r o b a r q u e t a l i d e a o expresión que c o n s i d e r a b a c o m o m í a m e l a había a p r o p i a d o de él, asimilándola hasta el p u n t o de o l v i d a r su o r i g e n " . Estas a f i r m a c i o n e s de Gaos son t a n t o más significativas c u a n d o se c o n sidera que J u s t i n o F e r n á n d e z , E d m u n d o O ' G o r m a n y L e o p o l d o Z e a f u e r o n discípulos suyos. E n r e a l i d a d , l a formación de los p e n sadores más destacados d e l M é x i c o a c t u a l se debe a l a l a b o r c o n j u n t a de S a m u e l R a m o s y J o s é Gaos, y m e d i a n t e ellos al p e n s a m i e n t o que incitó O r t e g a y Gasset. 6 2

6 3

Pero Gaos n o sólo difundió el p e n s a m i e n t o de O r t e g a , y basad o e n sus postulados estudió y enjuició el p e n s a m i e n t o m e x i c a n o , s i n o que fue también u n d e c i d i d o defensor de l a dirección q u e el h i s t o r i c i s m o o r t e g u i a n o estaba a d q u i r i e n d o e n M é x i c o . S u carácter y enérgica posición le h i c i e r o n p a r t i c i p a r en diversas p o l é m i cas, c u y o resultado fue ante t o d o el de d i f u n d i r de n u e v o las ideas orteguianas . 64

JOSÉ GAOS Confesiones profesionales, México, 1 9 5 8 , p p . 6 0 - 6 1 . JOSÉ GAOS y FRANCISCO LARROYO, DOS ideas de la filosofía. Pro y contra la filosofía de la filosofía, M é x i c o , 1 9 4 0 , p. 192. E n 1943 publicó JOSÉ SÁNCHEZ VILLASEÑOR Pensamiento y trayectoria de José Ortega y Gasset, M é x i c o , 1 9 4 3 , en el cual, desde una posición que parte de la escolástica, critica de u n m o d o severo y sistemático la obra de O r t e g a . A l año siguiente vuelve SÁNCHEZ VILLASEÑOR a atacar la obra de Ortega, esta vez desde u n ángulo más emotivo, en u n breve ensayo de 3 9 páginas, ¿Es idealista Ortega y Gasset?, M é x i c o , 1 9 4 4 ; en 1945 da a la prensa otro l i b r o en el que c r i t i ca a José Gaos; y la obra aparece bajo dos títulos: u n o en la sobrecubierta, Gaos en Mascarones, y el otro más f o r m a l , en el l i b r o m i s m o , La crisis del historicismo y otros ensayos, M é x i c o , 1 9 4 5 ; al final del l i b r o incluye el ensayo ¿Es idealista Ortega y Gasset? José Gaos no dio respuesta directa a estos libros, pero en su ensayo " C i n c o años de filosofía en M é x i c o " , publicado en 1945 en la revista Filosofía y Letras, sí que hace referencia al último l i b r o de Sánchez V i l l a s e ñor; este ensayo lo incluyó luego en Filosofía mexicana de nuestros días, M é x i c o , 1954. E n 1 9 4 9 GUILLERMO HÉCTOR RODRÍGUEZ, neokantiano, publicó u n ensayo, La filosofía en México, M é x i c o , 1 9 4 9 , 3 4 p p . , donde, además de la obra 6 2

6 3

6 4

NRFH,

XXXV

ORTEGA Y GASSET EN EL PENSAMIENTO MEXICANO

221

A u n q u e l a i n f l u e n c i a de G a o s c o n t i n u ó h a s t a b i e n e n t r a d a l a d é c a d a de los sesenta, p a r a el e s t u d i o d e l p e n s a m i e n t o m e x i c a n o debemos considerar el año de 1948 c o m o el c o m i e n z o de u n a n u e v a e t a p a . E n este a ñ o el G r u p o Filosófico H i p e r i ó n presentó u n a

se-

r i e de c o n f e r e n c i a s en l a F a c u l t a d de Filosofía y L e t r a s , b a j o el título " P r o b l e m a s de l a filosofía c o n t e m p o r á n e a " , y u n año t a r d e o t r a serie, " ¿ Q u é es el m e x i c a n o ? " E n 1952

más

comenzaron

a p u b l i c a r la colección " M é x i c o y lo M e x i c a n o " , que i n i c i a u n c o n s c i e n t e y m a n t e n i d o esfuerzo p o r r e c u p e r a r y e x p l i c a r l a c i r c u n s t a n c i a m e x i c a n a . A p a r t i r de entonces se destacan dos 6 5

sadores, E d m u n d o O ' G o r m a n y L e o p o l d o Z e a ;

pen-

pero en ambos

y a n o es t a n i m p o r t a n t e l a p o s i b l e i n f l u e n c i a de O r t e g a o de

sus

d i s c í p u l o s , c o m o los e l e m e n t o s p r o p i o s c o n los q u e s u p e r a n lo a n t e r i o r p a r a l l e g a r a c r e a r u n a filosofía q u e c o n t o d o d e r e c h o p u e de l l a m a r s e m e x i c a n a . JOSÉ L U I S

GÓMEZ-MARTÍNEZ

T h e U n i v e r s i t y of Georgia

de O r t e g a , critica a los pensadores mexicanos influidos p o r él. Pero la reacción más fuerte contra la obra de O r t e g a tuvo lugar, sin embargo, en 1950. E n este año AGUSTÍN BASAVE publicó, con u n prólogo de Vasconcelos, Miguel de Unamuno y José Ortega y Gasset: Un bosquejo valorativo, M é x i c o , 1950. También en ese año publica EDUARDO NICOL, Historicismoy existencialismo, México, 1950; GAOS comenta el l i b r o de N i c o l en " D e paso por el historicismo y existencial i s m o " , CuA, 1951, núm. 2, 122-135; y de modo más extenso en " D e paso por el historicismo y existencialismo. Parerga y paralipómena", FyL, 1951, núms., 43/44, 81-148; ambos estudios se i n c l u y e r o n después en su l i b r o Sobre Ortega y Gasset y otros ensayos de historia de las ideas, M é x i c o , 1957. Por su parte, EDUARDO N I C O L contestó al p r i m e r estudio de Gaos en " O t r a idea de la filosofía. Respuesta a j o s é G a o s " , CuA, 1951, núm. 3, 129-139; y al segundo ensayo de Gaos en " D i á l o g o de filosofía entre el autor y el c r í t i c o " , FyL, 1951, núms. 43/44, 149-175. Los m i e m b r o s originarios del grupo Hiperión fueron: Leopoldo Zea, jefe del grupo y director de la colección " M é x i c o y lo M e x i c a n o " , Ricardo G u e r r a , Joaquín M a c G r e g o r , O c t a v i o Paz, Jorge P o r t i l l a , Salvador Reyes N e vares, E m i l i o U r a n g a , Fausto V e g a y L u i s V i l l o r o . E n la colección " M é x i c o y lo M e x i c a n o " p u b l i c a r o n también Alfonso Reyes y José Gaos. Véase al particular el extenso estudio de ROBERTO CANTÚ, " D e Samuel Ramos a E m i l i o U r a n g a " , Campo Libre, 2 (1981), 239-272. 6 5

Get in touch

Social

© Copyright 2013 - 2024 MYDOKUMENT.COM - All rights reserved.