Story Transcript
LA GESTIÓN DEPORTIVA MUNICIPAL EN IBEROAMÉRICA: HISTORIA, TEORÍA Y PRÁCTICA ________ A GESTÃO DESPORTIVA MUNICIPAL EM IBEROAMÉRICA: HISTÓRIA, TEORIA E PRÁTICA Daniel Martínez Aguado (coord.) Prólogo Pruden Induráin Larraya
Con la colaboración del Gobierno de Navarra
© Librerías Deportivas Esteban Sanz, S.L. Calle de la Paz, 4 - 28012 Madrid Tel.: 91 521 38 68 Fax: 91 522 78 73 www.libreriadeportiva.com Primera edición: Octubre 2013 ISBN: 978-84-94190-50-6 Depósito Legal: M-29230-2013 Impresión: MFC Artes Gráfica, S.L. Galileo Galilei, 78 28935 Arroyomolinos (Madrid) Printed in Spain.
Reservados todos los derechos. Esta obra no puede reproducirse, almacenarse en un sistema de recuperación o transmitirse en forma alguna por medio de cualquier procedimiento, sea éste mecánico, electrónico, de fotocopia, grabación o cualquier otro, sin el permiso escrito del autor o del editor.
ÍNDICE Prólogo. Prudencio Induráin Larraya ........................................................... Introducción. Daniel Martínez Aguado...........................................................
13 17
ARGENTINA La gestión deportiva municipal en Argentina: el municipio de Morón (Buenos Aires) / A gestão desportiva municipal na Argentina: o município de Morón (Buenos Aires). Lucas Ghi, Juan Manuel Sala, José María Vittorio, Hugo Reyes ........ 0. Glosario.................................................................................................... 1. Síntesis histórica del deporte en la Argentina: del Estado Nacional al Estado Municipal...................................................................................... 2. Los Servicios Deportivos Municipales en la Argentina: organización y gestión en el municipio de Morón............................................................ 3. El programa municipal “Colonia de Verano” de Morón.......................... 4. Plan Municipal de Políticas Deportivas, Morón 2009-2013.................... 5. Referencias documentales........................................................................
23 24 25 29 40 47 50
BRASIL Gestão de políticas públicas de esporte e lazer nas regiões norte e nordeste do Brasil / Gestión de políticas públicas del deporte y ocio en las Regiones Norte y Nordeste de Brasil. Carlos Augusto Mulatinho de Queiroz Pedroso, Ricardo André Ferreira da Silva, José Pedro Sarmento, Thiago Coelho de Aguiar Silva, Vilde Gomes de Menezes ........................................................................... 0. Glossário .................................................................................................. 1. Introdução ................................................................................................ 2. Situando ................................................................................................... 3. Contextualizando a gestão do esporte na Região Norte e Nordeste do Brasil ........................................................................................................ 4. Referências............................................................................................... Gestão pública de esporte nos municípios do Estado do Paraná (Brasil) Gestión pública del deporte en los municipios del Estado de Paraná (Brasil). Fernando Augusto Starepravo, Fernando Marinho Mezzadri ............. 0. Glossário .................................................................................................. 1. Gestão pública de esporte a partir da noção de campo político/burocrático 2. Estrutura administrativa do esporte nos municípios do Paraná ............... 3. Gestão pública do esporte nos municípios do Paraná .............................. 4. Programas, projetos e eventos de esporte nos municípios ....................... 5. Considerações finais ................................................................................ 6. Anexos...................................................................................................... 7 Referências................................................................................................
55 56 57 58 61 70
73 74 76 77 79 82 83 84 86
Desporto e descentralização ao município no Brasil: percurso legislativo e as limitações locais / Deporte y descentralización en el municipio en Brasil: proceso legislativo y las limitaciones locales. Vilde Gomes de Menezes, Edilson Fernandes de Souza, Maria José Carvalho, José Pedro Sarmento Reboucho, José Reinaldo Cajado de Azevedo, Carlos Augusto Mulatinho de Queiroz Pedroso, Ricardo André Ferreira da Silva ....... 0. Glossário .................................................................................................. 1. Apresentação ............................................................................................ 2. Formalização do direito no Estado: aproximações iniciais...................... 3. Direito no e ao desporto: normatização e regras...................................... 4. Redemocratização do Estado brasileiro: adequações e produção da legislação do desporto no Brasil............................................................... 5. As legislações e polêmicas recentes no âmbito do desporto brasileiro ... 6. O município e o desporto no Brasil: dados e características gerais ......... 7. Considerações finais ................................................................................ 8. Referências............................................................................................... Políticas públicas e gestão de instalações esportivas em municípios brasileiros / Políticas públicas y gestión de instalaciones deportivas en municipios brasileños. Flávia da Cunha Bastos, Leandro Carlos Mazzei .................................. 0. Glossário de termos.................................................................................. 1. O sistema brasileiro do desporto.............................................................. 2. Gestão de políticas municipais de esporte ............................................... 3. Políticas e instalações esportivas ............................................................. 4. Instalações esportivas municipais ............................................................ 5. Comentários finais .................................................................................. 6. Referências...............................................................................................
87 89 90 91 92 95 98 105 110 111
115 116 117 118 122 125 127 128
CHILE Gestión deportiva municipal en Chile: una mirada desde la investigación social / Gestão desportiva municipal no Chile: um olhar desde a investigação social. Cristóbal Feller V., Pablo Alvarado A., Claudio Bossay S., Iñigo García P. 0. Glosario.................................................................................................... 1. Breve historia de la gestión municipal del deporte en Chile.................... 2. Los Servicios Deportivos Municipales en Chile: organización y gestión. 3. Una experiencia de gestión deportiva municipal: municipalidad de Santiago, Región Metropolitana, Chile .................................................... 4. Una herramienta de gestión deportiva municipal: metodología para la elaboración de un diagnóstico deportivo municipal................................. 5. Referencias documentales........................................................................
133 134 135 139 147 153 157
COLOMBIA El deporte municipal en Colombia / O desporto municipal na Colômbia. Diana Pahola Brunal Berrocal ................................................................. 0. Glosario.................................................................................................... 1. Breve historia de la gestión deportiva municipal en Colombia .............. 2. Los Servicios Deportivos Municipales en Colombia: organización y gestión ......................................................................................................
161 162 163 169
3. Juegos Deportivos “Ciudad de Medellín”................................................ 4. Breve evaluación de la gestión deportiva municipal en Medellín ........... 5. El Comparendo Deportivo ....................................................................... 6. Referencias documentales........................................................................ El deporte municipal colombiano: dos experiencias de innovación / O desporto municipal colombiano: duas experiências de inovação. Mónica Betancur Sáenz, Rodrigo Arboleda Sierra ................................ 0. Glosario.................................................................................................... 1. Modelos de gestión deportiva municipal en Colombia y el Sistema Nacional del Deporte ................................................................ 2. Plan estratégico para el deporte, la Educación Física extraescolar y la recreación 2006-2016 del municipio de Itagüí......................................... 3. Investigación para la identificación de las necesidades y las tendencias en las prácticas del deporte y la recreación del municipio de Rionegro .. 4. Conclusión final ....................................................................................... 5. Bibliografía ..............................................................................................
176 183 184 187
189 190 191 196 198 206 207
COSTA RICA Historia de la gestión deportiva municipal en Costa Rica (1904-1973) / História da gestão desportiva municipal na Costa Rica (1904-1973). Chester Urbina Gaitán. ............................................................................ 0. Glosario.................................................................................................... 1. La gestión deportiva municipal en Costa Rica 1904-1948 ...................... 2. La gestión deportiva municipal en Costa Rica 1949-1973 ...................... 3. Conclusión ............................................................................................... 4. Bibliografía ..............................................................................................
211 212 213 218 221 221
CUBA El deporte en el ámbito comunitario para el desarrollo humano / O desporto no âmbito comunitário para o desenvolvimento humano. Alejandro Emilio Ramos Rodríguez, Rafael Ojeda Suárez, Miguel Ángel Peña Hernández, Elaine Artigas Pérez ........................................ 0. Glosario.................................................................................................... 1. Breve historia de la gestión deportiva municipal en Cuba....................... 2. Los Servicios Deportivos Municipales en Cuba: organización y gestión. . 3. Un modelo de gestión deportiva comunitaria para el desarrollo humano local .......................................................................................................... 4. Una herramienta de gestión deportiva municipal: el Mapeo de Actores Sociales en la Comunidad ........................................................................ 5. Referencias documentales........................................................................
225 226 228 233 242 264 269
ESPAÑA La gestión deportiva municipal en España / A gestão desportiva municipal em Espanha. Daniel Martínez Aguado ........................................................................... 0. Glosario.................................................................................................... 1. Breve historia de la gestión deportiva municipal en España ................... 2. Los Servicios Deportivos Municipales Españoles: organización y gestión ..
275 276 279 289
3. El derecho al deporte educativo en la gestión deportiva municipal de Corella (Navarra)...................................................................................... 4. Referencias documentales........................................................................ Diseño y puesta en práctica del Proyecto Multideporte en el Ayuntamiento de Petrer (Alicante, España) / Design e posta em prática do Projeto Multidesporto no município de Petrer (Alicante, Espanha). Luis Alted Martí. ........................................................................................ 0. Glosario.................................................................................................... 1. Marco referencial para el desarrollo del Proyecto ................................... 2. Necesidades deportivas que satisface el Proyecto ................................... 3. Características del Proyecto y de su puesta en práctica ........................... 4. Resultados de la aplicación del Proyecto................................................. 5. Ejes futuros de mejora.............................................................................. 6. Referencias bibliográficas........................................................................ La contabilidad de costes en los Servicios Deportivos Municipales: Proyecto SICDE / A contabilidade de custos nos Serviços Desportivos Municipais: Projeto SICDE. Jorge García-Unanue, Leonor Gallardo Guerrero, José Luis Felipe ... 0. Glosario ................................................................................................... 1. Introducción ............................................................................................. 2. Metodología básica para el cálculo de costes en los Servicios Deportivos Municipales .............................................................................................. 3. Observaciones finales e implicaciones .................................................... 4. Descarga y utilización de la aplicación SICDE ....................................... 5. Referencias bibliográficas........................................................................ Gobernanza deportiva en municipios pequeños y rurales / Governança desportiva em municípios pequenos e rurais. Juan A. Mestre Sancho ............................................................................. 0. Glosario.................................................................................................... 1. Introducción ............................................................................................. 2. Gobernanza local deportiva ..................................................................... 3. Principios de la gobernanza en su aplicación al deporte y la actividad física ......................................................................................................... 4. La gobernanza y las redes deportivas ...................................................... 5. Nuevo enfoque del modelo de gobierno deportivo local ......................... 6. Propuesta de acciones deportivas a planificar por los municipios pequeños y rurales.................................................................................... 7. Referencias documentales........................................................................ El deporte municipal en España: la revisión del modelo / O desporto municipal em Espanha: a revisão do modelo. Boni Teruelo Ferreras, Luis Vicente Solar Cubillas ............................... 0. Glosario.................................................................................................... 1. Introducción. Antecedentes históricos del actual modelo........................ 2. Análisis interno de la situación: debilidades y fortalezas ........................ 3. La sociedad actual. Crisis ética, financiera, económica, política y social. Perspectivas. ............................................................................................ 4. Bases para el diseño de un nuevo modelo................................................
305 307
317 318 318 323 325 335 338 339
343 344 345 347 358 359 359
361 362 363 364 367 368 370 371 378
381 382 383 386 389 392
5. A modo de resumen.................................................................................. 6. Bibliografía referenciada..........................................................................
404 405
PARAGUAY El deporte municipal en Paraguay: un modelo de gestión en el municipio de Encarnación / O desporto municipal no Paraguai: um modelo de gestão no município de Encarnación. Juan Alejandro Acosta Pérez .................................................................... 0. Glosario.................................................................................................... 1. El deporte municipal en Paraguay ........................................................... 2. Antecedentes del deporte municipal en Encarnación............................... 3. Plan de Gestión Municipal del Deporte ................................................... 4. Conclusiones ............................................................................................ 5. Referencias...............................................................................................
409 410 411 415 417 423 423
PORTUGAL A gestão desportiva municipal em Portugal / La gestión deportiva municipal en Portugal. José Miguel Martinho Pastoria de Azevedo ........................................... 0. Glossário .................................................................................................. 1. Introdução ................................................................................................ 2. Breve história da gestão desportiva municipal em Portugal ................... 3. Os Serviços Desportivos Municipais em Portugal: organização e gestão. 4. Financiamento autárquico ....................................................................... 5. Gestão desportiva municipal em Portugal .............................................. 6. Uma experiência de gestão desportiva municipal: Benavente................. 7. O desporto municipal: prespetivas futuras............................................... 8. Ferramentas de gestão desportiva municipal .......................................... 9. Bibliografía .............................................................................................. O impacto do Centro Municipal de Marcha e Corrida no aumento da prática desportiva regular / El impacto del Centro Municipal de Marcha y Carrera en el aumento de la práctica deportiva regular. Ricardo Manuel Teixeira Batista. ............................................................ 0. Glossário .................................................................................................. 1. Introdução ................................................................................................ 2. Programa nacional de marcha e corrida................................................... 3. Análise do meio envolvente ..................................................................... 4. Centro Municipal de Marcha e Corrida de Lamego ............................. 5. A participação em números ................................................................... 6. Conclusão................................................................................................. 7. Bibliografía ..............................................................................................
427 428 429 430 434 436 437 446 455 456 458
461 462 463 464 466 469 482 484 484
VENEZUELA El desarrollo del deporte municipal en la República Bolivariana de Venezuela / O desenvolvimento do desporto municipal na República Bolivariana da Venezuela. Rosa López de D’Amico, Gladys Guerrero, Juan Hojas, Josil Murillo Cedeño .................................................................................
489
1. Glosario de términos ................................................................................ 2. La gestión deportiva municipal en Venezuela.......................................... 3. Los Servicios Deportivos Municipales en Venezuela: organización y gestión ...................................................................................................... 4. Experiencias de la gestión deportiva municipal en Venezuela ................ 5. El desarrollo deportivo comunitario ........................................................ 6. Referencias bibliográficas........................................................................ Aproximación a la dimensión jurídico administrativa del municipio deportivo en Venezuela, en el gobierno del presidente Hugo Chávez (1999-2012) / Aproximação à dimensão jurídico administrativa do município desportivo na Venezuela no governo do presidente Hugo Chávez (1999-2012). Eloy Altuve Mejía, Wullian Mendoza Gil ............................................... 0. Glosario.................................................................................................... 1. El deporte en el socialismo del siglo XXI................................................ 2. Deporte y municipio en el socialismo del siglo XXI ............................... 3. Atribuciones del municipio en materia de deportes, educación física y recreación .............................................................................................. 4. Perspectiva en el deporte municipal en Venezuela .................................. 5. Bibliografía ..............................................................................................
490 492 496 498 505 511
513 514 516 518 524 539 530
PRÓLOGO
Como muy bien recoge el autor de la obra el deporte municipal surge con fuerza en España hace varias décadas, erigiéndose como la tercera vía de acceso a la práctica físicodeportiva conjuntamente con el deporte federado y la educación física escolar, etapa que viene a prolongarse hasta nuestros días. Las Administraciones Públicas, bien directamente o a través de los diferentes agentes deportivos, debemos articular los medios necesarios para dar respuesta a una sociedad que cada vez demanda más ejercicio físico y práctica deportiva. La actual situación de recesión económica que nos toca vivir no debe ser excusa para garantizar lo que desde el punto de vista de los responsables en materia deportiva entendemos como un derecho de la ciudadanía. La gestión deportiva municipal debe entenderse como un servicio más que el municipio oferta a sus ciudadanos tratando de satisfacer necesidades a través de una oferta lo más amplia y ajustada a las necesidades de los mismos teniendo en cuenta que es la administración más próxima y accesible para ellos. El grado de desarrollo alcanzado en el ámbito del deporte municipal en Navarra, además de contar con unas buenas infraestructuras y recursos económicos, se ha debido principalmente al papel fundamental desarrollado por las entidades locales y a la implicación de personas cualificadas y comprometidas, que conociendo la realidad de su entorno mediante un análisis constante, han procurado una línea de cambio y mejora. El presente trabajo pretende ser una herramienta útil para todas las personas relacionadas con la gestión deportiva en general y la gestión deportiva municipal en particular. El objetivo fundamental de la obra es recoger y dar a conocer los diferentes modelos de estructura y gestión deportiva en el entorno de los países de Iberoamérica que permita seguir avanzado en busca de nuevos modelos adaptados a los nuevos tiempos. Como responsable del deporte en Navarra, quiero agradecer el esfuerzo realizado por todas las personas que han trabajado para que esta obra sea ya una realidad y especialmente al impulsor del mismo por su capacidad de aunar y coordinar a todo el equipo de colaboradores, así como por su dedicación a la investigación en diferentes áreas de gestión deportiva y especialmente en la municipal. Prudencio Induráin Larraya Director Gerente del Instituto Navarro de Deporte y Juventud
A los ojos azules más bonitos de Villabalter
INTRODUCCIÓN Un atleta maratoniano popular, tras correr sus primeros 42 kilómetros y 195 metros seguidos de su vida, decía al acabar: “El ambiente de los prolegómenos era impresionante. Centenares de personas realizando el calentamiento, cada uno a su aire o en pequeños grupos. Música de fondo acompañada de una percusión de conversaciones entrecruzadas y ruidosas miradas de tensión contenida. La salida de la prueba fue como cuando aprietas el acelerador del coche repentinamente. Un momento que pierdes el control a cambio de un cortocircuito de excitación que se difumina placenteramente con los primeros pasos. Decidí salir tranquilo, y hasta el kilómetro 30 iba muy a gusto, con buenas sensaciones y dentro de un pequeño grupo. Entre respiraciones y miradas al reloj hice incluso algún amigo, sobre todo uno que se llama Javier y que llevaba el dorsal trescientos y algo. Desde el kilómetro 30, especialmente a falta de unos nueve kilómetros, empecé a sufrir muchísimo. Pensé en retirarme. Las piernas no me iban pero decidí continuar por una especie de orgullo y satisfacción personal. Me lo había tomado como un reto, sin ataduras respecto al tiempo final, donde lo importante e imprescindible era acabar y disfrutar. Al final, este planteamiento fue una ventaja porque de lo contrario me hubiera hundido. Ahora mismo me duele todo el cuerpo pero volveré a correr otra maratón en unos pocos meses. La próxima vez estaré mejor preparado y trataré de mejorar mi marca”. El deporte, entendido en su concepción amplia que aglutina ejercicio físico recreativo y competitivo, es un fenómeno sociocultural mundial, y por ende iberoamericano, que surge como resultado de la existencia de millones de personas con un interiorizado perfil de maratoniano que desean y necesitan exteriorizar. Dentro de este planteamiento, el deporte sólo es el ritual que lo permite. Pocas actividades humanas que sean esencialmente voluntarias, como el deporte, son tan atractivas por sus atributos maratonianos. Estamos hablando, por ejemplo, de aquéllos como el disfrute a través de un cierto sufrimiento físico y psicológico, la motivación a través de unos objetivos predefinidos, el bienestar a través de una implicación fisiológica de muchos órganos vitales, o el aprendizaje y mejora de uno mismo a través de la superación de retos. Desde mi punto de vista, esos y algunos otros atributos más hacen que el deporte se manifieste siempre al lado de las personas, como parte de sí mismas, mucho antes que cualquier institución o entidad decida su promoción y gestión. Ese conjunto de atributos convierten al deporte, y a sus actividades físicas predecesoras o complementarias, en algo tan personal que su primera manifestación, territorialmente hablando, siempre transcurre desde las personas hacia su entorno comunitario más próximo. Esto explica por qué en Perú o Argentina se juega a las bochas, Brasil es la cuna de la capoeira, o en España se juega en algunas regiones al bolo leonés o al remonte navarro, por poner unos ejemplos. De forma paralela al fenómeno anterior, en las comunidades locales se personaliza, más que en cualquier otro entorno, la globalización deportiva producida por los deportes de
17
Daniel Martínez Aguado
masas. El fútbol de Brasil no es el mismo que el fútbol chileno, ni el portugués que el colombiano. Tampoco el boxeo cubano respecto del venezolano. Pero además, en cualquiera de las regiones y municipios de estos países, esos deportes tienen sus matices y peculiaridades bajo la aparente uniformidad de los reglamentos deportivos. Con parecido resultado, los lectores de este libro pueden acceder a aproximadamente unas veinte definiciones distintas de deporte para escribir otros tantos textos sobre el mismo tema. E igualmente, pueden reconocer los distintos y tan distanciados ritmos de desarrollo de la gestión deportiva municipal comparando los distintos países. Todos estos argumentos vienen a apoyar la idea de que la infinidad de matices que la práctica deportiva nos muestra, y por extensión la de su gestión, surgen únicamente por el carácter personalista del deporte. Es decir, el deporte se hace en las personas de manera irrepetible cuando éstas lo practican y descubren su dependencia vital hacia él. Por ello, la fórmula universal para el éxito de la gestión deportiva municipal será aquélla que más haga por el éxito personal individual de las personas a las que se dirija. O lo que es lo mismo, aquélla que mejor gestione los atributos maratonianos de las personas a través del deporte. Derivado de ese planteamiento conceptual, considero clave que la gestión deportiva municipal deba entenderse como una forma de intervención deseablemente de origen local, municipal o comunal (por su mayor cercanía a las personas), y que disponga de unas estructuras descentralizadas propias y con autonomía suficiente de recursos (personales, económicos y materiales) respecto de los Estados y de las Naciones. Para estos últimos, dejemos y exijamos que, al menos, se comprometan con la legislación que lo facilite, siendo un primer paso necesario, como han dado muchos países iberoamericanos, el reconocimiento constitucional del deporte como un derecho del ciudadano. Otra cosa bien distinta, y ciertamente mejorable, es lo que se puede revelar en algunos de los trabajos de esta publicación, esto es, que tal reconocimiento jurídico se debilite cuando llega a las personas en un ámbito local y deje a la mayoría de los recursos en manos del deporte profesional, a cambio de tener a muchos ciudadanos preocupados por beber una coca-cola mientras asisten como espectadores a algún deporte de masas. Una segunda clave, que puedo proponer para la gestión deportiva municipal con enfoque personalista, sería que ésta disponga de los medios democráticos para que los ciudadanos participen y sean tenidos en cuenta en la toma de decisiones que les afectan. No ya de forma puntual sino de forma constante, legislando para que aquello sea obligatorio y además pueda verificarse que se produce. Para ello, el gestor no sólo debería disponer de las herramientas apropiadas para que el servicio público sea evaluado regularmente y conocer así las cambiantes necesidades deportivas de los ciudadanos, sino también que los ciudadanos, tanto los deportistas como las entidades que pudieran estar aglutinándolos, puedan decir y decidir el deporte que quieren para el futuro. Es decir, intervenir en su planificación mediante diagnósticos colectivos de necesidades, aunque siempre respetando la autonomía de decisión y acción de cada entidad. Contar con la ciudadanía no significará seguir lo que diga la ciudadanía, pues siempre es necesario atribuir un sentido crítico, ético, científico y de sentido común a las decisiones. Ahora bien, que el ciudadano sea constantemente tenido en cuenta por los gestores es un hecho irrenunciable para su éxito. Por ejemplo, a) mediante la creación de órganos de participación ciudadana para la consulta en la toma de decisiones, b) la transparencia y publicidad de las cuentas públicas deportivas, c) las
18
Introducción
iniciativas como los presupuestos participativos deportivos, d) los compromisos institucionales a la atención razonable, y por diferentes medios (telemáticos, telefónicos, presenciales, etcétera), de quejas, sugerencias y reclamaciones en el ámbito deportivo, e) el fomento del asociacionismo deportivo local sin ánimo de lucro, poniendo medios para la mejora de su autónoma gestión y para que sirvan de medios democráticos para canalizar las demandas deportivas de los ciudadanos, y f) los diagnósticos colectivos de necesidades en cualquier proceso de planificación, entre otros. En tercer lugar, la gestión de las personas que anhelo y reclamo como universal para los distintos países, también va a depender de cómo ésta promueva la coordinación constante de las distintas entidades locales que puedan ofertar deporte en torno a la estrategia que denomino Encaminamiento Deportivo. O lo que es lo mismo, que cada entidad se comprometa con la creación estable de vías de entrada y salida de los deportistas de su entidad a otras, buscando la máxima adherencia deportiva a cualquier edad. Bajo esta perspectiva, no sólo la captación de deportistas es importante sino también la derivación de éstos a otras entidades cuando decidan, por distintos motivos, su salida de la primera. Todo ello permitiría crear una red de itinerarios deportivos, deseablemente fortalecidos por acuerdos formales, que ayuden, desde un punto de vista gestor, a conseguir la mayor adherencia deportiva a cualquier edad. Sólo una sociedad suficientemente preparada para trabajar solidariamente será capaz de llegar a buen puerto para conseguir semejante reto, para lo cual probablemente se necesite todavía recorrer muchas maratones. Para finalizar con el conjunto de ideas sobre la gestión deportiva municipal con enfoque personalista, me parece oportuno comentar también una idea relacionada con la justicia social. Entiendo que este ámbito gestor es el más indicado para ajustar, en los territorios más cercanos a las comunidades locales, las posibles desigualdades de acceso a la práctica deportiva así como para dar prioridad al reparto de recursos públicos hacia la masificación de la práctica deportiva, mucho más que al deporte profesional o semiprofesional. Este último debería hacerse depender de su capacidad de generar recursos propios así como, complementariamente, de la ayuda de otras instancias públicas territorialmente superiores. Todas las ideas y claves anteriormente mencionadas para la gestión deportiva municipal personalista son las que propondría, a los lectores de esta obra, como conformadoras del sustrato común de la gestión de éxito en cualquier país iberoamericano. Algo que, con diferentes puntos de vista y terminología, es tratado en muchas de las contribuciones de este libro. Al margen de los relevantes análisis particulares que se ofrecen desde distintos países, desde mi punto de vista, aquellas ideas serían la esencia de esta publicación. Paso ahora a presentar brevemente la obra colectiva que el lector va a leer. El libro “La gestión deportiva municipal en Iberoamérica: historia, teoría y práctica” constituye la primera obra de esta naturaleza en el mundo, tanto por su temática como por su alcance iberoamericano. La estructuración de la información se realiza alfabéticamente por los países de procedencia de los autores, pudiendo encontrar siempre lecciones y comentarios universales que interesan indudablemente a cualquier gestor o investigador independientemente de su país de procedencia. Asimismo, todas las contribuciones disponen de un glosario al inicio, con las definiciones de los términos claves del discurso. Ello permitirá llegar con más precisión al significado particular de cada autor
19
Daniel Martínez Aguado
y situar adecuadamente a todos los lectores dentro del bazar terminológico que, incluso dentro de un mismo país, se puede encontrar. Para realizar esta publicación han participado cerca de cincuenta excelentes gestores, investigadores y profesores de una parte importante de los países de Iberoamérica, desarrollando sus aportaciones desde finales del año 2012 y la primera mitad del año 2013. Su proceso de selección ha sido rigurosamente realizado por medio de sus Currículum Vitae y el explícito interés con un proyecto más amplio para el deporte municipal en Iberoamérica, del que esta publicación sólo supone un primer paso. Desafortunadamente, no están todos los que podrían, y ello no ha sido motivado por el incesante y permanente interés de quien les escribe para que eso se produjera, sino por otras cuestiones que podemos resumir en la dificultad de encontrar a personas que, en cada país, aglutinen simultáneamente el perfil, la capacidad, la posibilidad y el interés de redactar para el mundo su particular visión de la gestión deportiva municipal. Por ello, desde aquí aprovecho para alentar la expansión del grupo humano iberoamericano en torno a esta disciplina científica, informando a quien pueda conocer a alguna persona, o bien reconocerse a sí mismo, como entusiastas de la gestión deportiva municipal, que no duden en transmitir el camino hacia cualquiera de los que hemos participado en este primer y humilde intento de aglutinar conocimiento y personas para tan noble y necesaria labor en Iberoamérica. Daniel Martínez Aguado Cintruénigo (Navarra, España) a 1 de septiembre de 2013
20