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VESTBOOKS MAGAZINE

CURIOSIDADES

RESENHAS DESENHOS E QUADRINHOS

OBRAS PARA O VESTIBULAR 3B ETEVI 2023

Foto da capa por: Stacked Shelves

Equipe • Aline C. Vieira • Ana P. C. Freiberger • Arthur G. Hoffmann • Augusto E. Lazzarin • Beatriz Toniolo • Beatriz W. C. Mello • Bernardo W. Schmitz • Bethânia Dickmann • Bianca S. Raduenz • Brenda O. Mello • Camili O. Testoni • Davi M. Cunha • Elis A. Gadotti • Emanuele M. Serpa • Émile Parent • Ernesto S. D. Almaguer • Felipe S. dos Santos • Gabriela S. Soares • Gabriela Martins • Graziela P. F. Nozari

• Isabelly D. Oracz • Jéssica C. de Mello • João G. V. de Moraes • Júlia D. M. da Luz • Júlia M. da Costa • Juliana T. Minati • Lara S. Peter • Laura M. Bastos • Lisa A. Pessoa • Lorenzo P. Bonatti • Lucas C. Belletti • Lucas S. Loes • Luísa M. Pereira • Maria C. dos Santos • Marjorie V. V. Quadros • Marson T. Minati • Miguel M. Tkachechen • Monicke Weber • Sabrina B. Schmitt • Sammy C. Hammes

Editorial Anunciamos com alegria a publicação da primeira edição da revista vestbooks que tem como objetivo ajudar os vestibulandos de todo o Brasil. Em "Obras Para Vestibular", nossa equipe organizou pesquisas e resenhas sobre as leituras mais importantes para a realização das provas para graduação.

Os resumos foram feitos de forma simples para trazer facilidade nos estudos e uma base para compreender os livros, enquanto os quadrinhos e desenhos são uma forma criativa para lembrar e resumir as obras. Todas elas fazem parte da história do Brasil e de todo o mundo, e ajudam no estudo de outros conteúdos, então pretendemos também ajudar o público a ter mais interesse pelas obras e pesquisar mais profundamente sobre elas.

Nossa equipe se empenhou muito para trazer um conteúdo que pudesse gerar conhecimento de forma fácil e lúdica, e esperamos que todos aproveitem esta e nossas edições que estão por vir!

Índice Tópicos

6 8 10 12 14 16 18

As Aventuras de Alice no País das Maravilhas Resumo da obra e contexto histórico

Boca do Inferno Resenha

Memórias Póstumas de Brás Cubas Resenha

Carta de Achamento do Brasil

Contexto histórico e curiosidades

De Amor e Amizade Sinopse e resenha

De Amor e Amizade Por não estarem distraídos Trecho encenado

Lenda dos campos

Quadrinhos e conto

Marília de Dirceu

Declamação de poema

O Vendedor de Passados Desenho e resenha

Quarto de despejo

Contexto histórico e resenha

Torto Arado

Resenha e Cartaz

Torto Arado Resenha

1984

Fatos históricos e resenha

20 22 24 26 28 29

As Aventuras de Alice no

País das Maravilhas A grande obra “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”, mais conhecida como “Alice no País das Maravilhas”, foi publicada pela primeira vez em 1865, na Inglaterra, pelo autor Lewis Carroll, que na verdade era um pseudônimo do matemático e escritor Charles Lutwidge Dodgson.

O livro conta a história de Alice, uma menina que segue um coelho e acaba caindo em uma toca, que a transporta para um lugar fantástico habitado por diversas criaturas fantasiosas. Como um gato risonho que voa, uma lagarta conselheira, um chapeleiro louco e diversos outros personagens marcantes. A obra de Lewis Carroll teve uma influência significativa sobre a literatura da época e continua a influenciar a literatura infantil e juvenil até hoje. Porém o que muitos não sabem é que a obra foi publicada durante a revolução industrial da Inglaterra, o que trouxe alguns impactos e aspectos ao livro.

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Na obra "Alice no País das Maravilhas", podemos notar a influência da Revolução Industrial em algumas passagens, como no Capítulo III, quando a personagem Alice se encontra com o Coelho Branco, que está muito preocupado com o tempo e corre sem parar, demonstrando a obsessão pela pontualidade e a pressão, características que se tornaram mais comuns na era industrial.

Edições do livro ao longo dos anos Além disso, o próprio cenário da história, com seus personagens estranhos e irreais, pode ser visto como uma forma de escapismo diante das mudanças e manifestações trazidas pela Revolução Industrial.

Por fim, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas foi uma grande obra que continua cativando pessoas de todas as idades até os dias atuais, inclusive sendo reproduzida em filmes.

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Boca do Inferno "Uma desonestidade implícita e constante fazia parte do procedimento das pessoas." Boca do Inferno é uma das mais importantes obras contemporâneas brasileiras. A autora é a cearense Ana Miranda, que produziu a obra num período de dez anos de pesquisa e escrita. A história, vivida no final do século XVII, se trata de uma visão romantizada da

No decorrer da trama vemos retratos dos

vida do Boca de Inferno, apelido do poeta

dias, profissões, pessoas e outros elementos

Gregório de Matos Guerra, e do Padre

daqueles tempos, numa narrativa de luta e

Antônio Vieira, outro grande poeta barroco

sentimentos transmitidos pelos grupos, com

brasileiro, na qual a escritora, de uma forma

uma mistura de ficção e elementos reais

histórico-biográfica,

que a autora usou de maneira esplêndida.

quis

retratar

a

sociedade baiana nos tempos do Brasil colônia, colocando um grupo de pessoas

Inclusive no vocabulário, onde todos os

que se volta contra o governo local da

leitores puderam ter um gostinho do

época, demonstrando suas insatisfações de

passado barroco baiano e como seria

uma forma brusca, com um toque de

possível combater a escravidão sem que

vingança.

Portugal soubesse. Após tudo isso, concluo com uma forte indicação à obra, que é um espetáculo. desenvolver

Ana um

Miranda trabalho

conseguiu

incrível,

uma

espetacular aula de história e poesia para Bandeira do estado da Bahia

qualquer leitor.

Do outro lado havia o grupo com outro ícone da história brasileira: o governador Antônio de Souza Menezes, o “Braço de Prata”.

Ana Miranda, autora da obra

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Um pouco sobre a autora...

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso/romanceboca-do-inferno-de-ana-miranda-completa-30-anos-e-ganhaedicao-comemorativa-1.2134725

Ana Miranda é uma escritora, jornalista e poeta brasileira nascida em Fortaleza, Ceará, em 1951. Ela estudou Letras e Comunicação Social na Universidade Federal do Ceará e trabalhou como jornalista antes de se dedicar inteiramente à literatura. Sua carreira literária começou na década de 1980 com a publicação de alguns poemas e contos em revistas literárias brasileiras. Em 1989, publicou seu primeiro romance, "Boca do Inferno", que se tornou um grande sucesso de crítica e público e recebeu o Prêmio Jabuti de Melhor Romance. Além de escritora, Ana Miranda é uma ativista cultural e defensora da preservação do patrimônio histórico e artístico do Brasil.

Ela é fundadora do Instituto Imersão Latina, uma organização sem fins lucrativos que promove a literatura e a cultura latinoamericana em todo o mundo. A publicação de "Boca do Inferno" também coincidiu com um período de mudanças políticas e culturais no Brasil. A obra foi lançada durante a transição da ditadura militar para a democracia, quando a liberdade de expressão e a busca pela identidade cultural do país eram temas importantes na sociedade brasileira. Portanto, a obra de Ana Miranda contribuiu para esse debate cultural e literário que ocorreu na época.

Fontes de pesquisa: https://youtu.be/tgdCIMbY8Xg https://youtu.be/qloo4oRKeaU https://blog.estantevirtual.com.br/ 2016/12/22/gregorio-de-matos-oboca-do-inferno/ https://revistas.ufpr.br/relegens/ar ticle/view/43550

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Memórias póstumas de Brás Cubas https://images.app.goo.gl/8TJVDCZtC5zJ7ekR7

A crítica por trás do romance...

QUEM FOI MACHADO DE ASSIS? Joaquim Maria Machado de Assis, um dos maiores nomes da literatura brasileira. Foi contista, cronista, jornalista, poeta, teatrólogo e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Uma das mais famosas obras de um dos maiores escritores brasileiros não poderia estar de fora da lista de obras essenciais para os vestibulare. Mas não se preocupe pois logo abaixo vamos te mostrar um apanhado das informações mais importantes desse enredo e melhor ainda ressaltar o que eles querem dizer!

Características principais: Romance que inaugurou o realismo no Brasil em 1881, fazendo oposição com o romantismo e “mostrando a vida como ela é”; Capítulos curtos e tempo não linear; Possui um “defunto-autor” onde o narrador conta de sobre sua vida após a sua morte

Personagens principais: Brás Cubas

Lobo Neves

Virgília

Marcela

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Enredo O primeiro acontecimento marcante narrado na obra se trata justamente da morte do narrador-personagem Emplasto Brás Cubas, um membro da burguesia carioca do século XIX. Logo em seguida ele conta um pouco de sua infância marcada principalmente por esse ambiente em uma das classes sociais mais altas da época. São citados acontecimentos como quando ele, ainda criança, quebrou a cabeça de uma escrava pois ela o negou uma colher do doce que estava cozinhando, ou até mesmo sua relação com Prudêncio (uma criança escrava que no futuro se tornaria livre) onde o descendente da nobreza utilizava o menino como cavalo nas brincadeiras sem o deixar opinar. Aos 17 anos ele se apaixona pelei seu primeiro grande amor, Marcela, uma dama espanhola comparada por muitos a uma prostituta. A qual o próprio narrador caracteriza como interessada apenas no dinheiro. O jovem garoto gastava grande parte do dinheiro do pai dando presentes a sua amada, o que gerou um descontamento do mais velho e o fez ser enviado a Portugal para estudar. Sofrendo pelo fim do romance ele até tenta se matar no navio mas é impedido pelo capitão. Na Europa Emplasto não se concentra muito nos estudos, prefere aproveitar a cidade, mas ainda assim se forma e retorna ao Brasil. Pouco tempo depois sua mãe morre e ele conhece seu próximo romance, Virgília, filho de um influente político. O pai de Brás Cubas apoia firmemente o casamento dos dois como uma forma do filho ingressar na política, entretanto a mulher escolhe se casar com Lobo Neves. O protagonista se torna totalmente órfão e perdido sem nenhum plano briga com sua irmã pela herança e se torna amante de Virgília, até mesmo alugando uma casa para que possam se encontrar às escondidas. Entretanto o caso é decoberto, Lobo Neves é nomeado presidente da província e o caso acaba. Com a idade chegando ele pensa como último recurso casar se com Eulália, jovem de família influente, entretanto ela vem a falecer por febre amarela. Brás Cubas se torna deputado e anos depois encontra seu maior amor junto a Neves em um baile, porém, o sentimento já havia se esvairido. Faz uma tentativa de publicar um jornal que infelizmente só dura seis meses e tempo depois sua triste vida chega ao fim.

“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.

Analisando…

A obra em questão possui um tom altamente irônico e crítico. Tendo em vista a situação da época de sua publicação como os pensamentos racionais e abolicionistas, o autor chama atenção para a hipocrisia e futilidade da burguesia carioca do século XIX.

O personagem principal nunca teve planos concretos para o futuro, apenas pensou em casamentos e gastou o dinheiro do seu pai, assim criticando essas pessoas da sociedade que não contribuíam para o crescimento da nação.

adultério é muito recorrente nas obras realistas pois reflete a hipocrisia da burguesia que defendiam a ideia de uma família perfeita apenas para manter as aparências.

Você sabia que a parte onde é descrita as brincadeiras de Brás Cubas com Prudêncio é considerada para muitos críticos como uma metáfora para o imperialismo? Fica dica!

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Carta de Achamento do Brasil

Leitura obrigatória para Unicamp

A carta de achamento do Brasil foi redigida entre 26 de abril e 2 de maio de 1500 e tinha 27 páginas. Pertencente ao quinhentismo, faz parte da literatura de informação.

o Vaz de Caminha Per

Escrita por Pero Vaz de Caminha, escrivão encarregado de anunciar ao Rei Dom Manuel, de Portugal.

Trecho Original “Posto que o capitam moor, desta vossa frota e asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora neesta nauegaçam achou, nom leixarey tambem de dar disso minha comta avossa alteza asy como eu milhar poder aimda que pera o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer.”

As primeiras impressões do Brasil, contém os relatos da terra e do povo em um texto claro e objetivo que permite ao leitor se sentir imerso no momento descrito. Para que fosse compreensível nos dias de hoje, foi preciso traduzir a Carta, mesmo sendo português, algumas palavras não existem mais hoje em dia

PERCEBA QUE:

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Personagens da obra:

O narrador Pero Vaz de Caminha Pedro Álvares Cabral Capitães Nicolau Coelho Frei Henrique Padre da expedição Diego Dias Degredados como Afonso Ribeiro tenta investigar os indígenas Os indígenas

O escrivão oficial da esquadra de Cabral chamava-se Gonçalo Gil a da Carta de Págin Ach Barbosa. Mas a carta mais am ent detalhada foi a de Pero Vaz de o Caminha

A carta de Pero Vaz foi redescoberta apenas em 1773 por José Seabra da Silva, guarda-mor dos arquivos da Torre do Tombo, em Portugal. Mesmo assim, ela demorou a ser publicada. Isso aconteceu em 1817, no livro Corografia Brasílica, do padre Aires do Casal.

Curiosidades O documento ganhou importância no país em 1822, em razão da Independência. Tratava-se do manuscrito do primeiro registro da história do Brasil

Em 1817, essa cópia foi encontrada no arquivo da Marinha Real do Rio de Janeiro pelo Padre Manuel Aires do Casal. Ele imprimiu o arquivo, tornando-o público pela primeira vez. Uma cópia do texto voltou ao Brasil nas mãos de José Seabra da Silva, que acompanhou a vinda da Família Real, em 1808.

"Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo, e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monde Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz." No trecho acima é apresentado o primeiro vislumbre de terras brasileiras, é citado também o primeiro nome do Brasil, além de mostrar a origem do famoso Monte Pascoal, na Bahia.

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De Amor e Amizade Clarice Lispector O livro Essa obra de Clarice Lispector repleta de poesia traz uma coletânea de crônicas para jovens, na tentativa de explicar sentimentos desencadeados a partir de algum relacionamento, e muitas vezes não são controláveis. Os textos da coletânea foram escritos para o Jornal do Brasil, e depois foram reunidos em um único livro.

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Personagens Em suas 44 histórias, Clarice trás encontros reais intercalados com histórias fictícias com personagens simples, e enriquecendo principalmente a observação dos pequenos detalhes presentes nesses momentos. Busca a sensibilidade do interior do leitor, com alguns gestos presentes no dia a dia.

Um exemplo é a história de uma faze de sua vida que a escritora relata com o matemático Leopoldo Nachbin, onde estudaram na mesma classe da escola e foram os mais impossíveis da turma. Não necessariamente as histórias querem dizer de de relações amorosas, mas também de amizades sinceras ou que ela julgasse importantes. Como de exemplo a história de uma leitora que a fez um suéter e ela trouxe um conto no livro como forma de agradecimento. " E eis-me dona de repente do melhor suéter mais bonito que os homens da terra já criaram."

Clarice Lispector Clarice Lispector foi uma escritora que nasceu na Ucrânia, mas chegou ao Brasil 1921, foi naturalizada brasileira e se declarava pernambucana. Faleceu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro, fez parte da terceira geração modernista (ou pós-modernismo). Suas obras apresentam fluxo de consciência, fragmentação e metalinguagem, características que podem ser observadas em A hora da estrela, um de seus livros mais conhecidos

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Por não estarem distraídos crônicas para jovens, de amor e amizade - Clarice Lispector

A obra "De amor e amizade - crônicas para jovens" possui 43 crônicas selecionadas pelo editor Pedro Karp Vasquez. Nessa obra, a escritora criou histórias que remetem a amizades e amores, relacionamentos baseados na superficialidade e também a amores que foram destruídos.

As estudantes Bethânia Dickmann e Júlia Costa protagonizaram uma interpretação da crônica: "Por não estarem distraídos" encontrada no livro de Clarice Lispector e trazida na página seguinte. Confira abaixo o QR code do vídeo para se adentrar um pouquinho no mundo de Clarice.

QR code do vídeo inspirado na crônica: Por estarem distraídos

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A Crônica Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Um pouco sobre a autora



Clarice Lispector (1920-1977) foi uma das grandes escritoras da terceira fase do modernismo (ou pósmodernismo) brasileiro, chamada de "Geração 45". Seus obras literárias apresentam fluxo de consciência, monólogo interior, análise psicológica, fragmentação e metalinguagem. Clarice nasceu originalmente na Ucrânia, e veio para o Brasil em 1921. Seu nome era Haya Pinkhasova Lispector, mas seu pai, para esconder a família, optou por chamala de Clarice.

Para se interessar Esse é um trecho que muitos dos leitores do livro curtiram: "Mas sei que hoje é um grito. Um grito! de cansaço. Estou cansada! É óbvio que o meu amor pelo mundo nunca impediu guerras e mortes. Amar nunca impediu que por dentro eu chorasse lágrimas de sangue. Nem impediu separações mortais. [...] O mundo falhou para mim, eu falhei para o mundo. Portanto não quero mais amar. O que me resta? Viver automaticamente até que a morte natural chegue. Mas sei que não posso viver automaticamente: preciso de amparo e é do amparo do amor."

estibulares? E os v Todas as faculdades presentes na Acafe, como a Furb, UnC, Unidavi, Univille, e o vestibular da UFSC, pedem a leitura da obra

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LENDA DOS CAMPOS CONTO POR CRUZ E SOUSA Presente em sua obra Missal, de 1893, junto a mais 44 produções, a Lenda dos Campos mostra sua visão em relação a vida e a beleza da morte.

João da Cruz e Sousa, também conhecido

A prosa conta como simples momentos e pessoas podem se tornar memoráveis através da criação de lendas, como acontece com a morte da garota virgem de cabelos loiros, que se torna a deusa fantástica, monja das aldeias, na visão dos camponeses ingênuos.

como "Dante Negro" (por conta do escritor Dante Alighieri), foi um importante escritor brasileiro do simbolismo. Nascido em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) e considerado, por alguns, o maior autor simbolista catarinense, expressa

suas

perspectivas

religião,

sofrimento,

luxúria

da

morte,

e

ideais

abolicionistas em suas obras.

"[...] o coração traspassado de flechas inflamadas, arrastando soturnamente pela areia luminosa uma vasta túnica branca, os cabelos de sol soltos para trás, candidamente pálida, cantando a canção sonâmbula do túmulo e desfolhando grandes grinaldas de flores de laranjeiras, cujas frescas e níveas pétalas cheirosas redemoinhavam, agitadas por um vento frio — pelo vento gelado e soluçante da Morte."

Referências https://www.todamateria.com.br/cruz-e-souza/

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QUADRINHO E CONTO

LENDA DOS CAMPOS Por uma doirada tarde azul, em que os rios, após as chuvas torrenciais, sonorizam cristalinamente os bosques, os camponeses de uma vila risonha, numa unção bíblica, conduziam ao tranqüilo cemitério florido o loiro cadáver branco de uma virgem noiva, morta de amor, tão bela e tão nova, umedecida no féretro, como se tivesse acabado de nascer da rosada luz da manhã. Infantil ainda, viera outrora da Alemanha através de castelos feudais, de montanhas alpestres, de árvores velhas e enevoadas... E, então, desde o dia de sua morte, uma lenda espalhou-se, como a dos Niebelugen, em todas aquelas cabeças ingênuas, rudes e humildes. Ela era a deusa fantástica, a visão encantada dos antigos palácios medievais de vidraçaria gótica, onde as rainhas mortas apareciam brancas ao luar, à flor dos lagos e rios, suspirando toda a tragédia histérica dos convulsivos amores passados, que os ventos de hoje como que ainda melancolicamente repetem... Era a monja das aldeias dos castelos feudais, graves e solenes, cheios de névoas alemãs, atravessados de fantasmas que fazem mover alvas e longas clâmides de linho no ar neutralizado da meia-noite...

Representação em quadrinho autoral de Lenda dos Campos

E, por altas horas, em certos dias, ao luar, a imaginação apreensiva dos homens e mulheres do campo, via uma virgem loira, de ignoto aspecto de ondina mágica, surgir do solo em exalações fosforescentes, o coração traspassado de flechas inflamadas, arrastando soturnamente pela areia luminosa uma vasta túnica branca, os cabelos de sol soltos para trás, candidamente pálida, cantando a canção sonâmbula do túmulo e desfolhando grandes grinaldas de flores de laranjeiras, cujas frescas e níveas pétala cheirosas redemoinhavam, agitadas por um vento frio — pelo vento gelado e soluçante da Morte. - Cruz e Sousa

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Marília de Dirceu Nesta, que é a obra mais emblemática do poeta, aborda-se como tema, a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida no período colonial. Tal revolta, considerada uma das maiores contra a Coroa portuguesa, envolveu parte da elite da capitania de Minas Gerais. Obra dividida em três partes:

Tomás Antônio Gonzaga Poeta árcade luso-brasileiro

“Nesta cruel masmorra tenebrosa Ainda vendo estou teus olhos belos, A testa formosa, Os dentes nevados, Os negros cabelos."

1ª parte - Foco em exaltar a beleza de sua amada (Marília) e da natureza; 2ª parte - Traz consigo o tom de solidão, já que o eu lírico é preso por estar envolvido no movimento da Inconfidência Mineira, em Minas Gerais; 3ª parte - Tom de melancolia, pessimismo e solidão presentes. Nesta, exilado na África, o eu lírico revela a saudade que sente de sua amada

Quer ouvir uma das Liras da obra?

Então, clica aqui!

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Personagens Principais da Obra Dirceu (Tomás Antônio Gonzaga) jurista, poeta e ativista político participante da Inconfidência Mineira.

Alceste (Claudio Manoel da Costa) amigo de Dirceu

Laura (Maria Joaquina Anselma) amante de Tomás Antônio Gonzaga (alguns críticos acreditam ser esta a verdadeira Marília de Dirceu.

Marília de Dirceu (Maria Doroteia) além de ser musa de Tomás, não se submeteu às atribuições femininas impostas à época. Alceu (Alvarenga Peixoto) amigo de Dirceu

Referências: https://www.todamateria.com.br/marilia-dedirceu/#:~:text=As%20liras%20de%20Mar%C3%ADli a%20de,ao%20lado%20de%20sua%20amada. https://brasilescola.uol.com.br/historiab/inconfiden cia-mineira.htm#Causas https://m.mediaamazon.com/images/I/81RYUjpYTZS.jpg https://m.mediaamazon.com/images/I/51k05muNg5L.jpg https://brasilescola.uol.com.br/literatura/mariliade-dirceu-de-tomas-antonio-gonzaga.htm

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O VENDENDOR DE PASSADOS " O vendedor de passados, obra literária produzida por José Eduardo Agualusa, publicado em 2004 pela editora Dom Quixote, o livro constitui uma crítica à situação política e social da Angola num contexto pós-colonial, o livro é dividido em 32 capítulos e composto por 208 páginas, composto por capítulos muito curtos, o narrador se passa por uma osga uma espécie de lagartixa, que ainda tem lembranças de sua outra vida, e que vai contando as lembranças que ele tem durante o livro, o protagonista do livro é o Felix, um senhor negro albino com hábitos isolados, que possui uma grande biblioteca e por ser um grande sábio, ele trafica memorias ou seja ele vende passados para apagar memorias de pessoas conturbadas e perturbadas, a sua clientela é conhecida como novos ricos( figuras públicas, artistas, etc.) que compram memorias para fazer uma nova biografia, e com essa clientela surge um cliente com sotaque Brasileiro que não queria revelar seu nome mas já tinha pago o valor de 5 mil dólares para Felix adiantado, então Félix logo produz sua nova identidade, José Buchmann 52 anos de Chibia, José doido pra conhecer mais sobre seu passado viaja até Chibia mesmo recebendo recomendações de Felix para não ir, e vai buscar mais sobre o seu passado. Félix depois de um tempo trabalhando com isso acaba se perdendo nos seus pensamentos sobre o que é real e o que Não é, quis passados são verdadeiros e quais não são."

Na minha opinião O livro é muito interessante e nos faz pensar muito sobre o que vivemos e se estamos aproveitando bem nossos momentos e se estamos guardando memorias boas ou ruins O autor se chama José Eduardo Agualusa Alves da Cunha, natural de Huambo, nascido em 13 de dezembro de 1960, é um jornalista, escritor e editor angolano de ascendência portuguesa e brasileira. Ele colaborou com o jornal português Pública desde a sua fundação, na revista de domingo deste jornal assinava uma crónica quinzenal. Além disso, ele também escreveu crônicas para a revista portuguesa LER e o portal Rede Angola. Na RDP África é realizador do programa A Hora das Cigarras, sobre música e poesia africana. O que o motivou a escrever o vendedor de passados? José queria fazer uma crítica a como estava angola na época

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"Félix Ventura. Assegure aos seus filhos um passado melhor"

O vendedor de passados é uma narrativa de José Eduardo Agualusa que conecta o fantástico e o real ao unir a história de um negro albino mercador de memórias e de uma osga narradora na terceira encarnação, à de um país recémindependente e uma sociedade emergente ávida por um futuro próspero.

“O Vendedor de Passados” tem sua trama concentrada em cinco figuras: Félix Ventura, Eulálio, José Buchmann/Pedro Gouveia, Ângela Lúcia e Edmundo Barata dos Reis.

DESENHO FEITO POR: JOÂO VARGAZ

REFERENCIAS:

ILUSTRAÇÂO FEITA POR: MIGUEL TKACHECHEN

https://homoliteratus.comhttps://www.sosestudante.com/

RESENHA FEITA POR: FELIPE SOARES

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Quarto de Despejo Carolina Maria de Jesus

O livro “Quarto de Despejo, Diário de uma favelada” é uma narrativa pessoal escrita em primeira pessoa por uma moradora da favela de Canindé, localizada na cidade de São Paulo. Nele, a autora chamada Carolina Maria de Jesus, ao longo da década de 50, relata sua rotina exaustiva, na qual dependia da catação de materiais na cidade como forma de sustento. A autora - mãe solteira de três filhos pequenos - relata a angustia da fome e da miséria em suas vidas.

Fome - A Amarela Sendo o elemento mais marcante na obra, adquire cor e personificação. Para a autora tudo ficava amarelo quando a fome atingia o seu limite.

A obra se torna ainda mais real com a humanização dos relatos de dentro da favela, como brigas, prostituição, fofocas, traição, alcoolismo e abandono.

O pensamento de repugno da autora em relação a essa realidade nos mostra a razão para qual ela escreve seu diário, buscando uma fuga da realidade através da literatura.

“Li um pouco. Não sei dormir sem ler. gosto de manusear um livro. O livro é a melhor invenção do homem.”

É nítido o enfurecimento contra a injusta política brasileira por parte da autora, reconhecendo os fatores da segregação socioespacial e exigindo melhorias na qualidade de vida dos favelados.

trecho retirado da obra

Após anos de escrita, com o interesse de um repórter em seu diário conseguiu que sua obra fosse publicada. O sucesso do livro proporcionou à escritora oportunidade de êxodo da favela, causando também melhorias financeiras em sua vida.

temas abordados:

-desigualdade social -miséria -racismo

E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual- a fome! Personagens • Carolina Maria de Jesus - protagonista; • Vera Eunice - filha mais nova de Carolina • José Carlos - filho do meio de Carolina • João José (famélico) - filho mais velho de Carolina • Vizinhos de Carolina - que viviam na favela do Canindé. Carolina Maria de Jesus

24

a nos 50

1947 Intensificação do êxodo rural com a inserção de novas indústrias nas metrópoles, gerando um aumento de moradores nas favelas.

1948

"Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz"

1951

Realização da Copa do Mundo na Suécia, na qual o Brasil ganhou seu primeiro título na competição. Surto de casos de esquistossomose, mais conhecida por doença anêmica. Sua transmissão era causada principalmente pela água contaminada do rio, geralmente afetava pessoas sem acesso a saneamento básico.

Muitos críticos jornalísticos alegaram que a obra era uma jogada de venda por parte do profissional responsável , e que seria impossível uma mulher semianalfabeta alcançar esse nível de escrita literária.

Criação da Comissão de Abastecimento e Preços (COAP), implementada pelo presidente da época, Getúlio Vargas, com o intuito de melhorar a distribuição de produtos necessários. Aprovação da lei, pelo Congresso Nacional, que considera crime qualquer ato de racismo, sendo previsto prisão contra os infratores.

trecho retirado da obra

Visita do príncipe japonês Mikasa ao Brasil, que ocasionou o recesso de múltiplas atividades públicas durante a sua estadia.

Início da Guerra Fria - corrida espacial conflito entre os Estados Unidos e a União Soviética, que ocasionou impactos políticos e econômicos ao redor do mundo, tendo fim no ano de 1991.

1955 1958

Consolidação do mandato de Juscelino Kubitschek, governo que proporcionou a abertura do mercado internacional para o país.

A escrita da obra

Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade.

Foram totalizados mais de 20 cadernos com diferentes estilos gramaticais. Porém apenas os melhores trechos de 1955 até 1960 foram selecionados para a publicação do diário.

Rompeu a rotina brasileira de dois ou três mil exemplares, alçando a venda de 100 mil exemplares,em alguns poucos meses.

Primeira edição da obra, publicada em agosto em 1960.

Referências

25

Torto Arado

"Onde já se viu irmãs da mesma barriga viverem a vida como se fossem inimigas?"

A

obra Torto Arado, escrita por Itamar Vieira Jr., renomado romancista brasileiro, é a melhor e mais delicada representação dos problemas sociais, que

desde o período de escravidão no Brasil, perseguem inúmeras famílias brasileiras. É também vencedora dos prêmios Jabuti e

Oceanos de 2020, além de ter vendido mais de 43 mil cópias desde quando foi lançada, de acordo com os sites "Publishnews" e "Veja". Junto aos temas principais, como violência racial e fome, há também presença de assuntos extremamente polêmicos, como incesto e agressão familiar. Num geral, a trama é narrada pelas irmãs Babiana e Belonísia, crescidas num contexto histórico de escravidão e trabalhadoras de uma fazenda no sertão da Bahia, que se tornam muito próximas após um incidente envolvendo línguas e faca, o que causa um ar de mistério, já que não é reveItamar Vieira lado qual das Junior, autor da obra duas havia sido mutilada. Aliás, as lágrimas podem surgir ao decorrer da leitura, uma vez que trata de assuntos tão sérios. O romance emociona muito com os temas de vida e morte.

Amantes de temáticas religiosas também podem se interessar muito: a religião africana Jarê é muito citada, de forma certamente detalhista e interessante, tendo um de seus últimos capítulos - narrado pela entidade Santa Rita Pescadeira - citando partes da vida dos personagens principais como Donana (avó das irmãs), Zeca Chapéu Grande (pai das meninas) e Severo (primo e interesse romântica de amabas as irmãs). Por fim, a linguagem apresentada no livro, apesar de ser de fácil compreensão, possui alguns aspectos e termos muito curiosos, descendentes do período no qual se passa a história, contando com nomes diferenciados como já citado acima. É uma obra demasiadamente importante, reflexiva e com frases que geram uma confusão interna no leitor, que passa a se questionar sobre si mesmo.

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A R O A T d R O O T "Cada mulher sabe a força da natureza que abriga na torrente que flui de sua vida"

foto: Giovanni Marrozzini

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TORTO ARADO Itamar Vieira Junior nasceu em Salvador no ano de 1979. Itamar é graduado e Mestre em Geografia pela Faculdade Federal da Bahia.

Possuindo já dois livros publicados (Uma coleção de contos: Dias, lançado em 2012, e Oração de Carrasco, lançado em 2017). Lançou Torto Arado em 2019, se originou do contato que Itamar desfrutou com comunidades quilombas da Bahia. O romance traz curiosidades da região, como por exemplo o rito de Jaré, que é uma religião de origem africana que possui apenas na região de Chapada Diamantina.

Para imergir ainda mais na leitura escute essa playlist inspirada no livro

O romance narra a história das duas irmãs, Bibiana e Belonísia, que no auge da curiosidade vasculham a mala da avó e encontram uma misteriosa faca embrulhada. Em sequência ocorre um acidente onde uma delas acaba mutilando a língua. Com isso essas duas irmãs estarão sempre ligadas, sendo uma a voz da outra. Com o passar dos anos perceberam o regime em que vivem e começam a ter divergências. Sendo assim na calada da noite Belonísia foge de casa em busca de melhores condições e direitos para seus familiares e vizinhos. Sua irmã por outro lado opta por continuar na fazenda de Águas Negras e começar a revolução por lá. Torto Arado está além do seu tempo, e nunca será esquecida ou silenciada, pois o povo de sua história vive e tem raízes rígidas. Este livro é um retrato de uma parte da vida do Brasil, do abandono dos negros após a abolição e da nova escravidão fantasiada de liberdade. Abrange o preconceito racial e religioso, traz elementos dos orixás, da cultura africana e da luta pelo direito de posse por aqueles que sustentam de fato uma terra. Mas tem uma narrativa que se estende, um pouco pesada, muito detalhada. A obra irá refinar sua empatia e respeito com o povo que lida com a terra. Um povo de crenças e culturas religiosas, que ainda hoje tentam ser apagadas pela ignorância enraizadas no coronelismo.

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1984 Considerada por muitos como a melhor distopia do século XX, a obra fictícia de George Orwell intitulada 1984, foi publicada em

1949.

Eric

Arthur

Blair,

com

o

Já o ditador neste enredo era o “Grande

pseudônimo de George Orwell, (1903 –

Irmão”, o líder supremo do partido, que

1950), era um jornalista Britânico que se

ditava as regras, usando de meios extremos

definia como um socialista democrático e

de opressão sobre o povo. Seu governo

preocupava-se com a desigualdade e as

contava com quatro Ministérios, que na

opressões. Duas de suas obras foram

verdade tinham um nome, no entanto o

bastante famosas: A Revolução dos bichos,

significado era outro: Ministério da Paz,

um romance satírico e 1984, onde ele

lidava com a Guerra; Ministério do Amor

imagina uma sociedade no futuro, 35 anos

torturava as pessoas; Ministério da Verdade,

após a publicação, um lugar sem nenhum

falsificava documentos e literaturas e o

tipo de liberdade, e as telas (câmeras)

Ministério da Riqueza, responsável pela

estão por toda parte.

fome de toda a prole que vivia na parte

O protagonista nesta obra é Winston Smith, um funcionário que trabalha no Ministério da Verdade, alterando reportagens de jornais, documentos antigos, literaturas ou frases obscenas, reescrevendo a história do passada de acordo com o interesse do governo controlador. Apagando a verdade sobre alguns assuntos, impedia que o povo tivesse conhecimento e opinião própria das coisas. Não concordo com esse tipo de trabalho, mesmo cumprindo com sua função Winston

alienava

constantemente

a

população de Oceania e induzia falsas informações às pessoas. Acredito que elas não

precisavam

informações falsas.

viver

à

custa

de

pobre da cidade. O lema do partido era: “GUERRA É PAZ, LIBERDADE É ESCRAVIDÃO e IGNORÂNCIA É FORÇA”. Goldstein era um inimigo desse governo e diariamente,

os

indivíduos

paravam

o

trabalho por dois minutos – dois minutos de ódio – para se rebelarem contra esse traidor, que aparentemente está morto ou foragido. Logo em seguida, adoravam o figura do Grande Irmão, fazendo reverência e cantando hinos. Mais uma vez discordo disso, pois as pessoas estavam sendo enganadas e induzidas a ir contra quem realmente deveriam seguir. Acredito que Emmanuel Goldstein era o mais lúcido

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Para controlar a sociedade, o Grande Irmão

Na minha visão, acho que Winston ficaria

padroniza

seu

boquiaberto com a nossa atualidade. Elon

autoritarismo. Cartazes espalhados pelas

Musk disse: “O livro 1984 era para nos

ruas

da

alertar, não seguirmos o que está escrito”.

autoridade suprema e no slogan estava

Outro personagem importante era O'Brien,

escrito: “O Grande Irmão está de olho em

que com o tempo de aproxima de Winston.

você”. E estava mesmo, literalmente, graças

Mas nesse meio, Winston se apaixona por

às “tele telas” que eram colocadas em todos

Júlia, que se torna sua amante, pois ele era

os lugares públicos e nos cantos mais íntimos

casado com Katharine, no entanto, estavam

dos lares. Eram uma espécie de televisor capaz de

separados, pois isso era permitido pelo

monitorar, gravar e espionar a população,

encontrar no bosque e mais tarde alugam

como um espelho duplo. Nesta tela ficava

um apartamento bem longe da cidade e as

mostrando 24 horas, o rosto do Grande

escondidas vivem um amor de juras e

Irmão ou exibindo propagandas do governo

promessas, entre elas, se caso fossem

que assistia tudo o que a pessoa fazia em

pegos, jamais iriam denunciar um ao outro.

casa ou em qualquer outro lugar. As pessoas

O’Brien, que era um agente do governo

eram totalmente vigiadas por ela e se

engana

alguém agisse de maneira contrária ao que

acreditar que ele era um membro da

o governo queria, eram pegos pela Polícia

resistência, e convencendo-os a aderir a

do Pensamento, que geralmente abordava

esta, e depois usa isso contra eles para

as pessoas à noite, na madrugada e a elas

denunciar à Polícia do Pensamento, que os

davam a punição. Casamento era somente

levou

para procriar e se em algum momento o

separadamente, sem um saber o que estava

partido desconfiasse que poderia haver

acontecendo com o outro.

a

vida

mostravam

a

de

todos.com

figura

bisonha

governo. O casal amante começa a se

Winston

para

e

Julia

serem

fazendo-os

torturados

amor ou atração entre o casal, era visto como uma violação às regras. As crianças eram treinadas para ser espiãs do partido e denunciar inclusive qualquer atitude contrária dos pais ao governo. Quando

qualquer

uma

destas

pessoas

fugisse às regras eram apagadas, tiradas da lista, e ninguém mais ouvia falar delas. Essas regras aos poucos fizeram Winston perceber que aquilo que vivencia não é vida. Ele desabafava

sobre

as

coisas

que

não

concordava, escrevendo num diário. O

George Orwell, autor da obra

simples ato de pegar um diário e nele escrever, poderia ser sentenciado a morte.

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Ficavam sem comida, apanhavam e o pior de tudo acontecia no quarto 101, onde lá a pessoa se encontrava com o seu maior medo, e no caso de Winston, seu pavor era de ratos. Então dá para imaginar o quanto isso o traumatizou a ponto de entregar a amante. O’Brien confessa que foi ele quem os traiu e convence Winston a desistir de lutar contra o partido e dizer que Ama o Grande Irmão. Foi então que percebi o quanto o poder pode mostrar como é a pessoa de verdade assim como pode destruir uma sociedade inteira só pela vontade de governar tudo e todos, como é o caso do Grande Irmão. Lendo o final do livro, entende- se que realmente já vivemos um pouco dessa realidade hoje, não tão dramática como é presentada no livro, mas de um jeito mais leve. Penso que daqui algum tempo os acontecimentos desta obra possam acontecer de verdade, porque como vimos, a liberdade é uma coisa que todos nós merecemos por direito, mas não duvidaria se no futuro isso fosse tirado de nós.

Fatos Históricos Quando falamos de música, o início do ano foi maravilhoso para Michael Jackson, que batia o recorde de vitórias no Grammy pelo disco Thriller, lançado em 1982. Foi em 84 que também aconteceu o primeiro MTV No mundo real, o Brasil fervia com os

VMA, no qual Madonna se produziu com um

comícios das Diretas Já, movimento civil

vestido de noiva e protagonizou a histórica

contra a ditadura militar. O ano também

performance da música Like a Virgin, mas

marcou a inauguração do sambódromo do

perdeu o prêmio de melhor clipe feminino

Rio de Janeiro, com o primeiro desfile das

para Cyndi Lauper, com seu Girls Just Wanna

escolas de samba, e a estreia de Ayrton

Have Fun.

Senna na Fórmula-1 no Grande Prêmio do

Filmes icônicos como Os Caça-Fantasmas,

Brasil, disputado em 25 de março.

Indiana Jones, Gremlins e O Exterminador do

No segmento tecnológico, em 1984 temos um

Futuro chegavam aos cinemas. A cerimônia

dos principais avanços com o lançamento do

do Oscar de 1984 nomeou o longa Laços de

Macintosh, o primeiro computador pessoal,

Ternura como grande vencedor do ano.

que

Muitas outras coisas aconteceram durante o

foi

apresentado

em

campanha

transmitida durante o Super Bowl XVIII.

ano – e todos podem ter um gostinho da

No mesmo ano foi lançado o CD-player, que

1984 vivida por Diana Prince no filme Mulher-

revolucionou o mercado fonográfico.

Maravilha 1984.

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Mergulhar no mundo da leitura,

permite-nos viajar sem tirar os pés do chão.

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