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B"H 12 de Tevet 5769 – 8 de Enero de 2009 INSTITUTO GAL EINAI DE ISRAEL Rabino Itzjak Ginsburgh presenta: LA DIMENSION INTERIOR www.dimensiones.org v

DOCUMENTO DE INVESTIGACION Nº 333 Enero, 1997
IESE Universidad de Navarra EL ESTADO DEL BIENESTAR: ¿CRISIS ECONOMICA O CRISIS ETICA? Antonio Argandoña* DOCUMENTO DE INVESTIGACION Nº 333 Enero,

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Editorial

TRABALHO, PESQUISA, PAIXÃO E INSPIRAÇÃO, É ISSO O QUE NOS MOVE

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conforto é algo bastante buscado pelas pessoas, e há mais de uma interpretação para esta palavra. Uma delas é a sensação de bem-estar, outra é o consolo recebido em um momento de aflição. Pois, durante a pandemia de Covid-19, quando precisamos nos distanciar socialmente e ficamos muito mais tempo reclusos, passamos a buscar algum conforto para os momentos de aflição e também conforto para nos sentirmos bem, apesar das circunstâncias adversas. O trabalho remoto, os encontros virtuais, as compras online... tudo isso começamos a experimentar para que se pudesse dar continuidade às nossas vidas, minimizando os impactos provocados por esta mudança tão repentina e profunda no dia a dia, tanto no âmbito afetivo quanto profissional. Ao passarmos mais tempo - praticamente 24 horas por dia - dentro de nossas casas no período mais duro da crise sanitária mundial, não foi somente a forma de se comprar os itens necessários que mudou, mas também os próprios itens. Os sapatos e roupas sociais, por exemplo, perderam importância no guarda-roupa para vestimentas e acessórios mais despojados. Moletons e pijamas faziam muito mais sentido de serem usados do que ternos ou vestidos longos. As pantufas, os chinelos e os tênis também tiveram maior procura por quem buscava o almejado conforto em seu cotidiano. Esta é apenas uma faceta desta mudança de gosto pelas pessoas. Pois, os tênis sempre foram objeto de desejo por parte significativa da população mundial. Os números totais e as projeções de vendas do setor demonstram claramente esta realidade. O segmento esportivo é tão importante para o surgimento de novas tecnologias de impacto nos calçados quanto a Fórmula 1 é para as inovações do setor automobilístico. E são muitos os apelos para que o consumidor opte por este tipo de calçado. Associando suas marcas a atletas mundialmente idolatrados, como Cristiano Ronaldo (Nike/futebol), Lewis Hamilton (Puma/Fórmula 1), James Harden (Adidas/basquete), Conor McGregor (Reebok/jiu-jitsu), por exemplo, criam empatia com o público não apenas por seus constantes lançamentos, mas também por estarem relacionadas a ídolos globais em diferentes modalidades de esporte sejam eles praticados com o uso de calçados ou descalços. Mas no mundo dos negócios, além dos contratos milionários, o que também causa frisson são os lançamentos de tecnologias que podem melhorar o desempenho dos atletas usuários, proporcionando mais conforto e performance durante as competições. Sistemas de amortecimento de impacto, impulsão, estabilidade do pé são alguns exemplos de tecnologias constantemente estudadas e que exigem muitas pesquisas sobre biomecânica do pé, propriedades dos materiais, engenharia e muito mais. E no final, lá no ponto de venda, as pessoas almejam experimentar esses produtos. Alguns pelas propriedades e ganhos oferecidos, outros pela exclusividade e outros ainda pela admiração que têm pela marca ou pelo atleta estampado na campanha publicitária. E o mundo do calçado é mesmo assim, um setor que é movido por muito trabalho, pesquisa, paixão e inspiração. Boa leitura!

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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EXPEDIENTE

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AGENDA

MERCADO Autoatendimento cresce

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VITRINE

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NOTAS

INSTITUCIONAL Inovação é peça-chave

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OPINIÃO

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ARTIGOS

TECNOLOGIA Artigos sobre esportivos

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GUIA

ESPECIAL Tênis em protagonismo

FOTO FREE PIK

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Sumário

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FOTOS LUÍS VIEIRA

Agenda 2023 Janeiro COUROMODA 16, 17 e 18 exposição de calçados e artefatos São Paulo/SP www.couromoda.com INSPIRAMAIS 24 e 25 salão de design e inovação em materiais para a indústria da moda Porto Alegre/RS www.inspiramais.com.br Março FIMEC 7, 8 e 9 máquinas, serviços e componentes para calçados Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br Maio SICC 22, 23 e 24 exposição de calçados e artefatos Gramado/RS Julho INSPIRAMAIS salão de design e inovação em materiais para a indústria da moda Data a confirmar Porto Alegre/RS www.inspiramais.com.br

Agosto FEBRAC Data a confirmar máquinas e componentes para calçados Nova Serrana/MG www.feirafebrac.com.br FEBRATEX SUMMIT 23 e 24 evento internacional de conhecimento, conexões e negócios para a indústria têxtil Blumenau/SC www.febratexsummit.com.br Setembro LONGEVIDADE EXPO + FÓRUM negócios, relacionamento e conteúdo para o mercado sênior Data a confirmar São Paulo/SP www.longevidade.com.br SEINCC máquinas, serviços e componentes para calçados 19, 20 e 21 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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Tênis esportivos entram de sola no

MERCADO DE CALÇADOS • Luís Vieira | Melissa Zambrano

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segmento de calçados esportivos demonstra ter um grande potencial de crescimento nas vendas e o e-commerce se torna um importante aliado das empresas para a consolidação dos negócios. Se por um lado as ferramentas digitais favorecem o acesso dos usuários aos lançamentos das marcas, por outro, sem o contato físico com os produtos antes deles chegarem ao endereço do comprador, aumenta também a importância de se buscar esclarecimentos acerca dos calçados mais adequados para os atletas de todos os níveis, para que o equipamento ao ser usado promova conforto, proteção e performance durante a prática esportiva. De acordo com o Relatório Setores do E-commerce, produzido pela Conversion e divulgado no último mês de agosto, as visitas aos sites e aplicativos de lojas esportivas em julho deste ano somaram 91,6 milhões de acessos. Vale ressaltar que estes canais costumam ter mais buscas nos meses com datas comemorativas, mas não foi este o caso. Mesmo após dois meses consecutivos com datas importantes para o varejo brasileiro (Dia das Mães/maio e Dia dos Namorados/junho), o primeiro mês do segundo semestre foi ainda melhor, subindo as visitas online em 5,9% num comparativo com o mês anterior, um patamar que não era atingido desde novembro de 2021, mês das promoções de Black Friday, durante o qual as buscas em sites e aplicativos tendem a aumentar consideravelmente. As visitas aos apps de lojas esportivas representaram 14,2% do tráfego geral do comércio online. Neste mercado, a Netshoes é o principal canal de venda somando 66% do tráfego. Em âmbito mundial se prevê um crescimento exponencial no faturamento da indústria de tênis, que até 2025 deve dobrar de tamanho em relação a 2016, com as vendas passando de US$ 55 bilhões para US$ 95,14 bilhões. A indústria global de calçados esportivos é liderada pela Nike e a Adidas, que representam cerca de 50% do faturamento do setor. Durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, as organizações em geral precisaram acelerar suas estratégias de e-commerce, o que encurtou o caminho para a venda ao consumidor. Segundo pesquisa da consultoria ReAnIn, a Nike, que em 2021 foi responsável por 21% das vendas de todo o segmento de artigos esportivos, aumentou em 40% as vendas totais desses materiais. As projeções da marca são de que 60% das vendas até 2025 sejam realizadas diretamente para os usuários e, que desse montante, 40% sejam online.

Já a concorrente Adidas, que em 2021 teve 38% das suas vendas feitas diretamente ao consumidor, deve crescer para 50% neste formato. Vale ressaltar que, no ano passado, os tênis de corrida tiveram mais de 33% de participação no mercado de calçados esportivos.

Tema foi debatido em Happy Hour No último mês de maio, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) realizou o seu tradicional Happy Hour com Tecnologia tendo como tema calçados para corrida. A intensão com o debate A importância dos calçados adequados para atletas de todos os níveis foi trazer esclarecimentos sobre a necessidade do uso de um calçado adequado para cada tipo de corrida e de corredor. A jornalista e fotógrafa Fernanda Paradizo, com mais de vinte anos de experiência em acompanhar o esporte pelo mundo, tanto para registrar os eventos quanto para participar das competições, foi convidada, juntamente com o coordenador de Laboratório do Grupo Dass, Wagner Rosa de Oliveira, para o debate. O coordenador do Laboratório de Ensaios em Biomecânica do IBTeC, Me. Eduardo Wüst, foi o mediador. Eduardo falou sobre o aumento do número de pessoas que aderem à modalidade corrida como esporte - profissionais ou amadores - e lembrou que o calçado para corrida traz consigo um histórico de pesquisas sobre materiais e tecnologias que possam atender às necessidades específicas de cada consumidor, como é o caso dos corredores. Ele também comentou que, independente do nível do atleta, o uso de um calçado não adequado pode trazer prejuízos para a sua estrutura física. Wagner disse que o fabricante precisa avaliar se o calçado que ele entrega gera o resultado esperado pelo corredor, seja ele um atleta de ponta ou um corredor não profissional, pois ambos necessitam de calçados confortáveis e que protejam os pés. Fernanda Paradizo contou como foi sua evolução como jornalista e atleta no universo das corridas. Após a contextualização, relacionou o conforto e a leveza como os principais atributos para um calçado destinado a praticantes do esporte. Ela foi convidada pela redação para falar um pouco mais dessa relação pessoal com o calçado de corrida.

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O ponto de vista de quem pratica e escreve sobre o assunto jornalista e fotógrafa Fernanda Paradizo tem mais de vinte anos de experiência em acompanhar o esporte pelo mundo, tanto para registrar os eventos esportivos quanto para participar das competições. Corredora desde 1993, desde 2008 atua como colaboradora junto à revista Contra-Relógio e à Kamel Turismo, além de fazer vários trabalhos para marcas esportivas. T - Qual é a modalidade de corrida que você pratica? F - Já corri algumas maratonas (corridas de longo percurso - cerca de 42 km), mas hoje dou preferência para a distância da meia maratona (corridas com percurso de 21 km), que acho menos desgastantes e dá para conciliar muito bem os treinos com o trabalho. Quando treino específicamente para uma prova-alvo, não deixo de fazer os treinos de qualidade como o Fartlek que funciona de modo livre e pessoal, visando a impactar o desempenho do atleta (intervalados, fracionados, ritmo). Quando não tenho algum objetivo pela frente, costumo apenas fazer rodagens não muito longas, de no máximo 10 km, cerca de 4 ou 5 vezes na semana. T - Em que tipo de piso você costuma correr quando compete? F - Costumo variar os terrenos. Faço as rodagens mais leves em terra batida e/ ou cascalho. Os treinos de qualidade faço em geral em pista de atletismo. Os treinos mais longos faço em asfalto. Quando não estou visando a nenhuma prova, faço treinos mais em asfalto e até esteira. T - Você tem um tênis preferido para correr? F - Tenho uma marca preferida (que é o Asics) e não necessariamente um modelo específico. Ultimamente tenho treinando com o Gel-Nimbus 24 lite, da Asics, e às

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vezes com o Corre 2, da Olympikus. Nos treinos mais rápidos procuro usar um calçado mais baixo, como o Asics Metaracer, ou um New Balance 1500. São modelos mais antigos, mas que gosto bastante. T - Você usa o mesmo tênis tanto para treino quanto para competições? F - No caso de tênis que acredito que não durem muito, prefiro guardar e usá-los mais em competições. Mas em geral, uso estes tênis nos treinos mais específicos, quando estou mais perto da prova-alvo. T - Na sua avaliação, para a prática de corridas, quais seriam os principais atributos para um calçado? F - Conforto - quando calço um par de tênis já sei de cara se vou gostar ou não. Alguns modelos e marcas encaixam como uma luva. Prefiro tênis mais justos no pé, e que tenham a parte da frente em tecido mais mole e não muito rígido. - Flexibilidade - tenho que conseguir dobrar o tênis na mão. - Custo-benefício - tenho um teto que estou disposta a gastar com tênis. Não gosto de gastar muito. Como viajo bastante para o exterior, prefiro comprar um modelo antigo, que sei que me adapto bem, a gastar dinheiro com modelos mais novos, que são mais caros. T - Existe alguma propriedade que você gostaria de ver incorporada ao calçado de corridas, mas que ainda não foi lançada, ou que já existe, mas você gostaria que fosse ainda mais aprimorada? F - Acho que as marcas perderam um pouco “a mão” no tamanho... a fôrma varia muito de marca para marca e muitas vezes de modelo para modelo. Hoje em dia não sei mais o número que calço... pode ser um 8,5 de uma marca X, e um 9 de uma marca Y. Às vezes nem um nem outro. Passei a me guiar muito pelos centímetros, mas hoje

em dia nem isso está ajudando. T - Quais são, na sua avaliação, as principais evoluções pelas quais os calçados de corrida passaram nos últimos tempos e de que forma cada uma delas contribuiu para melhorar o rendimento dos atletas? F - Acho que em termos de performance em corrida de fundo a única coisa que consigo de fato citar são os tênis com placa de carbono (segundo marcas esportivas, placas de fibra de carbono aplicadas nas solas dos calçados conferem propriedades como estabilidade, suaviza a transição nas passadas, aumenta a rigidez na parte dianteira dos pés, ajuda na propulsão e reduz a carga na articulação do tornozelo). T - Como você avalia a questão da fidelidade da marca em calçados esportivos? F - Não acho que existe fidelidade a alguma marca, mas que os atletas procuram usar aquilo que está em evidência no momento, como o tênis Nike AlphaFly do recordista mundial de maratona Eliud Kipchoge, por exemplo. Também entendo que lançar constantemente evoluções dos modelos acaba mantendo uma certa fidelidade. FOTO ACERVO PESSOAL/FERNANDA

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Fernanda Paradizo

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Percepções de mercado

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uem também falou com a reportagem foi a supervisora comercial de Adesivos Kisafix, tecnóloga em Processos Gerenciais, Raquel Becker. Ela iniciou a sua carreira profissional no mundo da química atuando na formulação de resinas e adesivos. Com a experiência de quem há 25 anos acompanha o mercado calçadista, teve a incursão mais dedicada ao segmento esportivo a partir da década de 2000, quando passou a formular e criar adesivos e promotores de adesão para colagens de calçados montados e vulcanizados. Já em 2015, o foco voltou-se para a área comercial de adesivos para calçados, um setor que exige da profissional amplo conhecimento técnico. Tendo o mercado esportivo no seu radar, acompanha todos os dias a evolução dos materiais, que cada vez mais permitem novas possibilidades para melhorar o conforto e a performance. Entendendo que as pessoas hoje buscam por uma vida mais saudável, e com o surgimento de uma geração que prioriza o estilo de vida minimalista, somando ainda uma parcela importante da população que necessita de calçados mais modernos para suas necessidades (como a terceira idade que aderiu ao tênis pelo que entrega), Raquel destaca que os calçados esportivos obtiveram ainda mais visibilidade e ganharam preferência pela população. “Está relacionado com qualidade de vida e facilidade de usar um calçado confortável tanto para a prática de esportes quanto para o uso diário. Além disso, o trabalho de divulgação das grandes marcas com esportistas apreciados no mundo todo alavancou o crescimento do setor entre profissionais e para usos de rotina”, considera a profissional.

Apaixonados por esportes Ela lembra que os brasileiros são apaixonados por esportes, e esse é um fator que torna natural o consumo de calçados esportivos entre a nossa população. A paixão nacional evidentemente é o futebol, mas viemos de vários eventos e de conquistas de profissionais de alta performance que alavancaram e seguem alavancando o gosto por esportes no Brasil. Airton Senna (Fórmula 1), Gustavo Kuerten (Tênis), Isaquias Queiroz (Canoagem), Rayssa Leal (Skate), Oscar e Hortência (Basquete), as seleções brasileiras de vôlei, ente tantos esportes que praticamos no Brasil e que temos representantes reconhecidos mundialmente, são, na opinião de Raquel, exemplos de “embaixadores nacionais” que incentivam a busca pela prática de esportes. Outros fatores que contribuíram muito para o gosto pelos esportes no Brasil - e consequentemente por essa filosofia de vida - foram a Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) realizadas no País. “O mercado consumidor está disposto a consumir benefícios a um preço adequado para cada finalidade de uso, então o desafio é mostrar onde eles estão presentes em seus produtos para se tornarem calçados desejados”, considera Raquel, apontando a importância de alguns fatores-chave para despertar o desejo de compra no consumidor, como posicionamento de marca, design moderno e atrativo, conforto, sustentabilidade e propósito.

Tecnologias Ao lembrar tecnologias que impactaram profundamente a forma de se pensar e produzir um calçado esportivo, como as solas de borracha que, em 1832, possibilitaram a aderência do calçado e, em 1870, o impulso; o surgimento dos cadarços na década de 1860; em 1940, o uso da lona impermeável, que deixou os calçados mais leves e confortáveis; os laminados em EVA já na década de 1970, que tornaram os calçados ainda mais leves, e já nos anos 2000, a fibra de carbono, que ampliou a leveza e possibilitou a passada mais rápida, Raquel destaca a grande variedade de materiais disponíveis no mercado com objetivo de entrega de um calçado leve, confortável e que auxilie na performance profissional. “Cada empresa faz a composição com os materiais disponíveis e cria então calçados inovadores, com design atrativo e que ainda entregam eficiência ao usuário. DESAFIO - A tendência segue nessa linha de entregar com o calçado todos os benefícios que o consumidor deseja e auxiliar nos objetivos de cada esporte, no caso de atletas profissionais. No caso do consumidor que utiliza o calçado esportivo tanto para prática de esportes quanto para uso diário, a tendência é a necessidade de criação de modelos orientados para estilos de vida o que traz um desafio para as empresas no sentido de atenderem às demandas mais customizadas”, observa Raquel. A Killing participou também nesta edição com a divulgação de um artigo científico sobre Sistema RUN - inovação para o mercado calçadista.

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A Atena Componentes Têxteis oferece para as indústrias de calçados esportivos uma completa linha de atacadores, fitas e elásticos desenvolvidos com fios 100% reciclados. Segundo a gerente comercial, Roberta Pellizzer, os materiais têm como foco a sustentabilidade, sendo esta preocupação um grande desafio para o setor. “Os calçados esportivos são os modelos mais consumidos na atualidade, e sua produção gera resíduos em todas as etapas. O reaproveitamento destas sobras é o grande avanço apresentado aos clientes”, analisa Roberta. Ela conta que a Atena lançou, de forma pioneira, uma linha de atacadores, fitas e elásticos produzidos a partir de fios 100% reciclados de garrafa PET, algodão e linho. “Com isso, a indústria calçadista passou a ter à sua disposição os aviamentos que faltavam para completar uma coleção ecologicamente correta, pois até então muitas fábricas estavam trabalhando apenas com solados e tecidos reciclados, não conseguindo deixar seus projetos 100% sustentáveis”, considera a gerente.

FOTOS DIVULGAÇÃO

Sustentabilidade

Performance A Basf lançou o Infinergy, um TPU expandido que proporciona excelente retorno de energia com resiliência, chegando a 70%, enquanto a maioria dos materiais não ultrapassa 50%, segundo Joel Gonçalves, do Marketing da empresa. “Além de também proporcionar conforto e diminuição do impacto sobre joelhos do atleta, o material possui baixa densidade reduzindo o peso do calçado”, explica Joel, complementando que o material proporciona alto desempenho no retorno de energia, fazendo com que o usuário tenha um auxílio em sua corrida. Essa característica do material é conhecida como resiliência, que proporciona maior conforto e diminui as lesões por impacto. Considerado como um dos mais leves encontrados na indústria de entressolas, o material também apresenta durabilidade superior. “Comparado com EVA, a durabilidade chega a ser mais do que o dobro quando submetido a testes de fadiga”, garante o profissional.

Dublagem Referência no desenvolvimento de produtos de dublagens no Brasil, a Raima é especialista em fornecimento de componentes têxteis para as diversas aplicações, com infraestrutura completa para a realização do processo em diferentes técnicas, conforme a necessidade do cliente, mantendo fielmente os padrões, texturas, cores e características dos produtos. Desenvolvendo soluções em malharia, tecelagem, dublagens, coleções exclusivas, artigos técnicos e entre outras, busca preservar o alto padrão de qualidade e sua posição de referência no mercado. “O processo de dublagem consiste na união do tecido com o componente escolhido para que o material se torne uma peça única. Disponível em diferentes especificações, a espuma e/ou outro substrato pode ser dublado com vários tipos de materiais, no entanto, é necessário um projeto técnico para fabricação de um material de qualidade”, ressalta o engenheiro Gustavo Stock, salientando que todo o processo de produção e acabamento da malharia da empresa são próprios, consolidando a garantia na padronização de qualidade dos produtos.

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Antivírus e bactericida A TNS Nano criou um aditivo à base de argilominerais funcionalizados com ação bactericida e antiviral chamado de Neobent, que inibe e impede a permanência de bactérias e vírus, provocando a diminuição dos odores em calçados. O diretor geral da empresa, Gabriel de Freitas Nunes, garante que o produto que promove a sensação de bem-estar e frescor é atóxico, biodegradável, livre de metais e solventes orgânicos, sustentável e não promove a crueldade em animais. “Ao utilizar tecnologias inteligentes da TNS Nano em calçados, o consumidor final tem a certeza de que, além de um produto de qualidade, ainda está colaborando com o meio ambiente”, salienta o dirigente, lembrando que a tecnologia proporciona ao usuário a possibilidade de um menor número de lavagens em roupas e calçados. Para certificação dos resultados, a empresa está em conformidade com as normas internacionais vigentes e fornece maior confiabilidade e segurança aos seus clientes através do selo TNS Nano Protect. O Neobent é aprovado nas normas AATCC 100, ASTM E 2149, ISO 18184 e JIS L 1902 e está de acordo com normativas rígidas como a Nike RSL, Afirm Group e ZDHC.

Tecnologia sustentável

Reciclagem A Jomo desenvolveu duas linhas de palmilhas esportivas com pegada sustentável. A primeira linha de palmilhas é feita com EcoBlue, que é composto por mais de 80% de materiais reciclados entre retalhos de tecido da indústria de confecção como algodão, jeans e poliéster e retalhos industriais como o polipropileno reciclado. Segundo a gerente de P&D, Andrea Mohrbach Escudero, a composição melhora muito a resiliência, mantendo a flexibilidade do material. A segunda palmilha é feita com EcoPET, espuma de PU dublado com tecido PET ou algodão natural e é uma linha 100% reciclável que une conforto com performance. O EcoPET é composto por 50% de garrafas PET recicladas e a outra metade de poliéster virgem. “Desde 2020, as palmilhas são usadas por uma marca conceituada de calçados”, garante a gerente de vendas, Rose Souza, salientando ainda que o faturamento neste segmento é em torno de 20%.

FOTO LUÍS VIEIRA

A Unifi desenvolveu o Repreve, que oferece uma gama de produtos de alto desempenho feitos de fibras e fios 100% reciclados, rastreáveis e certificados a partir de garrafas plásticas pós-consumo. Comparado à fibra virgem, o material ajuda a minimizar o consumo do petróleo, emite menos gases geradores do efeito estufa e economiza água e energia no processo. O presidente da Unifi do Brasil, Mauro Barreira Fernandes, enfatiza que para oferecer aos clientes o mais alto nível de transparência, a empresa desenvolveu o programa de verificação U Trust com o qual, através de um rastreador, é possível validar as declarações e a composição do conteúdo reciclado. As linhas Repreve são oferecidas no mercado com um conjunto de tecnologias avançadas para proporcionar as propriedades necessárias para os clientes. O Repreve XS, por exemplo, promove conforto, amortecimento e resiliência acentuada; o Repreve Sorbtek absorve e acelera o transporte do suor até três vezes mais rápido que outras fibras; o Repreve AMY tem proteção antimicrobiana de longa duração, que evita odores; o Repreve ChillSense permite uma sensação de frescor, com um toque gelado em contato com a pele; já o Repreve com proteção UV possibilita aspectos personalizados.

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Elastômeros e adesivos A FCC destaca duas linhas de produtos - elastômeros e adesivos. Na linha de elastômeros, o destaque é o TPU de alta fluidez 5125 ECO, disponível nas durezas 70 e 90 Shore A, que traz em sua composição até 10% de matéria-prima de fontes renováveis não oriundas da cadeia petroquímica. Conforme o diretor de negócios do setor de Calçados e Artigos Esportivos, Marcelo Garcia, a tecnologia permite a injeção de solas e cabedais com excelente propriedade de cópias do molde, ou seja, é possível ter em uma mesma peça acabamento com alto brilho e fosco. Com alta resistência a rasgo e ruptura, o material pode ser processado em todos os tipos de injetora e apresenta fácil pigmentação, além de ser um produto de economia circular. Proporcionando alta produtividade e fluidez, permite que o cabedal seja desenvolvido em menos etapas e processos, o que facilita a produção e reduz o descarte de materiais. A empresa também desenvolveu, em parceria com fornecedores, o adesivo monocomponente Base Água 4502 de alta performance para atender as necessidades de performance tanto de colagem inicial, quanto de colagem final e resistência à hidrólise. Uma das vantagens é quanto ao tempo de duração do material, que é conforme a data de validade da vida útil, ou seja, no final do turno de trabalho o recipiente do adesivo é fechado e no outro dia pode ser utilizado novamente, reduzido o descarte, além de dispensar a necessidade de preparação dos produtos com o uso de aditivos. “Através de pesquisas e testes, a FCC chegou em uma formulação de produto versátil que permite que sua aplicação pode ser realizada por pincel, esponja e spray. Segundo a empresa, a aplicação de adesivo base água com sistema de aplicação por spray aumenta a produtividade em mais de 50% quando comparado ao tempo de aplicação com sistema de pincel/esponja”, salienta o diretor de negócios do setor de Calçados e Artigos Esportivos, Marcelo Garcia.

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Sola em impressão 3D Adidas lançou o modelo 4DFWD 2 com uma série de novidades. O cabedal é feito a partir de materiais reutilizados, a entressola é em impressão 3D e oferece amortecimento 23% maior que o modelo anterior. O solado em borracha foi projetado para oferecer estabilidade até mesmo quando o usuário pisar em terrenos acidentados. Além disso, a engenharia aplicada na nova treliça impulsiona o pé para frente, transformando a pressão vertical em força horizontal, melhorando o desenho do usuário.

Grafeno A marca britânica Inov-8 lançou em 2019 a primeira linha de calçados esportivos com grafeno - material produzido a partir de grafite 200 vezes mais forte que o aço. Os calçados da série G são flexíveis, podendo ser dobrados, torcidos e esticados sem sofrerem dano algum. Segundo a marca, essas solas são 50% mais elásticas e 50% mais resistentes ao desgaste do que a borracha padrão.

Nacional Quem também usou grafeno de forma pioneira foi a marca brasileira Olympikus. Desenvolvida pelo Grupo Vulcabras, a grife investe na percepção de marca competitiva pelos atributos de performance oferecidos. Com a aplicação do material no solado, o impacto da passada é absorvido e transformado em impulsão, proporcionando menor gasto de energia para o corredor e maior resposta ao longo do percurso.

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RESINAS

termoplásticas A

ceiro que pudesse garantir o fornecimento na velocidade que o mercado precisa”, pontua Tami, lembrando que uma das cadeias de produção atendidas é o setor calçadista. Pensando na sustentabilidade ambiental, a Apta entrou com uma linha de PLA - Poliácido biodegradável, hoje implantado em sistemas de impressão 3D, inclusive com crescimento acelerado também no setor calçadista. Feito a partir da cana-de-açúcar, o material é biodegradável, de fonte renovável, compostável, com baixa pegada de carbono e certificado. FOTO LUÍS VIEIRA

Apta é uma empresa especializada no desenvolvimento de aplicações e comercialização de resinas termoplásticas de engenharia e poliolefinas, se consolidando como uma empresa referência em inovações para as indústrias de transformação. Na busca por melhor atender seus clientes distribuídos por todo o País, compõe soluções completas e personalizadas tendo como parceiros fornecedores que são líderes mundiais. A técnica de Inovação e Aplicação, Eduarda Soares, explica que os desenvolvimentos da empresa estão presentes em marcas de ponta de diferentes setores, como automotivo, calçadista e médico-hospitalar de diferentes partes do mundo, como América do Sul, América Central, Europa e Ásia, por exemplo. “Especialmente para o segmento calçadista, oferecemos matéria-prima como EVA e ABS para solados e policarbonatos para saltos e enfeites”, destaca Eduarda. A supervisora de Inovação e Tecnologia de Aplicação, Tami Rosa, conta que o EVA entrou forte na carteira de materiais neste ano de 2022, devido a parceria com um fornecedor, buscando atender à necessidade do mercado para este material. “Notamos o aumento do interesse de clientes de áreas já atendidas por este material, e buscamos um par-

Matéria-prima mais cara diminui produção das indústrias química e têxtil e reduz demanda por energia elétrica, segundo CCEE

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o universo têxtil, assim como os demais setores industriais, nem tudo é motivo para comemoração. Dados preliminares da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostram recuos de 1% e de 0,2% no consumo de energia elétrica das indústrias química e têxtil, respectivamente.

Os números são de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. A principal explicação para a redução da demanda por energia, de acordo com a Câmara é o cenário desfavorável para importação de matéria-prima para esses dois mercados, com o dólar ainda bastante valorizado

e os impactos da guerra na Rússia e na Ucrânia, o que tem freado a produção das empresas. No caso específico do setor químico, a CCEE observou redução de 4,6% na demanda por eletricidade na produção de gases industriais e de 1,1% na fabricação de produtos petroquímicos básicos.

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BIBI BUSCA CHEGAR EM 100 LOJAS NA

América Latina até 2030 No Brasil, marca transformou as unidades em minicentros de distribuição

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om mais de 70 anos de atuação como pioneira no segmento de calçados infantis no Brasil, a Bibi é a 15ª marca mais consumida em países da América Latina. Hoje, a rede conta com 146 franquias, sendo 15 delas internacionais localizadas no Peru, Chile, Equador e Guatemala. Uma das metas da calçadista no mercado externo é chegar em 100 lojas em diferentes países da América Latina até 2030. Para este ano, o plano de expansão da Bibi visa a implantação de 37 unidades, sendo 25 em território nacional e 12 no exterior, para fechar o ano com 183 pontos de venda. Além do adensamento da marca nos principais mercados-alvo, fatores como a inovação, multicanalidade, transformação digital e sustentabilidade fizeram com que a Bibi registrasse um incremento de 40% no faturamento, se comparado a 2020. Para 2022, a projeção é que haja um crescimento de 20% no faturamento anual tanto na indústria quanto na rede de loja. Com uma base sólida e sempre investindo em novos projetos que visam benefícios aos clientes e aos franqueados, a marca se mantém forte no setor calçadista, com uma produção anual de 2 milhões de pares de calçados e sem precisar efetuar demissões. Os últimos dois anos trouxeram a oportunidade de melhorar a eficiência industrial nas duas plantas fabris da empresa, localizadas em Parobé, no Rio Grande do Sul, e em Cruz das Almas,

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na Bahia. O movimento gerou investimentos na faixa de R$ 4 milhões, que promoveram uma mudança no layout das fábricas reduzindo o tempo da produção e, consequentemente, fases de retrabalho, além da aquisição de máquinas modernas e de última geração, como injetoras que aumentam a capacidade fabril na área de solados na planta baiana. Conforme a presidente da empresa, Andrea Kohlrausch, o plano é aumentar a produção de calçados para 2,5 milhões de pares em 2022. Além disso, seguir expandindo por meio de franquias nos principais shopping centers de cada região, mas também incluindo operações em pontos estratégicos na rua, de acordo com o potencial de cada local. Para este ano, o foco da Bibi é continuar os investimentos em inovação, em manufatura e na eficiência das lojas. Além disso, a sustentabilidade é outro tema que está em alta na empresa e contextualiza ações em diferentes âmbitos, sendo eles ambiental, econômico e social. Um dos programas é voltado para diminuir em 20% a geração de resíduos no desenvolvimento de novos produtos e operações industriais até 2025. Já no quesito novos produtos e tendências, ao longo do ano, a marca apresentará ao mercado as duas novas coleções de Verão e Inverno, além de lançamentos pontuais de modelos que prometem arrebatar o coração dos pequenos e dos papais. “Buscamos o fortalecimento do

varejo, pois queremos ‘Pintar o mundo de laranja’. Sempre tivemos como grande projeto a construção de uma marca global de desejo, buscando a diferenciação por meio de tecnologias de conforto e design Bibi, elevando nossos benefícios e diferenciais de mercado, como ter calçados totalmente livres de qualquer substância tóxica, por exemplo. Ouvir a preferência dos clientes, acompanhar as tendências de mercado e a mudança de comportamento do consumidor tanto no Brasil quanto no mundo para trazer novidades que se adequem às necessidades e contribuam para o desenvolvimento feliz e natural de crianças de 0 a 9 anos é uma constante na Bibi”, exalta a presidente.

Para ser franqueado Para quem deseja se tornar um franqueado, a Bibi disponibiliza dois modelos de negócios. O formato de loja Standard, com investimento a partir de R$ 580 mil, foi criado para ser implantado em shopping centers de capitais e grandes metrópoles. Já o conceito Light, com custo de R$ 450 mil, é indicado para cidades com, em média, 200 mil habitantes. Os valores de investimentos para as duas operações já incluem as instalações, soluções tecnológicas, primeiro estoque, capital de giro e taxa de franquia.

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TÊNIS PARA SKATISTAS MISTURA A CULTURA ans, marca original de tênis e vestuário dos esportes de ação, criou a coleção Vans x Sailor Moon por Lizzie Armanto. Inspirada na série pioneira e na skatista, a coleção de tênis, vestuário e acessórios foi desenvolvida por uma abordagem DIY com estética retrô, liderada pelo The Lizzie - o primeiro tênis de skate assinado por uma mulher em 20 anos. A coleção faz parte da uma cápsula mais ampla e completa. Sailor Moon é um mangá shojo escrito por Naoko Takeuchi, que começou a ser serializado em 1991 na revista mensal Nakayosi (publicada pela Kodansha). A linha de tênis carrega três silhuetas customizadas por colagens gráficas que representam Sailor Moon

e as guardiãs. O Skate Old Skool e o Skate Slip-On combinam uma estética do passado e tema inspirado no punk. Criado para entregar algo completamente diferente a todos os tipos de skatistas, o destaque da coleção - The Lizzie - conta com uma nova construção vulcanizada, bordas da sola levemente arredondadas para boardfeel imediato. O encaixe universal visa ao amortecimento, aumentando a sensibilidade do skate e proteção contra impactos. Além disso, uma nova biqueira e a icônica Sidestripe nas áreas de maior desgaste contribuem para durabilidade máxima, enquanto a nova sola micro-waffle em combinação com a borracha natural e de bio produtos.

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do mangá com o punk V

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AÇÕES

sustentáveis O

meio ambiente vem ganhando destaque através de ações executadas ao redor do mundo. E, quando o assunto é produção sustentável, a Bottero é uma empresa que merece destaque. A fabricante, uma das maiores do setor de calçados em couro do Brasil, tem adotado diferentes atitudes para contribuir com a sustentabilidade.

Reciclagem Para incentivar a preservação do meio ambiente, a Bottero evita ao máximo o desperdício de materiais, utilizando praticamente cada centímetro de todos os produtos criados. Atualmente, são recicladas cerca de 60 toneladas de resíduos por mês, resultando em uma enorme quantidade de elementos que serão transformados em matéria-prima para outras criações. Dessa forma, os resíduos gerados pela fabricação de um calçado são reaproveitados em demais linhas de produção da empresa. Além disso, a empresa está con-

tinuamente investindo em medidas internas para a separação correta de todos os componentes manuseados. Sendo assim, 97% de todos os resíduos produzidos pela fábrica têm a destinação e o tratamento correto, ou seja, são reciclados ou reutilizados.

Parcerias Com foco na preservação do meio ambiente, a Bottero adotou uma postura a favor do lixo zero, com o objetivo de reduzir ao máximo o descarte de resíduos. E, como resultado dessa iniciativa, a marca tem realizado importantes parcerias com empresas sustentáveis. Como é o caso da Ambiente Verde, que contribui para o reaproveitamento de materiais, transformando-os em palmilhas sustentáveis que serão utilizadas nos calçados Bottero. Até mesmo pedaços de fios e linhas, panos, estopas, EVA, entre outros, são utilizados na produção de combustível que, por fim, é destinado como substituto energético em fornos de cimento, através da parceria com a Fundação Proamb. A ILSA, uma das empresas sustentáveis com quem a marca tem parceria, recebe cerca de 12 toneladas de resíduos por mês. O couro, resultante das produções, é transformado em fertilizante agrícola, atendendo outra demanda de mercado.

Impacto Todas as ações executadas têm um impacto positivo na rotina de seus colaboradores e na preservação do meio

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ambiente. A atividade tem relação direta com a produtividade da equipe, uma vez que as pessoas se sentem realizadas ao contribuírem com a natureza, através de ações de conscientização. Isso gera um retorno para a empresa e, consequentemente, para o colaborador, criando uma relação de satisfação. O impacto no meio ambiente também pode ser confirmado através de outras ações. A Bottero tem recebido, desde 2015, o certificado de energia limpa, evitando a emissão de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.

Tecnologia A empresa investe continuamente em tecnologia e na inovação de seus processos, buscando sempre novas formas de minimizar os efeitos ambientais e aumentar seu papel na conservação do planeta. Com esse objetivo em mente, criou o projeto Easy Quality, que consiste em um sistema capaz de gerar relatórios de gestão e indicadores da qualidade, além de facilitar o controle de materiais produzidos e inspecionados, reduzindo o índice de rejeitos e fornecendo informações on-line sobre as fábricas. A sustentabilidade é um dos principais objetivos da Bottero, contribuindo para a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento de ações de conscientização. Através de atitudes simples, a empresa entende que se pode transformar a sociedade e vislumbrar um futuro próspero para todos.

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PALMILHAS DE ALTA Espugum é parceira exclusiva no Brasil da Ortholite, empresa americana que é líder mundial, pioneira e criadora da tecnologia de espumas de célula aberta para palmilhas, e a principal fabricante e fornecedora de tecnologias OEM do setor. As palmilhas Espugum e Ortholite são utilizadas por grandes marcas ao redor do mundo. Com tecnologias e atributos de conforto oferecem amortecimento de longo prazo, respirabilidade, controle da umidade, além de serem antimicrobianas, laváveis, leves e com alto teor reciclado e reciclável. Segundo o diretor, Fernando Nicory, toda a linha de produtos Ortholite é ecologicamente correta, contendo ao menos 5% de borracha reciclada. “Ao fim de um ano mais de 500 toneladas de resíduos de pneus são recicladas

através desta iniciativa”, contextualiza Fernando. Outras formulações como a linha Hybrid adicionam desde 15% até 57% de conteúdo Bio, com linhas que chegam até 98% de conteúdo reciclado de pós-produção. Outro diferencial é o uso do óleo de mamona, uma fonte não alimentícia que não compete com as lavouras de alimentos e utiliza pouquíssima água em seu cultivo. Isso reduz a necessidade de petróleo, utiliza menos recursos em produção e não compromete o conforto e o desempenho das palmilhas. “Hoje, mais do que nunca, o consumidor final exige conforto no calçado, e com base em estudos, ficou comprovado que a palmilha é o principal fator de identificação do conforto pelos consumidores. Não à toa, a Ortholite é a líder global de fornecimento de pal-

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milhas, produzindo mais de 600 milhões de pares anualmente e atendendo mais de 400 marcas, muitas das quais fazem questão de identificar ao consumidor seu uso, e com a produção no Brasil pela Espugum, tornou-se também líder das principais marcas de calçados esportivos brasileiros”, assegura o diretor.

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CAMPANHA DESTACA IMPORTÂNCIA

da reciclagem avançada P ara explicar ao público seus investimentos em reciclagem avançada e o diferencial desta tecnologia, a Braskem apostou em uma campanha com vídeos de ilustração sobre o detalhamento do processo. Alinhada com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, a Braskem assumiu novos compromissos para 2030 e 2050 e está fortemente pautada em soluções de transição para a economia circular. A companhia tem meta de eliminação de resíduos plásticos, que consiste na ampliação da produção e comercialização de 1 milhão de toneladas de resinas termoplásticas e produtos químicos com conteúdo reciclado até 2030 – e a reciclagem avançada contribuirá de forma significativa para isso. A reciclagem avançada é o processo que transforma resíduos plásticos em matéria-prima circular para a fabricação de novos produtos, seja plástico ou químico, refletindo em menos resíduos no meio ambiente. “A reciclagem avançada possibilita a transformação de resíduos plásticos, mais difíceis de reciclar mecanicamente, em matéria-prima circular certificada. Complementar à reciclagem mecânica, essa iniciativa está diretamente relacionada com a estratégia da Braskem de eliminação de resíduos

Produtos gráficos feitos em processos não prejudiciais ao meio ambiente

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plásticos e é um importante passo para atingir nossas metas de desenvolvimento sustentável. Dessa forma, para expandir a reciclagem avançada e acelerar a economia circular, atuamos em parceria com empresas altamente qualificadas, desenvolvendo iniciativas que contribuem para unir os elos da cadeia produtiva e criar soluções para um futuro mais sustentável”, afirma o vice-presidente de Olefinas e Poliolefinas da Braskem na América do Sul, Edison Terra. “A nova campanha mostra esse caminho de forma interessante, explicando de um jeito simples, acessível e didático sobre o processo de reciclagem avançada, reforçando a importância do investimento em inovação para acelerarmos a Economia Circular e, com isso, contribuirmos para a eliminação de resíduos plásticos no meio ambiente”, explica Ana Laura Sivieri, diretora de Marketing e Comunicação da Braskem. O primeiro filme da campanha foi exibido na Globo News e CNN. Além disso, foi investido em Branded Content nos principais players de negócios e economia do Brasil, como Info Money, Money Times, Seu Dinheiro, Bloomberg e Estadão. Já na mídia digital, a campanha será amplificada no LinkedIn, Youtube e Mídia Programática.

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mercado da moda oferece um universo de possibilidades e estilos. Além das tendências da moda, um fator que tem influenciado na decisão de compra é a origem do produto. Pensando nesse conceito de sustentabilidade, a Colorgraf, empresa do segmento gráfico, produz peças embasadas nessa preocupação e os cuidados com meio ambiente, com processos produtivos conscientes e sustentáveis. Segundo a gerente comercial Uana

Num segundo momento, mais dois vídeos sobre o tema que contam sobre parcerias e uma tecnologia inédita desenvolvida pela Braskem. O segundo filme é focado nas parcerias da Braskem para se atingir esse objetivo, como o projeto com a Valoren, empresa desenvolvedora de tecnologia e gestora de resíduos para transformação em produtos reciclados, para a construção da primeira planta de reciclagem avançada no Brasil. A nova unidade, que envolve um desembolso conjunto de R$ 44 milhões, irá transformar, por meio do processo de pirólise, resíduos plásticos não recicláveis mecanicamente em matéria-prima circular certificada, que será utilizada para produção de novos produtos virgens, sejam resinas ou químicos. Ela será instalada em Indaiatuba (SP) e deverá começar a operar no primeiro trimestre de 2023, com capacidade de produzir seis mil toneladas de produtos circulares por ano. Já o terceiro filme da campanha divulga a tecnologia pioneira e proprietária da Braskem, que além de contribuir para a eliminação de resíduos plásticos, também possui relevância na meta de empresa de se tornar carbono neutro até 2050.

Gaspar, a moda sustentável chegou para atender a essa fatia do mercado cada vez mais consciente e engajada. ”Por isso estamos adotando novas formas de produção, que contribuam para a preservação do planeta, reduzindo o desperdício, tratando e reaproveitando a água, comprando somente de fornecedores com o mesmo propósito e tendo uma relação humanizada com os colaboradores, fornecedores e clientes”, destaca.

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SOLUÇÕES EM TECIDOS TÉCNICOS FOTO FÁBIO SCHERER

e de moda F

undada em 1982, a Incoplast é reconhecida no mercado pela excelência no desenvolvimento de soluções em tecidos técnicos e de moda e seus derivados para a indústria calçadista e de confecções. O diretor Régis Firmino Santos diz que se orgulha de construir a história de sua empresa consolidada pelas parcerias sólidas estabelecidas com seus fornecedores, clientes e colaboradores. “Cada um desses relacionamentos possibilitou à Incoplast se tornar um importante elo entre o setor de fornecimento, a indústria e o comércio de tecidos, oferecendo sempre o que há de mais moderno na área têxtil, inclusive na formulação de artigos exclusivos, conforme a necessidade de cada estilista e cliente”, disse o industrial. Entre o escopo atendido estão indústrias dos segmentos de calçados, bolsas, dublagens, embalagens, confecções, móveis e estofamentos automotivos e distribuidores, atendendo todo o Rio Grande do Sul, outros estados e diferentes países da América Latina, oferecendo tecidos técnicos e para a moda.

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TALK SHOW MARCA OS Higra, referência internacional em desenvolvimento de equipamentos e sistemas de tecnologia hídrica, celebrou 22 anos no último dia 4 de novembro com a realização de um talk show com o fundador Silvino Geremia. O CEO Alexsandro Geremia fez a apresentação inicial, contextualizando os 22 anos de atividades da organização empresarial. Lembrando que o que move a empresa é a gestão voltada para a qualificação da mão de obra, a promoção da saúde, a segurança e a governança, Alexsandro disse que sente muita satisfação por estar à frente de uma indústria que cresce de 20% a 30% ao ano e tem a inovação no seu DNA. “Em nossas soluções para a movimentação de água buscamos sempre sermos melhores com os recursos que temos à disposição”, pontuou Alexsandro. Logo em seguida, foi a vez dos funcionários Willian Amaral e Mateus Cruz realizarem perguntas para Silvino. Durante as conversas o empreendedor, que ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administração da Higra, compartilhou uma série de lembranças

sobre sua história de vida profissional e da empresa que foi criador. Entre as recordações, ressaltou que o conceito de bombeamento anfíbio é um desenvolvimento pioneiro e exclusivo da Higra, e que a primeira bomba desenvolvida pela empresa foi comercializada para um curtume. O empresário, que traz em seu currículo a criação de uma série de inventos industriais, fez questão de reconhecer que na Higra o conhecimento é compartilhado. “Aprendo muito também com nossos funcionários”, assegura Silvino Geremia, lembrando que os profissionais da empresa vão além de realizar as suas tarefas de trabalho, mas costumam trocar ideias entre eles e com a direção, sempre propondo melhorias e soluções para os equipamentos e sistemas de produção. Já ao final do talk show, que foi assistido pelos funcionários e pela imprensa, além de ser transmitido online, Silvino destacou: “sou feliz porque tive pessoas maravilhosas ao meu lado, e o que a Higra representa hoje é um somatório de todos os que passaram por aqui”. Logo

FOTO GIOVANI PAIM

22 anos da Higra A

após o talk show, aconteceu um almoço de confraternização, com apresentação musical e muita descontração. Desenvolvendo bombas anfíbias, aeradores e bombas submersas, sistemas e turbogeradores para setores como agricultura, captação de água, irrigação, saneamento, usinas e mineração, hoje, a empresa está internacionalizada, estabelecendo novas parcerias de licenciatura de produto para a Europa, além de avançar a sua atuação em novos mercados como o de mineração, com uma unidade a ser instalada em SC.

Máquina para cortar até 12mm

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ma mesa de corte com duas cabeças, esteira, rolos preensores e sistema de alimentação dos materiais com ventosas a vácuo, esta é a Saturno3 da Talamonti, representada pela DPK Tecnologias. O modelo tem exclusivo sistema de refrigeração e lubrificação das lâminas de corte, além de baixo consumo de energia elétrica e ar comprimido. Conforme o diretor Leandro Kuntzler, a máquina corta materiais de até 12mm de espessura, solados laqueados, microduro, timbó, papelão reforçado, couraças, contrafortes de material termoplástico ou regenerado, entre outros.

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E-COMMERCE AUMENTOU O FATURAMENTO

em 785% no Brasil O comércio online segue em expansão até 2025

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om a aproximação do Natal e da Black Friday, os comércios precisaram preparar os estoques e serviços para atender os clientes. Isto vale tanto para as lojas físicas quanto para as virtuais. Só nos cinco primeiros meses de 2022, o e-commerce brasileiro aumentou o faturamento em 785%, segundo um estudo da SmartHint. E parte do faturamento também se pode creditar ao crescimento do consumidor Phygital, que é uma junção entre as experiências offline e o online. Isto resultou em uma jornada de compra mais complexa. De acordo com Marcel Alessi Soccol, da Datafrete, empresa de Santa Catarina com foco no desenvolvimento de soluções para a gestão de fretes embarcador, o sistema integra e-commerces e indústrias com as transportadoras, facilitando os processos. Atualmente o consumidor busca um produto na internet, experimenta em uma loja física, compara os preços nos mais diversos canais de venda e fecha a compra através de aplicativos que geram descontos, e por fim, retira o produto na loja física. “Muito do que se considera como uma compra online pode ser visto como um mix entre uma loja virtual e física”.

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Marcel ressalta que para continuar a expansão é preciso melhorar o atendimento, entrega e frete dos produtos. Segundo o ranking do Reclame Aqui, as lojas online foram as que receberam mais reclamações em 2021. Nas duas lojas que tiveram o maior número de queixas, as reclamações principais foram sobre produtos, marketplace e entrega. As de atraso na entrega e frete, ficaram entre 10,3% e 15,92% respectivamente.

Como melhorar o frete? É notável que o frete tem impacto na decisão de compra do cliente. O Código de Defesa do Consumidor prevê que se o produto não for entregue no prazo estabelecido, o consumidor pode requerer a entrega imediata, um produto equivalente ou cancelamento da compra. “Muitas reclamações envolvem a ruptura de estoque, entregas fora do prazo, sistemas fora do ar ou com lentidão, o status do pedido não estar atualizado, preços elevados de mercadorias e fretes devido à sazonalidade”, comenta Marcel. Ele explica que na busca de ofe-

recer melhores serviços a um público cada vez mais exigente, muitas empresas buscaram criar estratégias de frete para seus mais diversos canais: e-commerce próprio, marketplace, loja física e outros. Uma empresa de Blumenau/SC viu a possibilidade de crescer ao desenvolver sistemas exclusivos para área de frete. Os sistemas desenvolvidos pela Datafrete podem gerenciar todos os processos relacionados ao frete, como cotação e tracking, e ainda realizar auditorias de faturas de frete. Também é possível a implementação de Gateway de Fretes no próprio sistema de e-commerce ou via hub de integração. “Com as soluções online, o comércio tem a possibilidade de gerenciar todos os processos logísticos e entregas em uma única plataforma, podendo inclusive integrá-lo ao ERP”, explica Marcel. “Como os consumidores valorizam preços menores de frete, foi implementada uma ferramenta para cotação automática de frete. Ainda é possível criar campanhas, como para frete grátis, com regras específicas. As empresas também podem crescer em escala, sem nenhuma dificuldade”, informa.

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COLUNA

EPIS Palmilhas não metálicas resistentes à perfuração

Gabriel Damaceno

técnico químico do Laboratório de EPI Calçados do IBTeC

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ma das proteções que determinados calçados de uso profissional podem oferecer ao usuário é a resistência à perfuração. No que diz respeito aos calçados com palmilhas não metálicas resistentes à perfuração, a norma que estabelece os requisitos e métodos de teste para enquadramento destes componentes é a ISO 22568-4:2021. O primeiro ponto a ser ressaltado em relação a esta norma, é que ela ainda não é utilizada para fins de obtenção e renovação de Certificado de Aprovação (CA). A norma de métodos de ensaio para calçados (ABNT NBR ISO 20344:2015) menciona a BS EN 12568 para os testes em palmilhas não metálicas. Uma vez que a nova versão da ABNT NBR ISO 20344 comece a ser utilizada no Brasil, as palmilhas não metálicas com resistência à penetração deverão ser ensaiadas e atender aos requisitos da ISO 22568-4:2021. A norma em questão (ISO 22568-4) apresenta quatro requisitos, sendo os três primeiros obrigatórios para todas as palmilhas não metálicas. São eles: resistência à perfuração, resistência à flexão, estabilidade contra o envelhecimento e influência ambiental e resistência elétrica (opcional). Uma das principais mudanças nesta norma é o ensaio de resistência à perfuração. A norma estabelece dois mé-

todos para este ensaio: método PL - realizado com prego cônico de 4,5 mm de diâmetro - e método PS - realizado com prego cônico de 3,0 mm de diâmetro. Os dois métodos diferem no grau de proteção que oferecem ao usuário. O tipo PS, por exemplo, oferece uma proteção maior e mais apropriada contra menor diâmetro e objetos mais afiados que o tipo PL. Outra alteração significativa na norma, em relação à utilizada anteriormente (BS EN 12568), é o ensaio de estabilidade contra o envelhecimento e influência ambiental. Este ensaio é realizado submetendo a palmilha não metálica aos seguintes tratamentos: alta temperatura, suor ácido, suor alcalino e óleo combustível. Após o tratamento nestas condições, os corpos de prova devem ser ensaiados conforme o respectivo método de perfuração (PL ou PS). Outras alterações mais específicas estão presentes na norma, em relação às amostragens e aos equipamentos utilizados, por exemplo. Diante destas novidades, se faz necessária uma atenção especial por parte dos fabricantes, tanto de calçados quanto de palmilhas não metálicas, para garantir que seus materiais atendam aos requisitos quando esta norma começar a ser utilizada para obtenção e renovação de CA no Brasil.

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EVENTOS

no mercado de SST E

mpresas e profissionais em busca de soluções de Saúde e Segurança do Trabalho, resgate e proteção contra incêndios puderam conferir as principais inovações e tendências lançadas pelo mercado mundial durante a 23ª Fisp - Feira Internacional de Segurança e Proteção e a 14ª Fire Show - International Fire Fair. Os dois eventos aconteceram simultaneamente em São Paulo/SP durante os dias 18 a 20 de outubro no São Paulo Expo. Segundo o CEO da Fiera Milano Brasil, organizadora das feiras, Maurício Duval Macedo, esta foi a maior edição na história dos eventos. Em sua fala na abertura oficial, agradeceu às entidades envolvidas e às empresas expositoras pela confiança. “Estiveram conosco durante esses quatro anos, quando tivemos que adiar a realização das feiras por duas vezes, deixando claro a importância delas e o desejo de mantê-las”, destacou. Os dois eventos reuniram mais de 700 marcas expositoras em um espaço de 42 mil m² de área de exibição e receberam 58.705 mil visitantes em busca do que de melhor o setor oferece para o conforto, a saúde, a segurança e a proteção dos profissionais durante a execução do trabalho. “Tivemos a maior edição da FISP e da Fire Show confirmando a retomada do setor após quatro anos de pandemia”, analisa Maurício, complementando que as feiras profissionais continuam sendo a maior ferramenta de marketing de negócios, conteúdo, networking, tecnologia e inovação do mercado.

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FOTOS LUÍS VIEIRA

FISP E FIRE SHOW MOSTRAM O QUE HÁ DE MELHOR

Os eventos realizaram a maior edição da história, reunindo mais de 58 mil visitantes

Praticidade e conforto para EPI calçados Os resultados das feiras refletem o potencial do mercado de EPIs que movimentou, em 2021, R$ 14,84 bilhões, de acordo com os Indicadores do Mercado Brasileiro de EPI, produzido anualmente pela Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg). Para 2022 a previsão é de um crescimento de 11% sobre o ano passado. Este é também um setor que investe cada vez mais num item adicional para o bem-estar dos trabalhadores o conforto. No projeto Fábrica Modelo de Segurança, realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), a Fisp, a empresa de calçados Conforto e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, contando ainda com o apoio da Ani-

maseg, foi possível conferir em tempo real todo o processo de fabricação de uma bota e um tênis de segurança de alta performance. Instalada em um espaço com 780m2 a fábrica reuniu 50 empresas fornecedoras de máquinas, equipamentos, componentes, insumos e sistemas de logística para a fabricação de 600 pares dos dois modelos. Além das propriedades de resistência a corte, impermeabilidade e proteger contra altas temperaturas, os calçados estrearam no Brasil o sistema Disk, que permite o ajuste rápido e prático sem a necessidade de cadarços. “É um botão que a pessoa aperta e gira para ajustar o sapato no pé. É muito prático, eficiente e resistente. Trata-se de uma tecnologia que já existe nos tênis de alta performance no exterior e trouxemos para a linha de segurança do trabalho, explica o di-

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Participação comemorativa retor-presidente da Calçados Conforto, João Altair dos Santos, lembrando que os calçados conquistaram o Selo Conforto do IBTeC.

Reconhecimentos O presidente da Animaseg, José Geraldo Brasil, visitou o projeto juntamente com o diretor geral da entidade, Raul Casanova. “Nós, da Animaseg, estamos felizes por este belo trabalho do IBTeC, pois não temos apenas mais laboratórios de análises, mas, principalmente, parques de desenvolvimento tecnológico. E esta é a grande oportunidade que temos, com o IBTeC à frente desse movimento”, considerou Geraldo, lembrando ainda que o setor de equipamentos de proteção individual está crescendo e tem um potencial enorme. “Talvez este seja um dos clusters com maior potencial de crescimento neste país e o IBTeC vem cada vez mais se condicionando não apenas como um complexo de laboratórios de ensaio, mas como um verdadeiro parque tecnológico a serviço do nosso

segmento”, reafirmou. O diretor executivo da Animaseg, Raul Casanova, também enalteceu a importância do IBTeC para o setor. “O instituto se destaca tanto pela realização dos testes de laboratórios de nossos associados, quanto para a realização desse projeto, que apresenta na Fisp a prática da construção de calçados, colocando os fornecedores em contato direto com os compradores, e com mais este trabalho o IBTeC se torna cada vez mais essencial para a qualificação das empresas e da própria feira”, considerou Raul. “É um prazer enorme estarmos aqui a convite do IBTeC, participando do projeto na Fisp 2022 depois de quatro anos de ausência de encontros presenciais nesta feira. Os resultados têm sido extraordinários, tanto com clientes quanto com fornecedores parceiros neste ambiente onde mostramos nossos novos calçados que protegem e apresentam design moderno, bonito e com certificação de conforto”, salientou o empresário João Altair, diretor-presidente da Calçados Conforto.

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participação na Fisp 2022 fez parte das ações comemorativas aos 50 anos do IBTeC. “Esta é nossa terceira participação na Fisp e notamos que o segmento tem evoluído muito, do ponto de vista de mercado, produto, inovação e tecnologia. O mercado de segurança no Brasil tem potencial para crescer muito mais. Com a fábrica modelo, esperamos contribuir para a construção de inovações para o segmento de saúde e segurança do trabalho”, afirmou o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, Ele lembrou que a Fisp ganha cada vez mais importância para o instituto, hoje o setor de EPIs responde por uma fatia muito significativa do dia a dia da instituição e a proposta com a realização da Fábrica Modelo de Segurança é mostrar a pujança deste setor e apresentar os serviços que a instituição oferece aos fabricantes. “Hoje, o instituto é referência no atendimento às demandas do setor de saúde e segurança no trabalho e nossa participação na feira é uma forma de mostrar nossa expertise”, afirmou Paulo. O IBTeC atende o segmento em áreas como a realização de ensaios para a conquista do Certificado de Aprovação (CA) junto ao Ministério do Trabalho e Previdência, ensaios da qualidade, consultoria para o desenvolvimento de produtos desde a concepção até a busca por tecnologias que agreguem valor aos produtos, além de ensaios de conforto que elevem o patamar de atendimento aos usuários de calçados de segurança.

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Formello

DESFILES - Além de acompanharem a transformação dos componentes em calçados prontos, tendo ainda a oportunidade de esclarecerem junto aos técnicos dúvidas quanto aos materiais ou equipamentos utilizados em cada etapa, os visitantes do espaço puderam assistir de forma inédita a desfiles com os EPIs fabricados no próprio projeto.

Cofrag

Materiais utilizados •



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Para a montagem dos calçados, a Formello forneceu dois modelos de fôrmas, sendo uma para os tênis e a utra para as botas, ambas com três numerações para cada modelo. O Grupo Cofrag disponibilizou couraças, contrafortes e palmilhas da marca Cofrag, além de tecidos para palmilhas, forros e cabedais com a marca Cofratec e todos esses artigos foram usados nos dois modelos de calçados fabricados. A Texfyt contribuiu com o não tecido Solete usado na parte interior dos calçados de segurança, especialmente nos contrafortes e na forração dos cabedais. Já o Grupo Magma forneceu dois produtos, uma palmilha strobel da marca Tubox e uma palmilha interna Espogum/Ortholite, para a linha de botas.

Texfyt

Magma

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Maqcouro levou para o projeto uma máquina overlock e três máquinas de pesponto, ambas usadas nas duas linhas de calçados desenvolvidos no projeto. • A Comelz participou com três máquinas uma classificadora de couro automática, uma de corte de couros, sintéticos e tecidos e uma de dividir couros. A tecnologia de corte oferece a versatilidade de poder cortar diferentes materiais para uso em cabedal - tanto em pequenas quanto em grandes quantidades. • A Orisol instalou duas máquinas para a produção de cabedais - uma de alta frequência e uma de costura. A tecnologia de alta frequência é uma alternativa aos processos de costura, fazendo a união, a fusão e a gravação dos materiais. • Através de sua máquina injetora, a Sulpol fez a dosagem de PU na matriz, diretamente no cabedal. Com isso o calçado sai pronto, com a sola já aderida. O sistema possibilita trabalhar com materiais de diferentes densidades, unindo propriedades de conforto e performance ao calçado. • A Brastema levou dois teares. Um para a confecção de luvas de segurança e outro especialmente para o desenvolvimento de cabedais em tricô. Ambas as máquinas são eletrônicas, elaboradas pela marca japonesa Shima Seiki, uma das tecnologias mais procuradas do mundo neste segmento.

Maqcouro

Comelz

Orisol

Sulpol

Brastema

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Efeitos do conforto em calçados de segurança na performance do trabalhador

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lém da realização da Fábrica de Segurança, o IBTeC participou da feira com a realização de uma palestra técnica e ensaios de conforto. Calçado confortável - segurança e performance do trabalhador foi o tema da apresentação que o coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC, Dr. Rudnei Palhano, fez no Auditório CB-032 do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Industrial, da ABNT. A atividade fez parte da programação oficial da Fisp 2022. O pesquisador abriu sua palestra fazendo a apresentação do instituto de inovação e pesquisa e anunciou o início do trabalho dos laboratórios na área de óculos de proteção, que o IBTeC passará em breve a oferecer. Doutor em Biomecânica, Rudnei introduziu a questão do conforto em calçados de segurança lembrando que a função do pé é suportar o nosso peso corporal com estabilidade. “O pé interage com todas as condições de superfície usadas pelas pessoas e o calçado tem como principal função a proteção dos usuários e os calçados de segurança precisam atender a este quesito.” Na sequência, discorreu sobre as normas de conforto e os aspectos avaliados em cada uma: calce, microclima, absorção do impacto da pisada, estabilidade, pressão plantar e massa (peso) do calçado.

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Ensaios de conforto Outra atividade do IBTeC na feira foi a demonstração no estande da BSB Equipamentos de Proteção sobre o ensaio de pressão plantar. Para os testes foram usados modelos de calçados de segurança que a marca apresentou na feira - todos eles passaram pelo processo de certificação de conforto do Laboratório de Biomecânica do Instituto. Uma terceira ação aconteceu no espaço da própria Fábrica Modelo, com a medição dos pés dos visitantes da feira, através do uso de foot scan, um equipamento que escaneia o pé e fornece as respectivas medidas antropométricas. O objetivo da ação foi auxiliar o usuário na definição do número correto de calçado e a ser comprado. A próxima edição da Fisp acontecerá em 2024.

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FEIRA NO MÉXICO GERA US$ 3,5 MILHÕES

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ma das maiores feiras da indústria de base para o setor calçadista na América Latina, a Anpic, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de outubro, em León/México, terminou com US$ 3,5 milhões em negócios gerados para empresas brasileiras. O valor está em relatório da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), que por meio do By Brasil Components, Machinery and Chemicals, programa de internacionalização do setor mantido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), promoveu a participação de 21 empresas verde-amarelas. O gestor de Mercado Internacional da Assintecal, Luiz Ribas Júnior, destaca que o resultado da participação é quase quatro vezes maior do que o registrado na mais recente edição, em 2021. “A performance corrobora o bom momento das exportações do setor brasileiro de componentes para couro e calçados, principalmente para países da América Latina”, avalia o gestor, ressaltando que, hoje, dos dez principais destinos dos produtos brasileiros no exterior, seis são latino-americanos. “Especificamente para o México, nos nove primeiros meses do ano exportamos o equivalente a US$ 5,3 milhões em componentes brasileiros, 30% mais do que no mesmo período do ano passado”, informa. A participação brasileira na feira mexicana fez parte do projeto MPE Exportadora, que em parceria com o Sebrae, através da ação Integra Moda, busca ampliar e qualificar as exportações de micro e pequenas empresas do setor de componentes.

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Anpic

Na sua 60ª edição, a Anpic reuniu mais de 300 expositores e recebeu mais de 9 mil visitantes de cerca de 30 países, a maior parte deles da América Latina. Participaram, com o apoio do By Brasil Componentes, Machinery and Chemicals, as empresas brasileiras Maquetec, Kisafix, Magma, Altero, RR Componentes, Alyni’s, Comprofan, Difer, Free Saltos, Gelprene, Gradus, Injepol, Maquetec, Miroeva, Monato, Palagi, Polly Química, Sud Leather, Usicon, Usitec e Wiva Bordados. Os fabricantes brasileiros que integram o setor de componentes interessados em ampliar suas relações comerciais com o mercado externo têm a oportunidade de participar, assim como outras 300 empresas, do projeto By Brasil Components, Machinery and Chemicals, realizado pela Assintecal, ApexBrasil e Abrameq, que pretende promover um bom desempenho das exportações e, consequentemente, do setor. O projeto possui soluções adequadas a cada nível de internacionalização, mantendo ao alcance das empresas ações de promoção comercial, inteligência, capacitação, entre outros. Para mais informações, entre em contato por meio do e-mail: [email protected]. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. A Agência realiza ações diversificadas de promoção comercial, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, e visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira.

IBTeC mostra na Seincc 2022 sua expertise para apoiar o desenvolvimento do setor

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e 20 a 22 do último mês de setembro, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) participou da 21ª Semana da Indústria Calçadista Catarinense (Seincc), ocorrida no Centro de Eventos de São João Batista/SC. Presente na feira com um espaço para a Revista Tecnicouro, a equipe comercial participou também do jantar comemorativo aos 13 anos de fundação da Componarte, com quase 500 convidados, entre clientes, empresários da região e parceiros de todo o Brasil. Com a participação de 90 expositores - fornecedores de componentes, máquinas, químicos, tecnologia, acessórios e artefatos - a mostra, organizada pelo Sindicato da Indústria de Calçados e São João Batista (Sincasb) tem como foco o desenvolvimento e o fortalecimento da indústria calçadista catarinense e brasileira e toda a economia da região. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salienta que a participação na feira faz parte do planejamento estratégico do instituto de estar nas principais realizações do setor, como forma de apresentar a expertise e a capacidade de atender às demandas de cada elo da cadeia calçadista. “Especificamente na Seincc, apresentamos todos os serviços que a instituição dispõe para atender as necessidades da cadeia coureiro-calçadista, tanto em certificação da qualidade quanto em pesquisa para inovação em tecnologias, materiais e funcionalidades, através dos nossos laboratórios físico-mecânico, de biomecânica, de microbiologia e de análise de substâncias restritas”, conta o dirigente da instituição. Ele lembra ainda que o IBTeC conta com uma completa equipe de técnicos formados por mestres e doutores, com expertise para atender demandas, sugerir melhorias e apoiar o desenvolvimento de inovações para o setor.

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MATERIAIS SUSTENTÁVEIS MOVIMENTAM A

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saúde humana e ao meio ambiente, tem uma durabilidade até 10 vezes superior a dos agentes convencionais. Participando pela primeira vez das rodadas de sustentabilidade, a Pápryka Cosméticos está investindo em produtos sustentáveis para atender a cadeia do calçado. A responsável química da empresa, Fabiana Blos, comemorou a participação, ressaltando que, ao longo do evento, foram 14 encontros frutíferos com indústrias de calçados interessadas na alternativa anti-mofo produzida pela empresa. “Os participantes, de fato, estavam muito interessados no produto, que além de ser uma inovação para o mercado tem aspectos de sustentabilidade importantes, pois tem uma durabilidade média de um a dois anos, enquanto os convencionais possuem durabilidade de cerca de três meses”, disse. Fundada há 19 anos, a empresa atua há uma década no setor calçadista, segmento em que pretende reforçar a participação nos próximos anos, principalmente diante da retomada do mercado e da maior procura por materiais sustentáveis. Representando a rede de lojas Ren-

ner, Luisa Xavier, da área de Sustentabilidade, destacou a gama de materiais e produtos sustentáveis apresentados no evento. “Agradecemos o convite para participar das rodadas, que apresentaram opções sustentáveis que estão alinhadas com as estratégias da Renner para os próximos anos”, comentou.

Empresas participantes Participaram das rodadas as calçadistas ADG Export, Adidas do Brasil, Arezzo&co, Beira Rio, Calçados Bibi, Concept Exportadora, Conforto Artefatos de Couro, Dakota, Fyore, Grendene, Klin, Lab House Footwear, Lojas Renner, Novope Calçados, Paquetá, Piccadilly, Usaflex, Veja Fair Trade e Vulcabras. Já os fornecedores foram representados por 2M3D, Advance, Artecola, Atena Têxtil, Atta Injetados, Basf, Bertex, Camaleoa, Cipatex, Cofrag, Courovale, FCC, ITM, Jotaclass, Lamiclass, Leather Labs, Magma/Espugum, OTB, Palmiarte, Páprika Cosméticos, Pegasus, Plastiluzzi, Pollibox, Silquim, Solvay, Stickfran, Suntex e Wolfstore.

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sustentabilidade assume um papel cada vez mais importante na cadeia do calçado. Prova disso foi a 3ª edição das Rodadas de Negócios da Sustentabilidade, promovida pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) em parceria com Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). O evento foi realizado no dia 25 de outubro, em Novo Hamburgo/ RS, e contou com a participação de 28 fornecedores de materiais sustentáveis e 19 indústrias de calçados. A gestora de Marketing e Relacionamento da Assintecal, Aline Santos, destaca que o mercado, instigado pela recuperação da demanda e pela conscientização maior do consumidor, vem buscando cada vez mais alternativas sustentáveis. “As rodadas de negócios da sustentabilidade movimentaram a cadeia e apontaram para um movimento de mercado consistente, que busca uma produção cada vez mais em sintonia com os conceitos de ESG”, avalia. Responsável pelo Desenvolvimento de Produto da Solvay, Marlise Margaritelli destacou que o modelo de negócios proporcionado pelas Rodadas, além de corroborar com o bom momento, de retomada do mercado calçadista, foi acertado ao otimizar o tempo dos envolvidos, que puderam conhecer uma grande variedade de materiais e insumos sustentáveis durante o dia. “Notamos uma procura muito grande por produtos ecologicamente corretos e, de fato, um interesse muito grande por parte dos calçadistas, que questionaram sobre linhas específicas”, contou. Segundo Marlise, a maior procura ficou por conta do agente de expansão sustentável da Solvay que, além de não ser tóxico à

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AS TENDÊNCIAS EM CALÇADOS E ARTEFATOS PARA O PRÓXIMO OUTONO-INVERNO

estão na Zero Grau A diz ele. Com 112 lojas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Santa Catarina, dos grupos Oscar Calçados, Jô Calçados e Carioca Calçados, o empresário Claudinei Nunes de Siqueira utiliza-se das feiras para dar o pontapé inicial para as compras de cada estação. “Não faço nossas compras totais na feira, mas, sim, o pedido mãe para todas as redes que é reforçado ao longo dos próximos meses. Faço a separação dos modelos e chego a comprar praticamente 25% da nossa necessidade”, diz Claudinei.

Incrementar vitrine de lançamentos e oportunizar experiência com atendimento chatbot A terceira edição da ONNO Place na Zero Grau traz uma experiência que irá otimizar a comunicação entre a indústria e o varejo, por meio de aplicativos de mensagens, chatbots e assistente de voz que permitem interação em tempo real em forma online. Esta novidade vem novamente com a assinatura da parceria da Merkator Feiras e Eventos e da Linx Seta Digital com o Linx ConverFOTO LUÍS VIEIRA

Feira de Calçados e Acessórios Zero Grau abre as suas portas no Centro de Eventos do Serra Park, em Gramado/RS, para receber nos dias 21 a 23 de novembro lojistas de diferentes estados brasileiros e compradores estrangeiros e apresentar os principais lançamentos em calçados e artefatos para outono-inverno 2023. O objetivo é se preparar para as vendas no varejo, especialmente para a temporada fria do próximo ano. “Mesmo com clima quente da região, as minhas clientes consomem muito calçados fechados. São produtos indispensáveis no guarda-roupa das mulheres”, destaca a lojista Ludimilla Souza, de Anápolis/GO, que vai apostar em linhas mais arrojadas como coturnos e botas montaria. “Os calçados são exibidos em festas locais e realmente dão o glamour para os looks femininos”, acentua. Já o lojista Denildo Pereira de Souza, do grupo Piriquito Foka Calçados, com 17 lojas espalhadas em São Paulo, enfatiza a união dos negócios com turismo, lembrando que pretende comprar 70% de sua demanda nos estandes dos expositores da Zero Grau. “Acho as feiras na serra gaúcha perfeitas, pois unem os negócios com turismo, uma proposta moderna e muito difundida no mundo”,

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sational Commerce, que proporciona a transformação da ONNO Place em um grande canal de comunicação entre as marcas expositoras e lojistas de calçado. A participação das marcas é gratuita, basta estar presente na feira. “Esta é uma das nossas inovações para esta edição da feira. Estamos apostando mais uma vez em levar o que há de mais moderno e eficaz para a interação das duas pontas da cadeia produtiva do calçado”, diz a diretora de relacionamento da Merkator Feiras e Eventos, promotora da Zero Grau, Roberta Pletsch. De acordo com ela, a tecnologia permite conectar o e-commerce de qualquer marca aos principais canais de conversão. O agente digital fornece toda a assistência para o lojista, ajudando na compra de produtos, através do chat, criando uma experiência única para a marca. Para viver esta experiência, o lojista acessa a ONNO Place pelo site ou pelo QR Code e pode optar por conversar via WhatsApp com nossa equipe. As marcas que aderirem ao projeto vão colocar na plataforma também seus benefícios e depois o lojista retira a vantagem preferida em forma de voucher no ponto físico da ONNO Place dentro da feira. “A marca pode ofertar vários benefícios como prazos, descontos, brinde, enfim”, acentua Roberta. Os benefícios para os expositores são muitos, mas entre eles, se destaca a participação em uma vitrine digital dentro da feira e potencializar sua presença no evento. Já para o lojista, será a oportunidade de passar por esta experiência chatbot na prática e entender como aplicar esta ferramenta em sua loja. “Sem dúvida, acreditamos numa grande adesão das marcas a este projeto”, finaliza Roberta Pletsch.

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MAIS DE 400 NOVOS CONTATOS PARA O

couro do Brasil T

ailândia e México foram os dois mais recentes destinos do couro brasileiro em feiras internacionais, entre os dias 19 e 21 de outubro. Em Bangkok, onde ocorreu a APLF ASEAN, foram abertos 330 novos contatos com compradores locais, além de públicos do Vietnã, Índia, Malásia e Taiwan. Na ANPIC, em León, no México, foram contabilizados 70 contatos inéditos atendidos pelos curtumes brasileiros. A participação do País nas duas feiras tem o apoio do Brazilian Leather, projeto de incentivo às exportações de couro realizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

APLF ASEAN, em Bangkok

Foram 21 empresas brasileiras ligadas ao setor de curtumes participando da APLF ASEAN. Como alternativa aos entraves ainda existentes para viagens à China e Hong Kong, e convergindo para o crescimento da matriz de produção de manufaturados para o Sudeste asiático, a organizadora mundial de feiras APLF realizou esta edição em Bangkok com aprovação do público fornecedor e de clientes. Foram mais de 200 expositores à disposição de visitantes de diversos países e também compradores especialmente convidados para o evento (inclusive, com a realização de rodadas de negócio). Projetos paralelos levaram ainda mais conhecimento e tendências à feira - como mostras de produtos inovadores

(originados em parceria com institutos de pesquisa) e espaços de informação e detalhamento sobre os atributos do couro.

ANPIC, em León Na ANPIC, foram quatro curtumes do Brasil no rol de expositores - o dobro em relação à edição de outubro de 2021. O México é um mercado que tem tido importante participação nas exportações de couro do Brasil - já ocupa a 7ª colocação e responde sozinho por 3,5% de todas as vendas brasileiras de couros ao mercado externo - e a feira ANPIC é a plataforma consagrada para o início de qualquer relacionamento comercial com o país. Retornos positivos dos expositores e clientes marcaram a mais recente edição - a 60ª da história do evento.

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TRABALHO CIENTÍFICO RECEBE PRÊMIO DO IBTEC

na Mostratec A

mio IBTeC de Inovação teve como título Adaptação de calçado para pessoas com dismetria. Com a conquista, os alunos Gabriel Ferreira, Lucas Bernardes de Lima e Melissa Oliveira Westhauser, do Colégio Santa Catarina, de Novo Hamburgo/RS, que foram orientados pelo professor Marcelo Araújo Machado, receberam três passagens para participarem da Febrace - Feira Brasileira de Ciência e Engenharia, que acontecerá no Campus da USP, em São Paulo/SP, em março de 2023. Antes de chegar à decisão final, um grupo de técnicos e pesquisadores do Instituto de Tecnologia fez uma pré-seleção de 14 trabalhos entre todos os concorrentes da mostra tecnológica,

Mostratec 2022 - Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, realizada de 25 a 27 de outubro em Novo Hamburgo/RS pela Fundação Liberato Salzano Vieira da Cunha, apresentou mais de 600 trabalhos científicos de alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, incluindo a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, de 21 estados do Brasil e de seis países. O reconhecimento aos trabalhos vencedores aconteceu na noite de 28 de outubro, no Teatro da Feevale, e o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) foi uma das instituições premiadoras. O trabalho escolhido para receber o Prê-

Os autores também foram destacados como os primeiros colocados da mostra na categoria em que concorreram

FOTOS LUÍS VIEIRA

A pesquisa selecionada tratou sobre sistema para a adaptação de calçados para pessoas com dismetria

levando em conta uma série de critérios pré-estabelecidos. Desses 14, cinco foram os mais bem-pontuados, e o que tratou sobre calçado para pessoa com dismetria se destacou como o vencedor. O coordenador da Unidade de Materiais, Ademir de Varga, e o coordenador do Laboratório de Biomecânica, Dr. Rudnei Palhano, representaram a presidência do IBTeC na premiação. A pesquisa vencedora teve como ponto de partida as necessidades de um dos alunos integrantes do grupo de pesquisa que, por ser portador de dismetria, sente dificuldades para adaptar os calçados que compra, visando a obter mais conforto e funcionalidade durante o uso.

Os vencedores terão os custos pagos para participarem da próxima Febrace, em SP

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Tema: Adaptação de calçado para pessoas com dismetria Resumo Analisando o panorama das pessoas com dismetria no Brasil, percebeu-se, através de pesquisas nas áreas de moda acessível e de adaptação de calçados, uma insuficiência que denotava a necessidade de uma medida de intervenção: a criação de uma sola acoplável e adaptável, capaz de atender ao maior número possível das diferenças entre os membros inferiores. Problema/hipótese Como desenvolver uma sola de calçado acoplável, ajustável, de adaptação gradativa e de fácil acesso e produção? Através de pesquisa sobre o assunto de adaptação de calçados, com auxílio de profissionais das áreas da saúde e da sapataria e com a assistência de modelagem e de desenvolvimento de um protótipo por parte de especialistas. Justificativa A alta ocorrência de pessoas com alguma diferença de comprimento entre seus membros inferiores (70% da população mundial), a caracterização do processo de adaptação como oneroso, restrito, difícil e moroso e a dificuldade de acesso a tratamento adequado quando a diferença representa perigo ao indivíduo denotam a necessidade de novas alternativas que

Realização: Gabriel Ferreira, Lucas Bernardes de Lima e Melissa Oliveira Westhauser Orientação: professor Marcelo Araújo Machado Instituição: Colégio Santa Catarina, de Novo Hamburgo/RS

mitiguem os efeitos do óbice. Metodologia O presente projeto se trata de uma pesquisa aplicada a qual apresenta uma abordagem quantitativa voltada à produção da sola, de caráter aplicado quanto aos objetivos e intervencionista e experimental quanto aos procedimentos técnicos. Foram realizadas pesquisas, entrevistas e, juntando as informações, o desenvolvimento do protótipo. Objetivo geral Produzir uma sola acoplável e ajustável à grande maioria de calçados, sendo essa acessível e resistente. - Realizar uma pesquisa para entender as bases da adaptação de calçados e o panorama da área na região de Novo Hamburgo/RS. - Idealizar um protótipo da sola em questão através do contato com fisioterapeutas e sapateiros. - Construir um modelo físico do protótipo com o uso de equipamentos próprios para o objetivo. Resultados Através da união sinérgica dos conhecimentos sobre adaptação de sapatos, dismetria, impressão 3D e moda inclusiva obtidos, juntamente com o auxílio da empresa Perini 3D, foi possível desenvolver um modelo 3D e pro-

tótipo impresso do projeto, mais voltado às finalidades demonstrativas, não devendo ser testado. O próximo foco é fazer as testagens práticas do projeto, ainda não performadas. Considerações finais Foram desenvolvidas três etapas principais de ideação, correção e aprimoramento das funcionalidades e características do conjunto de solas, visando à sua concretização efetiva. Os materiais escolhidos para a sola, antes dos testes, foram: polímero ABS (para as solas intermediárias e apical inferior) e alumínio (para os rebites e chapas fixadoras). A impressão do protótipo ocorreu em 15 de setembro de 2022, sendo voltada, nessa versão, somente para explicação (impressão em resina). O tamanho da impressão foi realizado para modelos 41/42. Testes sobre suas funcionalidades práticas a serem realizados (outra impressão necessária). Aspectos notórios - Custo-benefício; - Acoplabilidade a vários calçados; - Facilidade e abrangência de produção; - Possibilidade de adaptação gradativa; - Personalização; - Permissão de autodeterminação por parte do utente.

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VERÃO 22/23 SPORT

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NOTAS MIX DE TEXTURAS Para o verão 2022/23, a Usaflex aposta em um mix elegante de texturas, tramados e muita cor, tudo com um toque de glamour. “Nesta época do ano, a maior conexão com a natureza reflete diretamente no estilo, por isso, trazemos a leveza, o toque rústico e os detalhes artesanais. Mantivemos a tendência do uso de couros metalizados e a combinação de brilho com cores vivas que predominam no verão”, diz Berta Wilbert, analista de marketing estratégico da Usaflex.

DESIGN 3D

NOVO DESIGN Swarovski e Aquazzura colaboraram para lançar a nova e deslumbrante sandália Aura como a mais recente adição ao Swarovski Creators Lab. Celebrando o 10º aniversário da marca de calçados italiana, esta colaboração inaugura um novo design de calçados numa gama de cores vibrantes enfeitadas com cristais Swarovski. A parceria é certamente uma combinação perfeita, uma vez que Swarovski e Aquazzura compartilham o mesmo compromisso com o artesanato e a arte refinada.

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A Hugo Boss, marca de moda alemã, utiliza o Adobe Substance 3D para fotos de referência e poderosas capacidades de IA para replicar texturas complexas de tecido, tais como malhas e bordados. Da mesma forma, utiliza Adobe Substance 3D Painter e Adobe Substance 3D Stager para ajudar a refinar as cores e a iluminação. A grife irá utilizar a tecnologia 3D para criar vestuário, acessórios e calçado com modelos ultra-realistas e experimentar com tecidos e cores diferentes. O resultado é uma maior liberdade criativa e conveniência para os estilistas. Os investimentos em design 3D também apoiam os esforços da empresa em torno da moda sustentável e reduzem a produção de conteúdos.

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EMBRAPII VAI INVESTIR ATÉ R$ 60 MILHÕES

em inovações que unam indústria e startups PROJETOS DEVEM A ENVOLVER O

Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) vai selecionar projetos de inovação que buscam o desenvolvimento de novas rotas tecnológicas em tecnologias digitais. As propostas apresentadas devem ter valor mínimo de R$ 5 milhões e poderão receber até 90% de seu custo de desenvolvimento financiados com recursos não reembolsáveis. No total, serão disponibilizados R$ 60 milhões para a seleção de projetos. A iniciativa faz parte do Programa de Fomento Basic Funding Alliance (BFA), cujo objetivo é promover a inovação aberta, por meio de alianças entre empresas, startups e Unidades EMBRAPII. Interessadas devem se unir e firmar parceria com Unidades integrantes da Rede MCTI/EMBRAPII de Tecnologias e Inovação Digital. A apresentaão das propostas iniciou a partir do dia 25 de outubro.

Áreas Envolvidas A seleção vai contemplar soluções inovadoras em seis áreas-focos específicas: - Conectividade Ubíqua - que inclui desafios relacionados a Tecnologias 5G e 6G; - Novas formas de Interação Humano-Computador (IHC); - Dispositivos Ciberfísicos Digitais Avançados; - Inteligência Artificial (IA) & Ciência de Dados; - Cibersegurança & Privacidade; - Tecnologias Quânticas. “As tecnologias disruptivas podem

dar origem a significativas mudanças no padrão produtivo da indústria nacional e revolucionar diversos mercados. Há perspectivas de grande impacto na agricultura, saúde, educação, energia e outras áreas”, destaca o diretor de Planejamento e Relações Institucionais da EMBRAPII, Igor Nazareth. As alianças de BFA podem unir empresas do mesmo setor, da mesma cadeia produtiva, ou até atuantes em diferentes áreas, desde que compartilhem do mesmo desafio tecnológico. “Com o Basic Funding Alliance, é possível estruturar alianças para desenvolver novas rotas tecnológicas, gerando inovações disruptivas com alto potencial de mercado”, finaliza Nazareth. A Rede MCTI/EMBRAPII de Tecnologias e Inovação Digital conta com 25 Unidades EMBRAPII conectadas para apoiar a indústria nacional a superar seus desafios tecnológicos.

DESENVOLVIMENTO DE NOVAS ROTAS TECNOLÓGICAS EM TECNOLOGIAS DIGITAIS; ORGANIZAÇÃO VAI APOIAR ATÉ 90% DO VALOR DO PROJETO

Sobre a EMBRAPII A EMBRAPII oferece a empresas nacionais que desejam inovar recursos não reembolsáveis e um ecossistema de 76 Unidades EMBRAPII, que são centros de pesquisas de todo o País. Mais de 1.600 projetos já receberam o apoio da EMBRAPII, totalizando mais de R$ 2,2 bilhões em investimentos. A disponibilização desse fomento é resultado do contrato de gestão celebrado entre a EMBRAPII e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Economia (ME).

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O FUTURO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA

onvidados para debaterem o tema O futuro da exportação brasileira de calçados em mais uma edição do Happy Hour com Tecnologia do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), os empresários João Fernando Hartz, diretor da Sunset Agenciamento e Intermediações e da HG, e Maurício Wendling, gerente comercial da Calçados Wirth, traçaram um panorama do que esperam para o futuro próximo nesta área que tem sido motivo de excelentes resultados ao longo de 2022. Os dois convidados representam empresas que têm muita tradição na área de exportação, e que sempre estiveram ligadas à atividade, independentemente da situação do mercado internacional. Maurício Wendling apresentou a Calçados Wirth lembrando que a corporação completará no próximo ano 75 anos de atividades ininterruptas. Hoje, a empresa conta com 1.200 colaboradores diretos, responde por uma produção de 8 mil pares por dia, e exporta seus produtos para mais de 50 países. João Fernando apresentou a Sunset, uma companhia de exportação, que além de clientes internacionais, também atendeu o Grupo Arezzo por muitos anos. Em abril de 2022 a Sunset foi adquirida pelo Grupo Arezzo, e João Fernando tornou-se diretor da empresa no desenvolvimento de questões de exportações e abastecimento. A HG, criada em 1992 com foco na produção de calçados para exportação, com as mudanças provocadas pelo crescimento do mercado asiático, recebeu um novo rumo e foi transformada em fábrica de bolsas, para atender especificamente o Grupo Arezzo, se

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de calçados C

Assunto foi tema em Happy Hour no IBTeC

tornando a principal fábrica de bolsas do Grupo. Questionado sobre o bom momento vivido pelos exportadores de calçados, que em 2022 acumulam mensalmente superávits significativos, João Fernando enfatizou que a chegada deste momento foi acelerada pela pandemia, mas é resultado de um movimento que já vinha sendo sentido no mercado internacional nos últimos anos. Grandes consumidores internacionais de calçados, especialmente Estados Unidos, já vinham tendo problemas com os fornecedores chineses, que davam sinais de saturação de sua capacidade de oferecer preços e garantir prazos de entrega. Com a chegada da pandemia, fechamento total da China e sem poder viajar para buscar novos fornecedores, países como os EUA se voltaram para players que já tinham sua capacidade de produção e entrega reconhecidos. “Foi aí que o Brasil se encaixou para um retorno à condição de parceiro comercial. Isto aconteceu especialmente com Estados Unidos e países da Europa”, lembrou João Fernando. Com a situação o Brasil teve a oportunidade de retomar relacionamentos antigos, abrir novas parcerias, e recuperar sua condição de exportador de calçados nos últimos dois anos. Mesmo assim, João Fernando con-

sidera que o segundo semestre de 2022 não oportunizará os mesmos números positivos, porque a economia americana já está vivendo uma exceção e a Europa será atingida por consequências da guerra da Ucrânia, e deveremos ter um travamento dos negócios internacionais em geral. Os países do Hemisfério Norte, tanto Europa quanto Estados Unidos, estão bem estocados, e não deverão manter o ritmo de compras que a gente observou no primeiro semestre, adiantou. A orientação que o empresário dá para quem trabalha com exportação é não desistir destes mercados, manter os contatos, aceitar fechamento de negócios com volumes menores, para assegurar os relacionamentos, e quando a economia voltar a crescer, a recuperação será automática e natural. “O propósito da Sunset é nunca abandonar as exportações, como tem feito ao longo de todo este tempo”, considera João Fernando, que acredita muito na importância das exportações brasileiras de calçados. Maurício Wendling afirmou que Calçados Wirth também nunca deixou de acreditar na exportação e enfatizou que o Vale do Sinos está muito bem estruturado, com uma cadeia de fornecimento muito boa, empresas que atuam como agentes de interligação com o mercado internacional e, principal-

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mente, uma história de muitos anos de contatos com os grandes compradores internacionais de calçados, que precisam ser mantidos e permanentemente alimentados. Lembrou o histórico da Calçados Wirth, que nunca deixou de exportar, nem nos momentos mais difíceis, porque o entendimento da empresa é de que os relacionamentos são o seu principal capital. Para Maurício Wendling, o Brasil precisa reestruturar seu sistema exportador. “Ao longo dos últimos 30 anos, com as perdas de participação no mercado internacional, as empresas se voltaram muito para o mercado interno. Neste momento especificamente, deveremos mais uma vez sofrer reveses provocados pela situação energética na Europa e pela retração da economia americana, mas a gente não deve desistir, assim como nós na Wirth não desistimos em outros momentos.” Ele lembrou ainda que a Wirth nunca deixou de participar das feiras internacionais, justamente para manter os contatos e solidificar as parcerias internacionais, independentemente de situação cambial ou realidade econômica internacional. Na opinião de Maurício, “a gente pode ter momentos mais consistentes nos próximos anos, se estivermos preparados”. No seu entendimento, as empresas exportadoras precisam manter os vínculos e inclusive investir para fortalecer estes relacionamentos. Sobre a questão de valor agregado dos produtos exportados pelo Brasil, João Fernando respondeu que “realmente, o Brasil é reconhecido por sua capacidade de produzir calçados em couro de ótima qualidade, com excelente acabamento. Nós temos mão de obra especializada para trabalhar a matéria-prima e as melhores tecnologias nas indústrias”, afirmou. De acordo com João Fernando, a vantagem competitiva do Brasil neste quesito está na qualidade e na procedência dos materiais e não no preço, embora sejamos muito competitivos e esteja-

mos posicionados no mercado internacional como um grande fornecedor de chinelos, com Havaianas e Grendene, duas empresas extremamente importantes e dois produtos que dominam as exportações brasileiras. E como o Brasil vai desenvolver suas exportações de calçados daqui para a frente? Para João Fernando a resposta é através do valor, trabalhando velocidade de entrega, produto de qualidade e com flexibilidade de volumes. “Cada vez mais os mercados levarão em consideração tempo de abastecimento. O pulo do gato para a exportação brasileira poderá ser se posicionar através de velocidade em um produto pelo qual somos reconhecidos, que é o sapato de couro”, acredita João Fernando. Maurício lembrou que a Calçados Wirth tem marca própria e oferece também a opção de desenvolver coleção criada pela equipe da própria Wirth, mas com a marca do cliente. Sobre a conquista de uma participação mais significativa em outros mercados, como Europa, João Fernando lembra que no continente o Brasil já tem uma participação que pode ser considerada importante, mas é um mercado que oferece muita concorrência para os nossos fabricantes, porque a produção europeia é forte, e tem grandes vantagens, como a proximidade geográfica, e com isto, a agilidade de entrega. Além de ter a China e a África como fornecedores muito próximos e que hoje estão estabelecidos como fornecedores de calçados para todo o continente europeu. Na opinião de João Fernando o Brasil tem que pensar muito em quais os mercados a Ásia tem mais dificuldade em abastecer, e estas talvez sejam as nossas próximas grandes oportunidades. Mencionou custos e disponibilidades para resolver questões logísticas, e sugere que o Brasil deve focar nos vizinhos da América do Sul como potenciais clientes. “A ideia é repensar nosso mapa, sem deixar de atender bem os mercados

com os quais já temos relacionamento”, admite o empresário. Quando se fala em mercados como Emirados Árabes, João Fernando entende que seja difícil. “Vamos ter dificuldade de concorrer com preços, porque os custos com transporte e logística serão muito altos para compensar a venda de volumes menores. Mas é uma região que precisa ser vista com atenção”, considerou. Perguntado especificamente sobre a Argentina, Maurício Wendling afirmou que apesar das dificuldades políticas e econômicas que o país vive periodicamente, é um mercado muito fiel, que gosta do produto brasileiro, e que quer a manutenção do vínculo, apesar de todas as barreiras que o governo cria o tempo todo. “A Calçados Wirth exporta para a Argentina há 30 anos, eles acreditam muito na força do mercado brasileiro e gostariam de comprar mais, mas sofrem com as travas impostas pelo governo argentino, que dificultam muito esta relação comercial”, contextualiza. Pensando em futuro, João Fernando Hartz salientou que “o importante é manter a curva ascendente, através da alimentação dos relacionamentos que o Brasil já tem, e com a busca de novos horizontes”. Maurício Wendling entende que o Brasil tem tudo para manter a curva ascendente de resultados nas exportações. “Hoje, a gente não está mais vendendo produtos apenas, estamos vendendo imagem e conceito internacional”, defendeu. Na visão de João Fernando, o Brasil já é um player importante da indústria calçadista no mercado internacional. Ele enfatizou que o país passou de um fornecedor de produtos para se transformar em um produtor de marca e design. O Happy Hour com Tecnologia acontece uma vez por mês e tem como patrocinadores Grendene, Ramarim, Solvay Group/Rhodia, Unimed Vale do Sinos, Zahonero e Revista Tecnicouro.

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consumidor Phygital A s vendas no comércio eletrônico cresceram substancialmente nos últimos anos. Exemplo disso é que em 2025 elas devem chegar a marca de 7,4 trilhões de dólares mundialmente. Esses dados são da consultoria E-marketer. Uma projeção feita pela Global Payments Report, aponta que no Brasil, até 2025, as vendas do e-commerce devem crescer em até 95%. Muito do que se considera como uma compra online pode ser visto como um mix entre uma loja virtual e física. Por isso, a jornada de compra do consumidor se tornou um processo mais complexo. De acordo com Marcel Alessi Soccol, da Datafrete, atualmente o consumidor busca um produto na internet, experimenta em uma loja física, compara os preços nos mais diversos canais de venda e fecha a compra através de aplicativos que geram descontos, e por fim, retira o produto na loja física. “Hoje, isso pode ser chamado de Phygital, ou seja, uma junção das experiências offline e o online. Esta palavra representa o comportamento cada vez mais multifacetado, tornando-se mais complexo segmentar somente online ou offline”, explica. Marcel ainda explica que a tendência de integrar o ambiente físico e virtual vem crescendo constantemente, visando a gerar uma melhor experiência ao consumidor. “Esta possibilidade de integrar lojas físicas, virtuais e compradores significa: implementar ferramentas de integração de estoque, de preços, de meios de pagamento, entre outras.” Atualmente, segundo uma pesquisa recente da Dunnhumby, dois terços dos brasileiros fazem compras de empre-

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Atualmente a jornada de compra envolve etapas nas lojas físicas e virtuais e um dos maiores desafios para agradar aos clientes está relacionado ao frete

sas com estratégias omnichannel. “No omnichannel não basta oferecer mais canais de compra. É preciso integrá-los”, alerta.

Frete de qualidade: desafios de atender o consumidor Phygital Na busca de oferecer melhores serviços a um público cada vez mais exigente, muitas empresas buscaram criar estratégias de frete para seus mais diversos canais: e-commerce próprio, marketplace, loja física e outros. Uma empresa de Blumenau/SC viu seus negócios expandirem com soluções focadas para atender empresas que operam com o omnichannel. A Datafrete é uma plataforma que unifica os processos de frete dos mais diversos canais, facilitando a gestão de frete e de indicadores. A ferramenta permite que sejam criadas regras de frete específicas para cada canal de venda, acompanhando a estratégia de marketing da empresa.

FOTO IJEAB/FREEPIK

CRESCEM AS VENDAS PARA O

Marcel conta que existem vários desafios para atrair e satisfazer o cliente final. “Podemos citar como exemplo a parte do frete, em garantir a chegada do produto no menor tempo possível e com preço acessível. Se não tiver uma boa gestão neste processo, dificilmente o sucesso desta etapa será alcançado”, considera.

Sobre a Datafrete Localizada em Blumenau, Santa Catarina, a Datafrete é uma empresa com foco no desenvolvimento de soluções para a gestão de fretes embarcador. O sistema integra e-commerces e indústrias com as transportadoras, facilitando os processos. As principais soluções oferecidas são cotação de frete, gestão de expedição, rastreamento de entregas, auditoria de faturas, ferramentas de business intelligence (BI) e serviços de consultoria logística. Um software desenvolvido para entregar a melhor gestão dos fretes, com redução de custos, melhoria na visibilidade das entregas e aumento das vendas.

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SERASA EXPERIAN REALIZA AÇÃO DE RENEGOCIAÇÃO

para tirar brasileiros do vermelho Patamar alcançou 67,6 milhões de pessoas com nome negativado; Serasa Limpa Nome oferece renegociação de dívidas com até 90% de desconto

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Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor registrou mais um recorde desde o início da série histórica: 67,6 milhões de pessoas estão com o nome negativado no País. Frente à necessidade de oferecer soluções para os brasileiros renegociarem dívidas, a Serasa Experian realiza uma força-tarefa do Limpa Nome com até 90% de desconto e possibilidade de parcelamento em até 36 vezes sem juros. Segundo a gerente do Serasa Limpa Nome, Aline Maciel, essa foi uma solução proposta depois de ouvirem 2.645 consumidores endividados no Brasil e conta com o apoio de empresas para possibilitar a recuperação do poder de compra dos brasileiros sem impactar a renda mensal. “Quando um inadimplente renegocia o débito, a dívida sai do seu nome logo após pagar a primeira parcela, o que o auxilia a retomar crédito”, explica Aline. “A ação foi a maneira que as empresas envolvidas encontraram para conter a alta da inadimplência”, complementa. Ainda de acordo com o indicador, o setor com mais dívidas negativadas é o de Bancos e Cartões (28,6%), se-

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guido de Utilities, que compila contas básicas como água, gás e energia (22,2%), Financeiras (13,7%), Varejo (12,4%), Serviços (10,1%), Telefonia (6,8%) e Securitizadoras (2,1%). O levantamento estima, ainda, que 41,8% da população adulta no Brasil esteja inadimplente e mostra que a maior parte de pessoas com nomes negativados possui entre 26 e 40 anos. “Os recordes consecutivos da inadimplência do País refletem a alta da taxa básica de juros e a inflação ainda elevada, que impacta a realidade financeira dos brasileiros. Com a previsão de que este cenário ainda leve algum tempo para estabilizar, ações como a do Serasa Limpa Nome se fazem imprescindíveis. O consumidor que quiser, ainda, contar com outros recursos para sair do vermelho pode verificar, por exemplo, a possibilidade de utilizar o aumento do Auxílio Brasil, que passa de R$ 400 para R$ 600 por mês até dezembro deste ano”, avalia o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Na comparação estadual, São Paulo fica no topo do ranking com 16 milhões de inadimplentes, seguido do Rio de Janeiro (6,8 milhões) e Minas Gerais (6,4 milhões).

Mais opções de renegociação de dívidas Em julho, a Serasa concedeu mais de R$ 3,5 bilhões em descontos nas negociações realizadas pelo Serasa Limpa Nome. Para auxiliar os consumidores a saírem do vermelho a companhia, junto a empresas parceiras, disponibilizou mais de 23 milhões de dívidas para negociação até R$ 100 e mais de 68 milhões até R$ 1.000. As mulheres foram as que mais utilizaram o serviço de renegociação da Serasa, representando 54% do total. Para pagar as dívidas com descontos e parcelamentos, o consumidor deve consultar o Serasa Limpa Nome pelos canais oficiais: Aplicativo - disponível no Google Play e na App Store WhatsApp - (11) 99575-2096 Mais de 6 mil agências de Correios espalhadas pelo Brasil Telefone: 0800 591 1222 Site oficial do Serasa Limpa Nome

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VENDAS ONLINE CRESCERAM EM MÉDIA

45% no 1 semestre o

No ranking do interesse dos consumidores, vestuário e acessórios lideram com 34,8% sendo a maior participação nas vendas online via afiliados

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pesar da instabilidade econômica que gera esse temor de impacto no consumo, os brasileiros recorrem cada vez mais ao e-commerce para comprar os itens de que precisam. E essa prática tem sido impulsionada por produtores de conteúdo que veiculam anúncios online em troca de comissões, dentro da prática conhecida como marketing de afiliados. Dados da Rakuten Advertising referentes ao mercado nacional indicam que, nos primeiros seis meses deste ano, as conversões em vendas intermediadas por sua rede de afiliados representaram mais de 54% do total registrado em 2021. Na comparação anual, a evolução média de janeiro a junho de 2022 é de 45%. Tendências semelhantes também foram observadas no volume de pedidos, que no mesmo período registraram 58% do total obtido em 2021; e também no volume de cliques, que já chegou a 52% do total registrado no ano passado. A relação entre pedidos e cliques (O/C) mostra que cada vez menos cliques são necessários para que um pedido seja gerado por intermédio da rede de afiliados. O indicador mostrou forte evolução em boa parte do primeiro semestre deste ano com avanços mensais que chegaram a até 55% na comparação anual. No

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geral, o percentual cresceu de 3,4% em 2021 para 3,9% nos seis primeiros meses de 2022. A queda de 6% no ticket médio (AoV) em comparação com 2021 pode ter ocorrido por dois motivos principais. Um deles é o maior alcance dos anúncios veiculados por afiliados, que agora impactam de forma mais ampla diferentes perfis de consumidores - ou seja, há cada vez mais espaço para todos os bolsos e uma maior variedade de produtos anunciados. A outra razão é a queda no poder aquisitivo, que leva os brasileiros a economizarem mais diante de um cenário incerto. Dentre as categorias de produtos que mais se destacaram, o ranking do interesse dos consumidores é liderado pelo setor de vestuário e acessórios - que obteve a maior participação nas vendas online via afiliados (34,8%) entre o quarto bimestre de 2021 e o segundo bimestre de 2022. Em seguida aparecem lojas de departamento (16,3%), eletrônicos (12,5%), beleza e cuidados pessoais (7,4%), casa e decoração (7,2%) e saúde e bem-estar (6,8%). Nesse mesmo período (desde o último bimestre de 2021), cupons e vouchers lideraram amplamente (com 52% de participação nas conversões) como a categoria primária de vendas usada para contemplar

os consumidores que fizeram compras após clicarem nos anúncios. Em seguida, com 22,6%, está o pagamento de recompensas de fidelidade (loyalty/reward), a exemplo do cashback. “Mesmo em um período de instabilidade econômica, os consumidores brasileiros continuam desenvolvendo o hábito de comprar online, potencializado inicialmente pela pandemia e que continuará crescendo nos próximos anos”, diz Luiz Tanisho, vice-presidente da Rakuten Advertising no Brasil, que conta com uma rede mundial de 150 mil publicitários ativos e é especializada em tecnologia para publicidade e marketing digital. “O aumento expressivo nas vendas intermediadas por parceiros de conteúdo ratifica o crescimento dessa prática cada vez mais importante para incrementar as receitas dos anunciantes em diversos segmentos. O cenário desenhado a partir da evolução do marketing de afiliados é amplamente positivo para as vendas do e-commerce”, afirma. A empresa tem atuação focada em marketing de afiliados, modalidade de publicidade online na qual uma rede de produtores de conteúdo parceiros divulgam produtos e serviços de anunciantes em troca de comissão por venda, clique ou outra ação específica.

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INFLAÇÃO E RENDA INFORMAL IMPACTAM A CESTA

de consumo dos brasileiros C om inflação acumulada em 17% nos últimos 27 meses e renda informal crescendo 103% (média mensal de R$ 327 em 2020 para R$ 662 em 2021), está cada vez mais desafiador para o brasileiro manter o mesmo patamar de consumo. O valor desembolsado com uma cesta de 120 categorias compostas por alimentos, bebidas, limpeza doméstica e higiene e beleza cresceu 13%, porém o volume levado para casa diminuiu 5%. Isso porque o preço médio dos produtos aumentou 14%, mais do que o crescimento em faturamento do mercado. As informações são do Consumer Insights 2022, relatório produzido pela Kantar, líder em dados, insights e consultoria. Dentro desse contexto, se alimentar fora de casa é ainda mais desafiador e, para compensar a alta de preços e suprir o desejo de comer fora de casa, o consumidor tem negligenciado as refeições completas, que ficaram 21% mais caras principalmente na hora do almoço, com um tíquete médio de R$ 43,94. A visita aos estabelecimentos para os almoços no primeiro trimestre caiu 25% em comparação com o período pré-pandemia. Para balancear esse aumento, a saída encontrada foi buscar os petiscos (snacks), que ficaram 11% mais caros, porém bem abaixo do aumento das refeições completas e com um tíquete médio quatro vezes menor. Balas e gomas (+11%), sorvetes (+8%), chocolates (+6%) e biscoitos e bolos (+5%) foram as categorias que

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mais cresceram em ocasiões de consumo.

Consumo por região O carrinho de quem mora na região Norte é, segundo o estudo, o maior do País. No primeiro trimestre de 2022, o nortista levou para casa em média 15 categorias de produtos a cada visita ao ponto de venda. O aumento de preços da região foi bem abaixo da média das sete principais regiões avaliadas pela Kantar, da ordem de 4,5%, versus 13,7%, e com isso o nortista conseguiu aumentar o consumo em 18,9%. Isso principalmente em domicílios das classes C e DE, que compraram seus produtos no varejo tradicional e em pequenos varejos, responsáveis por 7% e 11% desse crescimento, respectivamente.

ESTUDO APONTA AUMENTO DE 14% EM ALIMENTOS, BEBIDAS, LIMPEZA E HIGIENE

Indústria têxtil encerra primeiro semestre com queda no consumo de energia

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indústria têxtil brasileira reduziu a produção no primeiro semestre deste ano e, consequentemente, reduziu em 3% sua demanda por energia elétrica, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com levantamento periódico da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Entre janeiro e junho, foram consumidos 658 megawatts médios, com redução principalmente na classe de fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico (-26,6%), seguido por preparação e fiação de fibras de algodão (-7,4%) e tecelagem de fios de fibras artificiais sintéticas (-6,8%). Na avaliação da CCEE, o setor foi fortemente impactado pelos altos preços de matérias-primas no mercado internacional e ainda atravessou uma crise logística, que provocou atrasos e prazos maiores para entregas da Índia e, principalmente da China, que fechou um dos maiores portos do mundo para conter o avanço de mais uma onda de Covid-19. Os estados que registraram os maiores declínios no consumo de energia neste setor foram Sergipe (-18,6%), Paraíba (-14,5) e Minas Gerais (-9,7%). Os dados fazem parte do monitoramento em indústrias e grandes empresas que compram eletricidade no mercado livre.

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SEBRAE E CAIXA CRIAM PROGRAMA PARA ATENDER 30 MILHÕES

de mulheres empreendedoras C om o objetivo de possibilitar a independência financeira de mulheres de todo o País por meio do empreendedorismo, foi lançado em outubro o programa Caixa Pra Elas - Empreendedoras. A iniciativa conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para atender 30 milhões de mulheres empreendedoras, com atenção especial àquelas em situação de mais vulnerabilidade e beneficiárias do Auxílio Brasil. Durante o evento, o presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou que a entidade está preparada para enfrentar o desafio de apoiar as mulheres que sonham em ter seu próprio negócio. “É um desafio prazeroso pois não há nada melhor do que servir e contribuir para a realização de sonhos e o Sebrae se coloca neste papel de acolhimento seja presencialmente ou virtualmente, oferece cursos online e gratuitos e ainda atua para o acesso ao crédito orientado, o que considero o mais importante”, declarou. A iniciativa faz parte da estratégia de promover uma série de ações voltadas para as mulheres que desejam se formalizar ou precisam de incentivo para desenvolver os seus pequenos negócios. Além disso, oferece produtos e serviços personalizados para o público feminino e integra uma rede de proteção contra violência contra a mulher.

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Detalhamento

As ações foram estruturadas em uma rampa empreendedora dividida em três frentes: formalização e instruções para atuar como microempreendedoras individuais (MEI); capacitação com mais de 200 horas de cursos online e gratuitos do Sebrae e acesso a soluções bancárias e de crédito com condições mais vantajosas. Na ocasião, a presidente da Caixa, Daniella Marques, destacou o empreendedorismo como oportunidade que vai além de geração de renda. “É preciso entender o empreendedorismo não somente como uma ferramenta de redução de desigualdade para todos, mas principalmente como uma porta de saída de relações abusivas e os nossos produtos e serviços foram criados com serviços exclusivos para as mulheres”, ressaltou. A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Brito, foi uma das autoridades que prestigiaram o evento na sede da Caixa Cultural, em Brasília. Segundo ela, o programa trata da liberdade das mulheres do ponto de vista dos direitos humanos. “Mais de 45% das famílias brasileiras são chefiadas por nós mulheres então quando falamos de autonomia econômica, falamos da oportunidade desta mulher voltar a sonhar e isso inclui a prevenção de todos os tipos de violência no seio familiar.”

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ACI COMEMORA SEUS 102 ANOS

de atuação A

senta os empresários da região desde 1920, amplia sua relevância com uma série de inovações, totalizando cerca de 15 produtos, entre inéditos e modernizados, que a tornam mais ágil, forte, sustentável e representativa. Com essas inovações, de acordo com ele, a entidade tem tudo que o associado precisa para prosperar: soluções de crédito e opções para contratar, qualificar e cuidar das pessoas, melhorar a gestão, utilizar a inteligência comercial, exportar e implementar inovação. Na sequência, Eduardo detalhou o processo de diagnóstico interno (produtos, processos e pessoas) e externo (benchmarking e pesquisa com associados e ex-associados). O diagnóstico, que durou três meses, resultou em um plano de ação que vem sendo implementado desde abril de 2022. A execução está relacionada a criação de novas soluções aderentes às necessidades dos associados e da região; FOTO FÁBIO WINTER

Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos (ACI-NH,CB,EV,DI) comemorou 102 anos de fundação no dia 18 de outubro. A cerimônia, comandada pelo presidente Diogo Leuck e pelo vice-presidente de Gestão Estratégica, Eduardo Cansi, ocorreu à noite, na sede da entidade, e reuniu cerca de 150 participantes, entre dirigentes, ex-presidentes, associados, colaboradores e convidados. “Bem-vindo à nova ACI”, disse Diogo, em referência às transformações internas que a entidade realizou para adequar-se ao novo cenário global e, especialmente, às demandas das empresas associadas, que precisaram evoluir dez anos nos últimos dois, devido à pandemia. Conforme o dirigente, a atual gestão recebeu uma entidade forte, porém com necessidade de mudar. Por isso, a instituição, que repre-

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revisão do portfólio de produtos e processos; otimização de procedimentos internos e realocação, qualificação e ampliação da equipe em busca de sustentabilidade através da diversificação das fontes de receita.

Olhar para fora e para dentro Conforme o presidente, no âmbito do benchmarking, a entidade olhou para as principais ACIs do País, com amplo portfólio de produtos e serviços (saúde, educação e negócios) e foco na sustentabilidade financeira são diferenciais. E entendeu a sua própria realidade através de pesquisa com mais de 300 empresas, entre sócias, ex-sócias e não sócias. Com base nas suas sinalizações convergentes, reestruturou-se para obter maior representatividade para todos os segmentos e tamanhos de negócios, criou produtos e serviços de valor diário percebido e passa a desenvolver uma comunicação mais ampla e próxima aos associados. “A nova ACI surge para dar suporte aos diversos segmentos que formam a sua base de associados e abre caminho a uma forte expansão da sua representatividade. O comércio gerou 13,7 mil empregos, a indústria 23,7 mil e os serviços outros 25,3 mil em 2021, nas cidades de Novo Hamburgo, Campo Bom, Estância Velha e Dois Irmãos. O Microempreendedor Individual (MEI), que nos dois últimos anos transformou-se em um ator muito importante, ao lado dos demais, agora passa a integrar o quadro de associados da entidade”, acrescenta.

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Nova estrutura operacional Para atender às demandas e propor novas opções aos seus associados, a entidade reordenou áreas, colaboradores, atividades e processos e formatou uma nova estrutura organizacional, composta por três células, que passam a operar com metas e indicadores de desempenho. Operações - Responsável por atividades como entrega de produtos, gestão de parcerias e sustentação operacional; Comercial - Responsável por vendas, retenção de associados e prospecção de oportunidades; Institucional - Responsável pelas atividades de comunicação, representatividade e institucionalidade. A ACI também está automatizando e modernizando uma série de processos internos que dão suporte aos seus produtos novos e antigos e a toda a gestão da associação. O departamento comercial recebeu um CRM e novos equipamentos que permitem maior capacidade de prospecção, uma venda ágil e um atendimento mais personalizado aos associados da ACI. O setor de comércio exterior teve todo o seu sistema de cobrança automatizado, de modo a poder absorver um maior volume de atividades, e a gestão de associados passa a ocorrer dentro do ERP, entre outros exemplos de modernização das atividades internas da ACI. As mudanças incluem a modernização da sede da ACI, iniciada pela reestruturação do térreo, que deixa de abrigar a área administrativo-financeira para se tornar o Espaço do Empreendedor.

Lançamentos do setor industrial cresceram em setembro

O

s lançamentos de produtos para atrair o consumidor às compras de fim de ano já se refletem no Índice GS1 de Atividade Industrial, medido pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. Em setembro, o índice apresentou crescimento de 11,9% na comparação com o mês anterior no dado livre de efeitos sazonais. Na comparação com setembro de 2021, apresentou crescimento de 22,4% e no acumulado de janeiro a setembro, crescimento de 2,4% com relação ao mesmo período de 2021. O terceiro trimestre fecha com o índice positivo. “A intenção de lançamento de produtos apresentou resultado positivo pelo terceiro mês consecutivo. A movimentação do trimestre fez com que o acumulado no ano superasse o realizado no período anterior”, relata Virginia Vaamonde, CEO da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. “Ainda assim, é esperado que 2022 encerre em um patamar similar ao realizado em 2021, já que, historicamente, o último trimestre do ano tende a apresentar resultados moderados”, prevê. Num comparativo entre as regiões, as indústrias do Nordeste tiveram melhor desempenho em agosto. Quanto aos setores, o que mais se destacou em agosto foi o de vestuário e acessórios. Este é o primeiro indicador antecedente de indústria a ser divulgado, medindo a intenção de lançamento de produtos no Brasil, por meio dos pedidos de códigos barras pelas empresas.

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IBTEC REUNIU LIDERANÇAS PARCEIRAS PARA COMEMORAR

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Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos IBTeC) reuniu lideranças empresariais, políticas, de instituições de ensino e de fomento parceiras para um jantar de comemoração dos 50 anos da instituição. O evento, que teve a presença de todos os colaboradores da instituição, reuniu em torno de 400 pessoas no NH Hall, em Novo Hamburgo, na noite de sexta-feira, 7 de outubro, data da comemora-

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ção do aniversário. As festividades iniciaram com uma bateria de fogos de artifício em recepção aos convidados, jantar, premiação a funcionários e empresas associadas, reconhecimentos, agradecimentos da presidência a todos que colaboraram para a trajetória de sucesso do IBTeC e show musical. A festa também foi um marco nesta virada de chave, quando a cadeia produtiva pode novamente se reencontrar em eventos presenciais.

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Homenagem na Câmara de Vereadores

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fundadores do IBTeC. Citou também o vice-presidente executivo, Dr. Valdir Soldi pela parceria nesta caminhada, e nominou os gestores de áreas que acompanharam a sessão. Paulo lembrou que a história do IBTeC, que começou com a indústria de calçados, hoje atende muitos outros segmentos, com um leque muito grande em sua capacidade de atuação. “Hoje, atuamos no Brasil inteiro e fora do Brasil, em regiões como China, Estados Unidos e Europa, além dos vizinhos da América Latina.” Salientou que além do trabalho de laboratórios, de qualidade e certificação, o instituto desenvolve consultoria para empresas de todos os portes, com pesquisa e inovação, para auxiliar as empresas brasileiras

a agregarem valor aos seus produtos e citou a Revista Tecnicouro, com mais de 40 anos de dedicação à divulgação do setor. O executivo agradeceu à Prefeitura de Novo Hamburgo pelo apoio, à Câmara de Vereadores pelo reconhecimento, e a todos os empresários que participaram da história da entidade, seja como membros da diretoria, do conselho, como associados, clientes ou parceiros. Agradeceu a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para construir essa história de sucesso. Para finalizar, lembrou os 116 colaboradores que no dia a dia prestam serviços com muita paixão e excelência, garantindo o futuro da entidade.

FOTO DIVULGAÇÃO CÂMARA DE VEREADORES

uma proposta do vereador municipal Enio Brizola (PT), no dia 5 de outubro, o IBTeC foi homenageado na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo/RS pelo aniversário de 50 anos da instituição. Além do proponente, os vereadores Gustavo Finck (PP) e Raizer Ferreira (PSDB) fizeram uso da palavra na sessão, enaltecendo a importância da instituição para a economia da cidade e da região. O presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, agradeceu a homenagem e, depois de apresentar o vídeo institucional da entidade e falar sobre a comemoração, ocorrida no dia 7 de outubro, fez uma menção especial ao empresário Ernani Reuter, conselheiro e um dos

Dr. Valdir Soldi (vice-presidente executivo), Ernani Reuter (membro do Conselho Deliberativo), Paulo Griebeler (presidente executivo), Enio Brizola (vereador proponente) e Marcela Chaves (Institucional, Cursos e Eventos do IBTeC)

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OPINIÃO Colunista Cláusulas Pétreas Constitucionais: o que são e para que servem?

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egundo Homero, na Odisseia, uma série de normas (por exemplo do os ventos tinham impelido o art. 5º ao 17º) das quais ficam à mercê da navio de Ulisses para perto prevalência da vontade da maioria - no da ilha das sereias. O seu canto era tão caso do Brasil as Emendas Constituciomelodioso, dizia-se, que, enfeitiçados, os nais (EC) precisam ser aprovados por 3/5 marinheiros se lançavam à água para se dos congressistas? Como provoca Ost, juntarem a elas... e para nunca mais vol“não compete a cada geração assumir o tarem. Curioso, Ulisses decidiu descobrir seu destino e reescrever o direito à sua esse canto, mas prudente, toma as medivontade”? Ou ainda, podem os mortos das necessárias para resistir ao encanto governarem os vivos? maléfico; depois de ter tapado os ouvidos O que temos a aprender com Ulisses dos seus marinheiros com cera, prendeué a ideia de prudência. A história demons-se ao mastro do barco. Assim preparado, tra que, de tempos em tempos, maiorias poderia ouvir sem ceder (Ost, Francois. Marciano Buffon ocasionais cometem atrocidades. InvaTributarista, O tempo do direito, Piaget.265/266). Eis advogado riavelmente movidas pelas paixões (as professor do PPGD da Unisinos parte do texto: “Quem delas se acercar, [email protected] piores conselheiras), forma-se um amplo insciente, e a voz ouvir das Sereias/ao apoio popular para que líderes, também lado desse homem nunca a mulher e os filhos estarão/para se invariavelmente autoritários e, por vezes despóticos, cometam regozijarem com o seu regresso;/mas as Sereias o enfeitiçam todo tipo de arbitrariedade - sobretudo contra direitos individucom seu límpido canto/sentadas num prado, e à sua volta estão ais - e se justifiquem tendo como fundamento o bem da coletiviamontoadas/ossadas de homens decompostos”. (https://www. dade, ou até mesmo uma divindade, a qual o tirano convence a culturagenial.com/livro-odisseia/). todos que a representa. Só para se afastar da atualidade, basta Ou seja, não fosse uma quase heresia explicar um poema lembrar o terrível Século XX e dos “ismos” por ele patrocinados épico que sobrepujou os tempos, poder-se-ia dizer, diante do - nazismo, fascismo, stalinismo, salazarismo, franquismo, para conhecido risco de ser devorado pelas sereias, que Ulisses de- falar apenas dos europeus - acaso, tais regimes não gozavam termina a seus marinheiros que protegessem com cera seus ou- de amplo apoio popular? vidos, e a ele próprio a determinação de ser atado ao mastro. Se Por isso, as cláusulas pétreas servem como uma espécie de tudo isso pudesse, enfim, ser resumido em uma palavra, talvez dique de contenção contra as paixões das maiorias e suas poessa palavra fosse prudência, em um contexto de resistência ao tenciais atrocidades e elas precisam ser garantidas por um poefêmero encantamento. der que não fique à mercê da vontade da maioria, cuja existênNa linha defendida por Ost, essa passagem da mitologia cia seja exatamente fundada na ideia de proteção das minorias grega serve para justificar a existência do que se denominam ou daqueles que não detêm poder (no caso do Brasil, o Judici“cláusulas pétreas constitucionais”. Essas normas atravessam o ário). Afinal de contas, é para isso que o direito – em larga metempo e não se submetem ao que Rousseau classificava como dida – serve: proteger quem não tem poder, pois, aqueles que “la volonté générale”, um dos princípios básicos da democracia, o têm enxergam o direito como um obstáculo; por vezes, como segundo o qual deva prevalecer a vontade da maioria. uma inaceitável limitação de sua vontade, a qual, no extremo Especificamente em relação à Constituição brasileira, nor- da insanidade, acreditam ser a vontade do povo ou de um deus. mas dessa natureza são consagradas como imutáveis pelo artiAs sereias estão a cantar, seu canto é hipnotizador, provoca go 60, parágrafo 4º, razão pela qual sequer poderá ser objeto de regozijo e prazer. Por vezes, dizem aquilo que, lá no íntimo, alapreciação Emenda Constitucional tendente a abolir o voto, a guns gostariam de dizer, mas o inexorável processo civilizatório separação dos poderes, a federação e os direitos fundamentais. não os permite. Como Ulisses nos ensinou, vamos tapar os ouviTais matérias constituem o núcleo permanente da Constituição dos de uns ou atar ao mastro a si próprios, pois se sucumbirmos e apenas poderão ser suprimidas em caso de uma ruptura insti- à tentação de pequenas ou grandes atrocidades cantadas pelas tucional e surgimento de um novo Texto Constitucional. sereias, provavelmente iremos estar em companhia daqueles A partir disso, surge o questionamento: como é possível que que nos precederam e dos quais só restam ossadas de homens em uma constituição, que se autodenomina democrática, haja decompostos nas lixeiras esquecidas da história.

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OPINIÃO Colunista

Vamos falar sobre isso?

Escolhas adequadas para se manter em movimento

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xistem inúmeras evidências durante a execução das atividades fíno meio científico da imporsicas de modo a evitar o atrito e gerar tância do exercício para o ser lesões, ainda mais que, ao longo do humano, independente da idade e seja envelhecimento é normal que a pele em qual modalidade for, os benefícios fique mais fina ano após ano, e esse são muitos. Neste contexto, o calçado processo é bem democrático, ou seja, que se utiliza tanto para o exercício ocorre tanto em homens quanto mufísico quanto para a prática esportiva lheres. deve ser entendido como um equiCom certeza o calçado esportivo pamento, que merece toda a nossa teve um grande incremento tecnolóatenção, pois é um fator determinante gico (materiais, design, entre outros) Dra Juliana Wilborn tanto para a performance quanto para fisioterapeuta e gerontóloga nestas últimas décadas, oferecendo a continuidade destes. Dessa maneira, [email protected] ao usuário um mundo repleto de posa escolha pelos calçados adequados sibilidades, cores e estilos. No entanto, precisa objetivar principalmente o conforto como a segu- para os mais longevos que fazem a sua caminhada diária rança do usuário. ou praticam algum esporte, existe ainda uma lacuna no Quando pensamos este calçado para uma pessoa idosa, mercado. Existe uma carência de produtos, principalmente habituada ou não a uma rotina de exercícios, os critérios de calçados mais pensados para o público sênior, que atenpara uma boa escolha são ainda mais relevantes, afinal, dam às diferentes necessidades anatômicas e fisiológicas a estrutura dos pés de todas as pessoas ao longo da vida com estilo, conforto, segurança, sem alteração no desemvai se modificando, portanto, observar como o calçado se penho. encaixa no pé é mais importante do que comprar somente A saúde e o bem-estar estão cada vez mais incorpopelo número indicado no calçado. Para a maioria das pes- rados no dia a dia das pessoas e o calçado esportivo é insoas existem diferenças no comprimento e perímetro dos dissociável neste processo. Para auxiliar nesta escolha, o pés. Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e ArteUm equívoco bastante frequente é a compra de calça- fatos (IBTeC) realiza diversos testes focados no conforto do dos muito justos esperando que eles fiquem mais largos calçado, como por exemplo, o teste da massa do calçado, com o uso, esta prática é um erro, especialmente para o que quanto mais leve, maior sua contribuição para o camicalçado esportivo, o que pode se converter em desconfor- nhar natural, principalmente em idosos, evitando a fadiga to, ocorrendo possíveis lesões na pele dos pés. O ideal é muscular. O índice de amortecimento muscular também é que eles tenham uma folga, que tenham um espaço entre um teste fundamental, pois verifica qual a contribuição do o dedo mais longo (região frontal) visto que, durante o ca- calçado para a absorção do impacto durante o caminhar/ minhar, o pé se expande e se contrai e, durante a corrida, o correr auxiliando na preservação musculoesquelética do pé pode aumentar até uma numeração quando comparado usuário em todas as idades, especialmente em idosos, onde com a posição estática (parado). O ideal é observar ainda as perdas musculares decorrentes do envelhecimento já se que a região do calcanhar tenha o mínimo de movimento tornam perceptíveis.

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MELISSA FORMULA PLÁSTICO DE MENOR IMPACTO COM REDUÇÃO DE 30% NAS EMISSÕES DE

CARBONO NA ATMOSFERA

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Melflex, matéria-prima da Melissa conhecida pela plasticidade e cheirinho único de tutti-frutti, ganha uma edição ainda mais sustentável, com formulação composta por 25% de carbonos renováveis, o que resultará em uma redução de cerca de 30% nas emissões de CO2eq na atmosfera. Quem inaugura o novo material é a icônica Melissa Possession, clássico da marca que terá seis cores nas linhas adulto e infantil: verde, azul, rosa, amarelo, preto e vidro. Com a novidade, a marca conquistou o certificado USDA BioPreferred, selo concedido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos a produtos biobased, ou seja, com pelo menos uma parcela do material com origem vegetal. “O plástico de menor impacto é mais um capítulo na histó-

ria de sustentabilidade da Melissa e reforça nosso compromisso com essa jornada. Inovação em materiais e tecnologia de produção com olhar para o meio ambiente andam de mãos dadas com nossos pilares de moda, arte e design cada vez mais”, ressalta a gerente geral da marca, Raquel Scherer. O lançamento da Melissa Possession em Melflex com mais carbonos renováveis amplia a linha de produtos biobased da marca, que já contava com modelos em EVA de menor impacto ambiental. A sustentabilidade é vista como um tema essencial para a Melissa, que busca cada vez mais oferecer ao mercado produtos que gerem menos poluentes. Por isso, a cadeia de valor é revista constantemente, sob a ótica de reduzir impactos ao meio ambiente. Todos os produtos, biobased ou não, são veganos e recicláveis, produzidos em fábricas com energia elétrica 100% limpa, com a origem rastreada e certificada, o que gera zero emissões de CO2eq na atmosfera. Redução no consumo de água, pesquisa e desenvolvimento de matérias-primas mais sustentáveis, inovação para processos mais eficientes, gestão de resíduos sólidos, logística reversa, economia circular e melhora nos índices de mudanças climáticas são outros temas que estão periodicamente em pauta. A Melissa desponta no mercado nacional e internacional com suas práticas e tecnologias direcionadas para as novas exigências do consumidor moderno e a composição do Melflex de menor impacto se consolida como mais um capítulo dentro da importante trajetória que a marca vem construindo.

Conheça mais ações sustentáveis da Melissa: - Coletores Melissa: Os sapatos Melissa que não têm mais condições de uso podem ser descartados nos coletores de logística reversa disponíveis em todos os Clubes Melissa, além das Galerias Melissa de São Paulo e Nova York, para serem reciclados corretamente. De lá, esses itens podem seguir dois caminhos: voltar para a fábrica para compor uma nova Melissa ou serem enviados para recicladores aprovados. - Melissa Flox M Edition: Em 2020, a marca relançou a sandália Flox em plástico 100% reciclado. A Melissa Flox M Edition foi produzida a partir de outros calçados sem condições de uso, recolhidos nos Clubes e Galerias e enviados para reciclagem às fábricas. - Moda circular: em parceria com a plataforma Clo.Rent, o projeto Alugue Melissa ofereceu bolsas e calçados para aluguel como forma de estimular a economia circular na moda, pilar importante de inovação para negócios mais sustentáveis. - Novo embalamento: Em 2021 a Melissa lançou um novo padrão de embalagem que emite 64% menos CO2eq em relação ao embalamento anterior. Atualmente, as caixas são produzidas com 63% de material reciclado, em monomaterial de papel 100% reciclável, cola à base de amido e água, menor uso de tinta e retirada de ilhós metálicos. - Melissa Free: Em 2021, a Melissa inovou ao lançar uma composição do Melfree - nome dado ao material EVA da marca - em versão biobased, com redução de 20% nas emissões de CO2eq na atmosfera, o que foi um passo muito importante na diversificação do portfólio de produtos. Além disso, os produtos da linha Free foram feitos em monomaterial para facilitar a reciclabilidade.

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ARTIGO Científico

SISTEMA RUN INOVAÇÃO PARA O MERCADO CALÇADISTA KLEIN, Cátia D. F.¹; ROCHA, Renata F.¹; VILLA, Kevin B.¹ e KLASSMANN, Maria E.¹ 1- Killing S.A. Tintas e Adesivos

Resumo A complexidade do processo de construção de um calçado envolve diversas etapas produtivas que dependem de pessoas, equipamentos, estoques intermediários, terceirização e ainda, quarteirização de processos. Com o intuito de reduzir custos e aumentar a competitividade, fabricantes calçadistas buscam a diminuição da variedade fabril através da redução de etapas junto com a crescente exigência de produtos sustentáveis pelo mercado consumidor. Este estudo, portanto, tem como objetivo principal reduzir a emissão de

Palavras-chave:

solventes orgânicos voláteis através da minimização do processo de colagem. O Sistema RUN foi testado em comparação com o processo convencional de colagem de calçados esportivos através de materiais de EVA e borracha, sendo considerada também a estabilidade do adesivo. Os resultados dos ensaios comprovam que o Sistema RUN apresenta uma melhor performance de colagem em todos os testes de resistências aos quais foi submetido e sua estabilidade é semelhante à do sistema de adesivo aquoso padrão.

calçado, sustentável, processos, adesivos, solvente, colagem

Abstract The complexity of the footwear construction process involves several production steps that include people, equipment, intermediate stocks, outsourcing and even process quarterization. Thus, in order to reduce costs and increase competitiveness, footwear manufacturers seek to reduce the manufacturing variety by reducing steps along with the growing demand for sustainable products by the consumer market. The main goal of this Project is therefore

Keywords:

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the reduction of volatile organic solvents’s emission through the minimization of the bonding process. The RUN System was tested against the standard process bonding athletic shoes using EVA and rubber materials, also considering the stability of the adhesive. The test results prove that the RUN System presents a better bonding performance in all the resistances to which it was submitted.

footwear, sustainable, process, competitiveness

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1. Introdução O Brasil é o quinto maior produtor de calçados do mundo, atrás de China, Índia, Vietnã e Indonésia. Segundo o levantamento Análise de Cenários - Balanço de 2021 e Perspectivas para a Indústria Calçadista em 2022, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), a produção do setor calçadista brasileiro experimentou, em 2021, uma taxa de crescimento de 9,8%, com uma produção de 810 milhões de pares. Entretanto, diversas dificuldades ainda travam esta curva positiva, como a falta de mão de obra qualificada. Atualmente, muitas vagas especializadas não são preenchidas. O processo de construção de um calçado é bastante complexo. São diversas etapas produtivas que envolvem pessoas, equipamentos, estoques intermediários, e até mesmo terceirização e quarteirização de processos, o que aumenta ainda mais a complexidade do sistema. Assim, para reduzir custos e elevar a competitividade, os fabricantes buscam, incessantemente, a diminuição da variedade fabril, por meio da redução do número de etapas, sem renunciar à qualidade da construção do calçado. Em paralelo e tão importante quanto, há a crescente exigência de produtos sustentáveis pelo mercado consumidor, que clama pela substituição de insumos potencialmente poluidores, geradores de resíduos, de insalubridade fabril e de riscos à saúde e bemestar dos usuários. A grande meta, nesse sentido, é a redução da emissão de solventes orgânicos voláteis (VOC - Volatile Organic Compounds). O solado é parte fundamental da arquitetura da construção do calçado, é o componente que oferece conforto, leveza e flexibilidade ao usuário, mantendo os princípios de durabilidade e abrasão. Hoje, muitos modelos contam com entressola e/ou sola de EVA (Etileno Acetato de Vinila) com o intuito de amortecer o impacto durante a pisada, ampliando a sua aplicação do segmento esportivo para os demais segmentos casuais - feminino, masculino e infantil. Componentes de EVA adicionam ainda mais complexidade ao processo produtivo, pois geram a necessidade de uma ou mais etapas de produção para o preparo desse substrato em comparação a outros, além de apresentar variações de formulação que exigem ajustes de insumos e processo (ANDRADE, 2001). O investimento em novos produtos e tecnologias faz parte da história da empresa Killing. O desenvolvimento de formulações de produtos que substituam o uso de solventes orgânicos e processos que reduzam operações na produção do calçado é um exemplo disso. A ideia do desenvolvimento do Sistema RUN se originou da análise das necessidades de clientes calçadistas que utilizam solas e entressolas de EVA, e dos seus métodos produtivos, evoluindo para desdobramento de proposta de valor que pudesse otimizar e simplificar o processo de colagem dos componentes de EVA, com segurança, para o alcance desses objetivos.

2. Fundamentação teórica 2.1 Solados de EVA O EVA é um copolímero da família das poliolefinas e, portanto, é um termoplástico obtido por polimerização via radical livre. Usualmente utilizado com oxigênio e/ou peróxidos orgânicos para a geração de radicais iniciadores da polimerização, de eteno e acetato de vinila, em alta temperatura e pressão. Suas propriedades são geralmente intermediárias quando comparadas as de componentes puros, o que se deve a sua morfologia complexa composta de segmentos de etileno, semicristalinos; enquanto os que contêm os grupos acetato de vinila constituem a fase amorfa (YAMAKI et al., 2002). Nesses copolímeros, a redução do teor de acetato de vinila acarreta em aumento da cristalinidade, do módulo de rigidez, da temperatura de amolecimento e de fusão e a diminuição da temperatura de fragilidade. Suas maiores vantagens são a resistência à flexão e estabilidade térmica, aliadas a um custo razoável. Em relação a sua utilização, o copolímero de etileno e o acetato de vinila (EVA) têm um vasto alcance de aplicações industriais: calçados, mangueiras, adesivos hot-melt, brinquedos, isolante elétrico, proteção contra a corrosão, indústria automotiva (colagem de faróis, base de carpete), medicina (produção de bolsas de soro), embalagens de absorventes etc. Todavia, é para a confecção de artigos esportivos, tais como solados para calçados leves e resistentes, bem como outras modalidades de calçados femininos, palmilhas, sapatos expandidos e artefatos de uso geral, que a maior parte do EVA é consumida no país (MEDEIROS, 2016). O teor de acetato de vinila no copolímero de EVA pode variar de 1% a 45%. A distribuição dos grupos acetato

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ARTIGO de vinila se dá de forma aleatória na estrutura polimérica, o que garante estabilidade no processamento, assegurando qualidade e uniformidade do produto. De uma forma geral, o copolímero de EVA se divide em dois grupos: copolímeros de baixa concentração, aqueles que possuem entre 1% até 18% de acetato de vinila, utilizados principalmente para produção de filmes destinados a estufas agrícolas; e copolímeros de alta concentração, aqueles que possuem concentração de acetato de vinila maior do que 18%, empregados, principalmente, no setor calçadista, sob a forma de placas expandidas, injetadas ou conformadas utilizadas no processo de fabricação das solas, palmilhas e entressolas (PIMENTEL, 2005). 2.2 Adesivo Aquoso de Poliuretano Segundo Tawa et al., 2005, os poliuretanos têm sido objeto de pesquisa para muitas aplicações em diferentes campos, pois suas propriedades podem ser controladas usando componentes de diferentes estruturas. Uma dessas aplicações são sistemas de poliuretanos base solvente utilizados em revestimentos, tintas e selantes. A evaporação de compostos orgânicos voláteis, durante a formulação desses sistemas, causa uma grande variedade de problemas ambientais. O aumento da demanda para melhorar a performance e/ou minimizar o nível de VOCs tem motivado pesquisas no desenvolvimento de novos sistemas de revestimentos. Dentre esses sistemas, têm-se as dispersões aquosas de poliuretanos (PUDs) que têm sido preparadas com baixo conteúdo de solventes orgânicos prevendo seu vasto uso (JEONG et al., 2006; VILAR, 2005). As dispersões aquosas de poliuretano são constituídas de um poliuretano termoplástico linear que é disperso em água devido à presença de grupos iônicos em sua estrutura, que agem como emulsificantes internos. A formação de dispersões estáveis se deve ao efeito estabilizador desses grupos iônicos, nos quais ocorre a formação de minúsculas esferas (micelas) contendo no centro agregados hidrofóbicos e uma camada superficial com grupos iônicos. Os mais importantes são os processos do pré-polímero e o da acetona (JEONG et al., 2006). Os adesivos base água para colagem de calçados são formulados com base nessas dispersões de poliuretano e formuladas com polióis-poliéster e isocianatos alifáticos, em virtude das excelentes propriedades adesivas advindas do poliéster. É necessário que a PUD seja alifática para que não haja amarelecimento do filme aplicado. Os demais constituintes da formulação dos adesivos aquosos são: fungicidas e bactericidas, aditivos para melhorar umectação dos substratos, coalescentes, sílicas para reforço, aditivos para conservação do PU quanto à hidrólise, espessantes (modificadores reológicos) e reticulantes (VILAR, 2005). Desses componentes da formulação, dois têm papel fundamental na performance do produto: os espessantes e os reticulantes. O espessante influenciará diretamente nas propriedades de aplicação e rendimento do adesivo, dependendo da forma de aplicação e do perfil reológico que ele irá conferir ao produto. Já o reticulante é responsável por formar ligações cruzadas, em um período de até 72 horas após a colagem, que irão conferir maior resistência de colagem em relação à tração, ao calor, a óleos e à hidrólise, sendo determinante para a durabilidade da colagem (PETRIE, 2007). 2.3. Propriedades mecânicas dos adesivos Em um processo de colagem, ocorrem dois tipos de fenômenos de superfície: a adesão e a coesão. A adesão é a resistência mecânica da interface entre o filme de adesivo e o substrato por interação química ou intermolecular, enquanto a coesão é a resistência mecânica interna do filme de adesivo. Esses dois fenômenos

Figura 1: Fenômenos de adesão e coesão em uma zona de colagem

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são representados esquematicamente na Figura 1, de acordo com SILVA et al.,( 2007). Até o presente, dois tipos de adesão são usualmente distinguidos: a adesão específica ou química e a adesão mecânica. A primeira corresponde à força de ligação entre o adesivo e a superfície colada, enquanto a segunda ocorre com a penetração do adesivo nos poros do substrato e posterior retenção do adesivo solidificado nestes poros como se fossem ganchos. Por outro lado, a coesão está intimamente relacionada aos tipos de forças intermoleculares atuantes. Dessa maneira, observa-se uma boa coesão em adesivos polares, em que as forças intermoleculares são do tipo Pontes de Hidrogênio ou dipolo-dipolo (SILVA et al., 2007). 2.4. Viscosidade Os líquidos podem ser classificados em dois grandes grupos quanto à sua viscosidade: newtonianos e nãonewtonianos. O primeiro identifica-se por ter sua viscosidade constante, independente da tensão de cisalhamento a que é submetida. Já o fluxo não-newtoniano não tem sua viscosidade constante, dependendo de alguns fatores como, por exemplo, a tensão de cisalhamento que é aplicada sobre ele e as próprias propriedades físicas da substância. Entre os fluídos não-newtonianos, pode-se distinguir dois grupos de comportamentos reológicos: comportamentos dependentes da variação da taxa de cisalhamento e comportamentos dependentes do tempo de cisalhamento. A viscosidade Brookfield é um método de determinação da resistência a fluidez de um líquido em função da força de cisalhamento aplicada, que se baseia na resistência do fluido ao movimento de um disco rotatório (a unidade de medida é milipascal segundo (mPa.s) ou centipoise (cP)) (PETRIE, 2007). 2.5. Processo de colagem em solados EVA Para que seja alcançada uma performance satisfatória da colagem do solado de EVA, conforme modelo apresentado na Figura 2, com o adesivo a base de poliuretano, se faz necessária a aplicação de um promotor de adesão (primer), um composto líquido que é aplicado sobre o solado/entressola de EVA antes da aplicação do adesivo. O primer tem a função de promover a reação química entre o adesivo e substrato de forma a alterar a energia livre da superfície e propiciar a polaridade necessária para uma boa adesão do adesivo de poliuretano (GOONETILLEKE, 2012).

Figura 2: Modelo de calçado esportivo com entressola de EVA (fonte: Kisafix 2022)

O processo convencional de colagem de componentes de EVA versus borracha envolve a operação de (1) limpeza, (2) secagem, (3) aplicação de primer, (4) secagem, (5) aplicação da cura UV e (6) aplicação do adesivo. Os agentes de limpeza que removem as sujidades (resíduos, pó, exsudações, gordura de manipulação etc.) e os

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ARTIGO primers que modificam a superfície do substrato para adequada colagem são, majoritariamente, produtos à base de solventes de significativa volatilidade (LUXIMON, 2021). Aplicados por pano embebido ou imersão, esses produtos potencializam a presença de solvente nas linhas de produção, aumentando os riscos e a insalubridade aos quais os colaboradores são expostos, como possibilidades de desenvolver alergias na pele, intoxicação por inalação, aumento dos cuidados para com uso e disponibilização de equipamentos de proteção individual, entre outros fatores. Na perspectiva da sustentabilidade, considerando as seis (6) operações básicas do processo convencional, as que apresentam os impactos mais negativos são os números um (1) e três (3) devido à presença de VOC’s e, ainda, a etapa cinco (5) devido à utilização de sistemas compostos por lâmpadas fluorescentes contendo mercúrio, reconhecidamente de complexa e custosa disposição final, por se tratar de um material tóxico e nãodegradável (KADAM; NAIR; DHOBLE, 2019). Tendo isso em vista, renomadas marcas e redes de calçados têm trabalhado e investido para minimizar etapas associadas a riscos ao meio ambiente e aos colaboradores, considerando todo o ciclo do calçado.

3. Metodologia Durante o processo de formulação deste sistema de colagem, trabalhou-se tanto em formulações do solvente de limpeza quanto no adesivo final, a fim de que ambos apresentassem propriedades de adesão e que atingissem as performances obtidas no processo convencional que emprega o promotor de adesão de EVA. 3.1. Testes de colagem Os ensaios realizados para a seleção das formulações foram executados em corpos de prova de EVA e de borracha, com formulações padrões utilizadas normalmente nos calçados de alta performance do mercado esportivo. Dentre os ensaios realizados, destacamos as resistências de colagens iniciais (24h) e finais (72h), seguindo a norma publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ABNT 14190, de envelhecimento por hidrólise 60 °C por sete (7) dias com umidade de 95% (ABNT 10456). Todos os ensaios foram realizados em triplicata e de forma comparativa ao processo usual de colagens de EVA versus borracha, com a utilização de promotor de adesão para o preparo do EVA. Foram considerados valores mínimos de 35 N/cm para ambos os processos, resultados normalmente encontrados neste tipo de colagem para os mercados de calçados casuais e calçados esportivos. 3.2. Ensaio de estabilidade Também foram realizados ensaios de viscosidade Brookfield para o acompanhamento da estabilidade ou shelf life do adesivo formulado para o Sistema RUN, de forma a garantir que os promotores de adesão, contidos na formulação, apresentem a mesma característica de estocagem de um adesivo poliuretano aquoso convencional. A viscosidade foi determinada no equipamento RVT-DVII, spindle 6, rotação de 20 rpm e temperatura de 20°C.

4. Resultados e discussão 4.1. Comparativo dos processos de colagem de solados de EVA No sistema de colagem convencional envolvendo solas ou entressolas de EVA são necessárias seis (6) etapas de processo: limpeza, secagem, aplicação de primer EVA, secagem, cura por irradiação UV e aplicação do adesivo, conforme demonstrado na Figura 3.

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Figura 3: Comparativo entres os Processos de colagem convencional x Sistema RUN

Pode-se observar que no fluxograma à direita, referente ao Sistema RUN, há três etapas destacadas em verde, sinalizando suas exclusões da linha de processo. Com a retirada das etapas de aplicação do promotor de adesão, secagem desse material e posterior cura no túnel equipado com lâmpadas fluorescentes de mercúrio, houve a redução de seis (6) para três (3) etapas do processo de colagem de solas e entressolas de EVA. As consequências diretas são impactantes: redução do tempo de processo com aplicação do adesivo final logo após a limpeza; redução de custo e espaço fabril devido à retirada do equipamento túnel UV-Hg da linha; possibilidade de remanejar a função do operador para outra etapa do processo; eliminação de voláteis orgânicos em diferentes pontos da linha; eliminação do resíduo de lâmpadas fluorescentes de mercúrio (complexo passivo ambiental); não geração de gás ozônio (fenômeno também relacionado ao túnel UV-Hg), entre outros. 4.2. Desempenho de colagem Os resultados de descolagem dos corpos de prova de EVA versus borracha seguem apresentados na Figura 4. Os valores obtidos nas descolagens de 24h, 72h, e ao envelhecimento por hidrólise demonstram resultados superiores para o Sistema RUN. Os valores de descolagens 24h foram de 61,80 N/cm no sistema convencional para 67,40 N/cm no Sistema RUN. Já nas descolagens após 72h, os valores foram de 61,65 N/cm no processo convencional e de 66,35 N/cm no Sistema RUN. A resistência de envelhecimento por hidrólise mostrou valores de descolagens superiores a 70 N/cm, atingindo a rígida especificação de aplicação de calçados esportivos.

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Figura 4: Resistência de colagem EVA versus Borracha

Vale ressaltar que todas as descolagens apresentaram rompimento nos corpos de prova do EVA, inclusive as descolagens após a hidrólise. Na Figura 5, seguem como exemplos os aspectos de descolagens após 24h do Processo Convencional (a) versus o Sistema RUN (b), indicando ótimos resultados de adesão do adesivo sobre o EVA e a coesão de filme do adesivo RUN com o adesivo PU utilizado sobre o substrato da borracha.

Figura 5: Aspectos dos corpos de prova após descolagens de 24h: (a) Processo convencional e (b) Sistema RUN (fonte: Kisafix 2022)

4.3. Estabilidade do Adesivo RUN O comportamento quanto à estabilidade ou shelf life do adesivo RUN foi acompanhada através de medidas de viscosidade Brookfiled quinzenais, por um período total de 120 dias (4 meses), tempo de validade normalmente aplicado para os adesivos formulados com dispersões de poliuretano. Os resultados das viscosidades se mantiveram dentro das faixas especificadas de liberação do produto, não apresentando variações significativas, conforme apresentado na Figura 6.

Figura 6 - Comportamento da viscosidade do adesivo RUN

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5. Conclusão O Sistema RUN mostrou resultados eficientes e coerentes com seu objetivo: minimizar presença de VOC’s para garantir um ambiente fabril mais sustentável ao mesmo tempo que reduz a complexidade da linha de produção, conservando as performances de colagem e a estabilidade do produto. Além disso, como consequências secundárias, há os ganhos com custos e produtividade, tendo em vista às reduções no tempo de processo e na geração de passivos ambientais. Por último, sugere-se que os conceitos aplicados neste projeto específico para solas e entressolas de EVA sejam também utilizados para otimizar processos de outros tipos de materiais.

6. Revisão bibliográfica ANDRADE, J. E. P.; CORRÊA, A. R. Panorama da indústria mundial de calçados, com ênfase na América Latina 2001. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 2001 ESTADÃO. Produção de calçados cresceu 9,8% em 2021, mas está 10,3% abaixo do pré-pandemia. Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/producao-de-calcados-cresceu-98-em-2021-mas-esta-103-abaixodo-pre-pandemia-2/. Acesso em: 13 abr. 2022. GOONETILLEKE, R. S. The Science of Footwear. Crc Pressi Llc, [S.L.], 6 nov. 2012. CRC Press. http://dx.doi. org/10.1201/b13021. JEONG, H. Y.; LEE, M. H.; KIM, B. K. Surface modification of waterborne polyurethane. Colloids and surfaces A: Physycoquem. Eng. Aspects, v. 290, p. 178-185, 2006. KADAM, A.R.; NAIR, G. B.; DHOBLE, S.J. Insights into the extraction of mercury from fluorescent lamps: a review. Journal Of Environmental Chemical Engineering, [S.L.], v. 7, n. 4, p. 103279, ago. 2019. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.jece.2019.103279. LUXIMON, A. Handbook of Footwear Design and Manufacture. Elsevier: The Textile Institute Book Series, [S.L.], v. 2, p. 505-515, 2021. Elsevier. http://dx.doi.org/10.1016/c2019-0-01502-6. MEDEIROS, M. T. S. Investigação dos efeitos radiolíticos no poli(etileno-co - acetato de vinila) EVA. Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares, Recife, 2016. PETRIE, E. M. Handbook of Adhesives and Selants. 2º ed. United States of America, 2007.1048 p. PIMENTEL, U. H. O. Utilização de resíduos da indústria de calçados em blocos de vedação com novas geometrias – Boco EVANG. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Engenharia Urbana – PPGEU da Universidade Federal da Paraíba, 2005. SILVA, S. A.; MARQUES, C.L.; CARDOZO, L.N. Estudo do comportamento reológico dos adesivos hot melt PSA e sua relação com a composição e as propriedades adesivas. VI-Oktober Fórum Seminário de Pós Graduação em Engenharia Química, 2007. TAWA, T.; ITO, S. Preparation and reactions of hydrophilic isocianate micelles dispersed in water. Colloid Polym Sci, v. 283, p. 731-737, 2005. VILAR, W. Química e tecnologia dos poliuretanos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Vilar Consultoria, 2005. 400 p. YAMAKI, S. B.; PRADO, E. A.; ATVARS, T. D. Z. Phase transitions and relaxation processes in ethylene-vinyl acetat e copolymers probed by fluorescence spectroscopy. European Polymer Journal, v. 38, p. 1811-1826, 2002. ZATTERA, A. J.; BIANCHI, O.; FERREIRA, C.A.; ZENI, M. Caracterização de resíduos de copolímeros de etilenoacetato de vinila – EVA. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 15, n° 1, p. 73-78, 2005.

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COMPARAÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS BIOMECÂNICAS EM DIFERENTES PERFIS DE TÊNIS DE CORRIDA WÜST, Eduardo1,2 e PALHANO, Rudnei1 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Resumo A corrida de rua é um esporte que vem atraindo milhares de pessoas pelo mundo inteiro, devido a este enorme aumento do número de praticantes, também se percebe a heterogeneidade destes corredores. Este público acaba movimentando também o mercado de produtos para corrida, dentre eles os tênis, que são definidos conforme suas categorias ou funcionalidades. Objetivo: relacionar a massa com a vibração transmitida para a região dos membros inferiores em diferentes tênis de corrida. Materiais e Métodos: Foram testados três diferentes modelos de tênis, sendo realizados os testes de massa do calçado e a aceleração tibial, o primeiro medido através de uma balança de precisão e o segundo através de um acelerômetro.

Palavras-chave:

Resultados e Discussão: o tênis da categoria performance foi o mais leve entre os três modelos, também obteve o menor índice de aceleração tibial, já o tênis de estabilidade foi o mais pesado entre os modelos testados e apresentou resultado similar ao tênis de amortecimento no índice de aceleração tibial. Conclusão: os calçados com diferentes categorias apresentam massas e IAT diferentes, o aumento da massa tende a aumentar o pico de força passivo, no entanto, não se pode concluir a influência da massa nos índices de absorção da vibração baseado nos dados deste estudo e para esta amostra, o tênis mais leve apresenta melhor performance quando se refere ao índice de aceleração tibial, comprovando sua eficácia para funcionalidade proposta.

corrida, tênis, amortecimento, estabilidade, performance

Abstract Street running a sport that has been attracting thousands of people all over the world, due to this huge increase in the number of practitioners, the heterogeneity of these runners is also noticeable. This ends up moving the product marjet for, among the tennis players, who operate the public according to their functionalities or funcionalities. Objective: to relate the mass with the vibration transfered to the region of the lower limbsin diferente running shoes. Materials and Methodology: Three diferente models of sneakers were ested, being carried out the tests of a mass of the footwear and trought a precisiom scale, the first of measurement of acelerometer.

Keywords:

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Results e Discussion: the heavy performance category sneaker was the loightest among the ones, it also had the lowest quality index of stability models, since the sneaker has already presented similar results among the tested models and presented a similar result to the amortized sneakers of tibial. Conclusion: shoes with diferente diferences and diferente IAT, the increase in mass tends to increase of vibration absorption, based on the data of study and categories for this sample, the tennis shoes lighter, it presentes performance when referring to the best index of its tibial functionality, evidence for the proposed functionality.

running, tennis, cushiong, stability, performance

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1. Introdução Conforme relatório realizado pelo Ministério do Esporte, é estimado que somente no Brasil 24,6% das pessoas praticam caminhada ou corrida, esta mesma pesquisa afirma que 40% dos brasileiros são sedentários. A procura pela prática de corrida se deve a vários motivos, dentre eles: melhora da saúde, bem-estar, estética, socialização e até mesmo melhorar desempenho e superar seus limites. Devido ao aumento significativo de praticantes de corrida de rua, também aumentou o consumo de todo o conjunto de peças do vestuário para a prática deste esporte, principalmente os tênis de corrida. Com esse crescimento, aumenta substancialmente a importância de entender as características e funcionalidades dos tênis esportivos, dentro de uma grande diversidade de modelos existentes no mercado. O calçado esportivo pode ser definido como sendo um calçado planejado e construído, especialmente, para a prática de atividades físicas e/ou esportes. Por esta razão, dentre os diversos fatores que interagem com a prática de atividades físicas, o calçado é, segundo Nigg (1986), a mais importante peça do equipamento do desportista e um componente fundamental tanto para o bom desempenho em nível competitivo, quanto para o cidadão comum na sua prática utilitária de atividades físicas, quer seja pelo “conforto” ou pela “segurança” que deve transmitir ao praticante para: a) propiciar condições favoráveis à adequada execução de movimentos; b) estar adequado aos tipos de superfícies e às características de desenvolvimento das atividades às quais se destinam; c) prevenir acidentes esportivos nas suas diversas manifestações. Conforme Grifka (1989), os calçados esportivos para corrida são dotados de uma entressola de poliuretano que, vista do exterior, parece apenas uma tira colorida, pois sua cor se diferencia da sola propriamente dita (que é em grande parte fabricada por EVA). Ela permite atingir pesos específicos relativamente baixos, interessantes ao calçado esportivo. Reforça o autor que os especialistas acreditam que uma sola muito macia, visco elástica e que absorva bem os choques não provoca uma diminuição na performance do atleta. Em contrapartida, quanto mais os choques são amortecidos, mais a musculatura é solicitada. Segundo Nigg e Segesser (1992), duas colocações de conceitos para a construção de calçados esportivos são discutidas, com base anatômica, ortopédica e considerações epidemiológicas: uma para a prevenção do excessivo peso e relativo a lesões e outra voltada para o aumento da performance. Nos últimos 20 anos, os calçados apresentaram mudanças significativas. A possibilidade que o calçado aumente a eficiência ou economia de energia durante atividades diárias tem sido uma busca para pesquisadores, indústria de calçados, entre outros (SHORTEN, 1993). Além disso, a tecnologia avançou em calçados leves, incorporando espumas resilientes projetadas e placas de carbono rígidas, melhorou a energia de retorno em aproximadamente 4% em corredores masculinos competitivos quando em comparação com calçados esportivos mais tradicionais (Hoogkamer et al., 2018; Hoogkamer, Kipp e Kram, 2019). O uso de calçados de corrida para reduzir lesões e melhorar o desempenho tornou-se um foco em ambos, nas indústrias do esporte e academia (Sun, Lam, Zhang, Wang e Fu, 2020). Nas indústrias de calçado esportivo existem diversas marcas e modelos de tênis específicos para corrida de rua, porém, se faz importante entender as funcionalidades específicas para cada tipo de corredor, desde o iniciante, o que busca a corrida por lazer e saúde, até o corredor que busca melhora no desempenho. Pensando nestes aspectos, o objetivo geral deste estudo foi relacionar a massa com a vibração transmitida para a região dos membros inferiores em diferentes tênis de corrida.

2. Materiais e Métodos Participaram do estudo 7 sujeitos do gênero masculino, corredores que tinham no mínimo 1 ano de prática na modalidade, sem lesões nos 6 meses anteriores ao período de coleta de dados, os corredores tinham média de idade de 39 anos (± 7,2 anos) e média de massa corporal de 70,6 Kg (± 7,7 Kg). Foram testados três modelos de calçados esportivos, todos com a mesma diferença de altura entre o calcanhar e os dedos, um com características de absorção de impacto, um com característica de performance e um com característica de estabilidade, todos de numeração 41, conforme descrição das próprias marcas.

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ARTIGO Tênis de amortecimento: Modelo Gel Nimbus - 20, entressola com as tecnologias FlyteFoam e SpevaFoam, espumas com densidades diferentes, possui solado produzido com borracha de carbono AHAR, com drop de 10 mm (Figura 1).

Figura 1

Tênis de estabilidade: Modelo Asics Gel Kaiano - 25, entressola com Flytefoam Blast, solado de borracha, com drop de 10 mm (Figura 2).

Figura 2

Tênis de performance: Modelo Nike Vaporfly 4%, entressola com espuma ZoomX, com borracha no solado, especificamente na região do calcanhar, com drop 10 mm (Figura 3).

Figura 3

Os testes biomecânicos realizados foram: Massa do calçado: em que os calçados foram avaliados quanto a sua leveza, a medida foi verificada 3 vezes com o calçado direito e 3 vezes com o calçado esquerdo, o resultado obtido foi a média das 3 medidas. O teste da massa do calçado foi realizado através de uma balança de precisão, da marca Shimadzu, modelo UX6200H, com sensibilidade de 0,01g (Figura 4).

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Figura 4

Acelerometria tibial: em que os calçados eram avaliados quanto a quantidade de vibração que o calçado deixava ser transmitido para a região da tíbia (um dos ossos da região da perna) durante a fase de absorção do impacto, sendo que os corredores corriam em uma esteira ergométrica na velocidade de 12 Km/h. O teste foi realizado através de um acelerômetro da marca B&K, com fundo de escala de ± 24g (1g = 9,8 m.s2) sensibilidade de 952,1 mV/g e faixa de frequência de 0,4Hz a 6kHz, fixado no ponto médio da tíbia (entre a tuberosidade anterior da tíbia e o maléolo medial), conforme Figura 5.

Figura 5

Protocolo Os corredores assinaram um documento de aceite para participar do estudo, garantindo que não tinham qualquer vínculo ou conflito de interesse com as marcas testadas. Todos os corredores foram previamente contatados para o agendamento das coletas, que ocorreram no Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). Primeiramente foi realizado o teste da massa dos três diferentes modelos de calçados, em que se pesava os 2 pés de forma individualizada, era medido três vezes cada pé e realizado uma média destas medidas. Os corredores chegavam no laboratório e ficavam por um período de 10 minutos para ambientação e familiarização com o ambiente laboratorial, que tinha temperatura e umidade controladas a 23 ± 2 (ºC) e 50 ± 5 (%), respectivamente. Após o período de climatização, ocorria a fixação do acelerômetro no ponto médio da tíbia, na sequência o corredor colocava um par de meias e o primeiro calçado a ser testado, sorteado anteriormente, e se direcionava para a esteira para começar o teste. Cada corredor realizou o teste com os três diferentes tênis de corridas no mesmo dia, os calçados foram avaliados de forma randômica, mas entre os corredores os dias e horários foram diferentes, conforme as suas disponibilidades.

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ARTIGO 3. Resultados e discussão Como detalhado na metodologia, na tabela 1, encontram-se os resultados da massa dos tênis testados, denominado por modelo e marca.

Tabela 1 - Massa dos tênis

Através da tabela 1, observa-se que o calçado classificado na categoria performance apresentou a menor massa, ou seja, o calçado tem aproximadamente 35% a menos de massa quando comparado com o da classificação amortecimento (311 gramas). Também, observa-se que o calçado classificado na categoria estabilidade apresentou maior massa, ou seja, aproximadamente 62% superior ao considerado mais leve. Na tabela 2, encontram-se os resultados dos Índices de Aceleração Tibial (IAT), que estão relacionados com a maior ou menor porcentagem de absorção do impacto durante o movimento. O IAT é a razão entre a corrida na situação descalço vs. a situação calçado.

Tabela 2 - determinação do índice de aceleração tibial durante a corrida

No presente estudo, verificamos que o calçado da categoria amortecimento realmente apresentou os melhores resultados de absorção das vibrações (aproximadamente 49%) e consequentemente do impacto, corroborando para a sua finalidade de dar mais proteção para o corredor; porém, por ser um calçado mais estruturado, apresentou um valor de massa consideravelmente maior que o tênis de performance e apenas 18 gramas mais leve que o tênis de estabilidade. Observa-se que o calçado categorizado como estabilidade apresentou aproximadamente 45% no IAT. Os valores encontrados para o calçado destinado para performance foram resultados favoráveis para a sua finalidade, por apresentar um valor mais baixo para o teste da massa e leveza, fator este primordial em um calçado para este objetivo e também um valor mais baixo de absorção das vibrações e do impacto, isto é, absorve menos o impacto durante a corrida.

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Já o calçado destinado para performance, ou seja, calçados de corrida para competição e desempenho, tem a tendência de ficar um menor tempo em contato com o solo, quando uma mesma força é aplicada contra o solo em um tempo menor, isto gera mais impacto e consequentemente maior resposta ao solo resultando menor IAT (aproximadamente 27%), mesmo que esta diferença no tempo de contato sejam frações de segundo, em um treino ou prova que tenham um período de tempo maior, isto pode ser um fator decisivo para fazer um tempo menor em competições. Conforme estudos prévios (Wang et. al 2020), sobre tênis de corrida com massas diferentes, não conseguiram detectar se as alterações em variáveis biomecânicas ocorriam pela própria mudança na massa, ou pelo design estrutural do calçado e/ou materiais utilizados. Ainda conforme os autores acima, observa-se que o pico de força aumentou conforme o aumento da massa dos tênis, porém, não de forma estatisticamente significativa, mas observa-se uma tendência do aumento do pico da força vertical de reação do solo conforme o aumento da massa do calçado. Isto pode estar relacionado ao momento de queda livre em que o pé vai tocar o solo (Perry, 2004) Bianco e colaboradores (2011) avaliaram em seu estudo a taxa de carregamento da força vertical de reação do solo, variável mais utilizada para mensurar o impacto e encontraram diferenças nestes valores conforme o uso prolongado dos tênis, mais precisamente após 200 km de rodagem percebeu-se uma diminuição desta taxa de carregamento, o que consequentemente traria um maior impacto, podendo ter relação com o desgaste dos materiais e consequentemente com perda de massa dos mesmos.

4. Conclusão Através deste estudo pode-se concluir que calçados com diferentes categorias apresentam massas e IAT diferentes. Observa-se através da literatura que com o aumento da massa tende a aumentar o pico de força passivo, no entanto, não se pode concluir a influência da massa nos índices de absorção da vibração. Acredita-se que esta variação do IAT está relacionada à construção inferior dos produtos avaliados. Podemos concluir também, que baseado nos dados deste estudo e para esta amostra, que o tênis mais leve apresenta melhor performance quando se refere ao índice de aceleração tibial, comprovando sua eficácia para funcionalidade proposta.

5. Referências Bibliográficas BIANCO, R.; AZEVEDO, A.P.S; FRAGA, C.H.W; ACQUESTA, F.M.; MOCHIZUKI, L.; AMADIO, A.C.; SERRÃO, J.C. The influence of running shoes cumulative usage on the ground reaction forces and plantar pressure responses. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, n.4, p.583-91, out./dez. 2011 GRIFKA, J. A construção do calçado de esporte e os problemas dos pés. Tecnicouro. Novo Hamburgo. 11(4): 52-55, 1989. HOOGKAMER, W.; KIPP, S.; & KRAM, R. The biomechanics of competitive male runners in three Marathon racing shoes: A randomized crossover study. Sports Medicine, 49(1), 133-143. 2019. NIGG, B.M. Biomechanics of running shoes. Champaing: Humann Kinetics, 1986. NIGG, B.M.; & SEGESSER, B. Biomechanical and orthopedic concepts in sport shoe construction. Medicine and Science in Sports and Exercice, 24: 595-602, 1992. SHORTEN, M.R. The Energetics of Running and Running Shoes. J Biomechanics Vol. 26, Suppl.1, pg. 41-51, 1993. SUN, X.; LAM, W. K.; ZHANG, X.; WANG, J.; & FU, W. (2020). Systematic review of the role of footwear constructions in running biomechanics: Implications for running-related injury and performance. Journal of Sports Science and Medicine, 19 (1), 20-37. WANG, L.; GRAHAM, R.B.; BOURDON, E.J.P; CHEN, Y.; GU, C.; WANG, L. Biomechanical Analysis of Running Foot Strike in Shoes of Different Mass. Journal of Sports Science and Medicine (2020) 19, 130-137. www.arquivo. esporte.gov.br acesso em 17 de outubro de 2022.

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L LAB. BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 96 LAB. FÍSICO MECÂNICO 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 37 LAB. MICROBIOLOGIA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 73 LAB. SUBST. RESTRITAS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 71 LWG CURTUMES 54 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 43 M MAGMA 11 3322.4444 www.magma.ind.br pág. 41 MARLUVAS 32 3693.4000 www.marluvas.com.br pág. 31 METAL COAT 19 3936.8070 www.metalcoat.com.br pág. 07 O ORISOL 51 3036.4774 www.orisol.com.br pág. 22 R RAIMA TÊXTIL 19 3468.5437 www.raima.com.br pág. 39 RITTER 51 3581.1070 www.ritterrs.com.br pág. 10 T TECNOMAQ 54 3261.9333 www.tecnomaq.com.br pág. 25 TRANSDUARTE 51 3584.3500 www.transduarte.com.br pág. 27 TRISOFT 11 4143.8900 www.trisoft.com.br pág. 19 Z ZAHONERO 51 3579.7500 www.zahonero.com pág. 99 ZERO GRAU 51 3593.7889 www.feirazerograu.com.br pág. 49

ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000

FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEBRATEX (51) 3382.0700 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 FENOVA (37) 3228.8500 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889

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