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293 JESUS NA GRUTA

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MARY’S DOVE Valtorta Magazine

293

Mary’s Dove

O

s dias ainda eram de Festa das Luzes e a cidade estava vazia. Estavam todos muito abalados com o tumulto no Templo. Mas Jesus mantinha sua convicção de que era preciso deixar registrado suas derradeiras Palavras.

Mary’s Dove

Todos os conhecidos que acostumavam hospedá-los estavam fora, comemorando. E cada um dos apóstolos deveria escolher onde gostaria de ficar. Jesus deixou claro que queria estar só naqueles dias.

Mary’s Dove

“Portanto, ide para onde quiserdes. E vos lembro que deveis estar unidos, obediente a Pedro. Não como um patrão, mas como um irmão mais velho. Logo que Levi trouxer minha sacola, nós nos separamos.”

Mary’s Dove

A ideia não foi bem recebida. “Tu rejeitastes todas as opções possíveis que Te apresentamos... Mas por Tua vontade queres estar sozinho... Acaso preferes ficar em qualquer gruta nos montes?...”

Mary’s Dove

“Pois não seriam elas bem menos geladas que os corações dos que não Me amam?....” disse de cabeça baixa escondendo o brilho de pranto. Foi interrompido por Levi que chegava ofegante.

Mary’s Dove

“Mestre! Os que Te amam Te procuram por toda parte!.. Mas preferi sair rápido... Nós, teus discípulos pastores, resolvemos ir à cidade de Davi para estes dias de recordações e orações..” disse sorrindo. Parecia o menino daquela noite distante.

Mary’s Dove

“Está bem. Já podeis ir. Nos encontraremos daqui uns dias na cidade de Salomão. E repito. Ide pregar e anunciar que o Reino de Deus está muito próximo. Curai os doentes do corpo e da alma e dai o que tiverdes, sem a preocupação com o amanhã...”

Mary’s Dove

Abençoou a cada um e partiram pesarosos olhando para trás muitas vezes. Jesus passou pelo poço de En Ragel e seguiu por um atalho até Belém. João a uns cem metros atrás, O acompanhava todo embrulhado para não ser reconhecido.

Mary’s Dove

Chegaram ao sepulcro de Raquel quando o sol se ocultava. O frio apertou. Os passos se aceleraram. No ponto alto de onde se via Belém, Jesus parou, olhou e suspirou... Desceu rápido a foi direto à Gruta da Natividade.

Mary’s Dove

Com todo cuidado para não ser visto, João achou outro estábulo e logo ascendeu um fogo. Estava contente ao dizer: “Ou morremos os dois juntos, ou eu O salvo!” e rezou: “Oh Eterno Deus! Salva o Teu Cristo!!”

Mary’s Dove

E pensava alto: “Por que Ele sempre se isola antes de suas grandes Obras?... Sou tolo e pouco compreendo... Estou com medo Meu Deus! Fortifica meu coração assim como fortificas o Teu Filho! Ele veio aqui para ouvir-Te mais do que nunca!!...”

Mary’s Dove

E fez uma longa oração de súplica, em pé e com os braços levantados. Quando o fogo estava terminando, subiu na grande manjedoura cheia de feno e se enrolou em seu manto. Estava exausto. Acabou adormecendo.

Mary’s Dove

De repente surgiram vozes. Barulho de pisadas e uma luz trêmula por entre as ruínas. Vinham chegando, um atrás do outro, os discípulos pastores: Matias, João, Levi, José, Benjamim, Elias, Daniel e Simeão.

Mary’s Dove

Elias foi o primeiro a enfiar a cabeça na Gruta de Jesus. Fez sinal para que fizessem silêncio. Afastou-se emocionado e deu lugar para que os outros olhassem também. E se retiraram. Estavam abismados com o que viram.

Mary’s Dove

Quiseram permanecer ali na entrada para poder contemplá-Lo mais tempo. Matias porém, alegou que não era lícito violar os Segredos Espirituais de Jesus. E concordaram em procurar um outro lugar.

Mary’s Dove

No entanto antes de saírem não deixaram de dar mais uma olhada para dentro da Gruta. Estavam extasiados e comovidos. Depois de alguns passos, ouviram o ronco de João. Pensaram que fosse um mendigo.

Mary’s Dove

Resolveram entrar. João parecia um novelo de lã todo enrolado no manto com o rosto meio coberto. Dormia profundamente. Por fim Daniel o reconheceu. “É João de Zebedeu!!”

Mary’s Dove

“Eles se refugiaram aqui para poderem rezar... Vamos embora! Ele pode se sentir envergonhado por estar dormindo ao invés de estar vigiando.” E foram contrariados. Queriam era ficar na entrada da Gruta da Natividade.

Mary’s Dove

“Nós que ficamos tantos anos no orvalho com nossos cordeiros, por que não ficarmos com o Cordeiro de Deus?... Não fomos nós os primeiros a adorá-Lo??...” “Certo. Mas o que viste lá dentro??... Um homem??.... Não!!”

Mary’s Dove

“Sem querer atravessamos o intransponível, coisa que nem o Sumo Sacerdote vê ao transpor o Tríplice Véu. Vimos os inefáveis Amores de Deus com Deus!! Bendigamos ao Altíssimo que nos concedeu ver este Mistério!”

Mary’s Dove

“Tens razão! Deus nos amou muito. Somos adoradores de Deus-Menino e agora vimos o êxtase do HomemDeus! Guardemos esta dádiva para contarmos aos outros...” “Não. Aos outros não. Por Prudência e por respeito ao Mistério. Saibamos nos calar...”

Mary’s Dove

“Como é difícil estarmos tão perto e não podermos vê-Lo novamente!...” “Como resplandecia seu rosto!!” “Que sorriso Divino!” “Tudo Nele era Oração!!...” “Seu olhar só podia estar vendo a Deus!!” “Mais que isso! Estava com Ele e Nele!!”

Mary’s Dove

“Como se amavam!!... O Verbo unido ao Pensamento! Por isso não era lícito ficarmos ali!.. Nem mesmo seu amado apóstolo Ele quis Consigo. Quanta necessidade Ele tem de estar com o Pai estando cercado por tanto ódio!...”

Mary’s Dove

E fizeram uma longa oração ao Altíssimo. As vozes foram ficando mais fracas. A sonolência foi tomando conta e o frio tornou-se congelante. Mesmo assim, antes da aurora levantaram-se preocupados se Jesus tinha algum alimento.

Mary’s Dove

Já era Sábado. Deixaram tudo o que tinham na entrada da Gruta e foram embora antes que um deles se levantasse e os visse ali.

Mary’s Dove

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