ARQUIVO - HISTÓRIA DO SEU ACERVO Flipbook PDF

No texto “Arquivo - História do seu acervo” a historiadora Ana Paula Tudela apresenta investigações sobre o acervo do Ar

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1 ARQUIVO História do seu acervo O acervo do Arquivo Histórico da Basílica de Nossa Senhora dos Mártires remonta ao século XVII. O primitivo templo, que se situava no actual Largo da Academia Nacional das Belas Artes, do lado da encosta da Calçada da São Francisco, foi completamente destruído pelo grande terramoto de 1755. Salvaram-se da destruição alguns documentos da 2.ª metade do séc. XVII pertencentes à Irmandade de São Miguel e Almas, e outros, datados da 1.ª metade do séc. XVIII, produzidos pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora dos Mártires, relativos aos testamentos de instituidores de capelas antigas. Dos documentos que se perderam, os mais necessários à continuidade da gestão do templo e da paróquia foram mandados refazer e compilar, conservando-se assim alguma informação anterior ao terramoto. Em 1786 a Basílica reabriu ao culto na sua actual localização e o arquivo foi-se constituindo sem grandes lacunas. Do acervo consta documentação referente a períodos da história nacional que foram marcantes para a vida da Igreja, como a Revolução Liberal de 1820, a Implementação da Primeira República em 1910 e o Estado Novo iniciado em 1926. A documentação reflecte as mudanças na organização da sociedade. Assim, para ajudar à compreensão dos primórdios da organização laica das freguesias, o arquivo possui o núcleo documental da Junta de Paróquia dos Mártires, entidade de charneira criada por decreto em 1830, implementada pelo Regime Liberal dentro dos templos e que evoluiu para a Junta de Freguesia, na sequência da Lei da Separação do Estado da Igreja, datada de 20 de Abril de 1911. Também a existência das Corporações Fabriqueiras, criadas clarificadas e regulamentadas pelo Patriarcado em 1932, está documentada no arquivo. Nos Basílica dos Mártires funcionou uma colegiada instituída por Gonçalo Pacheco Pereira (?-1735), largamente documentada nos Livros de Despesa da respectiva Testamentaria. É particularmente interessante o núcleo de livros do coro cujo estado inacabado de alguns volumes sugere terem sido feitos no templo. O Arquivo guarda também uma biblioteca que ultrapassa as quatro centenas de livros litúrgicos impressos, sendo a obra mais antiga um missal datado de 1587, saído da mundialmente conhecida Oficina Plantiniana (Christophori Plantini / Architypographi Regij) e a mais recente


2 a “Oração Universal” editada em 1997 pela Comissão Episcopal de Liturgia, impresso na Gráfica de Coimbra. De destacar ainda a série paroquial das “Desobrigas”, que temos praticamente completa, entre 1756 e 1911, documentação elaborada todos os anos por altura da confissão da Páscoa, que serve também de recenseamento da população e que representa um retrato vivo dos agregados familiares da paróquia.


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