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Correio Sul Fluminense - edição 88 - quarta-feira- 29 de março

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Story Transcript

Fundado em 23 de Novembro de 2022

Fundador Cláudio Magnavita UMA PUBLICAÇÃO DO CORREIO DA MANHÃ

Quarta-feira Volta Redonda-RJ, Quarta-feira, 29 de Março de 2023



Impresso em Volta Redonda-RJ

www.correiosulfluminense.com.br

Ano I

Nº 88

R$ 2,00

Agentes de segurança que morreram em serviço serão homenageados com monumento MAGNAVITA - PÁGINA 3

Dois vereadores gastam R$ 18 mil em viagem a Brasília Neném e Renan representaram a Câmara de Volta Redonda em reunião CORREIO DO VALE PÁGINA 3 Sonita Palmer/PMI

Itatiaia recebe doação de livros didáticos O Departamento de Trânsito, órgão vinculado à Secretaria de Ordem Pública de Itatiaia, recebeu do Observatório Nacional de Segurança Viária a doação de livros didáticos, que contemplam o Ensino Fundamental I e II. O material faz parte do Programa EDUCA, que reúne um conjunto de temas transversais de diversas áreas, com foco na mobilidade urbana, que podem ser abordados em sala de aula.

Edimar pede instauração de inquérito contra CSN O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Edimar Miguel, vai pedir que seja instaurado um inquérito civil público para acompanhar a fiscalização do Ministério do Trabalho sobre todos os acidentes ocorridos na Companhia Siderúrgica Nacional. PÁGINA 8

Albertassi começará a assessorar Neto no dia 3 CORREIO DO VALE PÁGINA 5

Postos de combustíveis são alvos de fiscais

PÁGINA 5

Divulgação Paulo Dimas/PMBM

Vítimas de chuvas recebem auxílio A vice-prefeita Fátima Lima participou da entrega de cerca de 100 vouchers alimentação, que foram doados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia para famílias afetadas pelas chuvas que atingiram Barra Mansa neste iní-

cio de ano. Fátima exaltou o trabalho que as igrejas, ONGS, empresas e sociedade civil têm realizado em parceria com a prefeitura para ajudar as pessoas vítimas da tragédia causada pela pior chuva dos últimos anos. PÁGINA 5

Fátima Lima durante entrega de auxílio em BM

2º CADERNO

Volta Redonda sediará evento

Abertas as inscrições para o Festival Paralímpico

Museu de Arte Negra, Ipeafro

Daniel Villa Verde e sua sonoridade a várias mãos em CD

Estão abertas as inscrições para o Festival Paralímpico Loterias Caixa 2023, que acontece em duas etapas neste ano (20 de maio e 23 de setembro), em Volta Redonda. O município foi escolhido pela terceira vez consecutiva para sediar o evento.

PÁGINA 4

Cristina Granato/Divulgação

CORREIO RESENDE

PÁGINA 5

ESPORTE

PÁGINA 7

Detran-RJ promove mutirão para PCD na sexta

Retratos do

exílio Exposição em Inhotim destaca os orixás pintados por Abdias Nascimento em seu exílio nos Estados Unidos

Tenista de VR se destaca na Argentina

O trânsito no Aero Clube, em Volta Redonda, terá mudanças a partir de hoje para que as equipes possam içar outra leva de vigas da ponte que está sendo construída sobre o Rio Paraíba do Sul. PÁGINA 5

PÁGINA 4

Jogos de integração são iniciados

Trânsito no Aero sofrerá mudanças a partir de hoje

PÁGINAS 1 E 2

Louise Cardoso volta aos palcos cariocas PÁGINA 5

O Detran.RJ vai realizar, na próxima sexta-feira, dia 31, mais uma edição do Dia D. Será uma programação especial destinada ao atendimento prioritário das pessoas com deficiência. PÁGINA 4

Secretaria amplia oferta da vacina BCG PÁGINA 5

OPINIÃO

2

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

EDITORIAL

Ruy Castro Crer para ver Numa palestra recente sobre qualquer assunto, falei em “suspension of disbelief ” e me perguntaram o que queria dizer. Difícil de traduzir. “Suspensão da descrença”? Tentei explicar: é como ignorar as evidências contra alguém ou alguma coisa e continuar acreditando nele ou nela. Para simplificar, dei um exemplo: a saga do Super-Homem. Como até as pedras sabem, Super-Homem nasceu em Kripton, planeta que explodiu devido a uma reação em cadeia. Seus

pais mandaram o bebê para a Terra numa nave espacial, um minuto antes da explosão. Certo. Supondo que Kal-El, nome do garoto, fosse amamentado durante a viagem por um peito automático, quem lhe trocava as fraldas quando ele fazia xixi? Quem lhe aplicava talco às virilhas assadas? Quem o ajudava a dar aquele arrotinho? Super-Homem é o Homem de Aço, lembra-se? Em adolescente, ao dançar cheek to cheek com a namoradinha num baile, como fazia para disfarçar suas

ereções, sendo estas também de aço? Com dentes idem, de aço, como o dentista conseguia tratá-lo? E, já adulto, em sua vida civil como Clark Kent, bastava-lhe usar óculos para disfarçar sua identidade. Como era quando os tirava para limpá-los na presença de sua colega, a arguta repórter Lois Lane? Clark tinha às vezes de entrar numa cabine telefônica para trocar de roupa e se transformar em Super-Homem. Como tirar o chapéu, terno, camisa, gravata, sapatos e meias em tão diminu-

to espaço e em alta velocidade? E onde guardá-los? Dizem que dobrados num bolso interno da capa. Mas não estariam terrivelmente amarrotados quando ele os vestisse ao voltar para seu emprego no jornal Planeta Diário? Sim, são perguntas de espírito de porco, que os devotos de Super-Homem nunca se fariam. Tal e qual os zumbis de Jair Bolsonaro, que, contra todas as evidências, vivem numa cega “suspension of disbelief ” sobre as atrocidades de seu mito. É crer para ver.

OUTRAS PÁGINAS NO BRASIL E NO MUNDO

JOSÉ APARECIDO MIGUEL (*)

O ‘sangue raro’ identificado em 3 brasileiros e que exigiu força-tarefa para transfusão 1- EX-MINISTRO da Educação Abrahan Weintraub chama Bolsonaro de “cafetão do povo”. Ex-ministro lembrava da volta do ex-presidente ao Brasil (5ª feira, 29); na campanha, Bolsonaro era chamado de “capitão do povo”. Em outra publicação, Weintraub (que foi ministro do governo bolsonarista) chamou Bolsonaro de “Jibaro da direita”, em referência à figura da militologia caracterizada com vestes de ouro e pedras preciosas - uma critica ao caso das joias da Arábia Saudita que o ex-presidente tentou trazer ao Brasil sem declarar para a Receita Federal. (...) (Poder360) 2- SECRETÁRIO da Segurança de SP, Guilherme Muraro Derrite, diz que ‘toda pessoa que curtiu ou comentou’ publicação de agressor sobre atentado será investigada. (...) (Globonews) Uma professora morreu e outras três ficaram feridas em atentado ocorrido nesta segunda-feira (27) na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia. (...) (g1-TV Globo) 3- MILITARES fora da política: governo busca parlamentar aliado para assumir projeto que barra a caserna em ministérios. Palácio do Planalto traça estratégia para evitar novos episódios de tensão com as Forças. Por Sérgio Roxo. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que entregará a um parlamentar de um partido de centro a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que obriga militares a se desligarem das Forças Armadas ou migrarem à reserva para disputar eleições ou assumir ministério. Caberá a esse aliado apresentá-la ao Congresso, como sendo de sua autoria. O objetivo é afastar o tema espinhoso do Palácio do Planalto e dirimir a impressão de que há uma ação do governo contra os militares. (...) (O Globo) 4- AGRONEGÓCIO critica juros, reforma tributária e invasões de terra. Por Marcelo Toledo. As atuais taxas de juros do Brasil, a reforma tributária, a falta de um Plano Safra e as re-

centes invasões de terra foram criticadas por lideranças do agronegócio segunda-feira (27) na abertura da Tecnoshow Comigo, uma das principais feiras do setor, em Rio Verde (GO). Enquanto sobraram críticas ao governo federal, não houve nenhuma menção ao nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas 15 autoridades que discursaram no evento. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi saudado pelo senador Wilder Morais (PL), e aplaudido por parte dos presentes. A abertura da Tecnoshow, em sua 20ª edição, tampouco teve falas de representantes do governo federal. (...) (Folha de S. Paulo) 5- DESCONTO de até 65% na conta de luz. Por Juliana Soane. A Tarifa Social de Energia Elétrica dá desconto de até 65% na conta de luz a famílias de baixa renda. Quem tem direito? Em todo o Brasil, quase 16 milhões de famílias já têm desconto na conta de energia elétrica. Outros 10 milhões ainda não recebem o benefício por falhas no cadastro. (...) (UOL) 6- ‘DOMÍNIO da linguagem pela inteligência artificial ameaça a civilização’. Por Yuval Harari, Tristan Harris e Aza Raskin. Se nós continuarmos a fazer as coisas como sempre, as capacidades de IA serão usadas para obtenção de lucro e poder, mesmo que isso destrua as fundações da nossa sociedade. (...) (O Estado de S. Paulo) Yuval Noah Harari é um professor israelense de História e autor do best-seller internacional Sapiens: Uma breve história da humanidade, Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã e 21 Lições para o Século 21. (...) Tristan Harris é um especialista em ética de tecnologia americano. Ele é o diretor executivo e cofundador do Center for Humane Technology.(...) Aza Raskin é cofundadora do Center for Humane Technology e do Earth Species Project. Ele também é escritor, empresário, inventor e designer de interface. Ele é filho de

da popstar catalã Rosalía, da roqueira baiana Pitty e da banda australiana Tame Impala. O Lollapalooza 2023, que terminou domingo (26), bateu recorde de público total com 302,6 mil de ingressos comprados, de acordo com a organização. Os melhores. 10º melhor: Conan Gray. 9º melhor: The 1975. 8º melhor: Rashid. 7º melhor: Tove Lo. 6º melhor: Twenty One Pilots. 5º melhor: Lil Nas X. 4º melhor: Tame Impala. 3º melhor: Pitty.2º melhor: Billie Eilish. 1º melhor: Rosalía. Rosalía mostrou que não é preciso muito para fazer um show pop impecável. No palco, havia um cenário minimalista, um DJ para as bases eletrônicas e um ótimo grupo de dançarinos. Além, é claro, da boa vontade e do talento de uma das mais comentadas e inventivas estrelas da música nos últimos anos. Os 5 piores - 5º pior: Melanie Martinez. 4º pior: Yungblud. 3º pior: The Rose. 2º pior: Jane’s Addiction. 2º pior: Jane’s Addiction. 1º pior: Drake. O primeiro lugar dentre os piores é um show que não aconteceu. O repentino cancelamento da vinda de Drake gerou um show de protestos. Fãs puxaram coros xingando Drake e famosos como Rashid, Alessandra Negrini, João Guilherme e Lumena falaram mal da falta de compromisso dele. (...) (g1)

Jef Raskin, um especialista em interface humano-computador que iniciou o projeto Macintosh na Apple. (...) (Wikipédia) 7- O ‘SANGUE RARO’ identificado em 3 brasileiros e que exigiu força-tarefa para transfusão. Por Simone Machado. Engana-se quem pensa que os tipos sanguíneos se resumem a A, B, AB e O, positivos e negativos. Essas são as tipagens do sistema conhecido como ABO e são, de fato, as mais comuns e, consequentemente, as mais conhecidas pela população em geral. No entanto, a Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT, na sigla em inglês) já identificou ao menos 43 sistemas que descrevem mais de 373 antígenos sanguíneos diferentes e esse número não é definitivo. Pacientes com esse tipo de “modificação” no sangue só podem receber doação de pessoas que tenham o mesmo tipo de sangue e com a mesma “modificação”. Esse grupo sanguíneo - também conhecido como “falso O” - não tem nenhum antígeno ABO, nem H. “Cada tipo de sangue possui características únicas. No caso do fenótipo Kell-Null, o paciente não pode receber transfusão de nenhum sangue que possua a proteína Kell, presente em praticamente todos os tipos sanguíneos. Se isso acontecer, ele pode ter reação e ir à morte”, explica Cláudio Lucas Miranda, diretor do Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB). (...) (BBC News Brasil)

9- EM CRISE, Disney inicia esta semana demissão de 7 mil funcionários. A Walt Disney disse que começaria a notificar os trabalhadores de que eles estão sendo demitidos, como parte do plano anunciado anteriormente pela empresa de cortar 7.000 empregos. Disney vai demitir 7 mil funcionários em plano para reduzir até US$ 5,5 bilhões em custos. (...) (O Estado de S. Paulo)

8- OS MELHORES e os piores shows do Lollapalooza 2023. Leia os relatos do g1, veja as listas de 10 melhores e 5 piores baseadas nestes relatos. Dentre os três headliners principais do line-up original Lollapalooza 2023, apenas Billie Eilish se apresentou no Autódromo de Interlagos, neste fim de semana. O Blink 182 foi substituído pelo Twenty One Pilots e Drake deu lugar ao DJ Skrillex. Mas essas e outras ausências não impediram que esta edição tivesse grandes shows, como o

(*) José Aparecido Miguel, jornalista, diretor da Mais Comunicação-SP, trabalhou em todos os grandes jornais brasileiro - e em todas as mídias. E-mail: [email protected]

A gangorra da taxa básica de juros “O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos”. Esse é apenas um trecho da ata do Copom sobre a manutenção da taxa básica de juros, em 13,75%, contrariando o desejo do governo e de algumas entidades econômicas, para a Selic voltar a cair. Ou seja, o Banco Central continua vigilante no processo de atenuar a alta de preços no país, não descartando a possibilidade, até, de aumentar o juros, para que o IPCA fique, pelo menos, dentro da margem máxima da meta estabelecida para este ano, de 4,75%. O próprio documento, porém, revela que o comitê aguarda os primeiros passos do novo arcabouço fiscal do país, perto de ser finalizado e divulgado pela equipe econômica, pois considera este um passo importante para melhorar o andamento da situação econômica, especialmente na questão fiscal e tributária. “O comitê avalia que o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da

Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”. A meta da inflação deste ano está em 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, pode ficar entre 4,75% e 1,75%. Todavia, o Boletim Focus desta semana projetou o IPCA deste ano a 5,8%, bem longe da meta — ou mesmo do centro dela. Com os juros em alta, a população, em geral, fica desestimulada em fazer empréstimos e financiamentos, em razão das taxas ficarem altas, favorecendo mais o consumo direto das famílias. Com isso, alguns setores, como de venda de automóveis, fica um pouco refém, como já está acontecendo, com fábricas decretando férias coletivas. Em suma, os dois lados têm suas justificativas para querer a Selic do jeito que está ou forçar uma queda dela, e quem deve manobrar essa questão é o mercado, com a sua sabedoria em enfrentar esse mar de ondas grandes — e praticamente infinitas.

O filme mais surtado dos últimos anos Os cinemas brasileiros vão receber, a partir desta quinta-feira (30), uma mistura de terror com comédia politicamente incorreta que só é possível graças à liberdade criativa mais inesperada dos últimos anos. Levemente inspirado em uma história real, “O Urso do Pó Branco” conta a história de um urso negro de um parque nacional da Geórgia, nos EUA da década de 1980, que tem sua vida mudada após um traficante idiota despejar mais de 40 kg de cocaína de um avião, caindo bem na região onde vive o pobre animal. Assim, após ingerir a droga, o urso vira uma máquina de matar e começa a atacar os visitantes do parque. Dirigido pela jovem Elizabeth Banks, que ainda busca se consolidar como diretora, o filme é uma grande homenagem àquelas histórias que saíam direto no formato de VHS, que

traziam momentos de terror explícito, muita violência e um humor pesado, que foi considerado por muitos como de mau gosto. No entanto, como o politicamente incorreto está na moda, o filme encontra uma forma divertidíssima e bizarra de introduzir os personagens humanos para matá-los da forma mais grotesca possível logo em seguida. A principal diferença desse longa para os das fitas é o orçamento, já que esse aqui teve uma verba bem mais pomposa. É uma história tão bizarra, com atuações tão caricatas, que fica impossível não se divertir em meio ao caos da trama. Indicado para jovens com mais de 18 anos e adultos fãs de uma galhofa sangrenta, “O Urso do Pó Branco” é o filme mais surtado de 2023 e tem tudo para se consolidar como um grande sucesso desse ano.

Opinião do leitor Segurança pública O aumento das áreas de influência dos programas de polícia de proximidade, como Segurança Presente e Bairro Segura, pode facilitar, ainda mais, a convivência da população local com os agentes, além de dar mais segurança às localidades. Ponto positivo para o novo governo de Cláudio Castro. Matheus Aguiar Antunes Rio de Janeiro - Rio de Janeiro

Uma publicação do

O CORREIO SUL FLUMINENSE NA HISTÓRIA Arquivo

Fazenda São José do Pinheiro

As terras, onde hoje está localizado a cidade de Pinheiral, tiveram como primeiros habitantes, os índios da tribo dos “Coroados”, que até o século XIX, se confrontavam com os primeiros desbravadores brancos. Em 1851 foi construída a Fazenda São José do Pinheiro, propriedade do Barão de Piraí, José Gonçalves de Moraes, que

a deixou como herança a seu genro José Joaquim de Souza Breves por testamento. A Fazenda São José do Pinheiro, foi uma das mais suntuosas e prósperas Fazendas de Café do Vale do Paraíba Fluminense. Não era uma simples habitação da roça, mas um palácio elegante e suntuoso como qualquer palacete da Corte. Erguida na colina cercada

de montanhas, voltada para águas do Rio Paraíba do Sul. Ostentava um magnífico jardim ao seu redor. Duas escadarias de mármore laterais, levavam à varanda em frente a sala de espera, adornada com retratos de suas majestades, o Imperador e a Imperatriz, obras do pintor Cramaelstan, algumas gravuras de Horácio Vernet, objetos de decoração de apurado bom gosto.

Direção Executiva: Marcos Salles (Presidente) [email protected] Bruno Portella (Diretor) Rodrigo Magnavita (Diretor) Cláudio Magnavita (Diretor de Redação) [email protected] Redação: Ive Ribeiro, Marcelo Perillier, Sonia Paes (editora), Luana Motta, Pedro Sobreiro, Rafael Lima, Wellington Daniel e equipe TVC

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Telefones (21) 2042 2955 | (11) 3042 2009 | (61) 4042-7872 Whatsapp: (21) 97948-0452 Volta Redonda: Av. Paulo de Frontin, 590- sala 1306 - CEP 27213-270 Bairro Aterrado - Volta Redonda -RJ Rio de Janeiro: Av. João Cabral de Mello Neto 850 Bloco 2 Conj. 520 CEP: 22775-057

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Quarta-feira, 29 de Março de 2023

William Douglas* Mandato no STF? No Brasil, Ministros do Supremo Tribunal Federal são indicados pelo Presidente da República e se aposentam compulsoriamente aos 75 anos de idade. Há algumas propostas de emenda constitucional para fixar mandato para o cargo, gerando grande debate. Em bem elaborado artigo para o FLJ, o Professor Eduardo Toledo sustenta, sobretudo, o aumento da idade dos indicados para além dos 55 anos, o que afastaria a fixação de mandato e traria consequências, tais como evitar súbitas alterações jurisprudenciais. A despeito da complexidade que envolve o assunto, devido ao exíguo espaço, compartilho ligeiramente algumas reflexões sobre o tema. A princípio, a fixação de mandato resolve uma situação notória e corrente, a preferência pela nomeação de pessoas com menos de 50 anos com o objetivo de que ocupem o cargo por mais tempo, excluindo juristas de maior idade.. Esta condição favorece certo etarismo, uma vez que pessoas foras desse padrão etário estão sendo descartadas praticamente de imediato; neste cenário, são excluídos ótimos nomes, pois priva-se o Presidente de apontá-los: entre um excelente nome com 60 anos e um outro com menos de 50, prevalecerá este último. Interessante é que quem defende a aposentadoria compulsória aos 75 anos, sob a alegada importância da sabedoria e experiência, é exatamente quem, ao ser contra mandato no STF,

na prática descarta os “velhos demais” para assumirem o cargo. Penso que mais dez anos de vida são muito úteis para quem exerce poder de ministro da Corte Excelsa. A ideia do mandato também contribui para renovar a representação. É obvio que os presidentes indicam ao cargo pessoas a eles alinhadas ideologicamente. Assim, um ministro que fique de 20 a 25 anos na Corte representa a escolha de um governante que terá deixado o poder há duas décadas. Um mandato de 12 anos, por exemplo, mantém a estabilidade, oxigena a Corte e torna a composição da mesma mais emparelhada temporalmente com as escolhas populares. Isto não tem qualquer relação com a vitaliciedade, que no caso será mitigada por conta de outros vetores. A vitaliciedade é importante, mas em um tribunal com forte viés político, a perenidade atual não é o ideal. Assim, penso que dois grandes ganhos com a fixação de mandatos seriam a renovação amiúde e, principalmente, a possibilidade de escolha de juristas com mais de 55 anos. Nada contra os mais jovens, pois há pessoas competentes em quaisquer idades. O que ressalvo é que, como está, há a exclusão dos mais velhos. O que não se quer é manter tal eliminação de candidatos mais idosos e o exercício de funções políticas por quase três décadas. *Professor de Direito Constitucional e escritor

Caroline Serbaro* Desafios da infância A infância é um período de descobertas e aprendizados, em que as crianças desenvolvem habilidades cognitivas, afetivas e sociais que são fundamentais para o seu futuro. Por isso, é tão importante promover o desenvolvimento saudável das crianças e garantir seus direitos. Infelizmente, muitas crianças ainda sofrem com a violência, negligência, exploração além do acesso limitado a recursos básicos como saúde, educação e proteção. Por isso, mais que uma data especial, o dia mundial da infância é uma oportunidade para todos refletirem sobre a sua responsabilidade na garantia dos direitos das crianças. Cada um pode e deve contribuir para criar um ambiente mais seguro e acolhedor para todas as crianças, em que elas possam crescer com saúde, felicidade e dignidade. Durante a pandemia da Covid-19 o número de famílias com crianças em situação de rua aumentou exponencialmente. Durante esse período, eu consegui fazer o isolamento com minha filha pequena na época com 7 anos, e durante as poucas vezes que sai de casa para ir ao mercado, por exemplo, eu me entristecia com a quantidade de famílias e crianças que eu via aumentar nas ruas, sobretudo, pela falta de assistência por parte do poder público diante da explosão do número de desempregados e que, apesar de noticiar aumento de valores e investimentos para esse fim pelo governo, na verdade o que eu vi aumentar foi o número de pessoas desabrigadas e desassistidas. Alguns espaços públicos na região de São Paulo – cidade onde moro – foram tomados por pessoas morando em barracas, casas improvisadas com madeira e papelão ou apenas sofás e colchoes na calcada e eu sentia muito por ver aquilo tudo diante dos

meus olhos, além do sentimento de impotência, pois quando eu fazia alguma doação de alimentos, roupas ou alguma quantia, eu sabia que aquilo era uma ajuda temporária e que não resolveria o problema daquelas pessoas. Nos últimos anos, o número de pessoas em situação de rua no Brasil aumentou muito. A pandemia foi o período de maior crescimento de famílias e crianças desabrigadas. A quantidade de crianças em situação de rua passou de 1842 em 2007 para 3759 em 2022 e dentre essas crianças mais 70% são pretas ou pardas, segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, o que nos revela que a desigualdade racial impacta diretamente nos números alarmantes da atualidade. Outra desigualdade que afeta diretamente essa questão é a de gênero, pois diante da situação de dificuldade que muitas mulheres e mães solo se encontram, em muitos casos sozinhas e sem assistência, contribui para que seus filhos acabem sofrendo por falta de condições de oferecimento de uma vida saudável e digna. Apesar de todos os problemas que enfrentamos enquanto sociedade e da falta de assistência efetiva do poder público que negligencia e negligenciou durante a pandemia o que jamais poderia ser negligenciado, e pela falta de políticas públicas consistentes, muitas organizações sem fins lucrativos e indivíduos tem se mobilizado na tentativa de contribuir para a melhora da vida de muitos, sobretudo das crianças, e isso é um indicativo de que estamos evoluindo. *Advogada especialista em Direito de Família e Sucessões com ênfase interdisciplinar em Psicanálise e Solução de Conflitos

MAGNAVITA PINGA-FOGO

MAGNAVITA

 GOLAÇO DE PAES - O prefeito Eduardo Paes deve anunciar a aquisição do edifício do jornal A NOITE, antiga sede do INPI e da Rádio Nacional, no Porto Maravilha. O prédio, pertencente  à União, passa a ser da Prefeitura do Rio.   A aquisição será feita pela CCPAR- Companhia Carioca de Parceria e Investimentos, ente municipal criada em 24 de junho de 2022. O valor atual do bem é de R$ 28.924.000,00 (vinte e oito milhões novecentos e vinte e quatro mil reais), através de compra direta do imóvel, nos termos do art. 24-A, da Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998, ratificado pela Comissão Especial de Avaliação, da Secretaria de Fazenda e Planejamento, nos termos da Deliberação CEA nº 1.902, de 06/02/2023 (POR-PRO-2022/00139).

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[email protected] @colunamagnavita Fotos CM

Rio vai ter monumento para homenagear heróis que morreram em defesa da sociedade Um almoço de empresários, no Pobre Juan, para debater pautas relacionadas ao Rio e ações para apoiar a segurança pública. Na foto: Vander Giordano (Multiplan), André Dias (TV Globo), Alfredo Lopes (SindHoteis e coordenador do encontro), Sérgio Pessoa (Grupo Aliansce), Cláudio Magnavita (Correio da Manhã), Álvaro Pires e Carlos Fernando Carvalho (Carvalho Hosken), Roberto Medina (Rock in Rio) e Daniel Homem de Carvalho (presidente da Associação Comercial do Rio). Entre os temas, o início dos estudos para a construção, na Barra da Tijuca, de um monumento em memória aos policiais militares, civis e bombeiros que tombaram em serviço. “Nos Estados Uni-

 Neste sentido, a Companhia manifestou o interesse, como indicado no Ofício nº CCP-OFI2023/00112, na compra da propriedade, comprometendo-se a efetivar o pagamento nas condições do referido Edital, quais sejam, i) 5% do valor do bem no valor de R$ 1.446.198,62 (um milhão quatrocentos e quarenta e seis mil cento e noventa e oito reais e sessenta e dois centavos) — pagamento do sinal até o dia 29/03/2023 — e ii) complemento do pagamento no valor de R$ 27.477.773,70 (vinte e sete milhões quatrocentos e setenta e sete mil setecentos e setenta e três reais e setenta centavos) — pagamento até o dia 28/04/2023.

dos estes heróis são homenageados. O sacrifício destes agentes da lei que morreram defendendo a sociedade precisa ser cultuado aqui”, afirma Homem de Carvalho. A ideia, que surgiu em um seminário de segurança pública da ACIR, é construir um memorial na Barra, com uma pira e o nome de todos os heróis que morreram em serviço.  Vai ser aberto um concurso público para escolher o melhor projeto. No próximo dia 06 de abril, os empresários se reúnem com o governador Cláudio Castro, antes da palestra-almoço na ACRJ, para apresentar propostas para melhorar a imagem do Rio e para apresentar um esboço do projeto do memorial aos heróis da segurança pública. Em comemoração pelo Mês da Mulher, a primeiradama, Analine Castro, e a secretária Heloísa Aguiar, da Secretaria da Mulher, participaram de uma roda de conversa no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) do Corpo de Bombeiros. Dezenas de mulheres militares com destaque no Corpo de Bombeiros compareceram e compartilharam suas experiências, vitórias e expectativas

 Com o pagamento do sinal nesta quarta, 29, o edifício passa a ser propriedade municipal. Ele poderá ser retrofitado e colocado no mercado, sendo uma alavanca de crescimento do Centro. A cidade pode fazer um bom negócio imobiliário, incentiva a Região Central e possibilitará a ocupação do primeiro arranha céu da cidade.  OBRAS PARADAS - A Câmara dos Deputados terá uma comissão para acompanhar e monitorar as obras que estão paralisadas por todo o país. O estado do Rio será representado pelo deputado Max Lemos, que foi secretário de Infraestrutu-

ra e Obras do governo Claudio Castro. A resignaçao já foi feita pelo presidente Arthur Lira.

 DE VOLTA AO SENADO - De volta à Brasília, o deputado federal Marcelo Crivella, além de assu-

mir uma liderança na bancada evangélica, já decidiu que em 2026 será candidato ao Senado. Vai trabalhar todo o seu atual mandato com este objetivo.

 FICA ATÉ O FIM Passado o carnaval, a arti-

lharia em direção ao presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, baixou. Ele está envolvido nas prestações de contas dos patrocínios recebidos e só aceita deixar o posto no final do seu mandato em 2024. Fica até o último dia.

Joaci Góes* A hora e a vez da Chapada Diamantina A vasta e bela cordilheira da Chapada Diamantina, com seus 41.751km², desdobra-se nos estados da Bahia e Minas Gerais, onde se encontram os pontos mais altos do Nordeste Brasileiro, sendo culminante o Pico do Barbado, com 2.033 metros de altura, localizado entre os municípios de Rio do Pires e Abaíra, na Bahia, seguido do Pico do Itobira, com 1.970 m de altura, e do Pico das Almas, também na Bahia, dividindo os municípios de Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora, com seus 1.958 metros de altitude. Quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e Rio das Contas nascem na Chapada Diamantina ou em seus contrafortes, formando, ao longo dos seus percursos, piscinas naturais, como o Poço do Diabo, e cachoeiras, a mais conhecida das quais é a da Fumaça, situada no pequeno e aprazível município de Palmeiras. O extenso altiplano que caracteriza a Chapada, com uma largura média de 25km,

varia sua altitude entre 800 e 1200 metros acima do nível do mar, razão do permanente clima de montanha que oferece aos que a visitam, uma das razões de ter sido escolhida como o melhor destino turístico do Brasil, no ano de 2022. Entre os séculos 18 e começo do 20, a Chapada foi meca da busca de ouro e diamante. Segundo dados geológicos, a formação sedimentar da Chapada iniciou-se há cerca de um bilhão e setecentos milhões de anos! A paisagem de hoje é o produto de interessante evolução cuja explicação foge aos propósitos deste breve registro. Basta mencionar que o ambiente que hoje ali se encontra enseja aos especialistas uma leitura fiel das atividades telúricas ali desenvolvidas ao longo de tantas eras. Dominada pelo Semiárido, de que a caatinga é a expressão maior, e protegida pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, pelo Parque Estadual de Morro do Chapéu e outras entidades ambientais, aí

abundam, entre outras espécies, sempre-vivas, orquídeas e bromélias. Em consonância com a última regionalização, de 2007, a população da Chapada Diamantina, de aproximadamente 400 mil pessoas, se distribui em 24 municípios, a saber: Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Ibitiara, Itaetê, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga, Wagner, Boninal, Bonito, Ibicoara, Iraquara, Jussiape, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção e Piatã. A riqueza de cavernas aí existentes faz da Região um dos paraísos para os estudos no campo da Espeleologia. A Região foi o palco de grandes lutas entre Coronéis que atuavam como senhores de baraço e cutelo, de tal modo distantes se encontravam das atenções e do alcance dos poderes constituídos e centralizados em Salvador. Horácio de Matos (1882-1931) foi a expressão máxima desses tem-

pos temerários, entre heroicos e bandidos. Se merecer a devida atenção, toda a Região poderá alcançar a fase de crescimento e modernização que faz da aprazível Mucugê um pedaço do Paraíso, para alegria da sua operosa e muito bem avaliada prefeita Ana Medrado, apta a receber, com a infraestrutura já existente, as mais exigentes personalidades. Nunca é demais enfatizar o notável papel desempenhado pelo Grupo Progresso que, em tudo que realiza, busca satisfazer exigências do Primeiro Mundo, desde o seu primoroso hotel boutique, até a moderníssima vinícola instalada entre montanhas, com uma das visões mais belas do Planeta. Conhecer a Chapada é uma experiência necessária que se soma ao trabalho do líder político João Leão, em sua tenaz luta para desenvolver o Oeste Baiano. *Jornalista, escritor e presidente do IGHB

Estado do Rio

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CORREIO FLUMINENSE Divulgação

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Detran realiza Dia D para PCD 13 municípios receberão a programação especial nesta sexta Em homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Detran.RJ vai realizar, na próxima sexta (31), mais uma edição do Dia D. Será uma programação especial destinada ao atendimento prioritário das pessoas com deficiência. A ação contará com a parceria da Secretaria de Trabalho e Renda (Setrab), que oferecerá vagas de emprego para o público PCD. Neste dia, o usuário PCD poderá realizar serviços de iden-

tificação civil e de habilitação em qualquer unidade do departamento, sem necessidade de agendamento prévio. Já os serviços veiculares serão disponibilizados no posto Detran Acessível – PCD, que fica na Av. Francisco Bicalho (entrada pela Rua Idalina Senra 35, em São Cristóvão). O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado oficialmente no dia 2 de abril, mas o Detran.RJ antecipa as comemorações com este atendimento especial.

Também estará disponível para o público PCD a inscrição para o programa Cidadania Sobre Rodas, que oferece aulas gratuitas de direção para pessoas que necessitam de carro adaptado. Para se inscrever, o candidato deverá comparecer ao Posto Detran Acessível – PCD, das 8h às 16h, ou procurar uma das 13 Ciretrans para se cadastrar neste dia. As vagas são limitadas. Os atendimentos serão feitos em Angra dos Reis, Araruama,

Barra do Piraí, Campos dos Goytacazes, Itaboraí, Niterói, Duque de Caxias, Mesquita, Miracema, Rio Bonito, Petrópolis, Nova Iguaçu e Seropédica. - Além do atendimento prioritário no Dia D, as pessoas com deficiência já podem, desde a semana passada, requerer a carteira de identidade, sem necessidade de agendamento, em qualquer posto de identificação civil do Estado do Rio - ressalta o presidente do Detran.RJ, Adolfo Konder.

Prefeitura ligou 100 residências à rede coletora Arquivo – Cris Oliveira/Secom PMVR

Rafael Campos

Niterói reduz esgoto com programa social de coleta Menos 1,439 milhão de litros de esgoto sem tratamento deixaram de ser lançados mensalmente no sistema lagunar de Itaipu e Piratininga na primeira fase do segmento social do programa Ligado na Rede, iniciado no segundo semestre de 2022. Executado pela Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilida-

de e em parceria com a concessionária Águas de Niterói, a iniciativa ligou à rede coletora e de tratamento de esgoto 160 imóveis localizados na bacia do Rio Jacaré, na Região Oceânica, ocupados por famílias beneficiárias do Cadastro Único. Niterói ficou em primeiro lugar no Estado do Rio no ranking do Instituto Trata Brasil de fornecimento de água e coleta de esgoto.

Resgate

Precariedade

Um homem de 51 anos foi resgatado, nesta segunda (27), em condições de trabalho degradante em Nova Iguaçu. De acordo com a prefeitura, agentes da Guarda Ambiental Municipal foram verificar uma denúncia de criação irregular de suínos e encontraram o trabalhador.

Segundo a própria vítima, o proprietário do terreno e dos animais lhe ofereceu trabalho em troca de abrigo. No entanto, Geovani Dias Cardoso, de 51 anos, vivia em condições precárias de higiene e se alimentava da mesma lavagem servida aos porcos havia mais de um ano. Divulgação

Evento começa nesta sexta, com mais de 40 shows

Ostrascycle terá aplicativo gratuito com informações Todo o público poderá ficar por dentro de tudo que vai acontecer na 26ª edição do Encontro Internacional de Motociclistas de Rio das Ostras – Ostrascycle, que começa na próxima quinta-feira, 30 e vai até domingo, 2 de abril. A Prefeitura desenvolveu uma aplicativo que já está disponível gratuitamente. Para ter acesso a progra-

mação, notícias sobre o evento, conhecer um pouco das bandas que estarão se apresentando, procurar hospedagem e assistir as lives do evento é só pesquisar “Ostrascycle” na sua loja de aplicativo IOS e Android e baixar. O Ostrascycle 2023 contará com mais de 40 shows e quase 100 horas de muito rock n´roll.

Também foi anunciado novo posto do Detran

Estado construirá batalhão da PM em Maricá Cidade vai sediar evento pela terceira vez consecutiva

VR abre inscrições para Festival Paralímpico Evento acontece na Arena Esportiva, na Voldac Estão abertas as inscrições para o Festival Paralímpico Loterias Caixa 2023, que acontece em duas etapas neste ano (20 de maio e 23 de setembro), em Volta Redonda. O município foi escolhido pela terceira vez consecutiva para sediar o evento. A decisão foi divulgada na última semana pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), quando foram definidos os 120 núcleos selecionados para sediar o evento. A organização no município conta com apoio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel). “Estamos muito felizes por abrigar mais uma vez esse evento que reforça o trabalho de inclusão realizado em Volta Redonda. É muito importante também a organização manter um percentual de crianças que não possuem deficiência, tor-

nando o festival ainda mais inclusivo. E nós queremos levar o esporte para todos”, frisou a secretária municipal de Esporte e Lazer, Rose Vilela. Podem se inscrever crianças e adolescentes, de 8 a 17 anos, e os interessados devem acessar o link abre.ai/fpvr2023 e preencher o formulário. O Festival Paralímpico Loterias Caixa 2023 será realizado na Arena Esportiva, no bairro Voldac, e terá a duração de 4h (das 8h30 às 12h30). Além de acontecer em duas datas diferentes, a edição deste ano terá outras novidades, como o aumento no número máximo de participantes – em 2021 eram 100, em 2022 foram 150, e serão disponibilizadas 165 vagas para 2023. “O festival deste ano também incluiu mais uma modalidade: o vôlei sentado. As

outras serão atletismo, parataekwondo e parabadminton. Apesar de não ser do município, o festival entrou no calendário de eventos esportivos da cidade e nos esforçamos para a realização”, explicou o subsecretário municipal de Esporte e Lazer, Daniel Alves. O Festival Paralímpico Loterias Caixa tem a finalidade de proporcionar a crianças e jovens, de 8 a 17 anos, com e sem deficiência, a experiência de vivenciar as modalidades paralímpicas e difundir o Movimento Paralímpico em todo o território nacional. A primeira edição do festival, em 2018, foi realizada em 48 cidades com a participação de mais de 7.000 crianças. Em 2019, o evento teve 70 sedes e atendeu mais de 10 mil crianças. A edição de 2020 foi cancelada devido à pandemia.

Balanço da alta temporada Taxa de ocupação hoteleira ficou em 96% em Angra Divulgação/PMAR

Reforma

Exposição

A Prefeitura de Três Rios iniciou a reforma da UPA 24h, no Triângulo. A obra acontece sem a necessidade de transferir o atendimento para outro local. A intervenção ocorre no sentido de resolver problemas crônicos que a estrutura apresenta desde a sua inauguração.

Paraíba do Sul recebe a Exposição “Línguas Vivas – Tirinhas na Educação”, com obras dos cartunistas Bill Watterson (EUA), Alexandre Beck (BRA) e Ricardo Liniers (ARG). A mostra conta com curadoria da Azougue Cultural e ficará exposta a partir do dia 30, no Theatro Mariano Aranha.

Novas linhas

Economia

O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, recebeu, nesta semana, a visita do secretário estadual de Transportes, Washington Reis, para anúncio da criação de três novas linhas de ônibus para São Gonçalo, Nova Friburgo e Cabo Frio. Os coletivos serão movidos a GNV.

A ideia é que toda a frota intermunicipal de Maricá utilize o combustível menos poluente, o que pode reduzir pela metade o valor das passagens. Um estudo técnico deve ser concluído em 30 dias. Com as novas linhas, o município ganhará opções de transporte para a Serra e Lagos.

Com o fim do verão, termina também a alta temporada em Angra dos Reis. A TurisAngra divulgou um balanço muito positivo. Entre os meses de novembro de 2022 e março deste ano, a taxa de ocupação hoteleira ficou em 96% nos mais de 12 mil leitos, divididos entre os 256 meios de hospedagem registrados. Neste período, a cidade recebeu 720 mil visitantes. Segundo levantamento realizado pela autarquia apontou que 28% dos viajantes vieram da Argentina, 14% da França e 10% da Inglaterra. Já entre os turistas brasileiros, 38% do Rio de Janeiro e 34% de São Paulo, o que mostra que o fluxo de visitantes de cidades mais próximas têm crescido, principalmente nessa retoma pós-pandemia. “Saber de onde vem os nossos turistas é fundamental.

TurisAngra divulgou balanço positivo

Esse ano focamos também nas abordagens e fiscalizações nos ônibus e vans de turismo”, comentou Marc Olichon, presidente da TurisAngra. A temporada de Navios, também foi um sucesso. Esse ano, Angra teve o maior número de paradas no continente e na Ilha Grande: 76 navios

no total. Os 290 mil turistas que desembarcaram dos navios na cidade, ajudaram a movimentar o comércio local. Segundo o cálculo da Fundação Getúlio Vargas, foram mais de R$ 144 milhões injetados na economia do município durante a temporada de navios de 2022/2023.

O governador Cláudio Castro assinou, nesta segunda (27), com o secretário de Polícia Militar, cel Luiz Pires, um protocolo para a construção de um Batalhão da PM em Maricá. Atualmente a cidade é atendida pelo 12º BPM (Niterói). Na cidade, Castro também entregou duas ambulâncias e assinou protocolo para abertura de um posto do Detran. - É muito importante que a gente garanta a segurança na cidade de Maricá, uma das regiões que mais crescem e que é polo de uma das nossas principais vocações econômicas, que é o óleo e o gás. É importante que a gente garanta a segurança para atrair os empreendedores, gerar mais empregos e trazer justiça socialenfatizou Cláudio Castro. Marcelo Camargo/Agência Brasil

Até 25 de março, houve 8.823 registros da doença

Estado registra aumento de casos de dengue A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, informou nesta terça-feira (28) que o número de notificações de casos prováveis de dengue no estado do Rio está acima do que era esperado para o momento, mas não ultrapassou o limite que pode ser considerado epidemia. Até 25 de março (12ª semana epidemiológica de 2023), o estado registrou 8.823 casos prováveis de dengue este ano e um óbito confirmado. Foram identificados, no estado, os sorotipos 1 e 2 do vírus da dengue, com predomínio, até o momento, do primeiro. Em 2022, no mesmo período, foram registrados 1.283 casos. No ano passado, foram identificados os sorotipos 1 e 2 do vírus da dengue.

Região do Vale

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

CORREIO DO VALE Redes sociais

VEREADORES GASTAM R$ 18 MIL EM VIAGEM Os vereadores Nilton Alves de Faria, o Neném, e Renan Cury foram a Brasília, em meados deste mês, para “tratarem de assuntos de interesse de Volta Redonda”. A Câ- Vereador Neném mara Municipal liberou nada menos do que R$ 18.132,82 para a dupla. Exatos R$ 9.066,41 para cada um gastar com passagem aérea, hospedagem e alimentação no Distrito Federal.

Sem prestação de contas Tanto Renan quanto Neném foram dispensados de prestarem contas sobre o valor gasto em hospedagem e alimentação, conforme resolução aprovada pelo Legislativo. Eles foram participar de um encontro com o vice-pre-

sidente Geraldo Alkmin, nos dias 16 e 17 de março. Neném, candidato derrotado a deputado federal, ficou tão encantado com o Congresso que fez uma foto no Plenário Ulysses Guimarães e postou em seu instagram.

Assessor especial

Confirmado

O prefeito Neto está com um novo assessor especial a partir do dia 3 de abril. Trata-se do ex-deputado estadual Edson Albertassi. A confirmação da nomeação do assessor foi feita pelo próprio prefeito Neto.

Neto tinha anunciado que Albertassi seria seu assessor no final de janeiro. Depois de quase dois meses, bateu o martelo. “Não subiu no telhado (a nomeação) dele, não. Vai nos ajudar bastante”, disse no programa Dário de Paula.

Castramóvel

Castramóvel II

O vereador Paulo Conrado está feliz. É que Volta Redonda terá brevemente um castramóvel para atender animais de rua e de tutores que não possuem condições para arcar com a castração.

O castramóvel está previsto para as próximas semanas. “Este é um projeto que tenho grande orgulho de concretizar, pois a castração é um ato de amor aos animais”, destacou Paulo Conrado.

CORREIO RESENDE Raimundo Brasil (PMR)

II JOGOS DE INTEGRAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL A Secretaria Municipal de Educação está promovendo a II edição dos Jogos de Integração do Ensino Fundamental (JIEF). A atividade conta com torneio esportivo para os Jogos de Integração alunos das turmas de 3º a 9º ano, dos 8 aos 16 anos de idade, das escolas da rede municipal. Todos os jogos vão acontecer na quadra da E. M. Dona Mariucha. A primeira edição contou com a participação de 800 alunos.

Atividades Esse ano, os jogos estão divididos em etapas. As atividades iniciais serão de queimada. Outras etapas com modalidades esportivas diferentes serão desenvolvidas nos próximos meses, como futsal e xadrez. “Exercitar o espíri-

to esportivo entre nossos alunos é um papel fundamental, pois o esporte e a educação andam sempre lado a lado. Despertar esse sentimento é muito importante”, disse a secretária de Educação, Rosa Frech.

Mutirão

Mutirão II

Será realizado um mutirão de coleta de entulhos inservíveis no Lote 10 em Visconde de Mauá, nesta quinta-feira (30). Os caminhões estarão em frente ao campo de futebol, na Avenida Wenceslau Brás (próximo ao Colégio Antônio Quirino), das 9h às 15h.

Os moradores da região poderão descartar entulhos, cerâmicas, madeiras, móveis, porcelanas, pneus, isopor e outros resíduos inservíveis. O intuito é ajudar a população local a limpar suas residências e entregar os entulhos de forma correta.

Federal Kids

Ingressos

Estão abertas as inscrições para mais uma edição da Corrida Federal Kids, uma grande mobilização através de uma atividade física para toda a família em prol da luta contra a pedofilia. O evento é promovido pela Polícia Federal.

Os ingressos para o evento podem ser comprados de forma online por toda a população, em especial quem tiver crianças em casa. A corrida acontecerá no dia 2 de fevereiro, das 8h às 11h, com largada programada para acontecer no Parque das Águas.

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Prefeito visita Itapetinga Empresa assumirá o transporte público de Resende em 90 dias Divulgação

O prefeito de Resende, Diogo Balieiro, e o secretário de Governo Élio Rodrigues, estiveram em São Mateus, no Espírito Santo, para visitar a fábrica encarroçadora dos novos ônibus da empresa vencedora da licitação do transporte público da cidade. Os novos veículos, que, em breve, começarão a circular em Resende, foram vistoriados pelo prefeito e secretário. A área urbana receberá uma frota com veículos 100% 0km e com, no máximo, um ano de uso na área rural. O contrato para a nova empresa operar em Resende foi assinado no dia 9 de março, com prazo de até 90 dias para iniciar o serviço de transporte público. Cartões de transporte Na reunião para finalizar os trâmites da licitação, os representantes da empre-

Diogo Balieiro e Élio Rodrigues vistoriam empresa no Espírito Santo

sa Itapetinga se comprometeram em conversar com os responsáveis pela São Miguel — atual operadora — para que os usuários não percam o crédito que possuem em seus cartões de transporte. A tarifa

a ser paga pelo passageiro será de R$ 4,40. Os representantes também assumiram o compromisso de dar preferência aos atuais funcionários da empresa para a formação do

quadro de funcionários da nova empresa responsável pela concessão. - Em breve, a população poderá acompanhar a chegada dos novos ônibus - explicou o prefeito Diogo Balieiro.

Saae realiza audiência Volta Redonda amplia pública em angra oferta da vacina BCg O Saae (Serviço Autônomo de Captação de Água e Tratamento de Esgoto) de Angra dos Reis realiza hoje (29) audiência pública para a concessão dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário no município. O evento é aberto ao público, e tem como objetivo promover o diálogo entre a administração pública e o cidadão. Após a audiência, uma consulta pública começa na quin-

ta-feira (30) e fica aberta pelo período de 30 dias, até o fim de abril. A minuta do edital e seus anexos estão disponíveis no site da Prefeitura de Angra (https://www.angra.rj.gov.br/). Os interessados podem enviar suas sugestões e comentários sobre algum trecho do edital para o e-mail (concessao@ saaeangra.com.br) até o dia 28 de abril, informando nome, empresa, e-mail e telefone de contato.

A oferta da vacina BCG, que protege contra as formas graves da tuberculose, foi ampliada em Volta Redonda. Com um estoque de doses maior disponível, a aplicação, que acontecia apenas na maternidade do Hospital São João Batista e na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro Jardim Paraíba, foi descentralizada e está sendo realizada também em seis unidades básicas. “A vacina BCG é aplicada

Vice-prefeita vai à entrega de auxílio para moradores Paulo Dimas/PMBM

A vice-prefeita Fátima Lima participou da entrega de cerca de 100 vouchers alimentação, que foram doados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, através da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, para famílias afetadas pelas chuvas que atingiram Barra Mansa neste início de ano. Durante a entrega dos cartões, a vice-prefeita exaltou o trabalho que as igrejas, ONGS, empresas e sociedade civil têm realizado em parceria com a prefeitura para restabelecer a dignidade das pessoas atingidas pela tragédia causada pelas chuvas. “Nós temos o privilégio de contar com o apoio de diversas iniciativas em Barra Mansa, principalmente nesses momentos mais difíceis. Dessa vez estamos contando com o auxílio da Igreja Adventista, por meio da agência de desenvolvimento regional de ação social. Isso é muito importante porque a igreja está no município para servir, que é um

Fátima Lima fala da importância de auxílio

mandamento de Jesus. E em nome do prefeito Rodrigo, eu quero agradecer ao presidente regional, Pastor Geovane, e a toda equipe da Igreja Adventista que está contribuindo nesse momento de dificuldade”, destacou Fátima Lima. O presidente da Associação Rio Sul, Pastor Geovane Felix de Souza, explicou o trabalho desenvolvido pela

agência. “A ADRA é uma entidade da Igreja Adventista que trabalha no mundo inteiro, auxiliando os governos a amenizar a dor das pessoas que sofrem por uma calamidade ou uma tragédia, como aconteceu aqui em Barra Mansa. Eu diria que ADRA é aquela agência da igreja que trabalha pela dignidade das pessoas”.

Trânsito alterado no aero O trânsito no bairro Aero Clube, em Volta Redonda, terá mudanças a partir das 6h desta quarta-feira, dia 29, para que as equipes possam içar outra leva de vigas da ponte que está sendo construída sobre o Rio Paraíba do Sul. A ponte será um novo elo entre as duas margens do Rio Paraíba do Sul, desafogando o trânsito cada vez mais sobrecarregado. A obra faz parte do Plano de Mobilidade Urbana do município, em parceria

com o Governo do Estado. De acordo com a Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (STMU), um guindaste de 250 toneladas será posicionado na via em frente ao clube do bairro para a execução dos trabalhos. A interdição acontecerá em um trecho da Avenida Ministro Salgado Filho, compreendido entre a Avenida 7 de Setembro e o trevo com a Avenida Beira-Rio (próximo ao Kartódromo). O tráfego

de veículos ficará interrompido até o término da instalação das vigas, que está previsto para as 18h. Haverá desvio no itinerário dos ônibus da Linha 210 C (Três Poços X Aterrado), no sentido da Radial Leste para o Senai. Durante toda a quarta-feira, os veículos dessa linha irão percorrer outras ruas e avenidas. Os motoristas de carros de passeio também precisarão fazer outro itinerário.

em dose única, ao nascer. Em algumas maternidades, como no Hospital São João Batista, a maior parte dos recém-nascidos já têm a vacina aplicada antes da alta hospitalar”, explicou o médico sanitarista da SMS, Carlos Vasconcellos. A vacina é aplicada em dose única e pode ser feita até a criança completar 4 anos, 11 meses e 29 dias de vida.A vacinação não requer qualquer cuidado prévio, segundo a prefeitura.

Postos de combustíveis estão sendo fiscalizados As fiscalizações em postos de combustíveis de Barra Mansa foram intensificadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A finalidade é verificar o cumprimento das normas relacionadas principalmente à poluição. Em comparação com o primeiro trimestre de 2022, o número de denúncias sobre empresas em funcionamento sem a devida licença ambiental aumentou mais de 50%. Das mais de 40 denúncias atendidas em 2023, 18 notificações foram expedidas determinando providências para o licenciamento ambiental da atividade. O licenciamento é importante para que sejam adotadas medidas de controle para evitar que possíveis incidentes ocasionem a poluição do ar, da água ou do solo. Além disso, empreendimentos devidamente licenciados têm acesso facilitado ao crédito e a serviços oferecidos por empresas multinacionais. Divulgação

Fiscais vão a postos

Política

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CORREIO POLÍTICO Reprodução/NDB

COMANDO BRICS A ex-presidenta da República, Dilma Rousseff, começou a comandar nesta terça-feira (28) o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), também conhecido como Banco do Brics. O perfil oficial da Dilma inicia os trabalhos instituição financeira no Twitter divulgou as primeiras imagens de Dilma na função de presidenta do banco, que tem sede em Xangai, na China. Eleita na última sexta-feira (24), Dilma presidirá o NDB até julho de 2025. Ela substitui Marcos Troyjo.

Tarcísio retira cálculo renal O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, passou por procedimento médico em Londres nesta terça (28) para a retirada de um cálculo renal. Ele precisou interromper os compromissos da missão internacional na segunda

(27) devido a uma crise. Segundo o governo paulista, o político passa bem e teria previsão de alta ainda ontem. Tarcísio sentiu fortes dores na segunda e, ainda no hotel, foi atendido por um médico da embaixada brasileira.

Armas

Reeleito

A CSP do Senado aprovou requerimentos de convite ao Ministro da Justiça, Flávio Dino, para explicar a fundamentação do decreto que modificou as regras para a aquisição e a venda de armas no país. 

O senador Jayme Campos (União-MT) foi reeleito presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) será o vice-presidente do colegiado.

Sabatina

Yanomamis

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado realizará na quinta (30), a sabatina com o indicado pelo governo Lula para o cargo de diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa.

Após três audiências para debater a visão dos povos indígenas e dos garimpeiros sobre a crise na terra dos ianomâmis, a comissão temporária externa do Senado dará continuidade aos trabalhos hoje.

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Ministros do STF e governo defendem redes reguladas Tema está em debate em audiência pública na Suprema Corte Rosinei Coutinho/SCO/STF

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de Estado se revezaram nesta terça-feira (28) em audiência pública na defesa da regulação das redes sociais, com algum grau de responsabilização das empresas que as ofertam ao público. De outro lado, advogados de bigtechs como Google e Meta – donas de redes e aplicativos como YouTube, Instagram, Facebook e WhatsApp – contestaram a iniciativa, argumentando que isso não garantirá uma internet mais segura no Brasil. Eles defenderam que um ambiente digital mais saudável poderá ser alcançado com o aprimoramento da autorregulação já existente. O tema está sendo debatido em audiência pública convocada pelos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, que são relatores de dois recursos que tratam do uso abusivo das redes sociais e pedem a remoção de conteúdos. “Esse é um tema de interesse de toda a sociedade”, afirmou Fux em sua fala de abertura. A questão de fundo dos processos é saber se trechos do Marco Civil da Internet estão de acordo com a Constituição, em especial o Artigo 19 da lei, que trata da remoção de conteúdo mediante ordem judicial. A audiência pública começou nesta terça pela manhã e segue até hoje (29). Na prática, contudo, as discussões englobam também os projetos de lei que tramitam no Congresso para regular as redes sociais e a proteção da democracia no ambiente digital. Tais

Advogados de bigtechs como Googles e Meta contestaram a iniciativa

iniciativas, principalmente o chamado Projeto de Lei (PL) das Fake News, ganharam impulso após os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. “Creio que é muito importante que o Congresso Nacional, de forma célere, delibere, para que tenhamos parâmetros legais para a atividade de plataformas digitais no Brasil, inspirados nas boas experiências internacionais”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de lei, na abertura da audiência. Além de ministros do Supremo e de governo, bem como os representantes das plataformas, que também falaram durante a abertura dos trabalhos, está prevista a participação ainda de representantes do Ministério Público, da Associação Nacional de Jornais (ANJ), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A íntegra dos debates pode ser acompanhada no canal do STF no YouTube.

Supremo Uma das falas mais incisivas foi a do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e trabalhou com proximidade junto às plataformas de redes sociais para garantir a segurança das eleições de 2022. “Não é possível continuarmos achando que as redes sociais são terra de ninguém, sem responsabilização alguma. Não é possível que só por serem instrumentos, depositárias das comunicações, [as plataformas] não tenham nenhuma responsabilidade”, afirmou o ministro Alexandre de Moraes. “O modelo atual está falido”, completou. Governo Em sua vez, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que o governo tem posição “opinativa” no assunto, uma vez que caberá ao Judiciário e ao Legislativo deliberar sobre o tema, mas que muito tem a contribuir a partir de debates internos e que

não se furtará em opinar. “Somos pagos para isso”, afirmou. Dino abriu seu raciocínio defendendo limites às manifestações nas redes sociais e que isso não é um ataque a direitos fundamentais. Plataformas Em nome da Meta - dona de Instagram, Facebook e WhatsApp - o advogado Rodrigo Ruf Martins argumentou ser falsa a ideia de que uma maior responsabilização civil das plataformas vá resultar num ambiente mais seguro para a internet brasileira. O advogado-sênior do Google, Guilherme Cardoso Sanches, também ressaltou que a empresa remove milhões de conteúdos anualmente de suas plataformas, sem que para isso seja preciso nenhuma legislação adicional e decisão judicial. “Só no Brasil, em 2022, o YouTube removeu mais de 1 milhão de vídeos que violaram politicas sobre desinformação, discurso de ódio, violência, assédio, segurança infantil, entre outros”, pontuou.

EcoNoMia

CORREIO ECONÔMICO Fernando Frazão/Agência Brasil

PETROBRAS Os acionistas minoritários da Petrobras indicaram seis candidatos para concorrer às vagas nos conselhos de Administração e Fiscal da estatal. A eleição dos oito membros do Conselho de Administração e dos cin- Eleição será dia 27 de abril co integrantes do Conselho Fiscal será no dia 27 de abril, quando acontece a Assembleia Geral Ordinária. De acordo com o estatuto da Petrobras, os ordinaristas têm direito a uma vaga e os preferencialistas a outra no Conselho Fiscal.

Nomes para os conselhos Para o Conselho de Administração, foram indicados pelos acionistas minoritárias ordinaristas o investidor José João Abdalla Filho e o gestor Marcelo Gasparino da Silva. Para o Conselho Fiscal, a advogada Michele da Silva Gonsa-

les Torres e o contabilista Aloisio Macário Ferreira da Silva. Os acionistas minoritários preferencialistas indicaram para o Conselho Fiscal, o advogado João Vicente Machado e a especialista em marketing Rochana Grossi Freire.

Ipea

Inflação

Mesmo com a tendência de queda das pressões inflacionárias demonstrada nos últimos meses, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) revisou para cima a expectativa de inflação para este ano.

Na nova projeção do instituto, divulgada nesta terça-feira (28), a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegaria a 5,6% em 2023, ante projeção de 4,9%, feita em dezembro de 2022.

Justificativa

INPC

A revisão do IPCA ocorreu por causa do “desempenho menos favorável dos preços administrados e dos serviços, especialmente os relativos à educação, além da reoneração dos combustíveis”, segundo o Ipea.

A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) passou de 4,9% para 5,5%. O Ipea reviu a projeção de inflação dos bens e serviços monitorados para 8,2%, ante os 5,6% previstos em dezembro de 2022.

Alckmin defende reforma Para ele, modelo tributário nacional, hoje, é ‘caótico’ e ‘injusto’ Agência Brasil

O vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu uma reforma tributária que traga eficiência econômica para o país. Representando o presidente Lula, ele falou na abertura da 24ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). “Há uma conscientização de que o modelo tributário nosso é caótico, ele leva a uma judicialização altíssima. Ele tem um custo muito elevado para pagar imposto tal é a complexidade tributária. Ele é injusto na maneira como arrecada porque está excessivamente em cima de consumo”, disse, comparando que, nos Estados Unidos, os tributos sobre consumo são em torno de 20%, enquanto no Brasil chegam a quase 50%. Para Alckmin, o modelo tributário brasileiro é “caóti-

Vice-presidente esteve na Marcha dos Prefeitos

co” e “injusto”, tanto na cobrança quanto na distribuição de recursos. Segundo o vice-presidente, a disparidade na distribuição varia de R$ 30 a quase R$ 9 mil per capita para os municípios. “Ele [o modelo tributário]

dificulta a exportação porque acumula crédito. Ele não estimula investimento. Essa é uma reforma que traz eficiência econômica que é o que o Brasil precisa para crescer mais forte. Estamos confiantes e o caminho é o diálogo.

Os prefeitos eram um dos setores de preocupação, mas hoje há um entendimento que a questão federativa se resolve e o importante é a economia crescer mais forte”, afirmou o vice-presidente. A reforma tributária e o pacto federativo são os temas centrais para os prefeitos nesta edição da marcha, que reúne cerca de 10 mil gestores. A CNM defende a mudança na legislação para que o tributo fique na cidade onde houve o consumo. Atualmente, o dinheiro vai para o município da sede da empresa fornecedora. Hoje, duas PECs para a reforma tributária que tramitam no Congresso são defendidas pelo Ministério da Fazenda. Elas sugerem a unificação de vários tributos e não vão diminuir a arrecadação dos municípios, segundo o governo federal.

copom pode subir a taxa Selic O Comitê de Política Monetária do Banco Central reforçou a possibilidade de subir a taxa básica de juros, caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. A instituição diz que “segue vigilante”, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. “O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos”, diz a ata

da última reunião do Copom, divulgada na terça (28). O documento também menciona incertezas em relação ao futuro arcabouço fiscal em elaboração pelo Ministério da Fazenda, mas elogia a recente reoneração parcial da gasolina e do etanol. “O comitê avalia que o compromisso com a execução do pacote fiscal demonstrado pelo Ministério da Fazenda, e já identificado nas estatísticas fiscais e na reoneração dos combustíveis, atenua os estímulos fiscais sobre a demanda, reduzindo o risco de alta sobre a inflação no curto prazo”, ressalta a ata.

O Banco Central diz que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a apresentação do arcabouço fiscal, pois a primeira reage às expectativas de inflação, às projeções da dívida pública e aos preços de ativos. Ainda assim, segundo o Copom, a harmonia entre política monetária e fiscal reduz distorções do mercado, diminui a incerteza, facilita o processo de desinflação e fomenta o pleno emprego ao longo do tempo. Para o órgão, o cenário básico para a inflação envolve fatores de risco. Entre os de alta, além da elevada incerteza

sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e seus impactos sobre a dívida pública, está uma maior persistência das pressões inflacionárias globais e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos. Entre os de baixa, uma queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local, uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária.

EsportEs

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

CORREIO ESPORTIVO Reprodução

TAÇA ABENÇOADA Palco recente de eventos variados, o santuário do Cristo Redentor vai receber nesta quarta a tão desejada taça da Copa do Mundo feminina. O troféu, a prova mais palpável de que a competição está se aproxi- Visita ao Cristo Redentor mando, será apresentado a todos os 32 países participantes, num tour que começou no dia 18 de fevereiro, em Melbourne (Austrália). Depois de passar por nove países, a taça chega ao Rio de Janeiro para ser exibida aos brasileiros.

Volta de russos como atletas neutros O Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou às federações internacionais que autorizem atletas com passaporte da Rússia e de Belarus a participarem de competições internacionais como atletas neutros em mo-

dalidades individuais. O anúncio feito ontem pelo comitê executivo do COI, que ainda decidirá se os atletas russos e bielorrussos poderão ou não disputar a Olimpíada de Verão de Paris (2024) e a de Inverno na Itália (2026).

Investigado I

Investigado II

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul detalhou ontem os próximos passos da investigação sobre o caso do torcedor do Internacional que invadiu o gramado com uma criança de três anos no colo.

Ele responde a dois inquéritos distintos, pela sua conduta com a filha e pela invasão e agressão a um cinegrafista. A identidade do homem está sendo preservada para não expor a menina.

Hackeado I

Hackeado II

A conta oficial de Neymar no Twitter foi hackeada, na tarde de terça. As duas postagens contêm mensagens aleatórias, com sequências de letras, e ficaram pouco mais de 20 minutos no ar.

A última postagem feita pelo jogador na rede social foi no dia 22 de março, endereçada a um usuário que se identifica como counterstrike, e diz: “Manda para o pai o CS2. Nunca te pedi nada.”

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Tenista conquista vicecampeonato na Argentina Sthefany Lima é atleta do Clube dos Funcionários em VR Divulgação

Sthefany Lima, atleta do Clube dos Funcionários em Volta Redonda, foi finalista do torneio ITF (International Tennis Federation) J100 de Mendoza, na Argentina. Depois de ter vencido seus quatro primeiros jogos na competição, a paulista, de 16 anos, ficou com o vice-campeonato. Sthefany foi superada na última sexta-feira, dia 24, pela chilena Martina Pavissich por 7/6 (74), 4/6 e 6/3. Com apenas 16 anos, a atleta ocupa o 266º lugar do ranking mundial juvenil e é a sexta melhor brasileira na classificação. A jovem que buscava seu segundo título de ITF, receberá 60 pontos pela boa campanha no torneio. Como

Título de Sthefany Lima foi na Argentina

profissional, Sthefany já tem 10 pontos na WTA (Women’s Tennis Association). “Essa é a primeira vez que a Sthefany disputa a final de um torneio ITF 100. Tenho muito

orgulho da dedicação e empenho que ela coloca em tudo que faz. Nosso objetivo é avançar para que ela realize o sonho de estar entre as melhores do ranking para jogar os grandes

torneios na chave principal”, destaca o técnico e pai da atleta, Emerson Lima. Nesta semana, Sthefany está disputando em Santa Cruz, na Bolívia, o ITF 300 e já venceu com duplo 6/0 contra a boliviana April Pastor. No próximo desafio, Sthefany enfrentará a chilena Antonia Vergara. O diretor de Esportes do Clube dos Funcionários, Alex Ribeiro, avalia com otimismo os resultados da tenista. “Sthefany está construindo uma carreira brilhante no esporte. Suas conquistas são fruto de um trabalho árduo ao lado de seu técnico, o que nos impulsiona a investir cada vez mais na formação de atletas na região”, comentou Alex.

Regata Bracuhy reúne velejadores Divulgação/PMAR

No último fim de semana foi realizada a 5ª Regata Bracuhy, mais uma vez organizada pelo grupo Velejadores do Bracuhy e que contou com o apoio da Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Eventos. A competição reuniu 602 velejadores e 121 embarcações, que deixaram mais animada e bela a Baía da Ribeira. A regata teve participantes de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Niterói, Cabo Frio, Búzios, Ubatuba, Ilhabela, Santos, Florianópolis e Porto Alegre. Após a competição, houve a cerimônia de entrega dos prê-

mios, no Engenho do Bracuhy. No domingo, dia 26, teve um churrasco comunitário de confraternização encerrando a programação, o Churrascuhy. A história da Regata Bracuhy teve início em 2017, com o objetivo de trazer o Bracuhy – complexo náutico com condomínios, casas nas margens de um canal navegável, hotel, restaurantes e todas as facilidades para quem está de barco em Angra dos Reis – de volta ao cenário da vela de competição. A organização é voluntaria, e o evento não tem fins lucrativos.

Resultados somam pontos para campeonato

INtErNACIoNAL

CORREIO NO MUNDO Reprodução

TERROR EM CENTRO ISLÂMICO Ao menos duas mulheres morreram e um homem foi ferido em um ataque a faca em um centro muçulmano ismaelita em Lisboa nea terça-feira (28). De acordo com a CNN Portugal, o agressor Ataque em Lisboa era afegão e tinha por volta de 40 anos —a polícia não confirmou sua identidade. Já as mulheres eram portuguesas: uma tinha cerca de 20 anos e a outra em torno de 40. O homem, um jovem, teve ferimentos superficiais no peito e no pescoço.

Atirador sofria ‘distúrbio emocional’ Investigadores estão trabalhando para reunir pistas que possam indicar a motivação de um atentado a tiros que matou 6 pessoas na segunda em uma escola cristã de Nashville, capital do Tennessee, no sul dos EUA.

O ataque foi realizado por Audrey Elizabeth Hale, 28, que morreu após a ação da polícia. Agentes chegaram ao local cerca de 14 minutos após as primeiras denúncias do tiroteio, que culminou na morte de seis pessoas.

Ameaça russa

Alvo japonês

Três dias após anunciar que irá posicionar armas nucleares em Belarus, a Rússia de Vladimir Putin voltou a exibir seu status de superpotência atômica e fez um raro teste com dois mísseis Moskit no mar do Japão.

Na semana passada, Moscou já havia feito uma patrulha com outros dois vetores de armamento nuclear, os bombardeiros estratégicos Tu-95MS, em uma área do mar ainda mais próxima dos domínios de Tóquio.

Deslizamento

6 de janeiro

Um deslizamento de terra na região andina do Equador matou pelo menos sete pessoas, deixando 23 feridos e 46 desaparecidos. O número foi revisado pelo governo e atualizado no início da noite desta segunda-feira.

A Justiça dos EUA determinou ontem que o ex-vice presidente Mike Pence terá de testemunhar no grande júri, que investiga as tentativas de Donald Trump de interferir nos resultados da eleição de 2020.

Incêndio deixa 39 mortos Caso ocorreu em detenção na fronteira entre México e EUA Reprodução

por: thiago Amâncio (Fp)

Ao menos 39 pessoas morreram em um incêndio na noite de segunda-feira (27) em um centro de detenção de imigrantes em Ciudad Juárez, na fronteira do México com os Estados Unidos, agravando a crise humanitária na região em meio ao recorde histórico de pessoas em busca de asilo. O incêndio começou às 22h de segunda no local que abrigava 68 homens, todos eles das Américas do Sul e Central, segundo o Instituto Nacional de Migração (INM) mexicano, que administra o local. O órgão afirmou ainda que 29 pessoas estão em estado grave e foram levados a quatro hospitais da região. Dados da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) apontam que, de janeiro a dezembro de 2022, mais de 3 milhões de migrantes foram interceptados

Mortes aumentam crise humanitária nos EUA

tentando ingressar em território americano sem permissão legal, um aumento de 33% em relação aos 2,7 milhões registrados no ano anterior. No topo da lista de nacionalidades flagradas estão migrantes de México, Cuba, Nicarágua, Guatemala, Honduras e Venezuela.

Um relatório recente da Organização Internacional para as Migrações (OIM) apontou que desde 2014 cerca de 7.661 migrantes morreram ou desapareceram a caminho dos Estados Unidos. Destas, 988 faleceram em acidentes ou por viajar em condições subumanas.

Ainda não se sabe a nacionalidade dos imigrantes mortos no incêndio. O INM afirmou que está “em contato com autoridades consulares de diferentes países” para identificar os mortos. O governo da Guatemala afirmou que 28 vítimas são guatemaltecas. Vizinha de El Paso, no Texas, Ciudad Juárez é uma das principais portas de entrada nos Estados Unidos e acumula milhares de migrantes nas ruas à espera de resposta para cruzar para o país. São muitas as tensões com os agentes federais na região e na véspera o INM havia realizado uma operação para retirar das ruas pessoas que aguardavam na cidade. Segundo o presidente, Andrés Manuel López Obrador, o incêndio começou após detidos colocarem fogo em um colchão ao saberem que seriam mandados de volta a seus países.

Crise em Israel pauta segurança nacional

protestos na França consolidam crise

Em quase três meses no poder, a coalizão mais à direita já vista em Israel abriu duas frentes de tensões. Uma, interna, disparada pela proposta de reforma judicial que há 13 semanas motiva protestos nas ruas e acumula cada vez mais detratores públicos; a segunda, externa, se deu com movimentos da ala extremista do governo agravando um acirramento da relação com os palestinos. Após flexibilizar, de forma mínima, um dos pontos da

Menos numerosa e menos violenta, a 10ª jornada de greves e manifestações contra a impopular reforma da Previdência de Emmanuel Macron reuniu ao menos 750 mil pessoas em cerca de 200 cidades da França nesta terça-feira (28), segundo o Ministério do Interior. Na última quinta, havia 1 milhão nas ruas. Segundo a junta intersindical que articula os protestos desde janeiro e já convocou nova mobilização para 6 de

reforma na semana passada, o premiê Binyamin Netanyahu dobrou a aposta para tentar ver aprovadas ao menos partes de seu projeto -de resto ignorando apelos crescentes vindos até de militares e banqueiros. Assim, o momento de convulsão social se aproximou de um pico nesta segunda (27) com o anúncio da greve geral, em que se fundiram as duas ebulições -e à qual Netanyahu reagiu com mais um recuo estratégico. *Por: Gustavo Simon (FP)

abril, esta jornada mobilizou 2 milhões de pessoas, contra 3,5 milhões na semana passada. Os protestos foram marcados por uma grande presença policial, incrementada depois dos incêndios e da depredação de lojas e do mobiliário público vistos na semana passada. O ministro do Interior, Gérard Darmanin, convocou 13 mil oficiais para acompanhar os atos desta terça -um aparato, segundo ele, inédito. *Por: Fernanda Mena (FP)

ESPECIAL

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Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Sindicato dos Metalúrgicos relembra acidentes na CSN Presidente Edimar Miguel lamenta falta de um programa de ‘Acidente Zero’ Divulgação

Após a morte de José Mauro do Nascimento, de 56 anos, na última segunda-feira, dia 27, em um acidente dentro da CSN, em uma colisão com uma retroescavadeira, enquanto conduzia uma locomotiva, o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda afirmou que tomará providências. O presidente do Sindicato, Edimar Miguel, afirmou que vai pedir que seja instaurado um inquérito civil público para acompanhar a fiscalização do Ministério do Trabalho sobre todos os acidentes ocorridos na CSN. “Sabe-se que não é de hoje que os acidentes vêm ocorrendo no interior da CSN devido à falta de um programa de “Acidente Zero”, na CSN, como havia na época da empresa estatal. Quem não se lembra do trágico acidente que vitimou a colega Paula Valéria, atropelada por uma empilhadeira no setor de embalagens da Usina Presidente Vargas? Assim como, no dia 25 de outubro de 2016, quando um funcionário da CSN prendeu o dedo em uma máquina de solda na linha de produção de bobinas. E também, no dia 21 de outubro de 2016, um metalúrgico ficou ferido após um curto-circuito em um painel na CSN. E mais: no dia 31 de agosto de 2016, quatro trabalhadores sofreram uma intoxicação após um vazamento de gás no setor de aciaria, no momento do acidente. Eles eram funcionários da empresa terceirizada RIP Serviços Industriais. Em julho de 2016, um funcioná-

rio sofreu um acidente enquanto trabalhava no setor de transportes sofrendo uma contusão na região lombar enquanto engatava um vagão, no dia 2 de julho. Em março de 2016, um incêndio no setor de zincagem deixou quatro funcionários mortos. E, no dia 22 de janeiro de 2016, um funcionário da RIP sofreu queimaduras no setor de coqueria”, detalhou. Edimar frisou que que todos os acidentes citados foram ocorridos em 2015 e 2016. “Na época da CSN estatal, no final dos anos 80, foi implantado pela direção da CSN, a pedido dos membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e do Sindicato dos Metalúrgicos, o Programa de Acidente Zero - PAZ em toda a Usina Siderúrgica Nacional, em função dos inúmeros acidentes que estavam ocorrendo naquela época. O então presidente da CSN, Juvenal Osório, diante da pressão sofrida, convocou uma reunião no Escritório Central com toda a direção da empresa, com todos os superintendentes, com todas as chefias de divisões, com a GSM, e principalmente, convidou a CIPA para participar”, falou Edimar. Dessa reunião saiu o Programa de Acidente Zero - PAZ, onde todos passaram a ser responsáveis pela implantação do PAZ. “Dentro do PAZ foi dado aos membros da CIPA autonomia e liberdade para atuarem livremente no combate as condições e atos inseguros no interior da

UPV (Usina Presidente Vargas), inclusive, com autoridade para paralisar qualquer serviço que estivesse colocando a integridade dos trabalhadores em risco. Os membros da CIPA se reuniam quinzenalmente com os seus respectivos superintendentes para definirem e avaliarem as condições de trabalho dessas respectivas áreas”. Segundo Edimar, havia as REMPAS – Reunião Mensal de Prevenção de Acidentes, em todas as unidades da Usina. E cada reunião contava com a presença de um diretor da CSN para tomar ciência dos problemas de cada unidade e receber sugestões para solucioná-los, com prazos e responsáveis pela execução de cada item levantado na reunião. “Com Programa de Acidente Zero - PAZ, os acidentes no interior da CSN foram reduzidos a zero, e a Usina, durante o seu período de estatal, ficou durante um bom tempo sem a ocorrência de novos acidentes. Infelizmente, com a privatização, os acidentes voltaram a ocorrer na UPV já que o Programa de Acidente Zero – Paz foi deixado de lado”. O presidente Edimar reafirma o seu compromisso: “Vamos lutar e tomar todas as medidas legais cabíveis para resgatar o Programa de Acidente Zero - PAZ no interior da CSN, e acabar com essa política de omissão da direção da empresa, que só visa em primeiro lugar o lucro em detrimento da segurança dos trabalhadores”.

Edimar Miguel: “Vamos lutar e tomar todas as medidas legais cabíveis”

Justiça Itinerante no Parque Mambucaba Teve início ontem (28) mais uma ação do programa Justiça Itinerante em Angra dos Reis, programa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que esteve presente na quadra do CIEP 495 Alberto da Veiga Guignard, no Parque Mambucaba. A Ação de Justiça Itinerante é uma parceria do TJRJ com a prefeitura de Angra, por meio da Procuradoria-Geral do município, Ministério Público, Defensoria Pública, Detran/RJ

e do cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN). Quem fez o pré-cadastro no CRAS teve a oportunidade de casar na ação de ontem. Só no Parque Mambucaba foram feitos 42 casamentos comunitários. A emoção tomou conta dos casais que aproveitaram a oportunidade para oficializar a união. A Adriana Tavares e o Fernando de Assis, de 37 anos, que são de Duque de Caxias, na

Baixada Fluminense, e moram em Angra há poucos meses, foi um dos casais que aproveitou a iniciativa para oficializar a união. “Eu era professor de dança dela, aí nos conhecemos, começamos a namorar, e já vão vinte anos. Temos uma filha que vai fazer 12 anos. Agora ela me trouxe para Angra, estamos morando aqui e vamos casar”, comentou Fernando, relembrando um pouco da história do casal.

Uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania esteve presente auxiliando e orientando com funcionários de diversos CRAS do município e coordenadoras técnicas. A secretaria ficou responsável por realizar os pré-cadastros para os casamentos gratuitos. “A gente acredita que esse projeto é muito importante devido a muitas pessoas não terem acesso a esses serviços

por conta da condição financeira ou dificuldade de encontrar os atendimentos que estão sendo ofertados para a população aqui durante essa ação”, disse Fernanda Lima, coordenadora Técnica da secretaria de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania. A equipe do projeto, que inclui cinco juízes, além de desembargadores e demais profissionais, estará também

no Bracuí, nesta quarta-feira (29), e na Japuíba, na quinta-feira (30). O atendimento acontecerá sempre das 9h às 15h em todas as localidades. É importante reforçar que os cidadãos necessitam levar consigo os originais e duas cópias dos documentos e o seu comprovante de residência para o atendimento. A decisão do juiz é de ordem imediata na Justiça Itinerante.

Circula em conjunto com: CORREIO PETROPOLITANO CORREIO SUL FLUMINENSE

Rio de Janeiro, Quarta-feira, 29 de Março de 2023 - Ano CXXI - Nº 24.236

Júlio Ludemir e o subúrbio na literatura

A sonoridade colaborativa de Daniel Villa Verde

Louise Cardoso de volta aos palcos cariocas

PÁGINA 3

PÁGINA 4

PÁGINA 5

Museu de Arte Negra, Ipeafro

Raízes nº 2 - Tributo a Aguinaldo Camargo. Rio, 1988

Os

Nova mostra em Inhotim, a terceira a recuperar o projeto do Museu de Arte Negra, apresenta período fértil da obra de Abdias Nascimento

orixás

O Vale de Exu - Nova York (EUA), 1969

do exílio Por João Perassolo (Folhapress)

E

m uma pintura de Abdias Nascimento exposta agora em Inhotim, uma mulher negra dança ao vento segurando uma máscara na mão direita, enquanto carrega na dobra do braço uma argola da qual saem flores. Ao lado, um outro quadro mostra o desenho do busto avantajado e do rosto de uma pessoa preta, do nariz de quem desponta uma estrutura de tridentes em direção ao céu. A representação destes dois orixás — Iansã, a deusa dos raios e da tempestade, e Oxum, a deusa dos rios —, bem como a incorporação, na segunda pintura, do tridente de Exu, são exemplos de elementos centrais na nova exposição do museu de Brumadinho dedicada à obra de Abdias Nascimento. “Terceiro Ato: Sortilégio” apresenta o co-

Sankofa nº 2 - Resgate (Adinkra Asante)

O Sonho nº 2 - Búfalo (EUA), 1973

Oxum em Êxtase - Búfalo (EUA), 1975

meço e o posterior desenvolvimento da produção pictórica de Abdias ligada às tradições afrodiaspóricas. No trabalho deste nome central do movimento negro brasileiro nas artes e na política, as divindades da umbanda e do candomblé são pintadas em cores fortes, em todo o seu esplendor. Era fundamental resgatar a importância que o pintor dava às religiões de matriz africana,

tratando estes cultos como entidades organizadoras da vida e da sociedade, diz Douglas de Freitas, um dos organizadores da mostra. “Os orixás são as forças. Iansã é o vento, Oxum é a água do rio, Oxóssi é a mata. Abdias dizia que esses deuses estão vivos. Se você está na rua e sente um vento, não é um vento, é Iansã que está passando por você. É uma maneira de pensar a vida, não uma religião que você

entra num templo, ora e se encerra”, ele afirma. A exposição é a penúltima de um ciclo em Inhotim dedicado a resgatar o projeto do Museu de Arte Negra, criado por Abdias na década de 1950. Trata-se de uma instituição sem sede física mas que guarda um acervo de pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e esculturas de artistas negros. Continua na página seguinte

Circula em conjunto com: CORREIO PETROPOLITANO CORREIO SUL FLUMINENSE

Rio de Janeiro, Quarta-feira, 29 de Março de 2023 - Ano CXXI - Nº 24.236

Júlio Ludemir e o subúrbio na literatura

A sonoridade colaborativa de Daniel Villa Verde

Louise Cardoso de volta aos palcos cariocas

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Museu de Arte Negra, Ipeafro

Raízes nº 2 - Tributo a Aguinaldo Camargo. Rio, 1988

Os

Nova mostra em Inhotim, a terceira a recuperar o projeto do Museu de Arte Negra, apresenta período fértil da obra de Abdias Nascimento

orixás

O Vale de Exu - Nova York (EUA), 1969

do exílio Por João Perassolo (Folhapress)

E

m uma pintura de Abdias Nascimento exposta agora em Inhotim, uma mulher negra dança ao vento segurando uma máscara na mão direita, enquanto carrega na dobra do braço uma argola da qual saem flores. Ao lado, um outro quadro mostra o desenho do busto avantajado e do rosto de uma pessoa preta, do nariz de quem desponta uma estrutura de tridentes em direção ao céu. A representação destes dois orixás — Iansã, a deusa dos raios e da tempestade, e Oxum, a deusa dos rios —, bem como a incorporação, na segunda pintura, do tridente de Exu, são exemplos de elementos centrais na nova exposição do museu de Brumadinho dedicada à obra de Abdias Nascimento. “Terceiro Ato: Sortilégio” apresenta o co-

Sankofa nº 2 - Resgate (Adinkra Asante)

O Sonho nº 2 - Búfalo (EUA), 1973

Oxum em Êxtase - Búfalo (EUA), 1975

meço e o posterior desenvolvimento da produção pictórica de Abdias ligada às tradições afrodiaspóricas. No trabalho deste nome central do movimento negro brasileiro nas artes e na política, as divindades da umbanda e do candomblé são pintadas em cores fortes, em todo o seu esplendor. Era fundamental resgatar a importância que o pintor dava às religiões de matriz africana,

tratando estes cultos como entidades organizadoras da vida e da sociedade, diz Douglas de Freitas, um dos organizadores da mostra. “Os orixás são as forças. Iansã é o vento, Oxum é a água do rio, Oxóssi é a mata. Abdias dizia que esses deuses estão vivos. Se você está na rua e sente um vento, não é um vento, é Iansã que está passando por você. É uma maneira de pensar a vida, não uma religião que você

entra num templo, ora e se encerra”, ele afirma. A exposição é a penúltima de um ciclo em Inhotim dedicado a resgatar o projeto do Museu de Arte Negra, criado por Abdias na década de 1950. Trata-se de uma instituição sem sede física mas que guarda um acervo de pinturas, desenhos, gravuras, fotografias e esculturas de artistas negros. Continua na página seguinte

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Continuação da Capa

Um dos períodos mais férteis da trajetória de Abdias

Quarta-feira, 29 de Março de 2023 José Medeiros

Museu de Arte Negra, Ipeafro

Abdias durante apresentação da peça ‘Sortilégio’, em 1957

Exu Black Power nº 2 (homenagem a Rubem Gerchman) - Nova York, 1969

T

erceiro Ato: Sortilégio” compreende o período de 1968 a 1981, quando Abdias Nascimento ficou exilado em Nova York, cidade para a qual se mudou por ter recebido uma bolsa de estudos e na qual permaneceu para se proteger de uma possível perseguição da ditadura no Brasil. Este período foi um dos mais férteis na carreira do artista, quando ele produziu boa parte de sua obra. Segundo o organizador, Abdias dizia que não ia aprender inglês para não ser colonizado, e portanto via na pintura uma forma de comunicação para substituir a fala que ele não tinha por conta da diferença da língua. No museu, o público vê mais de 180 trabalhos, a maioria pinturas de Abdias, mas há também obras de artistas de suas duas redes, uma formada por criadores negros que o influenciaram, como Mestre Didi, Rubem Valentim, Emanoel Araújo e Melvin Edwars, e outra composta por colegas brasileiros que também moravam em Nova York naquela época, a exemplo de Anna Bella Geiger, Hélio Oiticica e Regina Vater. Um dos destaques da exposição fica já na entrada. Logo atrás de uma foto preto e branca de Abdias com cara de bravo, segurando um tridente, há um conjunto de pinturas dedicadas a Exu, o orixá da comunicação, presente em muitas obras do artista. Neste núcleo está também a única pombagira pintada por ele de que se tem notícia. Fora do universo religioso, a exposição traz um lado menos conhecido e menos ativista do artista — uma série de pinturas de paisagens de Nova York e de Buffalo, cidade onde deu aula numa universidade sobre cultura negra dos países das Américas. Suas

306 West 81St - Nova York (EUA), 1969

Exu-Dambalah - Búfalo (EUA), 1973

Onipotente e Imortal - Rio, 1992

representações das ruas da metrópole e das casas de tijolos do interior têm um aspecto tranquilo que não se repete quando pinta temas do universo negro. Outro núcleo mostra a dedicação do pintor aos “adincras”, um antigo sistema de escrita africano composto por ideogramas, cada um com seu significado. Abdias não só sistematizou num documento as dezenas de símbolos conhecidos como pintou a partir deles, como por exemplo num quadro com a estilização do “sankofa”, um pássaro olhando

para trás que quer dizer observar o passado para poder construir o futuro. “O Ocidente sempre negava que a África tivesse escrita porque a escrita na África é diferente da escrita no Ocidente. O Ocidente julga que a única forma de escrita que é mesmo escrita é a fonética, em que cada letra corresponde ao som”, diz Elisa Larkin, viúva de Abdias e fundadora, junto com ele, do Ipeafro, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, responsável pelo acervo do Museu de Arte Negra. Segundo Larkin, Abdias não considerava sua obra como arte pela arte, para ser exposta num museu a ser visitado por pessoas ricas. “Quando era vivo, ele sofria quando tinha de vender um quadro, pois acreditava que sua produção precisava ficar para o povo negro. Neste sentido, esta exposição vem em benefício de uma população que sofre racismo e opressão há séculos”, diz ela. Além de artista, Abdias foi escritor, professor e senador, numa vida integralmente dedicada à luta contra a opressão do negro na sociedade civil. A realização do Museu de Arte Negra depois de sua morte, em 2011, é uma prova de seu legado. Mas talvez ele achasse pouco. Para sua viúva, “provavelmente ele sentia que o que ele conseguiu fazer pelo povo negro foi muito menos do que o que precisava ser feito.” SERVIÇO ABDIAS NASCIMENTO - TERCEIRO ATO: SORTILÉGIO Inhotim (Rua B, 20 - Fazenda Inhotim, Brumadinho, MG) Até 6/8, de quarta a sexta (9h30 às 16h30), sábados, domingos e feriados (9h30 às 17h30) Ingressos: R$ 50

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Continuação da Capa

Um dos períodos mais férteis da trajetória de Abdias

Quarta-feira, 29 de Março de 2023 José Medeiros

Museu de Arte Negra, Ipeafro

Abdias durante apresentação da peça ‘Sortilégio’, em 1957

Exu Black Power nº 2 (homenagem a Rubem Gerchman) - Nova York, 1969

T

erceiro Ato: Sortilégio” compreende o período de 1968 a 1981, quando Abdias Nascimento ficou exilado em Nova York, cidade para a qual se mudou por ter recebido uma bolsa de estudos e na qual permaneceu para se proteger de uma possível perseguição da ditadura no Brasil. Este período foi um dos mais férteis na carreira do artista, quando ele produziu boa parte de sua obra. Segundo o organizador, Abdias dizia que não ia aprender inglês para não ser colonizado, e portanto via na pintura uma forma de comunicação para substituir a fala que ele não tinha por conta da diferença da língua. No museu, o público vê mais de 180 trabalhos, a maioria pinturas de Abdias, mas há também obras de artistas de suas duas redes, uma formada por criadores negros que o influenciaram, como Mestre Didi, Rubem Valentim, Emanoel Araújo e Melvin Edwars, e outra composta por colegas brasileiros que também moravam em Nova York naquela época, a exemplo de Anna Bella Geiger, Hélio Oiticica e Regina Vater. Um dos destaques da exposição fica já na entrada. Logo atrás de uma foto preto e branca de Abdias com cara de bravo, segurando um tridente, há um conjunto de pinturas dedicadas a Exu, o orixá da comunicação, presente em muitas obras do artista. Neste núcleo está também a única pombagira pintada por ele de que se tem notícia. Fora do universo religioso, a exposição traz um lado menos conhecido e menos ativista do artista — uma série de pinturas de paisagens de Nova York e de Buffalo, cidade onde deu aula numa universidade sobre cultura negra dos países das Américas. Suas

306 West 81St - Nova York (EUA), 1969

Exu-Dambalah - Búfalo (EUA), 1973

Onipotente e Imortal - Rio, 1992

representações das ruas da metrópole e das casas de tijolos do interior têm um aspecto tranquilo que não se repete quando pinta temas do universo negro. Outro núcleo mostra a dedicação do pintor aos “adincras”, um antigo sistema de escrita africano composto por ideogramas, cada um com seu significado. Abdias não só sistematizou num documento as dezenas de símbolos conhecidos como pintou a partir deles, como por exemplo num quadro com a estilização do “sankofa”, um pássaro olhando

para trás que quer dizer observar o passado para poder construir o futuro. “O Ocidente sempre negava que a África tivesse escrita porque a escrita na África é diferente da escrita no Ocidente. O Ocidente julga que a única forma de escrita que é mesmo escrita é a fonética, em que cada letra corresponde ao som”, diz Elisa Larkin, viúva de Abdias e fundadora, junto com ele, do Ipeafro, o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, responsável pelo acervo do Museu de Arte Negra. Segundo Larkin, Abdias não considerava sua obra como arte pela arte, para ser exposta num museu a ser visitado por pessoas ricas. “Quando era vivo, ele sofria quando tinha de vender um quadro, pois acreditava que sua produção precisava ficar para o povo negro. Neste sentido, esta exposição vem em benefício de uma população que sofre racismo e opressão há séculos”, diz ela. Além de artista, Abdias foi escritor, professor e senador, numa vida integralmente dedicada à luta contra a opressão do negro na sociedade civil. A realização do Museu de Arte Negra depois de sua morte, em 2011, é uma prova de seu legado. Mas talvez ele achasse pouco. Para sua viúva, “provavelmente ele sentia que o que ele conseguiu fazer pelo povo negro foi muito menos do que o que precisava ser feito.” SERVIÇO ABDIAS NASCIMENTO - TERCEIRO ATO: SORTILÉGIO Inhotim (Rua B, 20 - Fazenda Inhotim, Brumadinho, MG) Até 6/8, de quarta a sexta (9h30 às 16h30), sábados, domingos e feriados (9h30 às 17h30) Ingressos: R$ 50

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã

N

os tempos em que tentava entender o legado do traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê (1968-2002), na interseção entre os bairros de Bonsucesso e Ramos onde fica o Morro do Adeus, o olindense Julio Bernardo Ludemir comeu rabada com a costureira Maria das Dores; sentou-se na ladeira onde rasgaram a fantasia de uma porta-estandarte; refrescou-se com a Coca-Cola geladinha da birosca da Dona Maria dos Anjos; e viu a garotada da Rua Cajuípe cortar pipa no cerol com a destreza que só as populações suburbanas do Rio de Janeiro sabem. Dessa interação nasceu um dos ais importantes tratados afetivos sobre a Zona Norte carioca na literatura brasileira, “Lembrancinha do Adeus”, um misto de romance, ensaio memorialista e reportagem que redefiniu em bases históricas e poéticas o papel do Complexo do Alemão na literatura nacional, para além das páginas policiais. O encontro numa cisterna entre um aspirante a “bicho solto” e um velho morador geravam geopolítica, sociologias e uma série de diálogos antológicos, (bem) esculpidos por Ludemir, notabilizado um ano antes, em 2002, por “No Coração Do Comando”. “Lembrancinha do Adeus” vem sendo evocado em faculdades como leitura obrigatória para se entender a favela a partir de relatos de quem veio de lá, apurados por Ludemir com precisão. A arte da escuta que desenvolveu ali permitiu que ele criasse (com Écio Salles) a Festa Literária das Periferias (FLUP), que vai ter uma nova edição em outubro. Que olhar o teu livro “Lembrancinha do Adeus” trazia sobre o Complexo do Alemão? O que foi feito dele? Há chances de esse romance voltar? JULIO LUDEMIR: Sempre tenho a esperança de relançá-lo, mas os compromissos excessivos com a FLUP não me dá o tempo de que preciso para cuidar dos meus livros. “Lembrancinha do Adeus” se mantém atual quando se pensa que o crime, grande tema dele, ainda existe. Mas certamente a cultura da favela não é mais refém, não é mais pautada pela cultura da criminalidade. No momento em que o escrevi, o crime tinha um monopólio da favela que hoje, ainda que exista, não reduz o repertório das potências de suas populações como fazia particularmente no momento da morte do Uê, que foi um dos últimos grandes bandidos da história das favelas. As favelas já não tratam os chefes do tráfico de maneira romantizada.

3

Livros

O Adeus às armas,

à fé, à paz Divulgação

Preparando para outubro a nova edição da Festa Literária das Periferias (FLUP) e às voltas com um livro sobre Lima Barreto, Júlio Ludemir celebra os 20 anos do livro que redefiniu histórica e poeticamente a imagem do Complexo do Alemão na prosa nacional O que se conta sobre o Adeus hoje? Hoje, a igreja povoa o imaginário das comunidades como não o fazia no início da década. Quando falamos do crime, muito possivelmente, se temos novos Al Capones cariocas, esses novos criminosos seriam mais próximos das milícias do que tráfico. Se pudéssemos criar uma linha do tempo, houve uma época em que um ator social como Uê era o chefe do jogo do bicho, depois ele foi um traficante e, agora, ele é um miliciano. Hoje, os grandes embates passam mais pela tentativa de as milícias, sempre articuladas com a polícia, ocuparem ainda mais os espaços outrora ocupados pelo tráfico. Quem foi Uê na saga do crime no RJ? A resposta remete ao embate religioso das favelas, a um momento em que as favelas eram tanto do candomblé como hoje são das igrejas evangélicas. O mesmo Terceiro Comando para o qual Uê migrou hoje se chama Comando de Israel e proíbe terreiros de candomblé como aqueles frequentados por Uê, pelo Escadinha e pelo Celsinho da Vin-

Júlio Ludemir, escritor

tém, bandidos que, posteriormente, criariam o ADA, que tinha o tridente de Exu como símbolo definidor dos espaços que ocupava e controlava. Bandidos como Uê, como Escadinha, como Celsinho, eram bandidos que acreditavam nos poderes dos orixás. Não por acaso, uma das clássicas cenas do filme “Cidade de Deus” mostra essa relação com Exu, fala dessa proteção que se pedia aos orixás, dessa proteção que se pede aos poderes superiores. Hoje essa relação mudou. Bandido se vê como um soldado de Deus e se vê dentro de uma inacreditável guerra religiosa. A primeira geração do tráfico tinha evidentes ligações com o povo do axé, que tinha uma generosidade, que tinha uma aceitação do diferente. Aceitação que, hoje, esses bandidos absolutamente não têm, impedindo desde o culto aos orixás quanto rejeitando a homossexualidade, com uma interferência na vida privada inimaginável nos tempos do Uê. De que forma seus livros te deram cancha pra montar a Flup? Acho que os valores que aprendi estu-

dando a cultura da favela deram pra mim a cancha de que precisava pra montar um festival com as características da Flup. Não se chega do nada em uma favela. Você tem que construir essa chegada com uma antecedência de, no mínimo, seis meses, como estamos fazendo agora na Providência, que vai sediar a nova FLUP, em outubro. Nunca prometa o que você não pode entregar. Fale olho no olho. Saiba qual é o proceder de cada favela, sua cultura, suas particularidades. Não tente repetir a experiência de Vigário Geral na Mangueira, nem a da Mangueira na Babilônia. Esse foi um aprendizado que começou na década de 1980, quando eu era repórter do Jornal do Brasil. Foi ali que aprendi parte do proceder, que consolidei pesquisando o crime, rodando favelas para entender quem era Uê, quem era o Bandido da Chacrete, quem era Marquinho Neguinho. Quando, onde e como sai o próximo livro da Flup: uma coletânea sobre Lima Barreto? “Quilombo do Lima” será lançado no dia 13 de maio, dia do nascimento de Lima Barreto e também dia dos Pretos-Velhos. Será lançado no Morro do Livramento, na ladeira em que Machado de Assis nasceu. A premissa: incluir Lima Barreto nas celebrações do Centenário da Semana de Arte Moderna, que aconteceram em 2022. A gênese dele: reunir 22 autores, todes negres, como o próprio Lima, para reescrever sua obra imortal, capaz de resistir aos incontáveis esforços de apagamento, a começar por aquele engendrado pelos artistas que fizeram a Semana de Arte Moderna. Como foi processado: consumiu três meses de encontros durante o período eleitoral que mudou a história do Brasil, com o auxílio de Angélica Ferrarez, Beatriz Resende, Fernanda Felisberto, Fred Coelho, Henrique Rodrigues, Maurício Barros de Castro, Rôssi Alves e Wagner Amaro. Resultado: 22 contos preciosos, que corroboram a presença das narrativas negras na renovação da literatura brasileira, num encontro dos nossos escritores com o Brasil de que a Flup se orgulha de ter anunciado e dado importantes colaborações, dentre as quais este livro é mais um exemplo. Com a curadoria de Angélica Ferrarez e Heloísa Buarque de Hollanda, o “Quilombo do Lima” também contou com um ciclo de nove debates envolvendo 22 romancistas negres, dentre as quais estavam Conceição Evaristo, Marilene Felinto, Lázaro Ramos e nossos Geovani Martins e Jessé Andarilho. Além de ter entrado para a história como o primeiro evento da Era Lula, o “Quilombo do Lima” teve eventos 100 anos depois da precoce morte de Lima.

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Por Rodrigo Fonseca Especial para o Correio da Manhã

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os tempos em que tentava entender o legado do traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê (1968-2002), na interseção entre os bairros de Bonsucesso e Ramos onde fica o Morro do Adeus, o olindense Julio Bernardo Ludemir comeu rabada com a costureira Maria das Dores; sentou-se na ladeira onde rasgaram a fantasia de uma porta-estandarte; refrescou-se com a Coca-Cola geladinha da birosca da Dona Maria dos Anjos; e viu a garotada da Rua Cajuípe cortar pipa no cerol com a destreza que só as populações suburbanas do Rio de Janeiro sabem. Dessa interação nasceu um dos ais importantes tratados afetivos sobre a Zona Norte carioca na literatura brasileira, “Lembrancinha do Adeus”, um misto de romance, ensaio memorialista e reportagem que redefiniu em bases históricas e poéticas o papel do Complexo do Alemão na literatura nacional, para além das páginas policiais. O encontro numa cisterna entre um aspirante a “bicho solto” e um velho morador geravam geopolítica, sociologias e uma série de diálogos antológicos, (bem) esculpidos por Ludemir, notabilizado um ano antes, em 2002, por “No Coração Do Comando”. “Lembrancinha do Adeus” vem sendo evocado em faculdades como leitura obrigatória para se entender a favela a partir de relatos de quem veio de lá, apurados por Ludemir com precisão. A arte da escuta que desenvolveu ali permitiu que ele criasse (com Écio Salles) a Festa Literária das Periferias (FLUP), que vai ter uma nova edição em outubro. Que olhar o teu livro “Lembrancinha do Adeus” trazia sobre o Complexo do Alemão? O que foi feito dele? Há chances de esse romance voltar? JULIO LUDEMIR: Sempre tenho a esperança de relançá-lo, mas os compromissos excessivos com a FLUP não me dá o tempo de que preciso para cuidar dos meus livros. “Lembrancinha do Adeus” se mantém atual quando se pensa que o crime, grande tema dele, ainda existe. Mas certamente a cultura da favela não é mais refém, não é mais pautada pela cultura da criminalidade. No momento em que o escrevi, o crime tinha um monopólio da favela que hoje, ainda que exista, não reduz o repertório das potências de suas populações como fazia particularmente no momento da morte do Uê, que foi um dos últimos grandes bandidos da história das favelas. As favelas já não tratam os chefes do tráfico de maneira romantizada.

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Livros

O Adeus às armas,

à fé, à paz Divulgação

Preparando para outubro a nova edição da Festa Literária das Periferias (FLUP) e às voltas com um livro sobre Lima Barreto, Júlio Ludemir celebra os 20 anos do livro que redefiniu histórica e poeticamente a imagem do Complexo do Alemão na prosa nacional O que se conta sobre o Adeus hoje? Hoje, a igreja povoa o imaginário das comunidades como não o fazia no início da década. Quando falamos do crime, muito possivelmente, se temos novos Al Capones cariocas, esses novos criminosos seriam mais próximos das milícias do que tráfico. Se pudéssemos criar uma linha do tempo, houve uma época em que um ator social como Uê era o chefe do jogo do bicho, depois ele foi um traficante e, agora, ele é um miliciano. Hoje, os grandes embates passam mais pela tentativa de as milícias, sempre articuladas com a polícia, ocuparem ainda mais os espaços outrora ocupados pelo tráfico. Quem foi Uê na saga do crime no RJ? A resposta remete ao embate religioso das favelas, a um momento em que as favelas eram tanto do candomblé como hoje são das igrejas evangélicas. O mesmo Terceiro Comando para o qual Uê migrou hoje se chama Comando de Israel e proíbe terreiros de candomblé como aqueles frequentados por Uê, pelo Escadinha e pelo Celsinho da Vin-

Júlio Ludemir, escritor

tém, bandidos que, posteriormente, criariam o ADA, que tinha o tridente de Exu como símbolo definidor dos espaços que ocupava e controlava. Bandidos como Uê, como Escadinha, como Celsinho, eram bandidos que acreditavam nos poderes dos orixás. Não por acaso, uma das clássicas cenas do filme “Cidade de Deus” mostra essa relação com Exu, fala dessa proteção que se pedia aos orixás, dessa proteção que se pede aos poderes superiores. Hoje essa relação mudou. Bandido se vê como um soldado de Deus e se vê dentro de uma inacreditável guerra religiosa. A primeira geração do tráfico tinha evidentes ligações com o povo do axé, que tinha uma generosidade, que tinha uma aceitação do diferente. Aceitação que, hoje, esses bandidos absolutamente não têm, impedindo desde o culto aos orixás quanto rejeitando a homossexualidade, com uma interferência na vida privada inimaginável nos tempos do Uê. De que forma seus livros te deram cancha pra montar a Flup? Acho que os valores que aprendi estu-

dando a cultura da favela deram pra mim a cancha de que precisava pra montar um festival com as características da Flup. Não se chega do nada em uma favela. Você tem que construir essa chegada com uma antecedência de, no mínimo, seis meses, como estamos fazendo agora na Providência, que vai sediar a nova FLUP, em outubro. Nunca prometa o que você não pode entregar. Fale olho no olho. Saiba qual é o proceder de cada favela, sua cultura, suas particularidades. Não tente repetir a experiência de Vigário Geral na Mangueira, nem a da Mangueira na Babilônia. Esse foi um aprendizado que começou na década de 1980, quando eu era repórter do Jornal do Brasil. Foi ali que aprendi parte do proceder, que consolidei pesquisando o crime, rodando favelas para entender quem era Uê, quem era o Bandido da Chacrete, quem era Marquinho Neguinho. Quando, onde e como sai o próximo livro da Flup: uma coletânea sobre Lima Barreto? “Quilombo do Lima” será lançado no dia 13 de maio, dia do nascimento de Lima Barreto e também dia dos Pretos-Velhos. Será lançado no Morro do Livramento, na ladeira em que Machado de Assis nasceu. A premissa: incluir Lima Barreto nas celebrações do Centenário da Semana de Arte Moderna, que aconteceram em 2022. A gênese dele: reunir 22 autores, todes negres, como o próprio Lima, para reescrever sua obra imortal, capaz de resistir aos incontáveis esforços de apagamento, a começar por aquele engendrado pelos artistas que fizeram a Semana de Arte Moderna. Como foi processado: consumiu três meses de encontros durante o período eleitoral que mudou a história do Brasil, com o auxílio de Angélica Ferrarez, Beatriz Resende, Fernanda Felisberto, Fred Coelho, Henrique Rodrigues, Maurício Barros de Castro, Rôssi Alves e Wagner Amaro. Resultado: 22 contos preciosos, que corroboram a presença das narrativas negras na renovação da literatura brasileira, num encontro dos nossos escritores com o Brasil de que a Flup se orgulha de ter anunciado e dado importantes colaborações, dentre as quais este livro é mais um exemplo. Com a curadoria de Angélica Ferrarez e Heloísa Buarque de Hollanda, o “Quilombo do Lima” também contou com um ciclo de nove debates envolvendo 22 romancistas negres, dentre as quais estavam Conceição Evaristo, Marilene Felinto, Lázaro Ramos e nossos Geovani Martins e Jessé Andarilho. Além de ter entrado para a história como o primeiro evento da Era Lula, o “Quilombo do Lima” teve eventos 100 anos depois da precoce morte de Lima.

Música

4

Quarta-feira, 29 de Março de 2023 Alexandre Kubrusly/Divulgação

cORREiO cULTURaL Divulgação

Adele fará pausa forçada na agenda de shows

Adele anuncia reclusão total até novembro O último álbum de Adele, “30”, foi lançado em novembro de 2021. De lá pra cá, a cantora manteve uma temporada de shows pelo mundo. Morando em Las Vegas, Estados Unidos, há quatro meses, a cantora vinha fazendo algumas apresentações na cidade do estado de Nevada e neste final de semana, ela surpreendeu os

fãs ao anunciar que vai dar uma pausa na carreira. Adele ainda tranquilizou seus seguidores contando que irá cumprir a agenda até novembro. Depois, ela para e sem previsão de volta. “Vou fazer uma pausa e vocês realmente não vão ouvir falar de mim. Porque vocês sabe o que eu sou: sou uma reclusa absoluta”, disse.

O escolhido

Sem filtros

Já está definido o diretor-geral do remake de “Renascer”, aposta da Globo em sua programação de novelas para 2024. É Gustavo Fernandez, que assumiu as rédeas da releitura de “Pantanal” após a saída do então diretor, Rogério Gomes.

A Globoplay bateu o martelo e divulgou a data do lançamento da série documental sobre Xuxa Meneghel. A produção com cinco episódios chega à plataforma no dia 13 de julho e promete revisitar os momentos marcantes da carreira de Xuxa sem filtros.

Retrocesso

Aulão do bem

A Justiça inocentou o apresentador Marcão do Povo pela acusação de injúria racial feita por Ludmilla. Em 2017, quando ele comentava uma notícia que envolvia a artista, citou o termo “pobre macaca” para se referir a ela. “Um dia difícil”, reagiu a cantora.

Lu Fernandes promove sábado aulão de ballet para pessoas maduras. Os participantes são convidados a doar alimentos não perecíveis e/ou fraldas geriátricas que serão destinados ao instituto Bees Of Love. Informações pelo Instagram @balletaos60.

Um convite a se

aprofundar Divulgação

Daniel Villa Verde cria pinturas sonoras em jazz contemporâneo no álbum ‘Átomo de Antares’

D

edicando a sua vida à arte e a um olhar de uma nova sustentabilidade criativa e social, Daniel Villa Verde faz um jazz contemporâneo com muitas paisagens e perspectivas, como numa viagem sem itinerário em seu novo trabalho “Átomo de Antares”. Este é um lançamento do selo Cantores del Mundo. “Num tempo de velocidade e processamento acelerado, por este álbum há o convite implícito no aprofundar; direcionando sentidos aguçados à percepção da reverberação. Recebendo a música como uma colcha de catarses dan-

O disco é um trabalho realizado a várias mãos, sendo a música de Daniel Villa Verde a ligação entre todos os instrumentistas

do forma aos pilares que moldam a textura, as cores e o arrepio de cada nota e seu ressoar”, reflete Daniel. “Cheio de segredos, histórias, lugares (aos que se propõem distintos no cerrar dos olhos), paixão, desejo, expectativas, quedas, gritos e sorrisos. Na base dum amor pulsante, que se camufla em batidas nas mais distintas células rítmicas, verdadeiro e sem medo de que seja errante”, comnpleta o artista. O disco, como a própria capa

sugere, é um trabalho realizado a várias mãos, sendo a música de Daniel a ligação entre todos. Nota-se protagonismo de todos os participantes de cada música, numa dança que vem e vai. Como o próprio compositor diz: “Um convite do um ao infinito, e de volta ao um”. Guiado por seu violão e guitarra, Villa Verde reúne uma banda notável composta por Aline Gonçalves (flauta, clarinete e voz), Antonio Neves (bateria e trombone), Joanna Weglinski (flauta em sol e voz), Marcelo Muller (contrabaixo e voz) e Yuri Villar (sax soprano e tenor), artistas que dividiram palcos com nomes como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Marisa Monte e Mônica Salmaso. O disco cria paisagens e sons que caminham entre o urbano e o natural assim como o artista, que divide seu tempo entre a música e o trabalho como apicultor, na serra fluminense. Com produção de Villa Verde, Neves e Muller, “Átomo de Antares” está disponível em todas as plataformas de streaming.

Música

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Quarta-feira, 29 de Março de 2023 Alexandre Kubrusly/Divulgação

cORREiO cULTURaL Divulgação

Adele fará pausa forçada na agenda de shows

Adele anuncia reclusão total até novembro O último álbum de Adele, “30”, foi lançado em novembro de 2021. De lá pra cá, a cantora manteve uma temporada de shows pelo mundo. Morando em Las Vegas, Estados Unidos, há quatro meses, a cantora vinha fazendo algumas apresentações na cidade do estado de Nevada e neste final de semana, ela surpreendeu os

fãs ao anunciar que vai dar uma pausa na carreira. Adele ainda tranquilizou seus seguidores contando que irá cumprir a agenda até novembro. Depois, ela para e sem previsão de volta. “Vou fazer uma pausa e vocês realmente não vão ouvir falar de mim. Porque vocês sabe o que eu sou: sou uma reclusa absoluta”, disse.

O escolhido

Sem filtros

Já está definido o diretor-geral do remake de “Renascer”, aposta da Globo em sua programação de novelas para 2024. É Gustavo Fernandez, que assumiu as rédeas da releitura de “Pantanal” após a saída do então diretor, Rogério Gomes.

A Globoplay bateu o martelo e divulgou a data do lançamento da série documental sobre Xuxa Meneghel. A produção com cinco episódios chega à plataforma no dia 13 de julho e promete revisitar os momentos marcantes da carreira de Xuxa sem filtros.

Retrocesso

Aulão do bem

A Justiça inocentou o apresentador Marcão do Povo pela acusação de injúria racial feita por Ludmilla. Em 2017, quando ele comentava uma notícia que envolvia a artista, citou o termo “pobre macaca” para se referir a ela. “Um dia difícil”, reagiu a cantora.

Lu Fernandes promove sábado aulão de ballet para pessoas maduras. Os participantes são convidados a doar alimentos não perecíveis e/ou fraldas geriátricas que serão destinados ao instituto Bees Of Love. Informações pelo Instagram @balletaos60.

Um convite a se

aprofundar Divulgação

Daniel Villa Verde cria pinturas sonoras em jazz contemporâneo no álbum ‘Átomo de Antares’

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edicando a sua vida à arte e a um olhar de uma nova sustentabilidade criativa e social, Daniel Villa Verde faz um jazz contemporâneo com muitas paisagens e perspectivas, como numa viagem sem itinerário em seu novo trabalho “Átomo de Antares”. Este é um lançamento do selo Cantores del Mundo. “Num tempo de velocidade e processamento acelerado, por este álbum há o convite implícito no aprofundar; direcionando sentidos aguçados à percepção da reverberação. Recebendo a música como uma colcha de catarses dan-

O disco é um trabalho realizado a várias mãos, sendo a música de Daniel Villa Verde a ligação entre todos os instrumentistas

do forma aos pilares que moldam a textura, as cores e o arrepio de cada nota e seu ressoar”, reflete Daniel. “Cheio de segredos, histórias, lugares (aos que se propõem distintos no cerrar dos olhos), paixão, desejo, expectativas, quedas, gritos e sorrisos. Na base dum amor pulsante, que se camufla em batidas nas mais distintas células rítmicas, verdadeiro e sem medo de que seja errante”, comnpleta o artista. O disco, como a própria capa

sugere, é um trabalho realizado a várias mãos, sendo a música de Daniel a ligação entre todos. Nota-se protagonismo de todos os participantes de cada música, numa dança que vem e vai. Como o próprio compositor diz: “Um convite do um ao infinito, e de volta ao um”. Guiado por seu violão e guitarra, Villa Verde reúne uma banda notável composta por Aline Gonçalves (flauta, clarinete e voz), Antonio Neves (bateria e trombone), Joanna Weglinski (flauta em sol e voz), Marcelo Muller (contrabaixo e voz) e Yuri Villar (sax soprano e tenor), artistas que dividiram palcos com nomes como Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Marisa Monte e Mônica Salmaso. O disco cria paisagens e sons que caminham entre o urbano e o natural assim como o artista, que divide seu tempo entre a música e o trabalho como apicultor, na serra fluminense. Com produção de Villa Verde, Neves e Muller, “Átomo de Antares” está disponível em todas as plataformas de streaming.

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TeaTro

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

A solidão comum Louise Cardoso volta aos palcos cariocas encenando textos do romeno Matéi Visniec Cristina Granato/Divulgação

A

atriz Louise Cardoso passou o período da pandemia lendo muito. E foi por essas leituras que idealizou seu novo espetáculo. Convidou a produtora Cristina Leite, parceira de longa data, e juntas começaram a montar a equipe para o espetáculo “Os Bolsos Cheios de Pão”, que nesta quinta-feira (30) inicia temporada na Arena do Sesc Copacabana, após ser aprovado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar. Com direção de Fernando Philbert, o o espetáculo é formado por duas peças curtas do romeno Matéi Visniec: “os Bolsos Cheios de Pão” e “O Último Godot”. Nesta última, Louise divide a cena com o ator Luiz Octavio Moraes. Uma das surpresas é trazer, finalmente, Godot, o personagem icônico de Samuel Beckett, entrando em cena pela primeira vez. Em “O Último Godot” vemos um embate entre o personagem Godot e o seu criador. Expulso do teatro fechado, Godot acaba conhecendo seu criador, Samuel Beckett em pessoa, que foi também jogado na rua. Godot vê nesse encontro uma possibilidade de existir finalmente, já que é um personagem que nunca entrou em cena. Criador e criatura expressam seu amor incondicional pelo palco e lamentam a tragédia da morte da cultura, mas um afeto vai nascendo entre eles que pode resultar em uma rica parceria artística. Será? Já “Os Bolsos Cheios de Pão” conta a história de dois senhores que estão indignados porque um cachorro foi jogado, sabe-se lá por quem, dentro de um poço. Debatem calorosamente quem foi capaz de fazer tal atrocidade, por que, se o cão ainda vive, se quer sair de lá e até se não se jogou no poço. Buscam todos os meios de salvar o animal, cada um defendendo sua própria ideia que acham infini-

Louise Cardoso e Luiz Octavio Moraes dividem o palco no espetáculo

Nunca vi um autor traduzir tanto o que é o mundo. Impressiona a capacidade de entender o giro do mundo” Fernando Philbert

tamente melhor que a do outro. Discutem todas as soluções possíveis para tirar o cachorro do poço, até que a noite chega e eles resolvem deixar esse assunto para o dia seguinte, amanhã! Na encenação de Philbert as duas peças se comunicam. Duas peças curtas, dois personagens, dois universos do absurdo. Como

é possível existir e não existir? Ser e não ser ao mesmo tempo? Esse é o embate de Godot. Uma discussão sobre a existência e a decadência da cultura. Na outra história, há uma tentativa de aproximar os espectadores da discussão entre teorias de dois indivíduos, numa cena plenária que tem início com esses dois personagens nascendo do esgoto. A solidão desses personagens, nos dois textos, exprime a solidão comum entre nós espectadores dessa contemporaneidade líquida, em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis. “Eu nunca vi um autor traduzir tanto o que é o mundo, como faz Matéi. É impressionante a capacidade que ele tem de entender o giro do mundo. De escrever uma peça que está sempre se repetindo. Uma peça dele dos

O Tablado está bem presente neste espetáculo por experimentar coisas, de ir por caminhos não tradicionais” Louise Cardoso

anos 80 parece que foi escrita para os dias de hoje”, comenta o diretor. Louise Cardoso encara essa produção como uma forma de homenagear O Tablado, onde se profissionalizou, inclusive revisitando alguns personagens masculinos que interpretou, Pluft, por exemplo, e também Dansen, um vendedor de porcos na peça que

foi ensaiada no Tablado, “O Beco do Brecht”, sob a direção de João Carlos Motta. “O Tablado está bem presente neste espetáculo. Tem um pouco a ver com a concepção de como uma mulher faz um personagem masculino no teatro, por experimentar coisas, de ir por caminhos não tradicionais. A gente experimentava muito no Tablado, então esse espírito está sendo muito bom para mim nesse espetáculo”, comenta a atriz e produtora. SERVIÇO OS BOLSOS CHEIOS DE PÃO / O ÚLTIMO GODOT Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana) | Até 23/4, de quinta a domingo (20h) Ingresso: R$ 30, R$ 15 (meia) e R$ 7,50 associados Sesc)

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A solidão comum Louise Cardoso volta aos palcos cariocas encenando textos do romeno Matéi Visniec Cristina Granato/Divulgação

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atriz Louise Cardoso passou o período da pandemia lendo muito. E foi por essas leituras que idealizou seu novo espetáculo. Convidou a produtora Cristina Leite, parceira de longa data, e juntas começaram a montar a equipe para o espetáculo “Os Bolsos Cheios de Pão”, que nesta quinta-feira (30) inicia temporada na Arena do Sesc Copacabana, após ser aprovado pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar. Com direção de Fernando Philbert, o o espetáculo é formado por duas peças curtas do romeno Matéi Visniec: “os Bolsos Cheios de Pão” e “O Último Godot”. Nesta última, Louise divide a cena com o ator Luiz Octavio Moraes. Uma das surpresas é trazer, finalmente, Godot, o personagem icônico de Samuel Beckett, entrando em cena pela primeira vez. Em “O Último Godot” vemos um embate entre o personagem Godot e o seu criador. Expulso do teatro fechado, Godot acaba conhecendo seu criador, Samuel Beckett em pessoa, que foi também jogado na rua. Godot vê nesse encontro uma possibilidade de existir finalmente, já que é um personagem que nunca entrou em cena. Criador e criatura expressam seu amor incondicional pelo palco e lamentam a tragédia da morte da cultura, mas um afeto vai nascendo entre eles que pode resultar em uma rica parceria artística. Será? Já “Os Bolsos Cheios de Pão” conta a história de dois senhores que estão indignados porque um cachorro foi jogado, sabe-se lá por quem, dentro de um poço. Debatem calorosamente quem foi capaz de fazer tal atrocidade, por que, se o cão ainda vive, se quer sair de lá e até se não se jogou no poço. Buscam todos os meios de salvar o animal, cada um defendendo sua própria ideia que acham infini-

Louise Cardoso e Luiz Octavio Moraes dividem o palco no espetáculo

Nunca vi um autor traduzir tanto o que é o mundo. Impressiona a capacidade de entender o giro do mundo” Fernando Philbert

tamente melhor que a do outro. Discutem todas as soluções possíveis para tirar o cachorro do poço, até que a noite chega e eles resolvem deixar esse assunto para o dia seguinte, amanhã! Na encenação de Philbert as duas peças se comunicam. Duas peças curtas, dois personagens, dois universos do absurdo. Como

é possível existir e não existir? Ser e não ser ao mesmo tempo? Esse é o embate de Godot. Uma discussão sobre a existência e a decadência da cultura. Na outra história, há uma tentativa de aproximar os espectadores da discussão entre teorias de dois indivíduos, numa cena plenária que tem início com esses dois personagens nascendo do esgoto. A solidão desses personagens, nos dois textos, exprime a solidão comum entre nós espectadores dessa contemporaneidade líquida, em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis. “Eu nunca vi um autor traduzir tanto o que é o mundo, como faz Matéi. É impressionante a capacidade que ele tem de entender o giro do mundo. De escrever uma peça que está sempre se repetindo. Uma peça dele dos

O Tablado está bem presente neste espetáculo por experimentar coisas, de ir por caminhos não tradicionais” Louise Cardoso

anos 80 parece que foi escrita para os dias de hoje”, comenta o diretor. Louise Cardoso encara essa produção como uma forma de homenagear O Tablado, onde se profissionalizou, inclusive revisitando alguns personagens masculinos que interpretou, Pluft, por exemplo, e também Dansen, um vendedor de porcos na peça que

foi ensaiada no Tablado, “O Beco do Brecht”, sob a direção de João Carlos Motta. “O Tablado está bem presente neste espetáculo. Tem um pouco a ver com a concepção de como uma mulher faz um personagem masculino no teatro, por experimentar coisas, de ir por caminhos não tradicionais. A gente experimentava muito no Tablado, então esse espírito está sendo muito bom para mim nesse espetáculo”, comenta a atriz e produtora. SERVIÇO OS BOLSOS CHEIOS DE PÃO / O ÚLTIMO GODOT Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana) | Até 23/4, de quinta a domingo (20h) Ingresso: R$ 30, R$ 15 (meia) e R$ 7,50 associados Sesc)

6

TeaTro

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

10 anos de fomento à cultura CEFTEM mostra força no pós-pandemia levando cultura, diversidade e revelando novos talentos

O

Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (CEFTEM) comemora 10 anos de existência e com muitos motivos para comemorar. No Rio é um dos responsáveis por fomentar as artes através de seus musicais. Fundado e dirigido por Reiner Tenente, com o objetivo de fazer arte para todos, a escola cumpre um papel fundamental ao formar novos profissionais, fomentar a cultura com diferentes produções, dar trabalho para diferentes faixas etárias, além de integrar novos talentos ao mercado teatral. Nesses anos, o CEFTEM já levou aos palcos 46 espetáculos

Aloysio Araripe/Divulgação

teatrais produzidos, 12 deles obras originais. “Enquanto escola e produtora é essencial que estejamos a serviço da arte e da cultura, o papel do CEFTEM é ensinar e apresentar aos jovens talentos o mercado cultural. Ficamos muito felizes em fazer parte da história de tantos atores que hoje trilham uma carreira brilhante nos palcos. Constatamos que nos últimos 10 musicais de médio e grande porte produzidos no país temos uma média de 4 ex alunos que passaram pelo CEFTEM em cada produção”, afirma Reiner. Mais do que uma escola de teatro, o CEFTEM se tornou uma produtora de teatro musical. Após a restrição causada pela pandemia,

desde o retorno as atividades, no final de 2021, foram realizadas 11 produções: “Cartas para Gonzaguinha”, “Cazuza – O musical”, “Evoé – O musical”, “Hairspray – O musical”, “Les Miserables – School Edition”, “O beijo no Asfalto – O musical”, “Tudo por um Popstar”, “Rent”, “Heathers”, “Dentro do Bosque” e a 6ª edição do “Tudo Ao Contrário”. Em 10 anos fomentando a cultura com suas produções, o CEFTEM já teve cerca de 1.200 atores/ alunos mostrando ao mundo sua voz, conquistando o público e a crítica. “O mais importante foi reconectar o público com o teatro”, ressalta.

O CEFTEM já formou 1,2 mil atores nesse período

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Quarta-feira, 29 de Março de 2023

10 anos de fomento à cultura CEFTEM mostra força no pós-pandemia levando cultura, diversidade e revelando novos talentos

O

Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical (CEFTEM) comemora 10 anos de existência e com muitos motivos para comemorar. No Rio é um dos responsáveis por fomentar as artes através de seus musicais. Fundado e dirigido por Reiner Tenente, com o objetivo de fazer arte para todos, a escola cumpre um papel fundamental ao formar novos profissionais, fomentar a cultura com diferentes produções, dar trabalho para diferentes faixas etárias, além de integrar novos talentos ao mercado teatral. Nesses anos, o CEFTEM já levou aos palcos 46 espetáculos

Aloysio Araripe/Divulgação

teatrais produzidos, 12 deles obras originais. “Enquanto escola e produtora é essencial que estejamos a serviço da arte e da cultura, o papel do CEFTEM é ensinar e apresentar aos jovens talentos o mercado cultural. Ficamos muito felizes em fazer parte da história de tantos atores que hoje trilham uma carreira brilhante nos palcos. Constatamos que nos últimos 10 musicais de médio e grande porte produzidos no país temos uma média de 4 ex alunos que passaram pelo CEFTEM em cada produção”, afirma Reiner. Mais do que uma escola de teatro, o CEFTEM se tornou uma produtora de teatro musical. Após a restrição causada pela pandemia,

desde o retorno as atividades, no final de 2021, foram realizadas 11 produções: “Cartas para Gonzaguinha”, “Cazuza – O musical”, “Evoé – O musical”, “Hairspray – O musical”, “Les Miserables – School Edition”, “O beijo no Asfalto – O musical”, “Tudo por um Popstar”, “Rent”, “Heathers”, “Dentro do Bosque” e a 6ª edição do “Tudo Ao Contrário”. Em 10 anos fomentando a cultura com suas produções, o CEFTEM já teve cerca de 1.200 atores/ alunos mostrando ao mundo sua voz, conquistando o público e a crítica. “O mais importante foi reconectar o público com o teatro”, ressalta.

O CEFTEM já formou 1,2 mil atores nesse período

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Em entrevista, Maria Paula recorda dificuldades em seu início de Casseta & Planeta

7

Televisão

‘Eram machistas

para caramba’ Reprodução TV Globo

A

atriz Maria Paula relembrou, em entrevista à jornalista Marcia Zarur, no canal Sesc DF, no YouTube, a época em que começou a fazer sucesso na Globo, em 1993, apresentando um festival de rock. Na ocasião, ela já estava na MTV e foi convidada para apresentar, ao vivo o Radical Chic, um programa de variedades. Em seguida, ela logo foi contratada para atuar no extinto Casseta & Planeta. “Eu estava vindo do ‘Radical’, um programa diário, ao vivo, aí eles me chamaram e eu falei, ‘claro!’, porque eu adorava aquela pegada do humor inteligente. E quando eu fui, fazia a abertura e o final, e só”, relembrou ela, que ainda disse que a equipe era machista: “Foi com muito jeitinho. E eu não fazia os personagens, eu não fazia nada! E eles eram muito machistas. E eu falava, ‘galera, isso aqui não vai dar bom assim, não”. “Eles viram que precisavam me dar mais espaço. E foi assim que consegui, foi crescendo minha participação e chegou a hora em que fui considerada a oitava caceta”, relatou. Apesar de ter uma participação pequena na atração, Maria Paula não desistiu e acabou ganhando seu espaço: “Com o tempo, com calma, eles foram me dando um papel aqui, outro ali. A minha sorte é que os papéis foram grandes sucessos. A Leticia Spiller fazia o papel de má numa novela (Suave veneno, de 1999), e eu fazia as paródias. Esse papel fez um sucesso danado, lembro que ela xingava

Maria Paula revela que demorou a ser aceita pelos comediantes do grupo e ter a chance de poder crescer dentro do programa Reprodução Internet

as pessoas, ‘seu ornitorrinco manco’. E as pessoas me viam na rua e pediam ‘me xinga. E eles viram que precisavam me dar mais espaço. E foi assim que consegui, foi crescendo minha participação e chegou a hora em que fui consi-

derada a oitava caceta”. A artista ficou no programa até 2010 quando foi extinto. Com o fim do Casseta, ela foi trabalhar com cinema, escreveu livro, teve dois filhos, e continuou a exercer a profissão de psicóloga.

“Minha vocação é pesquisar a psiquê humana, sou uma pessoa curiosa, eu gosto de gente, gosto das relações, de como a gente se comunica e se entende com o outro. Sempre pensava sobre o que se passa na cabeça das pessoas. Na composição de personagens, a psicologia me ajudou muito”, avaliou. Atualmente, ela se dedica aos seus trabalhos como roteirista, palestrante e Embaixadora da Paz: “Eu recebi esse e junto com ele veio uma responsabilidade enorme de fazer com que a credibilidade da minha imagem pudesse chegar a lugares onde as pessoas estão precisando de uma mensagem mais acolhedora, que não passe pelo julgamento, denúncia, cancelamento”. Mãe de Maria Luiza, 18, e Felipe, 14, Maria Paula disse que não mostrou seu trabalho no Casseta para eles: “Não mostrei. Eles me viram

no cinema, no teatro, me veem muito em cima de palco, mas o ‘Casseta’ eles ficaram sabendo pelos amigos. O que é um perigo! (risos)”, conta ela, que faz o tipo linha dura quando necessário: “Eu, como mãe, tenho a consciência de que não sou amiga do meu filho. Eu vou educar o meu filho, e, se numa queda de braço, eu tiver que dizer que ele não vai usar o telefone enquanto eu estou no carro dirigindo, levando ou buscando na escola, e essa é a hora em que a gente precisa interagir, e que eu não sou um motorista ou um carro elétrico, sem motorista, porque parece que ele foi abduzido por aquela tela, eu vou dizer. E quando eu falo esse tipo de coisa, eles começam a questionar o que falei lá atrás! Mas eu sou uma pessoa diferente. Hoje eu não bebo, eu medito todo dia, faço ioga, tenho uma rotina muito equilibrada. Aí, vem um amigo e me mostra no ‘Casseta & Planeta’ fazendo o oposto disso tudo”: Maria Paula ainda aponta que apesar de diferenciado e mais sofisticado, o programa sofreria uma certa persiguição nos dias de hoje: “Não se calçava na humilhação do outro, sempre teve uma coisa mais elaborada ali por trás. Mas existia também. Tinha a mulher como um objeto. A loira e popozuda, ali, sendo objeto de piada. Mas tinha uma coisa de descontração, que eu acho que era legal e se perdeu. Acho que o politicamente correto, de certa forma, limitou, engessou. Mas, por outro lado, que bom! A gente não faz mais piadas desrespeitosas. Todo mundo achava normal porque a sociedade achava graça naquilo. Hoje em dia seria, no mínimo, cancelado, quiçá até presos todos (risos)”.

Quarta-feira, 29 de Março de 2023

Em entrevista, Maria Paula recorda dificuldades em seu início de Casseta & Planeta

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‘Eram machistas

para caramba’ Reprodução TV Globo

A

atriz Maria Paula relembrou, em entrevista à jornalista Marcia Zarur, no canal Sesc DF, no YouTube, a época em que começou a fazer sucesso na Globo, em 1993, apresentando um festival de rock. Na ocasião, ela já estava na MTV e foi convidada para apresentar, ao vivo o Radical Chic, um programa de variedades. Em seguida, ela logo foi contratada para atuar no extinto Casseta & Planeta. “Eu estava vindo do ‘Radical’, um programa diário, ao vivo, aí eles me chamaram e eu falei, ‘claro!’, porque eu adorava aquela pegada do humor inteligente. E quando eu fui, fazia a abertura e o final, e só”, relembrou ela, que ainda disse que a equipe era machista: “Foi com muito jeitinho. E eu não fazia os personagens, eu não fazia nada! E eles eram muito machistas. E eu falava, ‘galera, isso aqui não vai dar bom assim, não”. “Eles viram que precisavam me dar mais espaço. E foi assim que consegui, foi crescendo minha participação e chegou a hora em que fui considerada a oitava caceta”, relatou. Apesar de ter uma participação pequena na atração, Maria Paula não desistiu e acabou ganhando seu espaço: “Com o tempo, com calma, eles foram me dando um papel aqui, outro ali. A minha sorte é que os papéis foram grandes sucessos. A Leticia Spiller fazia o papel de má numa novela (Suave veneno, de 1999), e eu fazia as paródias. Esse papel fez um sucesso danado, lembro que ela xingava

Maria Paula revela que demorou a ser aceita pelos comediantes do grupo e ter a chance de poder crescer dentro do programa Reprodução Internet

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no cinema, no teatro, me veem muito em cima de palco, mas o ‘Casseta’ eles ficaram sabendo pelos amigos. O que é um perigo! (risos)”, conta ela, que faz o tipo linha dura quando necessário: “Eu, como mãe, tenho a consciência de que não sou amiga do meu filho. Eu vou educar o meu filho, e, se numa queda de braço, eu tiver que dizer que ele não vai usar o telefone enquanto eu estou no carro dirigindo, levando ou buscando na escola, e essa é a hora em que a gente precisa interagir, e que eu não sou um motorista ou um carro elétrico, sem motorista, porque parece que ele foi abduzido por aquela tela, eu vou dizer. E quando eu falo esse tipo de coisa, eles começam a questionar o que falei lá atrás! Mas eu sou uma pessoa diferente. Hoje eu não bebo, eu medito todo dia, faço ioga, tenho uma rotina muito equilibrada. Aí, vem um amigo e me mostra no ‘Casseta & Planeta’ fazendo o oposto disso tudo”: Maria Paula ainda aponta que apesar de diferenciado e mais sofisticado, o programa sofreria uma certa persiguição nos dias de hoje: “Não se calçava na humilhação do outro, sempre teve uma coisa mais elaborada ali por trás. Mas existia também. Tinha a mulher como um objeto. A loira e popozuda, ali, sendo objeto de piada. Mas tinha uma coisa de descontração, que eu acho que era legal e se perdeu. Acho que o politicamente correto, de certa forma, limitou, engessou. Mas, por outro lado, que bom! A gente não faz mais piadas desrespeitosas. Todo mundo achava normal porque a sociedade achava graça naquilo. Hoje em dia seria, no mínimo, cancelado, quiçá até presos todos (risos)”.

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