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DOC ILUSTRADO N 0.1 ANIVERSÁRIO FERNANDO NERI

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DOC ILUSTRADO FASE LABORATÓRIO - ANO I - EDIÇÃO Nº 0/1 - SETEMBRO DE 2022 ARTISTAS DA MÚSICA E POESIA CEARENSE PRESTAM HOMENAGEM AOS 69 ANOS DO COMPOSITOR FERNANDO NERI Na terça-feira, dia 23 de agosto de 2022, o Bar Estação Benfica foi cenário de uma grande celebração ao aniversariante da noite, o compositor cearense Fernando Neri. Músicos, intérpretes, cantores e poetas dividiram o palco e instrumentos para cantar à vida e brindar ao homenageado.


DOC ILUSTRADO Artistas que já carimbaram seus nomes na história da música do estado irmanados com os que despontam na cena fortalezense renderam calorosas saudações ao mestre. Adriano Kanu, percussionista e mestre de maracatu, um dos organizadores da festa, com entusiasmo comenta: “Desde 2012 (…) comecei a conhecer as músicas do Fernando Neri e até hoje estou aqui do lado do Fernando. Com muito prazer e muito carinho, bebendo da fonte de um grande artista cearense que eu amo! Que mora nas minhas veias! O que ele canta é o que eu quero cantar, o que ele chora eu quero chorar, o que ele sorri eu quero sorrir.” A carreira artística de Fernando Neri teve início em 1980. Já em 1986 foi agraciado com dois primeiros prêmios no Festival Universitário da UFC com as músicas “Cavaleiro dos Espelhos”, autoria dual com Eurico Bivar e também com a música “Jobiniana”, a qual dividiu a criação com Mário Tadeu. De lá pra cá foram várias parcerias, shows em bares e dispositivos culturais da cidade e do estado, presença em discos de autores diversos como compositor e intérprete, trilhas sonoras e participações em filmes como ator e cantor. Com uma vasta obra e décadas de atuação, Neri se consolida entre os seus como um dos grandes nomes da nossa cultura. Admirado por pares e fãs, tem reconhecimento público do seu trabalho e manifestações carinhosas ao seu talento. O poeta Chicão Oliveira recita um poema de autoria de Raimundo Cassundé, parceiro musical do compositor: “Como uma pluma que afaga/Ou tal lâmina que fere/Assim é feita a mistura da singular criatura de nome Fernando Neri/Largo sorriso que escolta é a sua marca melhor/Para nossa satisfação aqui no Estação/Ele dá mais uma volta em torno do sol/Abraços, dileto amigo/E é fato o que lhe digo/Beijos, poeta maior! Aos 69 anos, Fernando Neri transparece disposição e talento apurado. Uma das suas últimas composições, “Dona de mim”, é requerida com constância na playlist do Estação Benfica. Indagado sobre o que estava achando da festa e da homenagem recebida, Neri expõe: “Estou achando ótima a festa! Porque essa festa é nossa, não é minha, ela é de todos aqueles que resistem nessa batalha há muito tempo, ou aqueles que estão começando, aqueles que vão dar continuidade àquilo que de certa forma a gente plantou.” E complementa tecendo comentários sobre o bar que estava acolhendo a festa: “Porque todos os bares que acolhem pessoas que estão resistindo de alguma forma, eles devem ser bares frequentados. E nós estamos aqui, fazendo a nossa festa”. 2


DOC ILUSTRADO O bar Estação Benfica surgiu há quase cinco meses e naturalmente ocupou um espaço ocioso na cena cultural do bairro Benfica, famoso por sua boêmia. Nos últimos anos o circuito de bares do Benfica passou por grandes mudanças. Antigos estabelecimentos tradicionais, que funcionavam há décadas, como os bares do Seu Chaguinha e do Seu Manoelzinho, onde beber no balcão era um hábito comum e a roda de samba era sempre presente e determinante, deram espaço para propostas distanciadas dessa tradição e se voltaram para o circuito “comercial”, mais voltado em conseguir uma grande quantidade de clientes, oferecendo um cardápio cultural muito limitado, algo como macarrão instantâneo. O Estação é a continuidade da tradição desses bares que fecharam. Juliana Garcia, que administra em parceria com Keyla Caldas o Estação, tecendo elogios dirigidos ao homenageado, comenta : “ A gente sempre põe aqui para tocar no Estação. Porque também tem essa proposta do bar de fortalecer a música cearense. Existe uma pesquisa sobre esses cantores, compositores, que a gente faz questão de veicular no bar. Fernando Neri é um que tem a trilha sonora aqui que a gente sempre põe para tocar, como de outros artistas cearenses. Aqui é um lugar que está aberto para o fortalecimento e difusão dessa música local”. Como se vê, o Benfica continua pulsando e resistindo. A arte e a cultura é uma de suas principais trincheiras. Card de divulgação do show em homenagem ao compositor Fernando Neri 3


IN LOCO Cheguei por volta das 18h. A festa estava programada para iniciar às 19h30min. Já estavam presentes o cantor e compositor Gildomar Marinho, o poeta Guga Cazagrande e o artista plástico Suede Siqueira. Gil cuidava do som, Caza e Suede bebericavam suas respectivas cerva e cana. O Bar Estação Benfica está situado na “beirada” do Canal do Jardim América, apenas a um quarteirão, para ser mais específico. Local muito apropriado, afinal, em zona fronteiriça uma Estação se faz necessária. Onde um viajante de passagem ou morador vizinho possa pousar e enquanto espera o trem das sete ou das onze, refrigerar sua alma e gorgomilo, saborear um petisco, escutar uma boa música e observar o movimento da rua no ocaso que prenuncia a efervescência que adentrará a noite. Escolhi para me posicionar a esquina oposta à frente do bar, de modo que pudesse observar ao mesmo tempo as duas fachadas que se estendiam nas perspectivas das ruas João Gentil e Antenor Frota Wanderley. Esse local me permitia um panorama da festa. Há alguns anos me iniciei na prática de execução de sketches (desenhos de cenas urbanas a partir da observação direta no local), entretanto, essa seria a primeira vez que um propósito de criação mais elaborado me orientava. Além do registro em si havia uma preocupação de informar. A ideia inicial era produzir dois ou três sketches: um plano aberto, outro fechado do Neri e um possível terceiro plano de uma cena específica. Para mais, também tinha que realizar entrevistas e ter uma visão geral do desenrolar do evento para narrar um texto informativo adequado. DOC ILUSTRADO 4


Neri chegou. Os abraços se sucedendo, as mesas sendo ocupadas, eu preenchendo a composição do sketch. Charles Wellington, músico morador do bairro há décadas, e na sequência o ator demônio Chicão Oliveira se achegaram até aonde eu estava. Comentários sobre a situação do país, princípio de discussão acalorada, gargalhadas. A festa já decorria, ultrapassara a rebentação, surfava em ondas sonoras e calorosas. Movimento intenso, kanu apresentava os músicos e poetas que se revezavam e se mesclavam no palco improvisado. Diego atendia as mesas em um vai e vem frenético. Ju capitaneava o atendimento no balcão apinhado. Na cozinha, Karini e Amanda preparavam os quitutes muito apreciados da culinária original da keyla. Formouse um grande “L” festivo de pessoas na esquina das fachadas do bar. Celebração, contentamento, risos, beijos, vozes, dança, goles e tragos. Liza ia passando, se deteve e voltou um passo. Antes de me dirigir a atenção olhou detalhadamente o sketch que eu estava desenhando. “Olha mãe, ele também é artista”. Daí, como se fôssemos parceiros de longa data, com olhos vívidos e uma mecha de cachinhos escorrendo sobre o nariz, tendo o grosso da exuberante cabeleira emoldurando seu rosto de menina, me contou com entusiasmo mal disfarçado sobre os seus novos lápis e os desenhos que tinha feito. A mãe de Liza se aproximou e reiterou seu talento. Liza fez alguns comentários sobre o árduo aprendizado do desenho, mas tais percalços não eram capazes de fazê-la desistir, e se despediu. Antes de seguirem caminho perguntei o seu nome. Surpreendemo-nos ao saber que tínhamos o mesmo sobrenome “Araújo”. Um último sorriso franco e partiu. Liza e seus novos lápis me alegraram profundamente. Finalizei o sketch a lápis e caneta, deixando para aquarelar em casa, havia ainda as outras tarefas previstas. Passei às entrevistas. Entreguei-me à festa. Dos três sketches planejados inicialmente só fiz este, o plano aberto. A madrugada já era alta. Últimos festeiros... DOC ILUSTRADO Textos e artes por André Dias 5


DOC ILUSTRADO 6 Nome: Fernando Nunes dos Santos (PorJuliana Garcia) Nome artístico: Fernando Neri Cantor e compositor popular atua desde 1980 com participação em shows individuais e coletivos, festivais de música, projetos de gravação fonográfica, trilhas sonoras para cinema e teatro, destacando-se: SHOWS •Marta Aurélia- participação especial em duo- 2008. BNB Clube de Fortaleza. •Show CAIXA PATATIVA- Show coletivo de lançamento do cd duplo sobre Patativa do Assaré em 2003, realizado no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. •LAURO MAIA 80 ANOS- Show coletivo de lançamento do disco sobre a obra de Lauro Maia, 1993- BNB Clube •SINA URBANA- Fernando Neri e banda em 1991 no BNB Clube. •NERI 66 em 2019 no Gentilândia Bar. •FERNANDO NERI, show em 2003 na Adufc •SHOW SAMBATUCANÇÕES, em fevereiro de 2022 no Açaí da Taipa. DISCOS •Com Deus e com o Povo (2002)- Disco de João Cláudio Moreno, como compositor na faixa Troça de Roça. •Caixa Patativa, onde participou de gravação em show coletivo (2003) com “Suzana Bela”. •Seis da Tarde, disco de Alcântara das Luzes, onde gravou Cavaleiro dos espelhos, composição de Fernando Neri . •Pipoca & Cruz, disco de Alcântara das Luzes, onde gravou composição própria de nome “Contendas e Carícias” •Lendas e contendas (1998) e Cantares (1996) de Pingo de Fortaleza, onde participou como compositor nas faixas “Guajara das Matas” e “Cantares”, respectivamente. •Pessoal do Cais Bar- Participação como intérprete em álbum duplo coletivo (1994). •Lauro Maia 80 anos- Participação como intérprete em álbum duplo coletivo (1993).


DOC ILUSTRADO EXPEDIENTE DOC ILUSTRADO é um boletim ainda em fase de laboratório que se propõe acompanhar fatos e acontecimentos culturais, ambientais, sociais e políticos utilizando textos com narrativas informativas e opinativas acompanhados por sketches (desenho realizado a partir da observação direta no local). Editor responsável: André Dias. Revisão de texto: Juliana Garcia 7 •Estação do Trem Imaginário – Calé Alencar (1992), participação como compositor na faixa “A voz só cantor”. •Certas Canções (1995) – Coral Zoada. Participou como compositor na faixa “Claves”. O Cantador e a ilha do sono – (2002) do Grupo Macho pero no mucho. Participou como compositor na faixa “Sax Blues”. CINEMA •A Saga do guerreiro alumioso (Rosemberg Cariry). Participação como intérprete na trilha sonora em 1993. •Caldeirão da Santa Cruz do Deserto (Rosemberg Cariry), participação como cantor e ator em 1995. •O Cabra que virou bode, de Sidney Souto, onde fez a trilha sonora em 1993. Por Juliana Garcia, para o Catálago da Música Cearense -UFC Fonte: Entrevista com o autor


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