HACIA UNA TEORÍA DE LA VARIACIÓN METAFÓRICA EN EL TEXTO LITERARIO

H A C I A U N A T E O R Í A DE LA VARIACIÓN M E T A F Ó R I C A EN EL T E X T O L I T E R A R I O ANÁLISIS DE DOS POEMAS DE ENRIQUE MARTÍNEZ GONZÁLEZ

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H A C I A U N A T E O R Í A DE LA VARIACIÓN M E T A F Ó R I C A EN EL T E X T O L I T E R A R I O ANÁLISIS DE DOS POEMAS DE ENRIQUE MARTÍNEZ

GONZÁLEZ

M e t á f o r a y p o e s í a parecen asociarse n a t u r a l y l e g í t i m a m e n t e . S e g ú n u n l u g a r c o m ú n que se r e m o n t a en sus o r í g e n e s al pensam i e n t o de R o m á n J a k o b s o n , la e s t r u c t u r a p o é t i c a se f u n d a en la m e t á f o r a , en t a n t o que las formas l i t e r a r i a s c u y o m e d i o de expres i ó n es la prosa s e r í a n esencialmente m e t o n í m i c a s . I n c l u s o en u n a o b r a de tan a m p l i o alcance c o m o La métaphore vive de P a u l R i c o e u r , se d e d i c a u n a a t e n c i ó n p r e p o n d e r a n t e a las relaciones e n t r e met á f o r a y " p o é s i e " o " d i s c o u r s p o é t i q u e " ( a u n c u a n d o hay que a p u n t a r que estos t é r m i n o s parecen tener, para R i c o e u r , u n a acepc i ó n m á s a m p l i a de la que n o r m a l m e n t e se les c o n f i e r e ) . E l a t r i b u i r v a l i d e z t e ó r i c a a este v í n c u l o a p a r e n t e m e n t e t a n í n t i m o entre m e t á f o r a y p o e s í a m e parece no s ó l o u n a s i m p l i f i c a c i ó n de los hechos, sino u n e r r o r de p r i n c i p i o . E l sentido c o m ú n nos i n d i c a que la m e t á f o r a o p e r a de m a n e r a eficaz y no t r i v i a l en contextos no p o é t i c o s y n o l i t e r a r i o s , de t a l suerte que situar su f u n c i o n a m i e n t o en el t e x t o l i t e r a r i o d e n t r o del m a r c o de u n a t e o r í a general del t e x t o v e r b a l es u n a p o s i b i l i d a d r a z o n a b l e e i n teresante. Es t a m b i é n fácil de c o m p r o b a r que la m e t á f o r a , conceb i d a en sus t é r m i n o s m á s generales, r e m i t e a p r i n c i p i o s generales de la a r t i c u l a c i ó n d e l sentido que no i n c i d e n en la c o n f o r m a c i ó n e s p e c í f i c a del lenguaje y q u e , p o r c o n s i g u i e n t e , rebasan los l í m i tes de u n a t e o r í a f o r m a l del lenguaje. C o n respecto a este p u n t o , r e m i t o a la i n t e l i g e n t e a p r e c i a c i ó n de S a d o c k . 1

L a d e f i n i c i ó n de lo que es la m e t á f o r a no i n c u m b e , pues, n i 1

J . M . SADOCK, "Figurative speech and linguistics", en A . O r t h o n y (ed.), Metaphor and Thought, C a m b r i d g e U n i v e r s i t y Press, C a m b r i d g e , 1979. Cabe apuntar, sin embargo, ciertas reservas con respecto a la definición que hace Sadock de ia m e t á f o r a como u n tipo particular de acto de habla. T a l idea no encuentra n i n g ú n apoyo en las publicaciones de Searle sobre actos de habla.

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al l i n g ü i s t a n i al c r í t i c o l i t e r a r i o , p e r o n o p o r eso les d e j a n de i n teresar los efectos de la e x p r e s i ó n m e t a f ó r i c a en el t e x t o . E l p r o p ó s i t o de este ensayo es t r a z a r u n c a m i n o h a c i a u n a f u n c i o n a m i e n t o de l a m e t á f o r a en el t e x t o l i t e r a r i o , d o l o en r e l a c i ó n c o n u n a

teoría

del

considerán-

t e o r í a g e n e r a l del t e x t o . Se c o n t r a s t a -

r á n , en este i n t e n t o , dos enfoques t e ó r i c o s , u n o de los cuales se puede i d e n t i f i c a r con u n a p e r s p e c t i v a c o n t e x t u a l y p r a g m á t i c a sobre el l e n g u a j e , y el o t r o c o n la p o é t i c a e s t r u c t u r a l i s t a . E l p r i m e r o es de J o h n Searle, e n u n c i a d o e x p l í c i t a m e n t e p o r p r i m e r a vez en u n a c o n f e r e n c i a de 1977, y c o n c e b i d o c o m o u n a e x t e n s i ó n o aplicación actsf;

de

su

c o n o c i d a t e o r í a de

los

actos de

habla

{speech

el s e g u n d o es el de S a m u e l L e v i n , q u i e n a p o r t a concepcio-

nes t í p i c a s de la p o é t i c a e s t r u c t u r a l i s t a al a n á l i s i s t e x t u a l de la metáfora 2

en

poemas

3

líricos .

Se

intentará

poner

de

relieve

las

Su trabajo " M e t a p h o r " fue presentado inicialmente en el congreso sobre la m e t á f o r a que tuvo lugar en la U n i v e r s i d a d de Illinois (UrbanaC h a m p a i g n ) en 1977, y fue publicado posteriormente tanto en las actas del congreso editadas por A . O R T H O N Y (ibid.) como en su propio l i b r o , Expression andMeaning. Studies in the Theory of Speech Acts, C a m b r i d g e U n i v e r s i t y Press, C a m b r i d g e , 1979. S. R . L E V I N , " C o n c e r n i n g what k i n d o f speech act a poem i s " , en T . A . V a n D i j k (ed.), Pragmatics of Langwge and Literature, N o r t h - H o l l a n d , Amster¬ d a m , 1976, y " S t a n d a r d Approaches to M e t a p h o r and a Proposal for Literary M e t a p h o r " , en O R T H O N Y , op. cit., Por razones de c o m o d i d a d y de espacio, nos l i m i t a m o s a q u í a exponer las ideas de L e v i n (y no las de otros especialistas de la misma tendencia), ya que las enuncia en u n a forma particularmente clara y sencilla, y las lleva directamente al análisis textual concreto. N o hay que olvidar, sin embargo, que sus ideas se s i t ú a n en el marco de una t r a d i c i ó n de t e o r í a p o é t i c a y estética. L a idea de f o r m u l a r una teoría espec í f i c a m e n t e literaria de la m e t á f o r a se encuentra t a m b i é n en BEARDSLEY, por ejemplo (Aesthetics, Harcourt, Brace and W o r l d , New Y o r k , 1958, p. 134), quien pretende ver u n isomorfismo entre la m e t á f o r a y la estructura de la obra liter a r i a en su conjunto. S e g ú n este enfoque, la m e t á f o r a , en calidad de unidad m i c r o c ó s m i c a o poema en m i n i a t u r a , puede servir de "test case" para el a n á lisis de la obra entera. D e a h í se desprende que Beardsley atribuye a la m e t á fora características específicamente literarias y considera que se puede analizar en sí como objeto estético. C o n respecto a la pretendida originalidad de la m e t á f o r a literaria, Ricoeur la asocia con las funciones estéticas de la m e t á f o r a , por o p o s i c i ó n a las que él caracteriza como funciones l i n g ü í s t i c a s . N o es difícil detectar en el punto de vista de Ricoeur la tradicional c o n c e p c i ó n lexicalista de la m e t á f o r a que Searle critica, como m á s adelante se v e r á . " L a contraparte de este tratamiento lógico-lingüístico de la d e n o m i n a c i ó n m e t a f ó r i c a —dice Ricoeur— es la disy u n c i ó n que de él se desprende entre m e t á f o r a lingüística y m e t á f o r a estética, siendo ésta la e x p r e s i ó n estilística de la m e t á f o r a . Sólo algunas de las funciones de la m e t á f o r a estética prolongan las de la m e t á f o r a l i n g ü í s t i c a (crear términos nuevos, compensar la indigencia del vocabulario). L o esencial de la 3

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diferentes conceptualizaciones del t e x t o i m p l í c i t a s en los dos enfoques, al i g u a l que ciertas ideas reduccionistas que c o n s t i t u y e n u n p e l i g r o p a r a quienes q u i e r e n asociar la m e t á f o r a c o n la " p o e t i c i d a d " del lenguaje. A u n q u e no es m i i n t e n c i ó n o c u p a r m e de las cuestiones filosóficas que suscita l a m e t á f o r a , c o m e n t a r é ciertos p u n t o s de contacto q u e el enfoque de Searle puede tener c o n los de otros filósofos m o d e r n o s especialistas en este c a m p o , en p a r t i c u l a r P a u l R i c o e u r y M a x B l a c k . C o n s i d e r a r é , a d e m á s , las i m p l i c a c i o n e s que pod r í a tener el enfoque searliano p a r a u n a c o n c e p t u a l i z a c i ó n de l a v a r i a b i l i d a d del t e x t o l i t e r a r i o c o m o l a que p r o p o n e R o g e r Fowler'. 4

P o r ú l t i m o , se i l u s t r a r á n las observaciones t e ó r i c a s p o r m e d i o de u n a n á l i s i s de dos poemas de E n r i q u e G o n z á l e z M a r t í n e z , seleccionados c o m o ejemplos d i g n o s de l a t r a d i c i ó n p o é t i c a m o d e r na en L a t i n o a m é r i c a . E l i n t e r é s de las ideas de Searle sobre l a m e t á f o r a se debe en g r a n p a r t e al m a r c o t e ó r i c o general en que se s i t ú a n : la t e o r í a de los actos de h a b l a , que p e r m i t e p o r p r i m e r a vez establecer u n a r e l a c i ó n e x p l í c i t a entre u n a t e o r í a f o r m a l del lenguaje y u n a teor í a del discurso, r e l a c i ó n f u n d a d a en l a c o n v i c c i ó n de q u e , c o m o dice T e u n v a n D i j k , " l a r e c o n s t r u c c i ó n t e ó r i c a de enunciados en los niveles de la f o r m a y del sentido debe c o m p l e m e n t a r s e c o n u n tercer n i v e l , es d e c i r , el n i v e l de l a a c c i ó n " . Searle l o g r a sistem a t i z a r l a d e s c r i p c i ó n de l a d i m e n s i ó n p r a g m á t i c a del lenguaje m e d i a n t e l a d i s t i n c i ó n e n t r e " a c t o e n u n c i a t i v o " ( utterance act": el acto de e n u n c i a r u n mensaje l i n g ü í s t i c o en u n c o n t e x t o c o m u n i c a t i v o d e t e r m i n a d o ) " a c t o l o c u t i v o " (' locutionary act": el acto p r o p o s i c i o n a l o referencial q u e el e m i s o r r e a l i z a en el mensaje), " a c t o i l o c u t i v o " ("illocutionary act \ el acto de a f i r m a r , o r d e n a r , p r o m e t e r , etc., r e a l i z a d o p o r el e m i s o r p o r m e d i o de u n mensaje 6

7

íl

:<

,,

m e t á f o r a estética está en otra parte. Su m i r a es la de crear la ilusión, sobre todo mediante la p r e s e n t a c i ó n del m u n d o bajo u n aspecto n u e v o " , La métaphore vive, É d s . d u Seuil, Paris, 1975, p p . 138-139. (Las traducciones de este artículo son m í a s . ) Sus obras claves son la ya citada de R I C O E U R {ibid.), y de B L A C K , Models and Metaphors, C o r n e l l U n i v e r s i t y Press, Ithaca, N Y , 1962. E n Literature as Social Discourse. The practice of Linguistic Criticism, Batsford A c a d e m i c and Educational, L o n d o n , 1981. Speech Acts. An Essay in the Philosophy of Language, C a m b r i d g e U n i v e r s i t y Press, C a m b r i d g e , 1969. T . A . V A N D I J K , Text and Context. Explorations in the Semantics and Pragmatics of Discourse, L o n g m a n , L o n d o n , 1977, p. 2. 4

5

6

7

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v e r b a l ) y , en f o r m a m a r g i n a l , " a c t o p e r l o c u t i v o " (" act":

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perlocutwnary

el efecto q u e causa l a e n u n c i a c i ó n , c o m o acto, en el i n t e r 8

locutor) . L a p r o p u e s t a de Searle p a r a la d e s c r i p c i ó n de la m e t á f o r a c o m p r e n d e dos aspectos f u n d a m e n t a l e s : el p r i m e r o , y el m á s i n t e r e sante, es l a a t r i b u c i ó n del sentido m e t a f ó r i c o al acto e n u n c i a t i v o en vez del acto l o c u t i v o o p r e p o s i c i o n a l : " P a r a d i s t i n g u i r de

ma-

n e r a concisa e n t r e , p o r u n a p a r t e , lo q u e u n sujeto h a b l a n t e q u i e re s i g n i f i c a r m e d i a n t e l a e n u n c i a c i ó n de p a l a b r a s , o r a c i o n e s y expresiones y , p o r o t r a , lo que s i g n i f i c a n en sí las p a l a b r a s , o r a ciones y e x p r e s i o n e s , l l a m a r é al p r i m e r o el sentido enunciativo

del

hablante (speaker's

ustterance meaning),

y al s e g u n d o el sentido léxico

u oracional

or sentence meaning).

E l sentido m e t a f ó r i c o siem-

(word,

9

pre es sentido e n u n c i a t i v o del h a b l a n t e " . L a m i s m a n o c i ó n ,

que

9

SEARLK, Expression and Meaning..., p. 7 7 . Los argumentos que L . J . C O HÉN presenta contra este punto de visca en " T h e semantic of metaphor" ( O r t hony, ed., op. cü., pp. 6 4 - 7 7 ) nos parecen, en t é r m i n o s generales, espurios. C o h é n aduce, como incoveniente para la t e o r í a searliana, el hecho de que el sentido m e t a f ó r i c o se conserve bajo el efecto de una t r a n s f o r m a c i ó n , mientras que la fuerza ilocutoria de u n mandato, por ejemplo, sí se pierde. C o h é n confunde a q u í el sentido enunciativo con el acto enunciativo. Searle describe la metáfora como u n sentido que se comunica en el acto enunciativo, no como u n acto en sí. De esta manera el sentido m e t a f ó r i c o se conserva exactamente como se conserva el sentido, pero no l a fuerza ü o c u t i v a , del mandato en: " T o m á s dijo que se cerrara la p u e r t a " . O b v i a m e n t e esta o r a c i ó n no puede ser enunciada como mandato, pero no tenemos n i n g u n a dificultad en inferir de ella que en una determinada s i t u a c i ó n en el pasado T o m á s e m i t i ó tal acto de habla. O t r o ejemplo de C o h é n , para mostrar que la i n t e r p r e t a c i ó n de la m e t á f o ra se puede hacer en forma independiente de su contexto enunciativo: " T o r a said that the boy next door is a ball of f i r e " (el ejemplo se cita en inglés ya que el sentido m e t a f ó r i c o es intraducibie). P o d r í a m o s q u i z á tratar de demostrar que la m e t á f o r a depende de su contexto de e n u n c i a c i ó n variando el ejemplo (las connotaciones de " T o m said that the girl next door is a ball o f fire" p o d r í a n ser bien diferentes) o contrastando la m e t á f o r a con u n posible sentido literal (si el muchacho sale corriendo de su casa incendiada con su ropa ardiendo el ejemplo p o d r í a tener u n sentido literal aunque forzado) M á s convincente, sin embargo, resulta otro ejemplo en el que la v a r i a c i ó n contextual de sentidos se aprecia en forma patente: " T o m said that Sam is a p i g " . El valor preciso de " p i e " a n u í d e p e n d e r á de las intenciones de T o m va que el t é r m i n o permite una variedad de sentidos m e t a f ó r i c o s convencionales- comer cantidades excesivas tener modales o h á b i t o s sucios ser cruel y d é s p o t a o ffeneralmente a n t i p á t i c o ser m i e m b r o de alguna o r g a n i z a c i ó n o p a r t i d a r i o de a k u n a corriente ideológica que se considera nefasta y represiva etc ) E n una s i t u a c i ó n determinada T o m p o d r í a enunciar la p r e p o s i c i ó n sobre Sam con uno u otro de los sentidos mencionados- o con varios a la vez ^ sólo p o d r á captar

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y a se p o d í a i n f e r i r del ensayo de 1975 en el q u e Searle t r a t a los actos de h a b l a i n d i r e c t o s , h a b í a servido de base a t o d a u n a cor r i e n t e de estudios sobre l a m e t á f o r a en el c a m p o de l a p s i c o l o g í a c o g n o s c i t i v a . Es m á s : p a r t i e n d o del p r i n c i p i o , reconocido sobre t o d o p o r p s i c ó l o g o s y especialistas de l a i n t e l i g e n c i a a r t i f i c i a l , de q u e " l a s palabras t i e n e n significados variables que se u b i c a n de acuerdo a l í m i t e s fluctuantes y dependientes del contexto, m á s b i e n q u e a c o n j u n t o s fijos de componentes s e m á n t i c o s " , se ha llegad o a p o n e r en d u d a la p o s i b i l i d a d o l a u t i l i d a d de r e d u c i r el llam a d o " s e n t i d o l i t e r a l " de u n a o r a c i ó n a su contenido proposicional p a r a el n i v e l de lo que el l i n g ü i s t a l l a m a " a c t u a c i ó n " ( " p e r formance"). 10

11

1 2

E l segundo aspecto que c o n t i e n e l a p r o p u e s t a de Searle es l a p o s t u l a c i ó n de u n a serie de p r i n c i p i o s l ó g i c o s que p e r m i t e n al hab l a n t e pasar de u n a i n t e r p r e t a c i ó n l i t e r a l de u n mensaje hacia u n a m e t a f ó r i c a e i n d i r e c t a en u n c o n t e x t o c o m u n i c a t i v o d e t e r m i n a d o . U n o de estos p r i n c i p i o s , el de buscar u n sentido figurado donde el sentido l i t e r a l de u n a e n u n c i a c i ó n parece l ó g i c a m e n t e defectuoso ( s i t u a c i ó n q u e se presenta c o n frecuencia, sin ser c o n d i c i ó n necesaria, en los contextos m e t a f ó r i c o s ) , se c o n c r e t a en la estrategia s i g u i e n t e : " d o n d e el e n u n c i a d o r e s u l t a defectuoso si se i n t e r p r e t a l i t e r a l m e n t e , busca u n sentido e n u n c i a t i v o q u e difiera del sentido el i n t e r l o c u t o r este sentido o estos sentidos evaluando las intenciones c o m u n i cativas de T o m . Son estas intenciones y no la función " d e s a m b i g u a d o r a " del contexto (que permite distinguir, en cambio, entre sentidos figurados y literales) el elemento clave para la i n t e r p r e t a c i ó n . O t r o argumento de C o h é n consiste en s e ñ a l a r que la función "desambig u a d o r a " del contexto opera tanto con sentidos literales como con los m e t a f ó ricos, y que no hay, por consiguiente, bases suficientes para fundar una t e o r í a de la m e t á f o r a en la t e o r í a de los actos de habla. Pero contra esto se puede a r g u m e n t a r que, para captar la realidad p r a g m á t i c a de la e n u n c i a c i ó n , la teor í a de los actos de habla no sólo es necesaria para el lenguaje m e t a f ó r i c o , sino para el lenguaje en sreneral (incluyendo toda e x p r e s i ó n literal). L a manera en que Searle enfoca la e n u n c i a c i ó n de sentidos m e t a f ó r i c o s depende, de hecho, de su manera de enfocar la e n u n c i a c i ó n literal. E l argumento de C o h é n carece de toda lógica. 1 0

J . R . SEARLE, " I n d i r e c t Speech A c t s " . en P. C o l é y J . L . M o r g a n (eds.), SyntaxandSemantics, t. 3: Speech Acts, Academic Press, N e w Y o r k , 1975. V é a n s e , por ejemplo, H . H . C L A R K , " R e s p o n d i n g to Indirect Speech A c t s " , CogP, 11 (1979), 430-477; H . H . C L A R K y P. L U C Y , " U n d e r s t a n d i n g W h a t is M e a n t from W h a t is Said: A Study i n Conversationally Conveyed R e q u e s t s " , y K L K B , 14 (1975), 56-72; R . W . GIBES, " A Critical E x a m i n a t i o n o f the C o n t r i b u t i o n of L i t e r a l M e a n i n g to U n d e r s t a n d i n g Nonliteral Dis¬ course", T. 2 (1982), 9-27. 1 1

1 2

V é a s e el a r t í c u l o de GIBBS citado en la nota anterior.

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1 3

o r a c i o n a l " . Este p r i n c i p i o h a sido m u y c r i t i c a d o p o r p s i c ó l o g o s que h a n d e m o s t r a d o c o n datos e x p e r i m e n t a l e s q u e el h a b l a n t e n o r e c u r r e n i necesaria n i s i s t e m á t i c a m e n t e , en su a c t u a c i ó n v e r b a l , al sentido l i t e r a l de u n e n u n c i a d o c o m o paso p r e v i o a u n a i n t e r p r e t a c i ó n m e t a f ó r i c a . I r ó n i c a m e n t e , Searle parece p l a n t e a r , en este caso, u n a i n t e r a c c i ó n entre el sentido l i t e r a l y el figurado en el c o n t e x t o de l a e n u n c i a c i ó n , que n o deja de r e c o r d a r aspectos de las t e o r í a s " i n t e r a c c i o n i s t a s " de Black y otros que él m i s m o critica. Si l a p r o p u e s t a de Searle, t a l c o m o e s t á , parece n o ajustarse al t i p o de m o d e l o de p r o c e s a m i e n t o v e r b a l q u e r e q u i e r e el p s i c ó l o g o , es i n n o v a d o r a al r e p l a n t e a r l a c o n c e p t u a l i z a c i ó n de l a m e t á f o r a en t é r m i n o s de su r e a l i z a c i ó n a c t i v a e n el proceso de l a c o m u n i c a c i ó n , en vez de r e c u r r i r a los c r i t e r i o s o n t o l ó g i c o s , s i m b ó l i c o s y s e m á n t i c o s que h a b í a n p r e v a l e c i d o en las t e o r í a s t r a d i cionales. E l enfoque que presenta es precisamente u n o que aspira a relacionar " c o m p e t e n c i a " lingüística con comportamiento verbal: 1 4

Ya que los conocimientos que permiten a la gente producir y comprender enunciados metafóricos van m á s allá de su conocimiento de los sentidos literales de las palabras y las oraciones, los principios que buscamos no se incluyen, o por lo menos no se incluyen enteramente, dentro de una teoría de la competencia s e m á n t i c a tal como ésta se concibe tradicionalmente. Desde el punto de vista del interlocutor, el problema enfocado por una teoría de la metáfora consiste en explicar c ó m o puede el interlocutor comprender el sentido enunciativo del hablante, dado que sólo oye una o r a c i ó n que contiene sentido léxico y oracional. Desde el punto de vista del hablante, el problema consiste en explicar c ó m o este puede querer decir algo diferente del sentido léxico y oracional de la oración que enuncia. A la luz de estas consideraciones, nuestra pregunta original, ¿ C ó m o funcionan las metáforas?, puede reformularse de la manera siguiente: ¿Cuáles son los principios que permiten a los hablantes enunciar, y a los interlocutores comprender, enunciados metafóricos? 15

1 3

SEARLE, Expression

1 4

G I B B S , art.

1 5

and Meaning...,

p. 105.

cit.

SEARLE, Expression and Meaning..., p. 78. Vale la pena hacer h i n c a p i é en la ú l t i m a parte de esta cita. L a meta de Searle es investigar c ó m o funciona la m e t á f o r a en el c o m p o r t a m i e n t o verbal, no definir l a esencia de la m e t á f o r a n i indagar por q u é la gente emplea m e t á f o r a s . M O R G A N ("Observations on the Pragmatics o f M e t a p h o r " , O r t h o n v , op. cit., p. 147) se plantea esta ú l t i m a pregunta, observando —acertadamente, en nuestra o p i n i ó n — que " u n t i ! we

NRFH,

XXXV

VARIACIÓN METAFÓRICA E N E L T E X T O

LITERARIO

229

Es esta p r e o c u p a c i ó n — n o p o r l a m e t á f o r a en sí, sino p o r su r e a l i z a c i ó n l i n g ü í s t i c a y ( c o n ) t e x t u a l — l a q u e m o t i v a las c r í t i c a s de Searle a las t e o r í a s tradicionales de l a m e t á f o r a . L a s d i v i d e , s i g u i e n d o el e j e m p l o de Beardsley y B l a c k , en dos tipos fundamentales: las que p o s t u l a n , desde t i e m p o s de A r i s t ó t e l e s , u n a comparación o r e l a c i ó n de semejanza entre dos (o m á s ) entidades, y las de o r i g e n m á s reciente que p o s t u l a n u n a interacción u oposición verbal e n t r e dos contenidos s e m á n t i c o s . L a s t e o r í a s de c o m p a r a c i ó n , dice Searle, c o n f u n d e n el sentid o de los t é r m i n o s ( l i n g ü í s t i c o s ) relacionados m e t a f ó r i c a m e n t e con las inferencias q u e p e r m i t e n al e m i s o r p r o d u c i r l a m e t á f o r a , y al receptor c o m p r e n d e r l a . C o n ejemplos tales c o m o " S a l l y is a block o f i c e " y " R i c h a r d is a g o r i l l a " ( p p . 8 7 - 9 1 ) , d e m u e s t r a que las expresiones m e t a f ó r i c a s n o son ipso Jacto aseveraciones de s i m i l i t u d , sino q u e c u a l q u i e r r e l a c i ó n de semejanza asociada c o n ellas f o r m a p a r t e d e l proceso de c o m p r e n s i ó n efectuado p o r el recept o r o i n t e r l o c u t o r : " l a s semejanzas f u n c i o n a n c o m o u n a estrategia de c o m p r e n s i ó n , n o como u n c o m p o n e n t e del s e n t i d o " ( p . 90). E n c o n c r e t o , los ejemplos citados son a f i r m a c i o n e s sobre Sally y R i c h a r d , r e s p e c t i v a m e n t e , y los rasgos convencionales (reales o i m a g i n a r i o s ) q u e se a t r i b u y e n al h i e l o y a los gorilas n o afectan en n a d a las condiciones de v e r d a d de las proposiciones. Si se c o m p a r a a R i c h a r d , p o r e j e m p l o , c o n u n g o r i l a p o r su c a r á c t e r a n t i p á t i c o y v i o l e n t o , h u e l g a d e m o s t r a r que los gorilas son en r e a l i d a d a n i m a l e s mansos: t a l e v i d e n c i a n o i n v a l i d a l a p r o p o s i c i ó n . A h o r a b i e n , p o d r í a m o s a r g u m e n t a r que los a t r i b u t o s de los gorilas y del h i e l o e n estos casos son conceptos establecidos p o r c o n v e n c i ó n soc i o c u l t u r a l q u e de a l g u n a m a n e r a q u e d a n desligados referencialm e n t e de los conjuntos de i n d i v i d u o s que n o r m a l m e n t e se designan c o m o g o r i l a s y bloques de h i e l o . Pero el m i s m o c a r á c t e r c o n v e n c i o n a l de estos conceptos es lo que los u n e a sus contextos de e n u n c i a c i ó n . D e todas formas, el sentido m e t a f ó r i c o n o se puede r e d u c i r a u n a c o m p a r a c i ó n l ó g i c a y l i t e r a l , y l a r e l a c i ó n entre sentido m e t a f ó r i c o y s e n t i d o l i t e r a l es d e m a s i a d o c o m p l e j a c o m o p a r a enfoget at the question of w h y metaphor is used, I doubt that we w i l l ever unders¬ tand what it i s " , y lamentando que Searle " a p p a r e n t l y assumes that the fundamental questions of metaphor can be dealt w i t h and understood w i t h o u t w o r r y i n g about its purposes". N o creemos que Searle haya afirmado en n i n guna parte que quiera resolver los problemas " f u n d a m e n t a l e s " de la m e t á f o ra; m á s bien advertimos en sus escritos una conciencia n í t i d a de los límites de su campo de i n v e s t i g a c i ó n y si no se ocupa de los problemas "fundamentales" de la m e t á f o r a es porque trascienden la e x p l i c a c i ó n de su funcionamiento en el c o m p o r t a m i e n t o verbal.

230

NRFH,

RODNEY WILLIAMSON

XXXV

carse c o m o s i m p l e efecto de s u s t i t u c i ó n . P a r a M a x B l a c k , las t e o r í a s de c o m p a r a c i ó n c o n s t i t u y e n u n a v e r s i ó n especial de las t e o r í a s de s u s t i t u c i ó n , s e g ú n las cuales la m e t á f o r a sirve de s u s t i t u t o a u n a e x p r e s i ó n l i t e r a l . R e d u c i r u n a m e t á f o r a a u n a a n a l o g í a l i t e r a l e x p l í c i t a es, s e g ú n B l a c k , u n a tarea i n ú t i l y m a l c o n c e b i d a , y a que: " c o n f o r m e nos v a m o s acercando a tales f o r m a s , las declaraciones m e t a f ó r i c a s v a n p e r d i e n d o su eficacia y su r a z ó n de ser. Necesitamos las m e t á f o r a s precisam e n t e p a r a aquellos casos en los que t o d a v í a n o existe l a p o s i b i l i d a d de u n a d e c l a r a c i ó n c i e n t í f i c a exacta. L a s declaraciones m e t a f ó r i c a s no son sustitutos de comparaciones formales n i de cualq u i e r o t r o g é n e r o de d e c l a r a c i ó n l i t e r a l , sino q u e t i e n e n sus l o gros y potencialidades p r o p i o s y p e c u l i a r e s " . L a d i s t i n c i ó n esbozada entre el discurso c i e n t í f i c o y u n discurso que h i c i e r a uso de la m e t á f o r a recibe l a a t e n c i ó n m á s a m p l i a que merece en Ricoeur . 16

17

Black p r o p o n e enfocar en su p r o p i a t e o r í a , n o las entidades a las que se hace referencia p o r m e d i o del lenguaje, sino las palabras m i s m a s (es decir, p a r a nosotros, el texto v e r b a l ) . E n este n i vel o p e r a r í a , s e g ú n él, u n a i n t e r a c c i ó n entre el t é r m i n o m e t a f ó r i c o y al menos u n t é r m i n o e n t e n d i d o l i t e r a l m e n t e : " T h e c h a i r m a n p l o w e d t h r o u g h t h e d i s c u s s i o n " . A l l l a m a r esta o r a c i ó n e j e m p l o de m e t á f o r a , i n s i n u a m o s q u e h a y a l m e n o s u n a p a l a b r a ( e n este caso l a p a l a b r a " p l o w e d " ) q u e se e m p l e a m e t a f ó r i c a m e n t e en l a o r a c i ó n , y q u e a l m e n o s u n a de las p a l a b r a s restantes se e m p l e a l i t e r a l m e n t e . L l a m e m o s l a p a l a b r a " p l o w e d " elfoco de l a m e t á f o r a , y el resto de l a o r a c i ó n e n q u e esta p a l a b r a se p r e s e n t a el marco [ . . . ] . E n t r e o t r a s cosas, s e r í a b u e n o c o m p r e n d e r c ó m o l a p r e s e n c i a de u n m a r c o d e t e r m i n a d o p u e d e c o n d u c i r a l e m p l e o m e t a f ó r i c o de l a p a l a b r a c o m p l e m e n t a r i a , en t a n t o q u e l a p r e s e n c i a de o t r o m a r c o d i s t i n t o p a r a l a m i s m a p a l a b r a n o c o n d u c e a l a metáfora . 1 8

L o que Searle p o n e en tela de j u i c i o en este a r g u m e n t o es l a pres u p o s i c i ó n de q u e u n a p a l a b r a o serie de palabras c o m p r e n d i d a l i t e r a l m e n t e p u e d a g e n e r a r l a i n t e r p r e t a c i ó n m e t a f ó r i c a de o t r a . O b s e r v a que en d e t e r m i n a d a s circunstancias resulta i e u a l decir " S a l l y is a block o f i c e " que " M i s s Jones is a block o f i c e " o " T h a t g i r l over there i n the c ó r n e r is a b l o c k o f i c e " , p o r q u e las pala1 6

B L A C K , op. cit.,

1 7

R I C O E U R , op. cit., sobre todo el octavo ensayo.

1 8

B L A C K , op. cit.,

p. pp.

37. 27-28.

NRFH, X X X V

VARIACIÓN METAFÓRICA EN E L T E X T O L I T E R A R I O

231

bras n o son bases suficientes p a r a l a d e t e r m i n a c i ó n d e l sentido m e t a f ó r i c o . S e ñ a l a t a m b i é n que n o puede h a b e r i n t e r a c c i ó n entre m a r c o l i t e r a l y sentido m e t a f ó r i c o en ejemplos tales c o m o l a frase de Russell, " Q u a d r i l a t e r a l i t y d r i n k s p r o c r a s t i n a t i o n " , donde todos los t é r m i n o s se e m p l e a n c o n sentido m e t a f ó r i c o . C l a r o e s t á que proposiciones c o m o é s t a s se i n t e r p r e t a n c o n respecto a u n cont e x t o n o v e r b a l " r e a l " que pertenece a l a s i t u a c i ó n c o m u n i c a t i v a en l a que se e n u n c i a n , pero é s t a es precisamente l a tesis que Searle q u i e r e defender. Cabe d u d a r , sin embargo, de que los enfoques de Searle y Black f u e r a n r e a l m e n t e t a n c o n t r a r i o s c o m o l a c r í t i c a (necesariamente e s q u e m á t i c a ) de Searle nos hace suponer a p r i m e r a vista. E n Black se e n c u e n t r a el s i g u i e n t e pasaje que p o r su r i q u e z a c o n c e p t u a l c i to in extenso: Hasta ahora, he tratado la " m e t á f o r a " como predicado que se puede aplicar con propiedad a ciertas expresiones, sin prestar atención a cualquiera de las ocasiones en las que dichas expresiones se emplean, n i a los pensamientos, actos, sentimientos e intenciones de los que hablan en tales ocasiones. Y este procedimiento es seguramente adecuado para algunas expresiones. Reconocemos que decirle a u n hombre "pozo n e g r o " es emplear una m e t á f o r a , sin necesidad de saber q u i é n emplea la e x p r e s i ó n , n i en q u é ocasiones, ni con q u é i n t e n c i ó n . Las reglas de nuestra lengua determinan que algunas expresiones deben contar como m e t á f o r a s ; y el hablante es tan incapaz de cambiar eso como de decretar que " v a c a " signifique lo mismo que " o v e j a " . Pero debemos reconocer t a m b i é n que las reglas lingüísticas establecidas dejan u n margen amplio a la variación, a las iniciativas, y a la creatividad del individuo. H a y un n ú m e r o indefinidamente grande de contextos (incluyendo casi todos los casos interesantes) en los que el significado de una expresión metafórica se tiene que reconstruir de las intenciones del hablante (entre otros indicios), ya que las reglas amplias del uso e s t á n d a r son demasiado generales para proporcionar la i n f o r m a c i ó n requerida. Cuando C h u r c h i l l se refirió a Mussolini como " a q u e l utensilio", el tono de voz, la situación verbal, las circunstancias históricas, ayudaron a determinar cuál metáfora se empleaba. ( A u n a q u í , sin embargo, es difícil concebir c ó m o la frase "este utensilio" pudiera aplicarse a u n hombre sin que fuera insulto. E n este caso, como en otros, las reglas generales del uso operan para restringir la libertad del hablante para significar lo que le d é la gana.) Éste es u n ejemplo, aunque t o d a v í a sencillo, de c ó m o para reconocer e interpretar una m e t á f o r a puede ser necesario prestar a t e n c i ó n a las circunstancias específicas de su e n u n c i a c i ó n . 19

19

Ibid.,

p. 29.

232

RODNEY WILLIAMSON

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E l p á r r a f o contiene, sin d u d a , ciertos detalles objetables: " u t e n s i l i o " puede no tener u n v a l o r despectivo c o m o m e t á f o r a (se puede i m a g i n a r , p o r e j e m p l o , q u e u n a persona sea " u t e n s i l i o " o i n s t r u m e n t o de D i o s o de l a j u s t i c i a ) , a d i f e r e n c i a del caso de las acepciones de " v a c a " y " o v e j a " q u e el h a b l a n t e no puede m o d i ficar o i n t e r c a m b i a r a su a n t o j o . P e r o lo que i m p o r t a destacar e n el c o m e n t a r i o de B l a c k es su c a r a c t e r i z a c i ó n sucinta de l a nat u r a l e z a v a r i a b l e de l a m e t á f o r a , q u e fluctúa entre los polos de las intenciones m á s personales del hablante y las convenciones m á s generales del lenguaje. Es p r e c i s a m e n t e este espacio de fluctuac i ó n posible el aspecto de m a y o r i n t e r é s y p r o v e c h o , e n m i o p i n i ó n , n o sólo p a r a la t e o r í a general de l a m e t á f o r a , sino t a m b i é n p a r a su a p l i c a c i ó n al a n á l i s i s t e x t u a l , y a que concebir los dos p o los de esta v a r i a c i ó n c o m o nociones absolutas i m p l i c a de hecho desconocer l a n a t u r a l e z a m i s m a de l a m e t á f o r a . Por u n a p a r t e , las m e t á f o r a s enteramente personales s e r í a n incomunicables, y p o r o t r a , las c o m p l e t a m e n t e convencionales no d e j a n n i n g ú n l u g a r a la i n t e n c i ó n m e t a f ó r i c a . Las m e t á f o r a s c o m p l e t a m e n t e convencionales s e r í a n , a nuestra m a n e r a de v e r , las que h a b r í a n sido c o m p l e t a m e n t e lexicalizadas c o m o nuevas acepciones de las p a l a b r a s p o r m e d i o de las cuales se e x p r e s a n . 20

D e b i d o a l o a n t e r i o r , l a supuesta i n c i d e n c i a de l a m e t á f o r a e n l a e s t r u c t u r a c i ó n l é x i c a de u n a l e n g u a , t e m a que d e b e r í a ser, seg ú n l a c o n c e p c i ó n general, de g r a n i n t e r é s p a r a el l i n g ü i s t a , n o es m á s que u n a tangente i n ú t i l p a r a l a d i s c u s i ó n de los rasgos definitorios de l a m e t á f o r a . D e d i c a r s e a l a a r q u e o l o g í a de l a m e t á f o r a en el c a m p o l e x i c o l ó g i c o es instalarse sobre u n terreno m o v e d i z o e n el que t o d o l í m i t e entre l o m e t a f ó r i c o y l o l i t e r a l c o m i e n z a r á p i d a m e n t e a esfumarse. E l p r o b l e m a esencial e s t á en que el defin i r u n a p a l a b r a c o m o , p o r e j e m p l o , rascacielos, c o m o m e t á f o r a ( h i p e r b ó l i c a ) n o nos aclara e n n a d a su f u n c i o n a m i e n t o n i su raz ó n de ser en l a c o m u n i c a c i ó n . Este t i p o de enfoque l é x i c o debe reconocerse i m p o t e n t e , a d e m á s , p a r a captar l a d i s t i n c i ó n de grado q u e i n t u i t i v a m e n t e se p e r c i b e , p o r e j e m p l o , entre las dos met á f o r a s contenidas en l a frase " t h e skyscrapers i n the B i g A p p l e " . E n s u m a , n o interesa que las f o r m a s l i n g ü í s t i c a s p u e d a n o no com u n i c a r sentidos m e t a f ó r i c o s ; lo q u e i m p o r t a p r e g u n t a r es si el

2 0

E s t á n en juego a q u í distintos niveles de sistematicidad lingüística, a los que se refiere W I D D O W S O N con los t é r m i n o s de " u s e " y " u s a g e " , cada uno con sus reglas y procedimientos. Para estas distinciones, véase su trabajo " R u l e and Procedures i n Discourse A n a l y s i s " , en T . E . M y e r s , ed., The Development oj Conversation and Discourse, E d i m b u r g h U n i v e r s i t y Press, E d i m b u r g h , 1979.

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VARIACIÓN METAFÓRICA E N E L T E X T O

LITERARIO

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h a b l a n t e q u i e r e o n o e m p l e a r estas formas m e t a f ó r i c a m e n t e . L a i n v e s t i g a c i ó n s i s t e m á t i c a de esta c u e s t i ó n corresponde a u n a teor í a de la p r a g m á t i c a del c o m p o r t a m i e n t o v e r b a l . Si este i m p e r a t i v o n o h a sido d e b i d a m e n t e r e c o n o c i d o , h a sido en p a r t e p o r l a falta de t e o r í a e x p l í c i t a hasta fecha reciente. L a n a t u r a l e z a v a r i a b l e de l a m e t á f o r a abre perspectivas soc i o l i n g ü í s t i c a s en el sentido m á s a m p l i o del t é r m i n o , ya que el peso m á s o menos c o n v e n c i o n a l de u n a e x p r e s i ó n v e r b a l r e m i t e de a l g u n a m a n e r a al p a p e l s o c i o c u l t u r a l d e l lenguaje y a l a p e r t e n e n cia del i n d i v i d u o a u n a c o m u n i d a d l i n g ü í s t i c a . Podemos p l a n t e a r , entonces, l a p o s i b i l i d a d de s i t u a r l a t e o r í a searliana del f u n c i o n a m i e n t o de l a m e t á f o r a e n el m a r c o de u n a t e o r í a de l a v a r i a c i ó n s o c i o l i n g ü í s t i c a , c u y o i n t e r é s p a r a el a n á l i s i s de l a o b r a l i t e r a r i a destaca R o g e r F o w l e r : es u n hecho que las reglas de los "textos literarios" de las que se ocupa la poética descriptiva son m u y diversas estilísticamente —sin embargo, no v a r í a n en forma aleatoria, ya que las repeticiones de hechos de estilo son m u y visibles. Esta pluralidad estilística [ . . . ] es u n postulado de la teoría global del discurso, y constituye t a m b i é n el punto de partida para estudios descriptivos. U n a de las tareas primordiales de la sociolingüística es la descripción, la i n t e r p r e t a c i ó n y la explicación de variedades lingüísticas, y aquel conjunto de actividades analíticas se vuelve aplicable e importante para la teoría de la literatura que presentamos a q u í . 2 1

P a r a c o m p r e n d e r l a p e r t i n e n c i a s o c i o l i n g ü í s t i c a del lenguaje l i t e r a r i o , h a y que e n f o c a r l o n o c o m o u n a v a r i e d a d en sí, sino com o p u n t o de c o n f l u e n c i a de diversas v a r i a b l e s : U n texto escrito, o u n discurso oral, es (entre otras maneras pertinentes de enfocarlo) la m e d i a c i ó n de u n conjunto de ideas cuyas formas de expresión se derivan de una, o m á s normalmente, de m á s de una, variedad. " L a l i t e r a t u r a " no constituye una variedad en sí; cualquiera de los textos que se consideran literarios puede analizarse como c o n s t r u c c i ó n hecha a base de una o m á s variedades, de la misma manera, exactamente, que otros textos. Algunas de las variedades empleadas en la constitución de u n texto " l i t e r a r i o " específico p o d r í a n mostrar la tendencia a incidir en otros textos " l i t e r a r i o s " (en algunos pero no todos), pero no se l i m i t a n a textos " l i t e r a r i o s " (la r i m a y la aliteración se encuentran en anuncios comerciales); y los textos " l i t e r a r i o s " t a m b i é n aprovechan patrones que tienden a presentarse en textos " n o literarios" (tales como una 2 1

F O W L E R , op. cü.,

p.

192.

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conversación o un noticiero). Este traslapo estilístico, y la ausencia de todo criterio necesario y suficiente para el texto " l i t e r a r i o " , son hechos bien conocidos aunque con frecuencia se olvidan (ibid., pp. 20-21). Este m o d o de acercarse al texto l i t e r a r i o no i m p l i c a que su c o m p o s i c i ó n e s t r u c t u r a l y e s t i l í s t i c a se t e n g a que m e d i r en f o r m a m e c á n i c a , y a que, c o m o s e ñ a l a F o w l e r , cada v a r i a b l e t e x t u a l puede r e a l i z a r distintas potencialidades s e m á n t i c a s : El valor de la teoría de las variedades lingüísticas para la poética descriptiva aumenta si a la n o c i ó n de variedad sumamos la de función [ . . . ] . Si esta hipótesis se hace extensiva a la sociolingüística, es posible proponer que la selección consistente de variables sociolingüísticas constituye una variedad, realiza u n conjunto congruente de opciones s e m á n t i c a s . Propongo que las variedades lingüísticas en el sentido sociolingüístico del t é r m i n o —registro, dialectos, códigos, lenguas distintas en diglosia— codifican distintos potenciales s e m á n t i c o s . . . (ibid., pp. 194-195). L a s variedades l i n g ü í s t i c a s descritas de esta m a n e r a o p e r a n , de a c u e r d o c o n u n enfoque f u n c i o n a l i s t a , c o m o u n a serie de " c ó d i g o s " : " U n t e x t o se concibe c o m o l a r e a l i z a c i ó n m a t e r i a l de u n discurso q u e i n v o l u c r a u n n ú m e r o d e t e r m i n a d o de c ó d i g o s 'seleccionados' de u n r e p e r t o r i o p e r t i n e n t e a l a f u n c i ó n de la c o m u n i c a c i ó n efectuada entre e m i s o r y r e c e p t o r ( e s ) " (id.). E l concepto de " c ó d i g o " h a c o n o c i d o aplicaciones m u y variadas, desde los c ó d i g o s s o c i o s e m á n t i c o s que p o s t u l a Basil B e r n s t e i n p a r a e x p l i car el c o m p o r t a m i e n t o v e r b a l de diferentes clases sociales en I n g l a t e r r a , h a s t a los c ó d i g o s s e m i ó t i c o s y l a d i m e n s i ó n filosófico-estética del proceso de l a c o d i f i c a c i ó n a l a que se refiere Paul Ricoeur: 2 2

En p r i m e r lugar, el discurso es el sitio donde se efectúa un trabajo de c o m p o s i c i ó n , o de " d i s p o s i c i ó n " —para retomar el t é r m i no de la r e t ó r i c a antigua— que hace de u n poema o de una novela una totalidad irreductible a una simple suma de oraciones. Luego esta " d i s p o s i c i ó n " obedece a reglas formales, a una codificación que 2 2

B A S I L B E R N S T E I N i n t e n t ó , en el transcurso de los a ñ o s sesenta, explicar el diferente comportamiento verbal de las clases sociales en Inglaterra por medio de su distinta o r i e n t a c i ó n y potencialidad s i m b ó l i c a s , utilizando las nociones de " c ó d i g o elaborado" y " c ó d i g o r e s t r i n g i d o " . Los fundamentos teóricos de su enfoque fueron expuestos en el p r i m e r tomo de su obra, Class, Cades and Control, Routledge & K e g a n Paul, L o n d o n , 1971.

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ya no es de lengua sino de discurso, y que hace de éste lo que acabamos de llamar u n poema o una novela. Este código es el de los " g é n e r o s " literarios, es decir, de los géneros que rigen la p r á c t i c a del texto. Por ú l t i m o , esta p r o d u c c i ó n codificada da como resultado una obra particular: tal poema, tal novela . 23

Esta c i t a de R i c o e u r r e s u l t a p a r t i c u l a r m e n t e interesante p a r a n o s o t r o s , p o r q u e t r a t a u n o de los temas centrales de F o w l e r y de o t r o s especialistas de l a l i n g ü í s t i c a del t e x t o : el proceso de gener a r u n t e x t o . Es n o t a b l e que en é s t e , u n o de los pasajes de l a o b r a de R i c o e u r m á s d i r e c t a m e n t e c o m p a r a b l e s c o n F o w l e r , el filósofo h a y a r e c u r r i d o a l a n o c i ó n de " c ó d i g o " , a u n c u a n d o l a i d e n t i f i c a s o m e r a m e n t e c o n l a de " g é n e r o " ; cabe n o t a r de todos m o d o s q u e " g é n e r o " a q u í debe entenderse c o m o u n concepto g e n e r a t i v o ( y a q u e r i g e l a p r á c t i c a del t e x t o ) , n o c o m o u n a s i m p l e c a t e g o r í a de l a t a x o n o m í a e s t é t i c a de las obras l i t e r a r i a s . C o n s i d e r a n d o r e s u m i d a m e n t e los p u n t o s de v i s t a expuestos h a s t a a q u í , dos ideas relacionadas c o n l a m e t á f o r a parecen d e l i nearse c o n especial c l a r i d a d : a) que l a m e t á f o r a , c o m o sentido i n d i r e c t o , tiene su p r o p i a m a n e r a de f u n c i o n a r , i n d e p e n d i e n t e en m u c h o s aspectos del sentido l i t e r a l , y q u e el t r a t a r de d e f i n i r o d e s c r i b i r l a m e t á f o r a en t é r m i nos del sentido l i t e r a l puede verse c o m o u n r e d u c c i o n i s m o d e m a siado s i m p l i s t a ; b ) que l a d i s c u s i ó n d e l f u n c i o n a m i e n t o de l a m e t á f o r a nos lleva n a t u r a l y l e g í t i m a m e n t e hacia u n a c o n c e p t u a l i z a c i ó n d i n á m i ca del t e x t o c o m o p r o d u c c i ó n v e r b a l en u n proceso de c o m u n i c a c i ó n entre u n e m i s o r y u n receptor, n o c o m o simple p r o d u c t o u o b j e t o en c u y a g e o m e t r í a e s t á t i c a el v a l o r de l a m e t á f o r a se reduce a la p o s i c i ó n que o c u p a . Estas ideas n o d e b e n i n t e r p r e t a r s e c o m o u n a m a n e r a de rest a r fuerza a l a c o n s i d e r a c i ó n de l a p a r t e que tiene l a m e t á f o r a en l a e s t r u c t u r a de l a o b r a l i t e r a r i a o d e l m u n d o referencial q u e p r o p o n e ; s i m p l e m e n t e nos parece que e s t r u c t u r a y m u n d o se c o m p r e n d e n m e j o r e n f o c a n d o el proceso m i s m o de su c o n s t r u c c i ó n . D e n t r o de esta p e r s p e c t i v a , s e g ú n parece, es c o m o h a y que i n t e r p r e t a r la n o c i ó n de m u n d o t a l c o m o l a presenta R i c o e u r : " l a est r u c t u r a de l a o b r a es e n efecto su s e n t i d o , el m u n d o de l a o b r a su d e n o t a c i ó n [ . . . ] I n t e r p r e t a r u n a o b r a es desplegar (déployer) el m u n d o al que ella se refiere en v i r t u d de su « d i s p o s i c i ó n » , de su « g é n e r o » y de su « e s t i l o » " . Esta a s e v e r a c i ó n de R i c o e u r parece 2 4

2 3

R I C O E U R , op. cit,

2 4

E n las líneas que siguen a esta cita, R i c o e u r pasa a tratar el papel de

p. 277 (el subrayado es

mío).

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p r o p o n e r u n a c o n c e p c i ó n de m u n d o q u e n o se l i m i t a a l a e v i d e n cia s u p e r f i c i a l d e l t e x t o , sino que se v a e l a b o r a n d o c o m o proyecc i ó n l ó g i c o - f e n o m e n o l ó g i c a a cada paso de l a g e n e r a c i ó n t e x t u a l .

la m e t á f o r a en la c o n s t r u c c i ó n del m u n d o referencial de la obra literaria. E l asunto es p r o b l e m á t i c o , s e g ú n Ricoeur, ya que la obra literaria p l a n t e a r í a el caso insólito de u n m u n d o sin referencia literal; " L a «literatura» sería aquel tipo de discurso que ya no tiene d e n o t a c i ó n , sino solamente connotaciones" (ibid., p . 278). De a h í se postula que el m u n d o literario se construye por medio de una referencia de segundo nivel ( " d e second rang'', o ' 'second leveV' s e g ú n la t r a d u c c i ó n inglesa, titulada The Rule ofMetaphor, T o r o n t o U n i v e r s i t y Press, T o r o n t o , 1977, p. 221), que sería precisamente una referencia m e t a f ó r i c a . Por medio de tal enfoque Ricoeur establece u n pretendido paralelismo entre lo que él llama m e t á f o r a de la referencia y m e t á f o r a del sentido: " A s í como el enunciado m e t a f ó r i c o es el que hace valer su sentido como m e t a f ó r i c o sobre las r u i nas del sentido literal, t a m b i é n es el que adquiere su referencia sobre las ruinas de lo que se puede llamar, por s i m e t r í a , su referencia l i t e r a l " (ibid., p. 279). Pese a su innegable atractivo estético, el p u n t o de vista de Ricoeur se fundamente en ciertas presuposiciones cuestionables que lo llevan, desgraciadamente, a u n extremismo innecesario. L a identificación de la " l i t e r a t u r a " con la obra de ficción y con u n tipo particular de discurso resulta sumamente difícil de sostener en t é r m i n o s e m p í r i c o s . Pero esto nos llevaría a u n a discusión demasiado extensa como para incluirla a q u í . Aceptando, pues, l i m i t a r nuestras observaciones a la ficción literaria, s e ñ a l a r e m o s que no existe una sola manera de definir ficción sino varias, todas cargadas de ideología: v é a n s e , para esta c u e s t i ó n T A van D i i k ed Pragmatics of Language and Literature en especial el ensayo de S. J . S C H M I D T , " T o w a r d s a Pragmatic Interpretation o f ' F i c t i o n a l i t v ' " Poetics 11 (1982)- del mismo autor " Fictionality i n L i t e r a r v and N o n - L i t e r a r v Discourse" Poetics 9 (1980) 5 2 5 - 5 4 6 - t a m b i é n I F I H W E y H . RIESER, " N c r m a t i v e and Descriptive Theories o f F i c t i o n . Some Con¬ t e m p o r a r y Issues", Poetics, 8 (1979), 63-84; el n ú m e r o especial de Poetics t i t u lado Semantics of Fiction- v Dor ú l t i m o el tercer c a ü í t u l o de SEARLE ob cit titulado " T h e Logical Status o f Fictkmal Discourse''. H a y buenos argumentos a favor de considerar la ficcionalidad, no como c u e s t i ó n de referencia, sino de p r a g m á t i c a ; la ficcionalidad no reside en las c a r a c t e r í s t i c a s objetivas de la obra, sino en el tipo de contrato o de acuerdo que se establece entre autor y lector sobre la manera en la que éste va a leer la obra. N o hay necesidad, entonces, de negar a la obra bases literales para que sea ficción, n i de suponer que el P a r í s de Balzac, por ejemplo, o el M é x i c o de Carlos Fuentes, se hubieran podido n o m b r a r de cualquier otra manera dado que son lugares imaginados. Y por m á s que se insista en la calidad imaginaria de D o n Q u i j o t e , es innegable que sus rasgos físicos y espirituales, y el m u n d o en el que se mueve, le confieren u n peso h i s t ó r i c o . A diferencia de R i coeur, quiero proponer que existe una r e l a c i ó n constructiva entre referencia literal y c r e a c i ó n literaria m á s bien que u n a s u s p e n s i ó n de la referencia literal para que surja la m e t a f ó r i c a - n o v e l e s c a E n suma parece imposible la const r u c c i ó n de cualquier m u n d o , sea literario o no, 'sin d e n o t a c i ó n : la obra de ficción no es tal por su tipo de referencia o por su contenido m e t a f ó r i c o , sino por su acto de e n u n c i a c i ó n en sí m i s m o .

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T a l c o n c e p c i ó n es m u y a m p l i a , pero n o i n c o m p a t i b l e c o n los m u n dos, s u b - m u n d o s y series de m u n d o s l ó g i c o s propuestos p o r a l g u nos l i n g ü i s t a s del t e x t o , p a r a e x p l i c a r l a coherencia del t e x t o y el paso desde su e s t r u c t u r a subyacente h a c i a su f o r m a l i n e a l y superficial . ¿ C ó m o se debe enfocar, entonces, y a m á s e n concreto, l a r e l a c i ó n entre m u n d o y m e t á f o r a en l a o b r a literaria? ¿ P o d e m o s acept a r l a idea t r a d i c i o n a l q u e S a m u e l L e v i n r e t o m a e n t i e m p o s recientes, s e g ú n l a c u a l l a o b r a l i t e r a r i a , y e n p a r t i c u l a r el poem a , posee su p r o p i o m u n d o creado p o r el lenguaje? P a r a L e v i n , parece q u e l a n o r m a esencial de l a c o n s t r u c c i ó n del m u n d o p o é t i co r a d i c a e n l a f u n c i ó n e s t é t i c a de l a c r e a t i v i d a d i n d i v i d u a l y o r i g i n a l : l o b e l l o se c e n t r a e n l o n u e v o . S e g ú n L e v i n , el m u n d o p o é t i c o " n o se crea p o r m e d i o de a l g u n a m o d i f i c a c i ó n sencilla y sin i n t e r é s del estado real de las cosas, sino p o r m e d i o de u n a r u p t u r a r a d i c a l y f u n d a m e n t a l c o n ese e s t a d o " , y l a m a n e r a en q u e el l e c t o r t i e n e acceso a este m u n d o es m e d i a n t e l a i n t e r p r e t a c i ó n l i t e r a l d e l lenguaje figurado: 25

2 6

27

se ha caracterizado a los poetas como " v i d e n t e s " , a los poemas como " m u n d o s " . Sin alguna c o n c e p c i ó n de la m e t á f o r a parecida a la que se presenta en este trabajo, tales características —si no es que son meras fórmulas r e t ó r i c a s — no son ellas mismas m á s que m e t á foras. E n cambio, si concebimos las i m á g e n e s de u n poema en función de lo que el lenguaje representa literalmente, entonces es congruente considerar al poeta como vidente, como vate, como profeta, inspirado, hasta loco de alguna manera —todas funciones o condiciones que se le han atribuido tradicionalmente. Por otra parte, el postulado de que el poeta es creador y el poema u n mundo t a m b i é n encuentra apoyo en el enfoque sobre la metáfora que adoptamos a q u í . Si se toma literalmente el lenguaje del poema, entonces el mundo representado es verdaderamente una creación (ibid., p. 133). D e j a n d o de l a d o el p r o b l e m a d e l alcance de esta caracterizac i ó n d e l lenguaje m e t a f ó r i c o — s i se a p l i c a a l a p o e s í a l í r i c a e x c l u s i v a m e n t e , a l a p o e s í a e n g e n e r a l , o si se hace e x t e n s i v a , a u n q u e

2 5

Para tal enfoque, v é a n s e sobre todo V A N D I J K , y la obra de J . S. P E T Ó FI en general. R I C O E U R sigue u n a l í n e a de a r g u m e n t a c i ó n semejante e igualmente equivocada a m i manera de ver, en algunas de sus reflexiones sobre la naturaleza de l a o b r a literaria, cf. n . 3 . 2 6

2 7

L E V I N , " S t a n d a r d A p p r o a c h e s to M e t a p h o r . . . " , p p . 1 3 3 - 1 3 4 .

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sea en f o r m a p a r c i a l , a t o d a o b r a l i t e r a r i a — , se p u e d e n s e ñ a l a r e n ella varias deficiencias t e ó r i c a s y p r á c t i c a s . E n p r i m e r l u g a r , la r u p t u r a r a d i c a l c o n el m u n d o " n o r m a l " q u e p l a n t e a L e v i n p o d r í a ser u n concepto adecuado a l a i n t e r p r e t a c i ó n de u n p o e m a c o n c r e t o , pero n o base de u n a e s t é t i c a coherente. L a o r i g i n a l i d a d del poeta n o puede entenderse en u n sentido a b s o l u t o , sino s ó l o en r e l a c i ó n c o n u n a t r a d i c i ó n , a c i e r t a c o n f o r m a c i ó n i d e o l ó g i c a de l o " n o r m a l " , i n c l u s i v e en las e s t é t i c a s de base i n d i v i d u a l i s t a . E n segundo l u g a r , l a i d e n t i f i c a c i ó n que L e v i n parece hacer entre l a r u p t u r a c o n el m u n d o n o r m a l y l á c r e a c i ó n de u n m u n d o m á gico, fantasioso, resulta a ú n m á s discutible. I m p l i c a r e d u c i r l a poes í a a funciones escapistas, casi d i r í a m o s al n i v e l de u n cuento de hadas, si n o fuera que el cuento de hadas t a m b i é n p u e d e tener v a l o r l i t e r a r i o , p r e c i s a m e n t e en caso de que c o n s t i t u y a u n a reflex i ó n seria sobre el m u n d o " n o r m a l " . N u e s t r o concepto i n t u i t i v o de l a o r i g i n a l i d a d se ajusta m e i o r a t a l a c t i t u d r e f l e x i v a q u e a escapismos y f a n t a s í a s . Estas objeciones n o son, sin e m b a r g o , t a n centrales a n u e s t r o t e m a c o m o l a que le p o d e m o s hacer a l a p r o p u e s t a de L e v i n de r e i n t e r p r e t a r l a m e t á f o r a en sentido l i t e r a l . F u e r a del m a r c o de u n a t e o r í a de l a s u s t i t u c i ó n , c r i t i c a d a p o r B l a c k c o m o v i m o s a r r i b a , y t a n i n s a t i s f a c t o r i a p a r a la o b r a l i t e r a r i a c o m o l o es p a r a el lenguaje en g e n e r a l , es difícil c o m p r e n d e r c ó m o se i m p l e m e n t a r í a l a p r o p u e s t a l e v i n i a n a en t é r m i n o s p r á c t i c o s . Esta d i f i c u l t a d se hace patente e n su c o m e n t a r i o d e l siguiente p o e m a de E m i l y Dickinson: T h e m o u n t a i n sat upon the plain I n his eternal chair, H i s observation manifold, H i s inquest everywhere. The seasons prayed around his knees, Like children r o u n d a sire: Grandfather of the days is he, O f dawn the ancestor . 28

2 8

S e r í a imposible ofrecer a q u í una t r a d u c c i ó n adecuada del poema, y de sus aspectos comentados por L e v i n , al e s p a ñ o l . Pero para facilitar en lo posible la c o m p r e n s i ó n del texto, ofrezco la siguiente v e r s i ó n que, por literal y d i recta, resulta mediocre y parcial (huelga decir que yo, no E m i l y D i c k i n s o n , soy el responsable de la pobreza p o é t i c a del resultado): " L a m o n t a ñ a estaba sentada en el l l a n o / en su asiento eterno,/ su o b s e r v a c i ó n era m ú l t i p l e , / e i n q u i r í a en todas partes./ Las estaciones oraban alrededor de sus rodillas,/ como n i ñ o s alrededor de u n s e ñ o r : / él es abuelo de los d í a s , / antecesor del a l b a " .

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S e g ú n L e v i n , u n a i n t e r p r e t a c i ó n t r a d i c i o n a l d e s c r i b i r í a el poem a de u n a m a n e r a " e x t r a o r d i n a r i a " o pintoresca de expresar u n a e x p e r i e n c i a o r d i n a r i a , la de p e r c i b i r u n a m o n t a ñ a c o m o alta y viej a . L e v i n , e n c a m b i o , s i t u a r í a el c a r á c t e r " e x t r a o r d i n a r i o " del p o e m a en su c o n c e p c i ó n m i s m a : c o n c e b i r í a u n m u n d o en el que las m o n t a ñ a s se sientan, v e n , etc. S i n detenernos en el p r o b l e m a de d e t e r m i n a r lo que esta v i s i ó n e x t r a o r d i n a r i a de la m o n t a ñ a tiene de o r i g i n a l o de v a l o r l i t e r a r i o , p o d e m o s c o n c e b i r otras i n t e r p r e taciones ( m á s ricas) del p o e m a en las q u e l a m o n t a ñ a no c o n s t i t u ye l i t e r a l m e n t e el t e m a , sino que es s í m b o l o de o t r a cosa, de u n a figura p a t r i a r c a l , c e n t r o de a u t o r i d a d , de u n " d i o s " , p o r ejemp l o , c o n l o c u a l l a d e s c r i p c i ó n n a t u r a l q u e leemos en l a superficie del p o e m a c o b r a l a d i m e n s i ó n de u n a r e f l e x i ó n filosófico-religiosa sobre l a existencia. L o que i m p o r t a s e ñ a l a r a q u í n o es l a m a y o r o m e n o r l e g i t i m i d a d de t a l i n t e r p r e t a c i ó n , sino l a i m p o s i b i l i d a d de l l e g a r a ella c o n el enfoque l i m i t a d o de L e v i n . S o n , precisam e n t e , las m e t á f o r a s religiosas de t i p o c o n v e n c i o n a l e n el p o e m a las q u e nos l l e v a n n a t u r a l m e n t e a a t r i b u i r u n v a l o r s i m b ó l i c o a l a i m a g e n c e n t r a l . Este v a l o r s i e m p r e t e n d r á , c l a r o e s t á , cierto m a r g e n de a m b i g ü e d a d porque depende de las inferencias del lector sobre las i n t e n c i o n e s c o m u n i c a t i v a s d e l poeta p e r o ; c ó m o lleear a él r a z o n a b l e m e n t e sin dejar a l a m e t á f o r a su f u n c i ó n s i m b ó l i c a ( y p a r a l a o b r a l i t e r a r i a , t a m b i é n e s t r u c t u r a l ) de m e t á f o r a ? A u n q u e L e v i n n o c o m e n t a las m e t á f o r a s c o m u n i c a d a s p o r las p a l a b r a s " e t e r n a l " , " c h a i r " , " p r a y e d " , " i n q u e s t " , " s i r e " etc., d e b i d o a su falta de o r i g i n a l i d a d , es e v i d e n t e q u e t i e n e n u n a f u n c i ó n e s t r u c t u r a l b i e n d e f i n i d a c o m o u n a serie de elementos que c o n t r i b u y e a l a coherencia referencial d e l t e x t o . A r a í z de esta obs e r v a c i ó n p o d e m o s luego p r e g u n t a r si las m e t á f o r a s m e n c i o n a d a s d i r i g e n l a a t e n c i ó n d e l lector h a c i a l a i m a g e n c e n t r a l de l a m o n t a ñ a , o si es l a i m a g e n c e n t r a l l a que nos hace i n t e r p r e t a r estas met á f o r a s c o m o serie. ¿ O s e r á que los dos m o v i m i e n t o s interpretativos o p e r a n a l a vez? Q u i z á l a especificidad d e l t e x t o l i t e r a r i o tenga q u e v e r c o n su t e x t u r a , con el hecho de q u e su c o h e r e n c i a se establece u n poco menos a u t o m á t i c a m e n t e que en textos m á s corrientes o sencillos. Siguiendo el ejemplo de L e v i n , podemos ocuparnos brevemente del c a r á c t e r l í r i c o del p o e m a . Si b i e n , c o m o acabamos de ver, no se e x c l u y e l a i m p o r t a n c i a de m e t á f o r a s c o n v e n c i o n a l e s en el g é n e r o l í r i c o , p o d r í a m o s a t r i b u i r p o r i n f e r e n c i a u n v a l o r personal al s í m b o l o de l a m o n t a ñ a , q u e se s i t ú a l u e g o e n u n m a r c o de refer e n c i a u n i v e r s a l , l a n a t u r a l e z a en g e n e r a l . E l p o t e n c i a l s e m á n t i c o que a s í se establece nos p e r m i t e v e r el p o e m a a l a vez c o m o refle-

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x i ó n sobre l a existencia p e r s o n a l y sobre la c o n d i c i ó n h u m a n a en general. Pasando a h o r a del p o e m a concreto al n i v e l del " c ó d i g o " o del " g é n e r o " ( s e g ú n l a f o r m u l a c i ó n de R i c o e u r ) , p o d e m o s p r e g u n tarnos si la doble v e r t i e n t e (personal-general) del p o e m a de E m i l y D i c k i n s o n c o n s t i t u y e u n rasgo g e n é r i c o . E l s i m b o l i s m o p e r s o n a l d e l p o e m a l í r i c o nos parece ser l a base de l a o r i g i n a l i d a d concept u a l que L e v i n busca en é l , p e r o este s i m b o l i s m o n o p e r m i t e p o r sí m i s m o d e l i m i t a r las fronteras del m u n d o referencial d e l poem a . L a p o e s í a l í r i c a h a t e n i d o siempre su parte c o n v e n c i o n a l , que t a l vez e x p l i q u e en g r a n m e d i d a la e v o l u c i ó n m i s m a del g é n e r o ( y a que sabemos q u e t e m á t i c a y e s t r u c t u r a l m e n t e l a p o e s í a l í r i c a h a c a m b i a d o en el t r a n s c u r s o de los siglos). D i c h o c o n otras palabras, l a p r o p i e d a d s i m b ó l i c a del i n d i v i d u o n o tiene u n c o n t e n i d o constante, sino q u e se define de acuerdo a contextos h i s t ó r i c o sociales. P a r a enfocar m á s e x p l í c i t a m e n t e l a v a r i a b i l i d a d de las funciones m e t a f ó r i c a s en l a p o e s í a l í r i c a , pasaremos a comentar dos textos del poeta m o d e r n i s t a m e x i c a n o E n r i q u e G o n z á l e z M a r t í n e z . A m bos son de los m á s conocidos y reconocidos p o r su c a l i d a d a r t í s t i ca. P r o v i e n e n del m i s m o l i b r o , Los senderos ocultos, de 1 9 1 1 . H u e l g a m e n c i o n a r la i m p o r t a n c i a d e l p r i m e r o , " T u é r c e l e el cuello al cisn e " , c o m o h i t o e n l a h i s t o r i a del m o v i m i e n t o m o d e r n i s t a , en v i r t u d de su c r í t i c a a u n a belleza m e r a m e n t e superficial y d e c o r a t i v a , y de su e x h o r t a c i ó n a u n a p o e s í a m á s cerebral y p r o f u n d a , c o n l a q u e se i n i c i a l a l l a m a d a segunda etapa d e l m o d e r n i s m o . Las consabidas i m á g e n e s centrales del famoso soneto, el cisne y el b ú h o , f u n c i o n a n c o m o temas de sus dos partes, de los cuartetos y de los tercetos r e s p e c t i v a m e n t e . C o m o i m á g e n e s t e m á t i c a s , parecen f u n c i o n a r a l a vez c o m o m e t á f o r a s y c o m o s í m b o l o s , su v a l o r m e t a f ó r i c o es e x p l í c i t o y e n t e r a m e n t e c o n v e n c i o n a l ; c o m o s í m b o l o s , en c a m b i o , p o d r í a n tener ( p o r i n f e r e n c i a ) valores m á s personales y menos c l a r a m e n t e definibles. E l v a l o r m e t a f ó r i c o del cisne se establece e n f o r m a d i r e c t a y evidente p o r su i n t e r t e x t u a l i d a d (sobre todo en r e l a c i ó n c o n l a p r o d u c c i ó n r u b e n d a r i a n a desde Azul). L a c o n v e n c i ó n q u e asigna los a t r i b u t o s de i n t e l i g e n c i a y s a b i d u r í a al b ú h o es de r a í z m u c h o m á s a n t i g u a y u n i v e r s a l ; tiene m á s que v e r c o n l o q u e J u n g l l a m a r í a el " i n c o n s c i e n t e colectiv o " que con u n p e n s a m i e n t o de base r a c i o n a l . C o m o las m e t á f o r a s d e l h i e l o y del g o r i l a citadas p o r Searle, el b ú h o es sabio (o el zor r o es listo) n o p o r l ó g i c a , sino p o r u n a t r a d i c i ó n s i m b ó l i c a c u l t u r a l . G o n z á l e z M a r t í n e z s u b r a y a l a diferencia de alcance de las dos i m á g e n e s , asociando el b ú h o c o n el m u n d o c l á s i c o , y de a h í c o n

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u n a t r a d i c i ó n de b ú s q u e d a de excelencia a r t í s t i c a que de a l g u n a m a n e r a e n g l o b a el m o d e r n i s m o . Pese a l a a m p l i t u d referencial de estas m e t á f o r a s , no debemos o l v i d a r que deben su c a r á c t e r claro y e s p e c í f i c o en este p o e m a al c o n t e x t o h i s t ó r i c o - c u l t u r a l específico de su e n u n c i a c i ó n , es decir, que se v i n c u l a n c o n u n a intencionalidad clara p o r p a r t e del a u t o r . L a s otras m e t á f o r a s del p r i m e r c u a r t e t o son de i m p o r t a n c i a p u r a m e n t e local: T u é r c e l e el cuello al cisne de e n g a ñ o s o plumaje que da su nota blanca al azul de la fuente; él pasea su gracia no m á s , pero no siente el alma de las cosas n i la voz del paisaje . 29

L o que acaso nos l l a m a la a t e n c i ó n m á s d i r e c t a m e n t e en el estilo de esta estrofa es l a c o m b i n a c i ó n de m e t á f o r a y m e t o n i m i a . L a t r a d i c i ó n m o d e r n i s t a e n u n c i a d a en l a m e t á f o r a del cisne se hace a q u í espacio, paisaje, v i s t a y o í d o ; y las m e t o n i m i a s " e l azul de l a f u e n t e " y " [ e l cisne] pasea su gracia" son t a m b i é n m e t á f o r a s d e b i d o , p r e c i s a m e n t e , a su referencia a l a t r a d i c i ó n m o d e r n i s t a . D e n u e v o es el sentido e n u n c i a t i v o , n o el sentido l é x i c o de las palabras, el q u e p e r m i t e establecer esta r e l a c i ó n . H a y tres i m á g e n e s m á s que debemos c o n s i d e r a r b r e v e m e n t e e n esta estrofa: " e l alma de las cosas" y " l a voz del p a i s a j e " son ejemplos poco l l a m a t i v o s de u n m e c a n i s m o m e t a f ó r i c o u n i v e r s a l , l a p e r s o n i f i c a c i ó n . T i e n e n , sin e m b a r g o , c i e r t o i n t e r é s p o r suger i r u n a d i m e n s i ó n e s p i r i t u a l o c u l t a en u n a m b i e n t e q u e se describe e n t é r m i n o s p r i m o r d i a l m e n t e físicos. L a i m a g e n de l a " n o t a b l a n c a " es, e n p o t e n c i a p o r l o m e n o s , m á s s u t i l y a m b i g u a que las a n t e r i o r e s . L a n o t a se puede v e r , de h e c h o , c o m o a m a l g a m a de las d i m e n s i o n e s sonora y v i s u a l de l a d e s c r i p c i ó n , a las que a l u d i m o s a r r i b a . L a a c e p c i ó n de n o t a c o m o " m a r c a e s c r i t a " const i t u y e su v a l o r e t i m o l ó g i c a m e n t e p r i m i t i v o ( e n el l a t í n , p o r ejemp l o ) , d e l q u e d e r i v a n las acepciones " m a r c a escrita en u n a p a r t i t u r a " y " s o n i d o de u n a frecuencia d e t e r m i n a d a , tocado p o r a l g ú n i n s t r u m e n t o m u s i c a l " desde la é p o c a en l a q u e se i n i c i a la t r a n s c r i p c i ó n m u s i c a l de t i p o t o n a l . D e l o a n t e r i o r se desprende que se le p u e d e d a r a l a i m a g e n u n a l e c t u r a p o l i s é m i c a . L a i n t e r t e x t u a l i d a d m o d e r n i s t a d e l poem a respalda l a i n t e r p r e t a c i ó n m e t o n í m i c a de l a n o t a c o m o " c a n -

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Las citas de los poemas de G o n z á l e z M a r t í n e z se t o m a n de la edición de sus obras completas preparada por E l Colegio N a c i o n a l ( M é x i c o , 1971).

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t o " , m i e n t r a s que la a d j u n c i ó n del a d j e t i v o " b l a n c o " abre l a p o s i b i l i d a d de que l a a c e p c i ó n de n o t a ' m a r c a escrita' se e x t i e n d e a l a de ' p i n c e l a d a de u n c u a d r o ' ( q u e c o n t r a s t a c r o m á t i c a m e n t e c o n el " a z u l de l a f u e n t e " ) . L a f u s i ó n s i n e s t é s i c a de las artes q u e a s í se establece p o r referencia i m p l í c i t a e n c u e n t r a a m p l i o a p o y o e n la i n t e r t e x t u a l i d a d m o d e r n i s t a . L a a c e p c i ó n ' m a r c a escrita e n u n a p a r t i t u r a ' t a m b i é n subsiste c o m o u n a v i r t u a l i d a d t e x t u a l , resp a l d a d a p o r su v a l o r de r e p r e s e n t a c i ó n i c ò n i c a del cisne ( r e c u é r dese la e x p l o t a c i ó n de valores semejantes en l a sección " L o s cisnes" de Cantos de vida y esperanza de R u b é n D a r í o ) . A u n q u e esta c o m pleja r e d de posibilidades s i m b ó l i c a s s i m u l t á n e a s parece depend e r , a p r i m e r a v i s t a , de su c o n t e x t o v e r b a l , sólo c o b r a coherencia desde el m o m e n t o en que el l e c t o r i n t e n t a i n f e r i r las i n t e n c i o n e s d e l a u t o r . L a s i n e s t é s i c a p l u r a l i d a d de i m á g e n e s s e r í a , p o r ejemp l o , p u r o efecto g r a t u i t o si n o v i é r a m o s en ella u n a a l u s i ó n consc í e n t e a la praxis modernista. L a segunda estrofa, en l a q u e G o n z á l e z M a r t í n e z resume su ars poetica, n o a p o r t a novedades en el t e r r e n o de la m e t á f o r a : H u y e de toda forma y de todo lenguaje que no vayan acordes con el r i t m o latente de la vida profunda... y adora intensamente la vida, y que la vida comprenda t u homenaje. F r e n t e al c u a d r o t a n p o b r e que a q u í se ofrece, el lector puede a t r i b u i r rasgos de m e t á f o r a a " h u i r ' ' , ' ' c o m p r e n d e r ' ' , y a las i m á g e nes musicales y espirituales de " a c o r d e s " , " l a t e n t e " , " p r o f u n d a " y " a d o r a " . Pero estos valores e s t á n t a n cerca de las acepciones n o r m a l e s de los t é r m i n o s l é x i c o s , cuyos sentidos literales c o n s t i t u y e n en r e a l i d a d , q u e n o parece e x i s t i r u n espacio s e m á n t i c o suficientemente a m p l i o p a r a q u e se p e r c i b a n c o m o m e t á f o r a s . D e n u e v o , se debe recalcar l a i m p o r t a n c i a d e l c a r á c t e r i n t e n c i o n a l del l e n g u a j e s i m b ó l i c o : d o n d e el l e c t o r n o p u e d e i n f e r i r c i e r t a v o l u n t a d de e x p r e s i ó n figurativa de p a r t e del a u t o r ( a u n q u e é s t a sea, e n el caso e x t r e m o , i n c o n s c i e n t e ) , deja de e x i s t i r , entre otras figuras, l a m e t á f o r a . N o obstante lo a n t e r i o r , p o d e m o s s e ñ a l a r cierta m o t i v a c i ó n figurativa, siquiera en potencia, de los t é r m i n o s " a c o r d e s " y " p r o f u n d a ' ' : el p r i m e r o p o r q u e p r o l o n g a l a serie de alusiones m u s i c a -

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A g r u p a m o s las figuras r e t ó r i c a s de s i n é c d o q u e y de m e t o n i m i a bajo la d e s i g n a c i ó n ú n i c a de m e t o n i m i a , de acuerdo con el proceder n o r m a l de la sem á n t i c a l i n g ü í s t i c a moderna.

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les que presenta l a p r i m e r a estrofa, el segundo p o r su especial s i g n i f i c a c i ó n i n t e r t e x t u a l en l a o b r a de G o n z á l e z M a r t í n e z . Este c a r á c t e r p o t e n c i a l d e l lenguaje s i m b ó l i c o en el p o e m a c o n s t i t u y e , n a t u r a l m e n t e , u n aspecto de l a a p e r t u r a de l a o b r a l i t e r a r i a hacia sus distintas lecturas posibles. E n la segunda m i t a d del soneto, el lenguaje figurado parece c a m b i a r j u n t o c o n el c a m b i o t e m á t i c o : M i r a el sapiente buho c ó m o tiende las alas desde el O l i m p o , deja el regazo de Palas y posa en aquel á r b o l el vuelo taciturno... Él no tiene la gracia del cisne, mas su inquieta pupila, que se clava en la sombra, interpreta el misterioso libro del silencio nocturno. E l m o n t e O l i m p o y l a diosa Palas son i m á g e n e s de m a y o r alcance t e x t u a l que las a n t e r i o r m e n t e estudiadas: a y u d a n a e x p l i c i t a r el sentido g l o b a l de l a i m a g e n d e l b u h o e n vez de i n d i v i d u a l i z a r los a t r i b u t o s del m i s m o . Su c a r g a h i s t ó r i c o - c u l t u r a l e x p l í c i t a , c o m o figuras de los valores espirituales, las artes y l a s a b i d u r í a , crea u n espacio s i m b ó l i c o c u y a f u n c i ó n central es la de dar m a y o r realce a l a i m p o r t a n c i a r e p r e s e n t a t i v a del ave n o c t u r n a . E n este proceso p e r c i b i m o s de n u e v o que l a m e t á f o r a n o o p e r a a i s l a d a m e n t e , sin o c o m p l e m e n t a d a p o r m e t o n i m i a s y hasta d e í c t i c o s . L a m e n c i ó n de "aquel á r b o l " a y u d a a c o n c r e t a r los v í n c u l o s del á m b i t o h i s t ó r i c o c o n el presente del poeta: se sugiere que el b u h o r e c o r r e u n a t r a y e c t o r i a e s p a c i o - t e m p o r a l que p a r t e de u n pasado y u n p a í s rem o t o s p a r a l l e g a r a u n presente cercano en q u e el poeta puede s e ñ a l a r c o n p r e c i s i ó n l a p o s i c i ó n d e l á r b o l . M e t o n í m i c a s , p o r su p a r t e , son las i m á g e n e s d e l " v u e l o t a c i t u r n o " (si leemos " t a c i t u r n o " c o m o m o d i f i c a d o r de " v u e l o " y n o d e l b ú h o m i s m o ) y de l a " i n q u i e t a p u p i l a " ( s u s t i t u t o de " m i r a d a " ) , m i e n t r a s que es p o r d e s i g n a c i ó n m e t a f ó r i c a q u e el b ú h o es " s a p i e n t e " y que su m i r a d a "se c l a v a " e n l a s o m b r a . A m b a s m e t á f o r a s n o son en a b s o l u t o o r i e i n a l e s Parece i m p o n e r s e en s u m a l a c o n c l u s i ó n de q u e si b i e n el p o e m a n o carece de matices personales ( y el poeta los e n u n c i a s i n t i e n d o su i m p o r t a n c i a v i t a l ) , su i n c i d e n c i a en l a e x p r e s i ó n m e t a f ó r i c a d e l p o e m a es m í n i m a . L a s m e t á f o r a s ceden a l g o de su eficacia s i m b ó l i c a a las necesidad de c o n s t i t u i r signos q u e d e n o t a n tradiciones a r t í s t i c o - l i t e r a r i a s ' su peso es enteramente convencional. ' " P s a l l e et s i í e " se d i f e r e n c i a del p o e m a a n t e r i o r t a n t o p o r su m é t r i c a c o m o p o r l a n a t u r a l e z a m á s í n t i m a de su t e m a : n u e s t r a

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m i r a d a enfoca a h o r a la v i d a personal d e l poeta. Pero i m p e r a el m i s m o t o n o d i d á c t i c o , t a n c a r a c t e r í s t i c o e n l a p o e s í a de G o n z á l e z M a r t í n e z , esta vez c o m o e x h o r t a c i ó n a c o n t r o l a r las emociones y m a n t e n e r u n a a c t i t u d serena, i n c l u s o resignada, frente a la v i d a . Las c i n c o estrofas del p o e m a e s t á n o r g a n i z a d a s e n f o r m a t a l q u e l a segunda m i t a d del t e x t o c o n s t i t u y e u n a especie de reflejo al r e v é s de l a p r i m e r a ; los versos iniciales y finales son casi i d é n t i cos. D e esta m a n e r a , la d i s p o s i c i ó n f o r m a l d e l p o e m a parece subr a y a r el p a r a l e l i s m o entre v i d a i n t e r i o r del i n d i v i d u o y v i d a exter i o r del m u n d o q u e se v a e l a b o r a n d o a l o l a r g o d e l p o e m a , y que c o n s t i t u y e el eje c e n t r a l de su e s t r u c t u r a c i ó n s i m b ó l i c a . N o com e n t a r e m o s é s t a en todos sus detalles, p a r a p o d e r c o n c e n t r a r n o s m e j o r en el p a p e l e s p e c í f i c o de l a m e t á f o r a . U n p r i m e r p u n t o de contraste c o n el p o e m a a n t e r i o r es que las m e t á f o r a s de " P s a l l e et s i l e " se j u n t a n e n cadenas que c o n t r i b u y e n d i r e c t a m e n t e a l a c o h e s i ó n l é x i c a d e l t e x t o : ' 'quema... el incienso de t u santa i n q u i e t u d " ; "sube p o r l a escala del s u e ñ o " ; " l a v i d a . . . g r a n lago c u a j a d o . . . q u e l l e v a . . . las estelas de todas las sonrisas/ y los surcos de todos los d o l o r e s " . Esto, p o r supuesto, se debe a razones m á s f u n d a m e n t a l e s : todas las m e t á f o r a s parecen d e s e m p e ñ a r u n a f u n c i ó n m á s d i r e c t a q u e e n el p o e m a a n t e r i o r e n l a c o n s t r u c c i ó n del eje s i m b ó l i c o d e l p o e m a , es decir, l a serie de correspondencias entre u n a r e a l i d a d e x t e r n a y o t r a i n t e r i o r . E n este proceso los s í m i l e s c o m p l e m e n t a n las m e t á f o r a s , y h a y u n m o v i m i e n t o de v a i v é n entre el lenguaje figurado e x p l í c i t o y el s i m b o l i s m o i m p l í c i t o . Este m o v i m i e n t o p e r m i t e u n desencaden a m i e n t o general de potencialidades s i m b ó l i c a s e n todo el lenguaje d e l p o e m a , factor que i n f l u y e sobre t o d o e n n u e s t r a i n t e r p r e t a c i ó n de l a tercera estrofa, c o m o l u e g o v e r e m o s . L a p o l a r i d a d esencial d e l p o e m a se m a n i f i e s t a desde l a p r i m e r a i m a g e n figurativa s e ñ a l a d a e x p l í c i t a m e n t e c o m o t a l , " l a fuente e s c o n d i d a " , fuente de las l á g r i m a s del s u f r i m i e n t o e s p i r i t u a l del poeta. Es en l a segunda estrofa, sin e m b a r g o , d o n d e se com i e n z a a a p r e c i a r v e r d a d e r a m e n t e l a a r q u i t e c t u r a del p o e m a : las m e t á f o r a s se e n r i q u e c e n m u t u a m e n t e e n u n p a r a l e l i s m o entre tres m o v i m i e n t o s de a s c e n s i ó n q u e pertenecen a tres distintas á r e a s v i v e n c i a l e s del ser h u m a n o : l a e s p i r i t u a l , l a o n í r i c a y la n a t u r a l . E l h u m o del incienso sube en el aire c o m o el s o ñ a d o r sube p o r la escalera del s u e ñ o y el v a p o r sube d e l m a r p a r a f o r m a r nubes. C o n t a l p a r a l e l i s m o s e r í a difícil q u e las i m á g e n e s del m a r y del cielo — d e n o t a d o p o r l a p e r í f r a s i s m o d e r n i s t a del " a z u l i n m e n s o " — n o a d q u i r i e r a n p a r a el l e c t o r n u e v o s valores s i m b ó licos e n vez de l i m i t a r s e a referencias o b j e t i v a s literales.

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E l m i s m o e n r i q u e c i m i e n t o p o t e n c i a l se extiende luego a t o d o el c u a d r o o b j e t i v o de la tercera estrofa: Y guarda la mirada que divisaste en t u sendero —una a manera de ráfaga de luna que filtraba el tamiz de la enramada—; el perfume sutil de u n misterioso atardecer; la voz cuyo sonido te m u r m u r ó m i l cosas al o í d o ; el rojo luminoso de una cumbre lejana; la campana que daba al viento su gemido vago... " M i r a d a " , " s e n d e r o " , " r á f a g a de l u n a " , " t a m i z de l a e n r a m a d a " , etc., son todas m e t á f o r a s e n p o t e n c i a : su v a l o r i n t e n c i o n a l c o m o tales sólo se puede i n f e r i r de l a e n u n c i a c i ó n de otras m e t á foras, c o n l o c u a l vemos q u e , a u n c u a n d o n o aceptemos la tesis de B l a c k sobre l a p r e s u n t a i n t e r a c c i ó n entre lenguaje m e t a f ó r i c o y lenguaje l i t e r a l , las interacciones m e t a f ó r i c a s sí p u e d e n tener u n p a p e l c r e a t i v o e n el t e x t o p o é t i c o . L a i m a g e n que expresa l a c o r r e s p o n d e n c i a e x t e r i o r - i n t e r i o r en f o r m a m á s clara es q u i z á " e l t a m i z de l a e n r a m a d a " que r e c u e r d a , c o m o r e p r e s e n t a c i ó n figur a d a de los ojos d e l poeta, l a belleza d e c o r a t i v a de l a p e r í f r a s i s shakespeariana de The Tempest: " t h e f r i n g e d c u r t a i n s o f t h i n e eye" . 3 1

S i consideramos l a " o r i g i n a l i d a d " de las m e t á f o r a s , t a m b i é n n o t a m o s u n a p r o g r e s i ó n desde las convencionales al c o m i e n z o del p o e m a hacia los matices m á s personales de la tercera estrofa. L a " e s c a l a del s u e ñ o " es, s e g ú n J u n g , u n " m o t i v o " de los m á s a n t i guos en l a i m a g i n a c i ó n h u m a n a , y vale decir lo m i s m o de l a i m a g e n de l a fuente. D e o t r a n a t u r a l e z a son, sin e m b a r g o , l a " r á faga de l u n a " , p o r e j e m p l o , o l a ú n i c a m e t á f o r a e x p l í c i t a de l a t e r c e r a estrofa, " e l g e m i d o v a g o " de l a c a m p a n a . A u n q u e a q u í l a t é c n i c a b á s i c a de l a p e r s o n i f i c a c i ó n n o es, o b v i a m e n t e , u n elem e n t o novedoso, el sonido i n u s i t a d o de l a m e n t o que e m i t e l a c a m p a n a sirve p a r a s u b r a y a r el t o n o í n t i m o de t o d a l a d e s c r i p c i ó n objetiva. 3 2

L a s operaciones m e t a f ó r i c a s v u e l v e n a ser c o m p l e t a m e n t e ex3 1

W . SHAKESPEARE, The Tempest, acto I , escena I I , 1. 4 0 5 . C . J U N G , Dreams, t r a d . R . F. C . H u l l , Princeton University Press, Prin¬ ceton, 1 9 7 4 , p. 1 3 1 . 3 2

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p l í c i t a s al final d e l poema , en las estrofas c u a r t a y q u i n t a . P r o s i g u i e n d o c o n el i n c o n f u n d i b l e t o n o o n í r i c o de l a p r i m e r a estrofa, la c u a r t a se i n i c i a a su vez c o n u n s í m i l l í q u i d o : " l a v i d a debe ser c o m o u n g r a n l a g o " c u y a superficie congelada l l e v a las m a r cas de t o d a l a g a m a de las emociones h u m a n a s ( " s o n r i s a s y d o l o r e s " ) . L a i m a g e n de u n a superficie b l a n c a en l a que se i n s c r i b e n m a r c a s significantes p e r m i t e al lector pasar n a t u r a l m e n t e de l a m e t á f o r a del lago a l a de l a p á g i n a q u e se e n u n c i a p o r i m p l i c a c i ó n en l a q u i n t a estrofa: las emociones que siente el poeta qued a n " i m p r e s a s " en su ser, de d o n d e p o d e m o s suponer que pasan al t e x t o i m p r e s o del p o e m a : C a d a e m o c i ó n sentida, e n l o m á s h o n d o de t u ser i m p r e s a debe q u e d a r , p o r q u e l a l e y es é s a : n o t u r b a r el s i l e n c i o de l a v i d a , y sosegadamente l l o r a r , si h a y q u e l l o r a r , c o m o l a fuente escondida...

Este b r e v e c o m e n t a r i o de los dos poemas h a sido, sin d u d a , u n a m a n e r a de r e c o r r e r u n c a m i n o c o n o c i d o . N o h a l l e v a d o a i m p o r t a n t e s d e s c u b r i m i e n t o s o r i g i n a l e s e n la i n t e r p r e t a c i ó n de los textos. P r e t e n d e s i m p l e m e n t e e x p l i c i t a r lo q u e m u c h o s o todos sab e m o s e i n f e r i m o s sobre las m e t á f o r a s de dos poemas c é l e b r e s . E n p r i m e r l u g a r , espero haber demostrado que las m e t á f o r a s const i t u y e n s ó l o u n aspecto — q u i z á el m á s c l a r a m e n t e e n u n c i a d o y e n u n c i a b l e — de l a a r t i c u l a c i ó n s i m b ó l i c a de u n p o e m a , pero q u e s e r í a u n e r r o r descuidar otros elementos de este c o m p l e j o proceso: los m e t o n í m i c o s , i c ó n i c o s , etc. U n a t e o r í a de l a m e t á f o r a n u n c a p o d r í a ser, entonces, base suficiente p a r a l a e x é g e s i s de l a o b r a l i t e r a r i a , n i del t e x t o p o é t i c o en p a r t i c u l a r , d a d o que l a supuesta p r e e m i n e n c i a de l a m e t á f o r a en l a p o e s í a es, c o m o y a v i m o s , m á s a p a r e n t e que r e a l . Y a q u e l a m e t á f o r a p u e d e , p o r o t r o l a d o , g u a r d a r u n a relac i ó n í n t i m a e i n d i s o l u b l e c o n el m a r c o s i m b ó l i c o que p r o p o n e el p o e m a ( s i n que esta r e l a c i ó n d e b a t o m a r s e c o m o u n a necesidad a x i o m á t i c a ) , s e r á n o r m a l m e n t e insuficiente, para la explicación del f u n c i o n a m i e n t o t e x t u a l de l a m e t á f o r a , u n a t e o r í a q u e reduzca valores m e t a f ó r i c o s a valores l i t e r a l e s . C o m o y a v i m o s , B l a c k c r i t i c a t a l p o s t u r a h a c i e n d o u n a d i s t i n c i ó n e n t r e el discurso científico y el que necesita m e t á f o r a s . P a r a el caso de l a p o e s í a , l a post u r a es a ú n menos sostenible: n a d a m á s i l ó g i c o , en efecto, que el q u e r e r r e d u c i r a u n a l ó g i c a u n í v o c a y l i t e r a l u n discurso que

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se e m p e ñ a en ser a m b i g u o , en dejar sin decir, c o m o s i m p l e p o t e n c i a l i d a d significativa, u n a p a r t e t a n esencial de l o que el poem a de todos m o d o s c o m u n i c a . V i m o s sobre t o d o en " P s a l l e et s i l e " c ó m o las m e t á f o r a s ( a u n las m á s e x p l í c i t a s ) p u e d e n respald a r esta a m b i g ü e d a d f u n d a m e n t a l . Y el que el poeta n o d i g a m u c h o de l o que su p o e m a l o g r a c o m u n i c a r es, de hecho, u n a necesidad ineluctable, dado que, como s e ñ a l a T o m á s Segovia , su l e n g u a j e s i m b ó l i c o r e m i t e p o r d e f i n i c i ó n a u n no-saber. Pero l a m e t á f o r a , aunque parezca c o n t r a d i c t o r i o , pertenece precisamente a l acto de e n u n c i a c i ó n ; es, si q u e r e m o s , el algo que n o d i c e n las p a l a b r a s (el lenguaje l i t e r a l ) p e r o q u e pensamos que a l g u i e n (el e m i s o r i m p l í c i t o ) q u i e r e d e c i r . Desde el m o m e n t o en que el s í m b o l o reviste i n t e n c i o n a l i d a d c o m u n i c a t i v a ( p o r q u e se h a v u e l t o algo q u e puede decirse), pasa a ser m e t á f o r a . 33

A u n q u e l a m e t á f o r a c o m o lenguaje s i m b ó l i c o n o e n u n c i a hechos v e r i f i c a b l e s , s e r í a u n e r r o r r e l e g a r l a a u n lenguaje i r r e a l ( i n cluso e n l a o b r a de ficción), n e g á n d o l e su p a r t e de r e f l e x i ó n seria sobre l a r e a l i d a d . C o m o sentido e n u n c i a d o , l a m e t á f o r a tiene i m p o r t a n c i a i d e o l ó g i c a ; c o m o sentido figurado n o es verificable, per o se a p l i c a o se refiere a situaciones y objetos reales que sí l o son. S u f u n c i ó n de v i n c u l a r lo e n u n c i a d o y l o n o e n u n c i a b l e e x p l i c a e n p a r t e l a a m p l i t u d y v a r i a b i l i d a d de su f u n c i o n a m i e n t o en el t e x t o p o é t i c o . Se h a constatado esta v a r i a b i l i d a d de m a n e r a e m p í r i c a e n n u e s t r o a n á l i s i s de los dos poemas de G o n z á l e z M a r t í n e z . E n l a p r i m e r a p a r t e de " T u é r c e l e el cuello al c i s n e " , las m e t á f o r a s d e s e m p e ñ a n u n a f u n c i ó n esencialmente o r n a m e n t a l y l o c a l , y si t i e n e n m a y o r alcance r e f e r e n c i a l e n l a segunda p a r t e d e l p o e m a , es p o r q u e el " m u n d o " o el m a r c o referencial del b u h o debe ser m á s a m p l i o q u e el d e l cisne. Las m e t á f o r a s son e x p l í citas y c o n v e n c i o n a l e s , c o m o debe ser c u a n d o c u m p l e n l a f u n c i ó n de p o n e r valores s i m b ó l i c o s al servicio de a r g u m e n t o s racionales. E n "Psalle et s i l e " el papel e s t r u c t u r a l de las m e t á f o r a s es m u y d i s t i n t o : se a r t i c u l a n en series p o r q u e su i n t e r a c c i ó n debe c o n t r i b u i r a l a e x p r e s i ó n de u n a v i s i ó n c ó s m i c a de l a existencia ( s i , com o v i m o s , Searle i n v a l i d a l a i d e a de l a i n t e r a c c i ó n d e l sentido m e t a f ó r i c o c o n su e n t o r n o l i t e r a l , p o d e m o s , en c a m b i o , a d m i t i r l a i m p o r t a n c i a d e l p r i n c i p i o de l a i n t e r a c c i ó n entre sentidos m e t a f ó r i c o s en el t e x t o l i t e r a r i o ) . E l p o e t a ve l a existencia i n d i v i d u a l c o m o reflejo y m i c r o c o s m o de l a e x i s t e n c i a g e n e r a l , del o r d e n d e l m u n d o ; p o r eso, las emociones i n d i v i d u a l e s d e b e n ser t a m b i é n 3 3

E n su a r t í c u l o " O w e n , el s í m b o l o y el m i t o " , NRFH, 556-573.

29 (1980),

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privadas, c a l l á n d o s e frente al g r a n silencio del m u n d o . Y si l a existencia es cosmos, l o general t a m b i é n es espejo de l o p a r t i c u l a r , el g r a n espacio de l a n a t u r a l e z a se hace escenario de las v i v e n c i a s personales. P e r o esto l o sugiere el poeta i m p l í c i t a m e n t e antes de d e c i r l o e x p l í c i t a m e n t e , p o r q u e el lector debe d e s c u b r i r esta verd a d p o r sí m i s m o p a r a convencerse de l a v a l i d e z de las e x h o r t a ciones del poeta. Para establecer esta reciprocidad entre lo i m p l í c i t o y lo e x p l í c i t o , la m e t á f o r a constituye u n i n s t r u m e n t o indispensable. L o a n t e r i o r y a nos sugiere dos p a r á m e t r o s significativos p a r a l a d e s c r i p c i ó n de l a v a r i a b i l i d a d m e t a f ó r i c a en el t e x t o l i t e r a r i o , que se p l a n t e ó a r r i b a c o m o p o s i b i l i d a d t e ó r i c a . E l sentido m á s o menos c o n v e n c i o n a l de las m e t á f o r a s , y su c o n t r i b u c i ó n m á s o menos i m p o r t a n t e a l a coherencia t e x t u a l (su o r g a n i z a c i ó n e n series y su r e l a c i ó n c o n los temas p r i n c i p a l e s del t e x t o , o b i e n su f u n c i o n a m i e n t o i n d i v i d u a l ) p o d r í a n ser criterios razonables p a r a u n a clasificación i n t e r t e x t u a l del lenguaje m e t a f ó r i c o , a los cuales se p o d r í a s u m a r q u i z á u n p a r á m e t r o que n o se ha p o d i d o e v a l u a r e n este breve estudio: l a r e a l i z a c i ó n g r a m a t i c a l de la m e t á f o r a (a n i v e l de p a l a b r a , frase, o r a c i ó n o c o n j u n t o o r a c i o n a l ) . T a l e s p a r á m e tros p o d r í a n luego organizarse t a l vez en í n d i c e s de v a r i a b i l i d a d e s t i l í s t i c a que p e r m i t i e r a n m e d i r el grado de p e r t e n e n c i a de u n texto determinado a u n g é n e r o o s u b g é n e r o literarios. O t r o aspecto s o c i o l i n g ü í s t i c a m e n t e i m p o r t a n t e de l a m e t á f o r a es su f u n c i ó n de i m p l e m e n t a r en el t e x t o " c ó d i g o s " s o c i o s e m á n ticos d e l t i p o m e n c i o n a d o p o r F o w l e r . E n este sentido, la m e t á f o r a tiene i m p o r t a n c i a como elemento textual generador de esquemas i d e o l ó g i c o s . C l a r o e s t á que estos esquemas c o n s t i t u y e n c o n j u n t o s e s t r u c t u r a d o s en los que cada " c ó d i g o " e n u n c i a d o sólo resulta s i g n i f i c a t i v o p o r m e d i o de su r e l a c i ó n c o n el t o d o . L a presencia de m e t á f o r a s religiosas en u n soneto de G ó n g o r a , p o r e j e m p l o , no hace de él p o e s í a r e l i g i o s a . N o se m e escapa la d i f i c u l t a d de l l e v a r este t i p o de consideraciones a u n a c u a n t i f i c a c i ó n confiable, pero c o m o h i p ó t e s i s parece e n t e r a m e n t e r a z o n a b l e sostener que los textos l i t e r a r i o s se i n s e r t a n en el c o n j u n t o de textos generados en d e t e r m i n a d o á m b i t o de p r o d u c c i ó n social gracias, en p a r t e , al peso i d e o l ó g i c o de su lenguaje figurado. L a c o n f i g u r a c i ó n i d e o l ó gica del t e x t o ( l i t e r a r i o o n o ) se define, en s u m a , c o m o u n a cuest i ó n i n t e r t e x t u a l . C a b e destacar, p o r ú l t i m o , que t a l c u e s t i ó n n i s i q u i e r a se p o d r í a enfocar sin u n a t e o r í a que v i n c u l a r a l a m e t á f o r a c o n el acto e n u n c i a t i v o . E n c o n c l u s i ó n , q u i e r o a p u n t a r que soy consciente de las necesarias l i m i t a c i o n e s del enfoque que m e p r o p u s e a d o p t a r en estas p á g i n a s . E x p l o r a r el f u n c i o n a m i e n t o t e x t u a l de l a m e t á f o r a n o i m -

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LITERARIO

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p l i c a , de n i n g u n a m a n e r a , adentrarse en l a p r o b l e m á t i c a de su r a z ó n de ser, p r o b l e m á t i c a c u y o d e b i d o t r a t a m i e n t o corresponde a l a filosofía y a l a s e m i ó t i c a . U n b u e n p u n t o de p a r t i d a p a r a esta e m p r e s a se e n c u e n t r a , a m i m a n e r a de v e r , e n l a d i s t i n c i ó n esboz a d a p o r T o m á s Segovia e n t r e lenguaje m í t i c o , l i t e r a l y s i m b ó l i co. L a m e t á f o r a en sus diferentes aspectos ofrece — a s í l o p r u e b a n los estudios sobre el t e m a p r o d u c i d o s en los ú l t i m o s a ñ o s — u n f r u c t í f e r o c a m p o de c o o p e r a c i ó n i n t e r d i s c i p l i n a r i a . Espero haber d e m o s t r a d o a q u í s i q u i e r a q u e u n t e m a c o m ú n de l i n g ü i s t a s y c r í ticos l i t e r a r i o s n o l l e v a necesariamente a u n d i á l o g o de sordos. RODNEY W l L L I A M S O N E l Colegio de M é x i c o U n i v e r s i d a d de O t t a w a , C a n a d á

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