Story Transcript
LA SEGUNDA M U E R T E DE D O N QUIJOTE COMO RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA U n aspecto del Quijote que q u i z á s n o haya recibido l a atención q u e merece es el de presentarse como u n a obra escrita en dos partes, cada u n a de las cuales termina con l a muerte d e l protagonista. Cervantes mismo e x p l i c ó esta particularidad como consecuencia de su reacción al Quijote apócrifo de Avellaneda. Descontento con l a d e f o r m a c i ó n de su obra por ese "escritor fingido y tordesillesco" para q u i e n no fue "carga de sus hombros, n i asunto de su resfriado ingenio" el autor o r i g i n a l d e c i d i ó llevar al hidalgo manchego a u n f i n que cerraría el paso a nuevas continuaciones de sus andanzas. P a r a lograr su p r o p ó s i t o , p e n s ó ofrecer a l lector u n a seg u n d a parte auténtica "cortada d e l m i s m o artífice y del mesmo p a ñ o que l a p r i m e r a " (V, 22) con u n " d o n Quijote dilatado, y finalmente muerto, y sepultado, porque n i n g u n o se atreva a levantarle nuevos testimonios" 2 . L o anunciado así con estas palabras en el P r ó l o g o en efecto tocó l a nota del ú l t i m o p á r r a f o de l a novela en que Cervantes d e j ó a d o n Quijote " e n l a fuesa donde real y verdaderamente yace tendido de largo a largo, i m p o s i b i l i t a d o 1 M I G U E L DE CERVANTES, El ingenioso hidalgo Don Quijote de la Mancha, e d . de F . R o d r í g u e z M a r í n , 8 ts., Clás., Cast., t. 8, p . 334. E n a d e l a n t e i n d i c a m o s t o m o y p á g i n a a l c i t a r esta e d i c i ó n . 2 C o r r e g i m o s l a p u n t u a c i ó n de l a e d i c i ó n q u e u t i l i z a m o s , r e p e t i d a e n todas las e d i c i o n e s m o d e r n a s q u e h e m o s p o d i d o c o n s u l t a r . E n todas ellas se l e e : " d o n Q u i j o t e d i l a t a d o , y, f i n a l m e n t e , m u e r t o , y s e p u l t a d o . . . " (V, 22). Q u i t a m o s l a s e g u n d a y tercera c o m a e n c o n f o r m i d a d c o n l a e d i c i ó n p r í n c i p e (véase l a e d i c i ó n f a c s í m i l p u b l i c a d a p o r A l f a g u a r a , T h e H i s p a n i c Society y P a p e l e s de S o n A r m a d a n s e n P a l m a de M a l l o r c a , 1968, 2 ts., t. 2, Prólogo al lector, s i n p a g i n a c i ó n ) , n o p o r v a n o e s c r ú p u l o de e r u d i c i ó n s i n o p a r a r e s t a u r a r e l sentido de lo que Cervantes escribió originalmente. E n el contexto e n que aparece, " f i n a l m e n t e m u e r t o " quiere decir " d e f i n i t i v a m e n t e m u e r t o " , mientras q u e " f i n a l m e n t e , m u e r t o " e q u i v a l d r í a a " a l f i n , m u e r t o " , c o m o se ve e n l a t r a d u c c i ó n de J . M . C o h é n : " I p r e s e n t y o u w i t h the k n i g h t at g r e a t e r l e n g t h a n d , in the end, d e a d a n d b u r i e d " ( s u b r a y a d o n u e s t r o ; cf. e d . P e n g u i n B o o k s , 1956, p . 4 7 0 ) .
268
A . A . SICROFF
NRFH, XXIV
de hacer tercera jornada y salida n u e v a " mientras desaconsejó a A v e l l a n e d a de querer volver a sacarlo para nuevas aventuras en Castilla l a V i e j a "contra todos los fueros de l a m u e r t e " ( V I I I , 334-335) 3 . L a insistencia cervantina en lo definitivo de la segunda muerte de D o n Quijote pudiera desecharse como pura retórica d i r i g i d a contra su torpe imitador. Pero el lector de Cervantes ya sabe que n o es siempre tan fácil fijar el blanco de sus tiros literarios. A q u í , terminada l a lectura de l a novela, quizás c a b r í a reflexionar sobre si Cervantes, a d e m á s de advertir a su rival, t a m b i é n q u e r í a llamar la atención al procedimiento suyo en llevar a d o n Quijote a la muerte esta vez de u n a manera notable que verdaderamente desanimaría a otro A v e l l a n e d a de querer volver a resucitarlo. Si éste fuera el caso, h a b r í a que determinar si Cervantes comenzó la composición de l a Segunda Parte con tal proyecto en l a mente o si se le ocurrió t a r d í a m e n t e , al acercarse a l c a p í t u l o 59 cuando, según l a o p i n i ó n c o m ú n , tropezó por p r i m e r a vez con la obra avellanedesca. ¿ P o d r í a ser que Cervantes, habiendo aparentemente rechazado la idea de narrar nuevas andanzas de su caballero al terminar la P r i m e r a Parte de su l i b r o , h u b i e r a sido empujado a volver al asunto por l a d e f o r m a c i ó n de su obra por Avellaneda? ¿ S e r í a que esa deformación, repugnante como fue para Cervantes, le hizo reflexionar sobre l a obra que h a b í a publicado en 1605 para descubrir en ella posibilidades cuyo desarrollo h a b í a de conducirle a una nueva muerte de su protagonista? A l llevar a cabo tal proyecto, lograría subrayar l a t r i v i a l i d a d del Quijote de A v e l l a n e d a , u n a figura absurda incapaz de soportar el peso grave de l a muerte. A la vez, trazando el camino a la tumba de su hidalgo en u n proceso del desarrollo de su existencia, o t o r g a r í a u n a n u e v a importancia a su muerte que hacía falta en la P r i m e r a Parte, donde el hecho de haber llegado d o n Quijote al final de su v i d a n o fue m á s que u n suceso recordado en u n epitafio. Apenas hace falta confesar que todo l o que se está insinuando está en desacuerdo con l a ya notada o p i n i ó n respecto al descubrim i e n t o t a r d í o por Cervantes del Quijote apócrijo, l a cual parece justificada por consideraciones cronológicas. E n efecto, el plazo que separó l a p u b l i c a c i ó n de l a obra de A v e l l a n e d a de l a terminación del manuscrito cervantino n o pudo ser mayor que ocho meses 3 R e c u é r d e s e q u e A v e l l a n e d a t e r m i n ó e l Quijote suyo c o n l a n o t i c i a de q u e su l o c o e n t r e v e r a d o s a l i ó de l a casa d e l N u n c i o y "se fue l a v u e l t a de C a s t i l l a l a V i e j a " e n u n a n u e v a serie de " e s t u p e n d a s y j a m á s o í d a s avent u r a s " . V é a s e A L O N S O FERNÁNDEZ DE AVELLANEDA, El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha, e d . de F . G a r c í a S a l i n e r o , Clás. Castalia, M a d r i d , 1971, p . 463. E n l o q u e sigue c i t a m o s c a p í t u l o y p á g i n a de esta e d i c i ó n .
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
209
y probablemente n o m á s que cinco o seis meses 4 . N o parece verosímil que Cervantes h u b i e r a p o d i d o en tan poco tiempo conocer a fondo el l i b r o de su r i v a l y t a m b i é n componer l a Segunda Parte en reacción a ello. S i n embargo, el problema tiene por l o menos dos soluciones posibles. Cervantes pudo conocer el Quijote de A v e l l a n e d a antes de su p u b l i c a c i ó n , en forma manuscrita. O , si se prefiere, aceptando la idea de haber encontrado la i m i t a c i ó n tarde, cuando ya estaba avanzada su p r o p i a c o n t i n u a c i ó n del Quijote, Cervantes pudo haber vuelto a rehacer m u c h o de l o que ya h a b í a e s c r i t o 5 . E n este caso, t a m b i é n h a b r í a que considerar l a Segunda Parte del Quijote como derivada, por l o menos en parte, de l a lectura d e l l i b r o de A v e l l a n e d a . Sea como sea l a solución del problema cronológico, nos confronta con u n hecho innegable que parece confirmar l o que vamos sugiriendo respecto a l a relación entre el Quijote apócrifo y la c o n t i n u a c i ó n por Cervantes de su p r o p i a obra. E l hecho es que encontramos u n n ú m e r o extraordinario de coincidencias entre las dos obras que sería m u y difícil poner a l a cuenta del p u r o azar. Y estas coincidencias —en realidad puntos de contacto tangenciales que Cervantes arrebata para utilizarlos para sus propios f i n e s comienzan a acumularse desde las primeras palabras de l a Segunda Parte cervantina. Así es que " E l sabio Alisolán, historiador n o menos moderno que v e r d a d e r o . . c o n que comienza A v e l l a n e d a (I, 57) resuena inmediatamente en las primeras palabras de Cervantes: " C u e n t a C i d e H a m e t e Benengeli. . ( V , 25) . Y aunque todavía n o estamos para analizar detalladamente las divergencias a que dan lugar estos puntos de contacto, quizás sea conveniente anticiparlas desde ahora notando que el A l i s o l á n " m o d e r n o " y " v e r d a d e r o " de A v e l l a n e d a en seguida resulta ser morisco, " . . .siend o expelidos los moros agarenos de A r a g ó n , de cuya n a c i ó n él d e c e n d í a . . . " (I, 5 7 ) . Cervantes, por su parte, insiste en devolver 4 S a b e m o s q u e e l m a n u s c r i t o de A v e l l a n e d a n o se p u b l i c ó antes d e l 4 de j u l i o de 1614, f e c h a e n q u e r e c i b i ó l a l i c e n c i a de i m p r i m i r s e ( v é a s e l a e d . de G a r c í a S a l i n e r o , p . 4 9 ) . L a p r i m e r a a p r o b a c i ó n d e l l i b r o de C e r v a n t e s , f i r m a d a p o r e l l i c e n c i a d o M á r q u e z T o r r e s , e s t á f e c h a d a o c h o meses m á s tarde, e l 27 de f e b r e r o , 1615 ( v é a s e l a e d i c i ó n f a c s í m i l c i t a d a , t. 2, f. 4 v ) . S i c o n t a m o s p o r l o m e n o s dos o tres meses p a r a l a i m p r e s i ó n d e l l i b r o de A v e l l a n e d a , d e s p u é s de o t o r g a d a l a l i c e n c i a , q u e d a n seis o c i n c o meses c o m o p o s i b l e i n t e r v a l o e n t r e l a p u b l i c a c i ó n de l a p r i m e r a o b r a y l a t e r m i n a c i ó n d e l m a n u s c r i t o de l a segunda.
E s t a p o s i b i l i d a d q u e d a r í a m á s de a c u e r d o c o n e l h e c h o de q u e y a e n 1613, e n e l p r ó l o g o a las Novelas ejemplares, C e r v a n t e s estaba p r o m e t i e n d o p r e s e n t a r " c o n b r e v e d a d , d i l a t a d a s las h a z a ñ a s de d o n Q u i j o t e " (cf. l a e d . de F . G u t i é r r e z , L a s A m é r i c a s , N e w Y o r k , 1962, t. 1, p . 9 ) ; a m e n o s q u e resulte q u e ya e n 1613 p u d o C e r v a n t e s v e r e l m a n u s c r i t o t e r m i n a d o de Avellaneda. 5
270
A. A. SICROFF
NRFH, XXIV
la n a r r a c i ó n de las hazañas de d o n Quijote a su m o r o de la P r i m e r a Parte, n i moderno n i siempre verdadero, detalle i n c ó m o d o para el hidalgo: " . . . d e s c o n s o l ó l e pensar que su autor era moro, según aquel nombre de C i d e , y de los moros n o se p o d í a esperar verdad alguna, porque todos son embelecadores, falsarios y quimeristas" (V, 6 6 ) . Este giro que Cervantes da al comienzo avellanedesco le sirve para u n p r o p ó s i t o cuyo sentido trataré de sugerir. V o l v i e n d o a las notas comunes que comparten los dos Quijotes desde sus primeros párrafos, encontramos que pocos renglones más adelante los dos autores están de acuerdo sobre la manera de curar al hidalgo de su locura. Mientras A v e l l a n e d a cuenta que " n o con p e q u e ñ o regalo de pistos y cosas conservativas y sustanciales, le v o l v i e r o n poco a poco a su natural j u i c i o " (I, 5 8 ) , Cervantes encarga "regalarle, d á n d o l e a comer cosas confortativas y apropriadas para el corazón y el celebro" (V, 2 5 ) . E n seguida hacen constar ambos escritores que el tratamiento que h a n recetado da indicios de ser eficaz. Las mujeres que atienden al Quijote de Cervantes "echaban de ver que su señor por momentos i b a dando muestras de estar en su entero j u i c i o " (V, 25) y A v e l l a n e d a cuenta que el hidalgo suyo " e m p e z ó con m u c h a instancia a rogar a Madalena, su sobrina, que le buscase a l g ú n buen l i b r o " y con la lectura de los libros que le entregan "fue reducido dentro de seis meses a su antiguo j u i c i o " (I, 58-59). Hasta a q u í , se p o d r í a considerar que l o que tienen en c o m ú n las dos obras sería casual o sencillamente n o r m a l al reanudar cada autor l a n a r r a c i ó n de las aventuras de Quijote —aunque tal explicación se hace u n poco insegura al darnos cuenta de que los mencionados detalles aparecen dispuestos en el m i s m o orden en las dos narraciones. Y , lo q u e es más, con estos primeros párrafos apenas ha comenzado a desplegarse u n a larga serie de puntos en que se tocan ambas continuaciones del Quijote. U n a r a p i d í s i m a primera ojeada, l i m i t a d a a l o m á s evidente, destacaría, entre muchos otros acercamientos entre las dos obras, los siguientes: en ambos libros, Sancho pide u n sueldo mensual como c o n d i c i ó n de a c o m p a ñ a r a su d u e ñ o en u n a tercera salida (Avellaneda, cap. I I ; Cervantes, cap. V I I ) ; los dos autores enredan a d o n Quijote en u n encuentro con u n a c o m p a ñ í a de representantes (Avellaneda, cap. X X V I ; Cervantes, cap. X I ) ; si A v e l l a n e d a hace intervenir a d o n Quijote en l a acción de u n a comedia en que defiende l a h o n r a de la r e i n a de El testimonio vengado de L o p e (cap. X X V I I ) , Cervantes hace que el Quijote suyo i r r u m p a en l a acción del retablo de Maese Pedro para defender a M e l i s e n d r a y Gaiferos (cap. X X V I ) ; l a carta que el Sancho avellanedesco escribe a su esposa desde el palacio de don Carlos (cap. X X X V ) tiene su contraparte en l a carta que escribe
NRFH, XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
271
el Sancho de Cervantes a l a suya desde el palacio del d u q u e (cap. X X X V ) ; en efecto, todo el desarrollo por Cervantes de l a estancia de d o n Quijote en l a corte de los d u q u e s 6 , incluso los detalles de sus encuentros con figuras encantadas (caps. X X X I V - L V I I ) parece ser u n a a d a p t a c i ó n de la estancia del loco hidalgo de A v e l l a n e d a en palacios nobles donde se encuentra con B r a m i d á n de T a j a y u n que (primero en Zaragoza, cap. X I I , y m á s tarde en M a d r i d , caps. X X X I - X X X V ) 7 . T o d o s estos puntos de contacto entre las dos obras, hay que subrayarlo, o c u r r e n antes de ese c a p í t u l o L I X de la Segunda Parte de Cervantes en que se hace l a p r i m e r a m e n c i ó n del Quijote apócrifo. A d e m á s de esto, cabe notar que, con la excepción de las visitas de los dos Quijotes a casas nobles (en la obra de A v e l l a n e d a ocurren en los primeros capítulos y luego en los ú l t i m o s ) , todos los detalles que hemos s e ñ a l a d o quedan dispuestos en el m i s m o orden narrativo en los dos libros. E n f i n , en vista de tal paralelismo, ¿sería completamente descabellado imaginar a Cervantes sentado al escritorio compulsando p á g i n a s de la novela avellanedesca mientras c o m p o n í a la c o n t i n u a c i ó n de su Quijote?
N o estaba m u y alejado de tal i m a g i n a c i ó n R a m ó n M e n é n d e z P i d a l cuando declaró, hace m á s de m e d i o siglo, que A v e l l a n e d a "sirvió de fuente de inspiración para Cervantes cuando escribió la segunda parte de su n o v e l a " y que "Cervantes tuvo alguna noticia bastante detallada de l a obra de su competidor antes de redactar el c a p í t u l o L I X , en donde expresamente alude ya a ella, y que marca el m o m e n t o en que ella h u b o de salir a l u z " 8 . A u n q u e d o n R a m ó n no sacó las consecuencias de su i n t u i c i ó n que nos interesa desarrollar a q u í , pudiera servir de e p í g r a f e para este trabajo su conclusión de que " L a superioridad de l a segunda parte del Quijote. . . se puede achacar en m u c h o a Avellaneda. H a y fuentes inspiradoras por r e p u l s i ó n , que tienen tanta importancia, o m á s , que las que operan por a t r a c c i ó n " °. E n nuestros días F e r n a n d o G a r c í a 6 H a y q u e r e c o r d a r q u e e n e l c a p í t u l o X X I de l a P r i m e r a P a r t e ( I I , 1 7 7 ss.), d o n Q u i j o t e se n e g ó a e n t r a r e n l a corte antes de g a n a r f a m a p o r sus h a z a ñ a s 7 Se p u e d e a ñ a d i r q u e e n c a d a l i b r o es d e l e n c u e n t r o e n l a corte c o n u n a f i g u r a de e n c a n t a m i e n t o q u e surge l a tarea p r i n c i p a l de d o n Q u i j o t e e n l a obra: en A v e l l a n e d a , vencer a T a j a y u n q u e ; en Cervantes, desencantar a Dulcinea. 8 " U n aspecto e n l a e l a b o r a c i ó n d e l Quijote" q u e P i d a l i n c l u y ó e n su De Cervantes y Lope de Vega, B u e n o s A i r e s , 1 9 4 0 , p . 4 1 . E n su f o r m a o r i g i n a l este e s t u d i o fue u n discurso q u e d o n R a m ó n l e y ó e n 1 9 2 0 . 9 Op. cit., p . 4 2 . STEPHEN G I L M A N r e c h a z ó esta o p i n i ó n de d o n R a m ó n c o n e l a r g u m e n t o p r i n c i p a l de q u e " S i C e n a n t e s h u b i e r a p o s e í d o u n e j e m p l a r d e l Quijote apócrifo m i e n t r a s e s c r i b í a l a S e g u n d a P a r t e , ¿ n o h a b r í a m á s semejanzas l i t e r a l e s a l o l a r g o d e l l i b r o ? " ( v é a s e su l i b r o Cervantes y Avellaneda: estudio de una imitación, M é x i c o , 1 9 5 1 , p . 1 7 0 ) . T a m b i é n , e n v i s t a de algu-
A. A. SÍCROFF
NRFH, XXIV
Salinero, en su muy valiosa y ya citada edición del Quijote apócrifo, a b r i ó por u n momento la p o s i b i l i d a d de explorar l o que P i d a l h a b í a sugerido, observando, a propósito del episodio del retablo de Maese Pedro: " n o es imposible. . . estuviese inspirado en el capítulo X X V I I del de Avellaneda, en el cual unos representantes ensayan « l a grave comedia de El testimonio vengado, del insigne L o p e de Vega C a r p i ó » " . Pero G a r c í a Salinero se l i m i t a a plantearlo como u n problema de plagio sin solución —pues " ¿ . . .quién puede asegurar cuál es el original y cuál el plagio?"— y concluye arbitrariamente, "optamos por creer que Cervantes n o conoció el Quijote i m i t a d o hasta el momento en que él mismo l o confiesa en el c a p í t u l o L I X " (p. 23). N o s parece que tal planteamiento del problema de las coincidencias entre las dos obras, en que se llega a hablar de u n Avellaneda que " e n t r ó a saco abundantemente en el Quijote o r i g i n a l " o de u n Cervantes quizás comprometido en u n " h u r t o l i t e r a r i o " (pp. 22, 23), desvía l a atención de l o más interesante del asunto. E n realidad, no se trata a q u í de m á s plagio —ni de parte de Avellaneda n i de parte de Cervantes— que en el caso de u n debate en que u n polemista se apodera del argumento de su adversario para volverlo contra él mismo. Enfocada así la cuestión, se la puede examinar, n o para decidir q u i é n plagió a q u i é n , sino para descubrir c ó m o cada autor se a p o d e r ó de materias encontradas en la obra del otro y las utilizó para sus propios propósitos, para ñ a s semejanzas entre las dos obras (p. 169) y d e s p u é s de t o m a r e n c u e n t a c o n s i d e r a c i o n e s c r o n o l ó g i c a s (pp. 171-173), G i l m a n se i n c l i n ó a l a p o s i b i l i d a d de que A v e l l a n e d a h u b i e r a p o d i d o t e n e r a l g ú n c o n o c i m i e n t o de l a s e g u n d a , a d e m á s de l a p r i m e r a , p a r t e de l a n o v e l a c e r v a n t i n a c u a n d o e s c r i b i ó su i m i t a c i ó n d e l Quijote ( p p . 174-176). A u n q u e esta s u g e s t i ó n n o se p u e d e d e s c a r t a r p o r i m p o s i b l e , t a m p o c o c o n v e n c e , p o r l o m e n o s a este lector, p r i n c i p a l m e n t e p o r q u e A v e l l a n e d a n o se m e t e d i r e c t a m e n t e c o n l a S e g u n d a P a r t e a pesar de ofrecerle é s t a m a t e r i a s o b r a d a p a r a h a c e r l o . P o r e j e m p l o ¿ h u b i e r a p a s a d o e n s i l e n c i o u n a p e r s o n a d e l t e m p e r a m e n t o de A v e l l a n e d a (tal c o m o se r e v e l a e n su P r ó l o g o ) las d u r a s r e p r e h e n s i o n e s q u e le l a n z ó C e r v a n t e s p o r b o c a de d o n Q u i j o t e , c o n s i n t i e n d o e n m u c h a s d e ellas su p r o p i o A l v a r o T a r f e ? ( V I I I , 86 ss., 299 ss.). S ó l o e n e l P r ó l o g o hace A v e l l a n e d a l o que se p o d r í a c o n s i d e r a r u n a r e f e r e n c i a d i r e c t a a l a S e g u n d a P a r t e c e r v a n t i n a , "... . q u é j e s e de m i t r a b a j o p o r l a g a n a n c i a q u e le q u i t o de su s e g u n d a p a r t e " (ed. cit., p, 5 2 ) . Y a u n esto, e n vez de i n d i c a r q u e A v e l l a n e d a t e n í a a l g ú n conocim i e n t o de l a o b r a de C e r v a n t e s , p o d r í a considerarse s e n c i l l a m e n t e u n d e s a f í o r e t ó r i c o respecto a u n a s e g u n d a parte t o d a v í a i n e x i s t e n t e q u e Cervantes p o d r í a sentirse t e n t a d o a e s c r i b i r . L a s otras r e f e r e n c i a s a l a o b r a de C e r v a n t e s q u e se e n c u e n t r a n e n e l P r ó l o g o de A v e l l a n e d a se d i r i g e n m á s b i e n a l a P r i m e r a q u e a l a S e g u n d a P a r t e . P o r ú l t i m o , parece a r g ü i r e n f a v o r de ser C e r v a n t e s c o n o c e d o r de l a o b r a de A v e l l a n e d a l a m a n e r a de r e l a c i o n a r s e los p u n t o s de c o n t a c t o e n t r e a m b o s l i b r o s . L o a v e l l a n e d e s c o s i e m p r e se hace m á s c o m p l e j o y m á s p r o b l e m á t i c o a l ser r e e l a b o r a d o p o r C e r v a n t e s , s e g ú n trataremos de d e m o s t r a r m á s a d e l a n t e , c o n l o c u a l se saca l a i m p r e s i ó n de q u e es él q u i e n e s t á r e a c c i o n a n d o c o n t r a l o q u e e s c r i b i ó su i m i t a d o r .
NRFH, XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
273
construir con ellas su p r o p i o "argumento l i t e r a r i o " c o n que rebat i r a su r i v a l . Si se acepta esta manera de estudiar n o los plagios sino las coincidencias entre ambas obras, hace falta tener delante alguna idea de l o que se p r o p o n í a cada autor en l a c o m p o s i c i ó n de su l i b r o porque a ello correspondería su utilización de esas coincidencias. P a r a d ó j i c a m e n t e , se ofrece l a posibilidad de distinguir entre los propósitos de Cervantes y Avellaneda precisamente cuando éste afirma en su P r ó l o g o que "tenemos ambos u n f i n , que es desterrar l a perniciosa lición de los vanos libros de c a b a l l e r í a s " (p. 5 2 ) . C o n esto, parece creer estar de acuerdo con l o que h a b í a leído en el P r ó l o g o de l a P r i m e r a Parte cervantina respecto a llevar " l a m i r a puesta a derribar l a m á q u i n a m a l fundada destos caballerescos l i bros" (I, 2 4 ) . Pero el hecho es que l a expresión avellanedesca toca u n a nota moralizante, ausente en l a de Cervantes, que se d i r i ge tanto a l lector de los libros de caballerías como contra los libros mismos. L a obra de A v e l l a n e d a resulta ser, después de todo, m á s anti-quijotesca que anti-caballeresca. Su blanco p r i n c i p a l es el h i dalgo vuelto loco por sus malas lecturas, por las cuales cae en el absurdo de pasearse por el m u n d o como u n alucinado caballero andante. Cervantes p u d o haber comenzado con u n p r o p ó s i t o moralizante parecido, pues t a m b i é n el hidalgo suyo " d e l m u c h o leer. . . v i n o a perder el j u i c i o " y d i o en " e l m á s e x t r a ñ o pensamiento que j a m á s d i o loco en el m u n d o " que fue el de hacerse caballero andante (I, 56-59). Pero, a pesar de comenzar así, el autor n o tardó en desviarse de l a censura moralizante de u n Quijote loco para emprender el desarrollo de l a p r o b l e m á t i c a de su v i d a 1 0 . L o que Cervantes llevó a cabo en l a P r i m e r a Parte de su Quijote, le perm i t i ó aceptar l a idea que le sugirió ese " a m i g o " d e l P r ó l o g o de que h a b í a escrito u n a invectiva contra los libros de c a b a l l e r í a c o n miras a derribar su " m á q u i n a m a l fundada", u n a referencia a su arte literaria defectuosa si se entiende a l a l u z d e l enjuiciamiento del g é n e r o por el c a n ó n i g o en el c a p í t u l o X L V I I de l a novela (IV,' 229-235). Esta diferencia fundamental entre l a obra cervantina A v e l l a n e d a que vamos sugiriendo, se expresa literariamente de esas coincidencias que se encuentran antes del c a p í t u l o la Segunda Parte de Cervantes. E n los capítulos X X X I y
y la de en u n a L I X de XXXII
1 0 N o se reitere esto s ó l o a los o b s t á c u l o s q u e e n c u e n t r a d o n Q u i j o t e p a r a r e a l i z a r sus empresas. M á s i m p o r t a n t e es l a m a n e r a de jugarse l a v a l i d e z de l o q u e se p r o p o n e hacer, p o r l a c u a l se p o n e e n t e l a de j u i c i o l a l o c u r a o l a c o r d u r a d e l h i d a l g o y a u n de v a r i o s otros personajes d e l a n o v e l a . R e c u é r d e n s e asuntos c o m o e l e n c u e n t r o de d o n Q u i j o t e y C a r d e n i o , dos locos e n a m o r a d o s e n S i e r r a M o r e n a , y e l a n d a r p o r e l m o n t e d e l c u r a , vestido de las faldas de M i c o m i c o n a , p r o c u r a n d o h a c e r v o l v e r a d o n Q u i j o t e de las locas a n d a n z a s suyas.
274
A. A. SICROFF
NRFH, XXIV
de ésta, Cervantes recuerda el encuentro del Quijote apócrifo con M o s é n Valentín (cap. V I I ) en el encuentro de su Quijote con el eclesiástico en la corte de los duques. A v e l l a n e d a se sirvió del clér i g o de Ateca para declarar los peligros en que se h a b í a metido don Quijote y lo que d e b í a hacer para corregir la v i d a en que andaba. Así es que M o s é n V a l e n t í n recibe al loco hidalgo en su casa para "advertirle a solas, de las puertas adentro de m i casa, c ó m o anda en pecado mortal, dejando la suya y su h a c i e n d a . . . andando por esos caminos como loco, dando nota de su persona y haciendo tantos desatinos" de manera que puede ser que alguna vez " l e prenda l a justicia, y n o conociendo su h u m o r , le castigue con castigo p ú b l i c o y p ú b l i c a deshonra de su l i n a j e " . Y si ocurre que, tomado de su locura, quizás haya matado a alguien en la c a m p a ñ a , " l e cogerá tal vez la H e r m a n d a d , que no consiente burlas, y le ahorcará, perdiendo la v i d a del cuerpo, y l o que peor es, la del a l m a " ( V I I , 130). Luego le aconseja V a l e n t í n lo que debe hacer: volver a casa y gastar su hacienda " e n servicio de Dios y en hacer b i e n a pobres, confesando y comulgando a menudo, oyendo cada d í a su misa, visitando enfermos, leyendo libros devotos y conversando con gente honrada y, sobre todo, con los clérigos de su lugar, que n o le d i r á n otra cosa de lo que yo le digo; y verá con esto c ó m o será q u e r i d o y honrado, y n o juzgado por hombre falto de j u i c i o , como todos los de su lugar y los que le ven andar desa manera le t i e n e n " ( V I I , 131). C o m o respuesta, d o n Quijote, loco de remate, toma a V a l e n t í n por el arzobispo T u r p í n , a q u i e n reprende por su " p u s i l a n i m i d a d y c o b a r d í a " ( V I I , 132). E n l a confrontación que Cervantes arma entre d o n Quijote y el eclesiástico, comienza quitando a éste la autoridad m o r a l que Avellaneda prestó a M o s é n V a l e n t í n . L e introduce como ' u n grave eclesiástico destos que gobiernan las casas de los príncipes; destos que, como n o nacen príncipes, n o aciertan a enseñar c ó m o l o han de ser los que l o son; destos que q u i e r e n que la grandeza de los grandes se m i d a con l a estrecheza de sus á n i m o s " ( V I , 243). Este eclesiástico n o tiene nada de la benevolencia de V a l e n t í n . M á s b i e n es u n colérico deslenguado que p r o n u n c i a con acento envenenado los mismos avisos y consejos que el Quijote de A v e l l a n e d a recibió del clérigo de Ateca. " Y á vos, alma de c á n t a r o " , comienza el eclesiástico cervantino, " ¿ q u i é n os ha encajado en el celebro que sois caballero andante y que vencéis gigantes y prendéis m a l a n d r i n e s ? . . . volveos a vuestra casa, y criad vuestros hijos, si los tenéis, y curad de vuestra hacienda, y dejad de andar vagando por el m u n d o , papando viento y dando que r e i r a cuantos os conocen y no conocen" ( V I , 2 5 3 ) . Es de este modo que lo que fue amonestación fraternal en A v e l l a n e d a se ha convertido a q u í en u n a agresión contra la
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
275
v i d a de don Quijote cuya respuesta verdaderamente, como dice Cervantes, " c a p í t u l o por sí merece" ( V I , 253). T r a s aleccionar al clérigo cortesano sobre las "reprehensiones santas y b i e n intencionadas" que " m e j o r asientan sobre l a b l a n d u r a que sobre la aspereza", d o n Quijote comienza a regañarle por " s i n tener conocimiento del pecado que se reprehende, llamar al pecador, sin más n i más, mentecato y t o n t o " y le demanda " ¿ p o r cuál de las mentecaterías que en m í ha visto me condena y vitupera, y me manda que me vaya á m i casa. . .?" ( V I , 256). Y luego pasa al contraataque, destacando l a superioridad de l a v i d a suya en comp a r a c i ó n con la del eclesiástico: " ¿ N o hay más sino á trochemoche entrarse por las casas ajenas á gobernar sus dueños, y h a b i é n d o s e criado algunos en la estrecheza de a l g ú n pupilaje, sin haber visto más m u n d o que el que puede contenerse en veinte o treinta leguas de distrito, meterse de r o n d ó n á dar leyes á la caballería y á juzgar de los caballeros andantes? ¿Por ventura es asumpto vano ó es tiempo m a l gastado el que se gasta en vagar por el m u n d o , n o buscando los regalos del, sino las asperezas por donde los buenos suben al asiento de la i n m o r t a l i d a d ? " ( V I , 256-8). C o n c l u y e d o n Quijote disparando u n ú l t i m o tiro contra el eclesiástico, a q u i e n Cervantes h a b r á dejado en el anonimato quizás para abrazar en su figura todos los otros de su ralea: " U n o s van por el ancho campo de l a a m b i c i ó n soberbia; otros, por el de la a d u l a c i ó n servil y baja; otros, por el de l a hipocresía engañosa, y algunos, por el de l a verdadera r e l i g i ó n ; pero yo, i n c l i n a d o de m i estrella, voy por l a angosta senda de la c a b a l l e r í a andante, por cuyo ejercicio desprecio la hacienda, pero n o l a h o n r a " ( V I , 258) . E l examen de este intercambio, en el que don Quijote deja malparado al eclesiástico cortesano, revela c u á n t o se h a alejado Cervantes del p r o p ó s i t o moralizante de su r i v a l n . A l a vez, nos acerca a l o que ya se ha hecho el h i l o conductor que ha de llevar al hidalgo manchego a l a muerte en l a Segunda Parte. L o que se está jugando es l a visión caballeresca de d o n Quijote, no como u n a enfermedad mental según pasa en l a obra avellanedesca, sino como el p r o b l e m a de trazarse u n proyecto de vida, de u n a existencia en que se e n g e n d r a r á como " h i j o de sus obras". E n este caso del encuentro con el clérigo, d o n Quijote ha salido bien, pero se ha visto obligado a defenderse de u n a manera radical que no tiene antecedentes en l a P r i m e r a Parte pero sí los tiene en la Segunda. Los asaltos que sufre ahora no son como los golpes y las palizas que menudearon sobre él en l a P r i m e r a Parte. Éstos son m á s penetran1 1 ¿ S e r á u n a s o c a r r o n e r í a c e r v a n t i n a s e l l a r e n seguida e l t r i u n f o d e d o n Q u i j o t e sobre su censor, h a c i e n d o q u e d e l a n t e d e los ojos de é s t e se n o m b r e a S a n c h o g o b e r n a d o r de l a p r o m e t i d a í n s u l a ? ( V I , 260-261).
276
A. A. SICROFF
NRFH,
XXIV
tes, entran en l a i n t i m i d a d de su ser y le dejan en u n vaivén entre incertidumbres y reafirmaciones de l a validez de su vida. Es en esta dialéctica existencial que se desarrolla l a Segunda Parte encaminada a la muerte definitiva de d o n Quijote, q u e ocurre precisamente cuando el hidalgo se desdice de su v i d a caballeresca. Queda por señalar c ó m o este camino se proyecta con la mirada repetidamente puesta en el texto de Avellaneda. Cervantes n o tarda m u c h o en fijar el r u m b o que ha de tomar la c o n t i n u a c i ó n de su novela. Para hacerlo se dirige primero al problema fundamental con el que le h a b r í a dejado l a lectura del l i b r o de A v e l l a n e d a : restablecer el sentido a u t é n t i c o de la locura de su hidalgo. Si A v e l l a n e d a h a b í a comenzado con u n Quijote en poco tiempo sanado de su locura y en seguida loco otra vez —según puede pasar en u n a verdadera enfermedad—, Cervantes ahora transforma esta alternación entre locura y cordura en u n extraordinario e q u í v o c o que da el tono al desarrollo de su obra. Mientras que A v e l l a n e d a h a b í a anunciado l a cura de su hidalgo que "olvidándose de las quimeras de los caballeros andantes, fue reducido dentro de seis meses a su antiguo j u i c i o " (I, 58-59), Cervantes d e j ó la cuestión pendiente. Su Quijote " p o r momentos i b a dando muestras de estar en su entero j u i c i o " (V, 25) de m o d o que l a visita que le h i c i e r o n el cura y el barbero fue para "hacerle experiencia de su m e j o r í a , aunque tenían casi por imposible que l a tuviese" (V, 2 6 ) . Esta nota p r o b l e m á t i c a n o se encuentra en el Quijote cuerdo de A v e l l a n e d a que lee vidas de santos y otros libros devotos, va a misa con el rosario en las manos, oye con m u c h a atención los sermones y n i se l l a m a ya Quijote sino M a r t í n Quijada. D e tal cord u r a i n e q u í v o c a vuelve a caer en su antigua demencia, igualmente i n d u b i t a b l e , y emprende u n a salida en busca de aventuras que le descubren como u n a figura r i d i c u l a sin relieve 1 2 . P o r su parte, Cervantes se desvió de este procedimiento avellanedesco en que, efectivamente, se r o m p i ó la c o n t i n u i d a d de la identidad quijotesca. E l Quijote cervantino que se tiene por discreto y el otro disparatado se dan en la m i s m a personalidad, sin solución de c o n t i n u i d a d , y de ahí nace la p r o b l e m á t i c a de su vida. Así, en l a visita que recibe del cura y el barbero, les da cuenta de sí y de su salud " c o n m u c h o j u i c i o y con m u y elegantes palabras" (V, 27) y, sin l a transformación radical de v i d a y costumbres que se v i o en el Quijote de Avellaneda, el de Cervantes discurre sobre 1 2 R e c u é r d e s e q u e A v e l l a n e d a , l a m i r a d a s i e m p r e p u e s t a e n e l f i n suyo, hace q u e c o m i e n c e l a r e i n c i d e n c i a de d o n Q u i j o t e e n l a l o c u r a a l traerle S a n c h o noticias d e h a b e r e s c u c h a d o l a l e c t u r a de u n l i b r o de c a b a l l e r í a (I, 6 2 ) . L a s c o n v e r s a c i o n e s c o n A l v a r o T a r f e , q u e v a a las justas de Zaragoza, y las armas q u e r e c i b e de él, c o m p l e t a n su r e i n t e g r a c i ó n e n l a l o c u r a caballeresca (I, 66-11, 8 1 ) .
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
277
cuestiones de estado y gobierno " c o n tanta discreción. . . que los examinadores creyeron indubitadamente que estaba del todo bueno y en su entero j u i c i o " (V, 2 7 ) . P e r o luego, sin cambiar de postura y en perfecta consonancia con l a manera en que se estaba portando, d o n Quijote se desliza a l o de a c u d i r a los caballeros andantes del r e i n o para librarse del peligro del T u r c o (V, 28-32). E n l o que sigue, es decisiva para sondear l a p r o f u n d i d a d de sentido que Cervantes quiere prestar a l a l o c u r a de su hidalgo, la reacción de éste a l o que cuenta el barbero del loco de Sevilla, " p o r v e n i r a q u í como de m o l d e , , (V, 3 2 ) . E l manchego reconoce en seguida l a insinuación del barbero con el cuento del sevillano que logró convencer a todos que estaba cuerdo y que en el momento de estar saliendo del m a n i c o m i o declaró que n o h a b í a que preocuparse por l a amenaza del loco " J ú p i t e r " de n o l l o v e r en todo el distrito p o r tres años, pues " y o , que soy N e p t u n o , el padre y el dios de las aguas, lloveré todas las veces que se me antojare y fuere menester" (V, 3 8 ) . E n u n p r i m e r m o v i m i e n t o , d o n Quijote rechaza rotundamente l a m a l encubierta acusación del barbero (V. 3 9 ) . Pero, al seguir reclamando las virtudes caballerescas que hacen falta para defender el r e i n o —a los caballeros cortesanos actuales "antes les crujen los damascos, los brocados y otras ricas telas que se visten que la m a l l a con que se a r m a n " (V, 40) — acaba abrazando l o antes negado. E n efecto, tanta es l a necesidad de caballeros andantes que " s i J ú p i t e r , como ha d i c h o el Barbero, no lloviere, a q u í estoy yo, que lloveré cuando sé me antojare. D i g o esto porque sepa el señor B a c í a que le e n t i e n d o " (V, 42-43). Esta manera de aceptar l a calificación de su anhelo de v i d a caballeresca como " l o c u r a " , separa al Quijote cervantino radicalmente de su contraparte apócrifa. E n vez de presentarse como u n loco, sujeto a curaciones y reincidencias en su m a l , se ve proyectando u n a visión de v i d a que puede parecer i l u s i ó n pero cuya cordura esencial queda garantizada por l a coherencia de esa visión y por l a i n t e g r i d a d con que d o n Quijote se dedica a ella. T o m a r por l o c u r a l a v i d a quijotesca y proponerse curarle de ella, trae consecuencias inesperadas y m u y graves, tanto para el curandero como para d o n Quijote. Esto es l o que se descubre al pretender hacerlo S a n s ó n Carrasco en el terreno quijotesco mismo, venciendo al hidalgo m a n o a mano en u n combate caballeresco. A u n q u e queda reservado para Carrasco, como el C a b a l l e r o de la B l a n c a L u n a , dar el golpe final que acaba con l a carrera de d o n Quijote, esto sólo ocurre d e s p u é s de u n largo recorrido en que el hidalgo va a c u m u l a n d o dudas e incertidumbres respecto a la vida caballeresca que lleva. E n el c a p í t u l o I I de l a c o n t i n u a c i ó n de su novela, Cervantes da otro paso en el desarrollo de la v i d a pro-
278
A. A. SICROFF
NRFH,
XXIV
blemática de su protagonista, esta vez con el efecto de prepararle para v i v i r í n t i m a m e n t e las inseguridades que le van a afligir. Y otra vez, parece que Cervantes tiene la m i r a d a puesta en el l i b r o de Avellaneda. Éste h a b í a creado u n a escena cómica, casi grotesca, empujando a d o n Quijote otra vez a su l o c u r a con preocupaciones extravagantes por la facha que presentaba. A r m a d o de las piezas que le h a b í a dejado A l v a r o T a r f e , d o n Quijote comenzó a pasearse delante de Sancho buscando el reflejo de su figura gallarda en los ojos de su antiguo escudero: " ¿ Q u é te parece, Sancho? ¿ E s t á n m e bien? ¿No te admiras de m i g a l l a r d í a y brava postura?" (III, 8 8 ) . Entonces, mientras se paseaba por el aposento "haciendo piernas y continentes, pisando de carcaño y levantando más l a voz y haciéndola más gruesa, grave y reposada" le sobrevino " u n accidente tal en l a fantasía que, metiendo con m u c h a presteza mano a l a espada, se fue acercando con notable cólera a Sancho" (loe. cit.). E n l o que sigue, don Quijote ataca furiosamente a Sancho a q u i e n demanda "las princesas y caballeros que, contra ley y razón, en este t u cast i l l o tienes" (III, 89) . E l repentino volver en sí, cuando Sancho se rinde y promete hacer " t o d o eso que me d i c e " (III, 9 0 ) , sólo sirve para destacar la absurda locura del hidalgo —sobre todo cuando confiesa que "todo era f i n g i d o " (III, 91)— que tiene su origen en l a "perniciosa l i c i ó n " de los libros de caballería. De otro modo y para otros fines, Cervantes t a m b i é n presenta u n episodio en el que su Quijote t a m b i é n se ve preocupado por su apariencia. Pero no es el reflejo de su figura gallarda que don Quijote busca en los ojos de Sancho sino " l o que dicen de m í por ese l u g a r " (V, 56) . Así es que pide noticias sobre " ¿ E n q u é o p i n i ó n me tiene el vulgo, en q u é los hidalgos y en q u é los caballeros? ¿ Q u é dicen de m i valentía, q u é de mis hazañas y q u é de m i cortesía? ¿Qué se platica del asumpto que he tomado de resucitar y volver al m u n d o l a ya olvidada orden caballeresca?" (V, 57) . Es l a p r i m e r a vez en toda la novela cervantina, i n c l u y e n d o la P r i m e r a Parte, que encontramos a d o n Quijote con preocupaciones de lo que se piensa de él y l o que aprende dista m u c h o de la idea que él se ha formado de sí mismo. S i n embargo, todavía sabe defenderse. Si Sancho le dice, entre otras cosas, que le tienen por "loco, pero gracioso. . . valiente, pero desgraciado. . . cortés, pero i m p e r t i n e n t e " , no le e x t r a ñ a , pues "donde q u i e r a que está la v i r t u d en eminente grado, es perseguida" (V, 60-61). Respecto a esto, está en buena c o m p a ñ í a . L o mismo sufrieron J u l i o César, A l e j a n d r o M a g n o , H é r c u l e s y d o n Galaor, hermano de A m a d í s de G a u l a . Pero hay algo m á s grave. A n d a por ahí u n l i b r o con el título de
El
ingenioso
hidalgo
don
Quijote
de
la
Mancha
por
un
tal
*
.
#
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
279
C i d e Hamete Benengeli. Esto sí que deja a d o n Quijote desconsolado, según ya hemos notado, porque de los moros no se puede esperar m á s que mentiras. Si, como declara el hidalgo, " U n a de las cosas. . . que m á s debe de dar contento á u n hombre virtuoso' y eminente es verse, viviendo, andar con b u e n n o m b r e por las lenguas de las gentes, impreso y en estampa" (V, 6 8 ) , ¿ q u é contento p o d í a sacar d o n Quijote de u n l i b r o que " t e m í a s e no hubiese tratado sus amores con alguna indecencia" (V, 6 6 ) , que se valió de "novelas y cuentos ajenos, habiendo tanto que escribir en los m í o s " (V, 78) que con sólo "manifestar mis pensamientos, mis sospiros, mis lágrimas, mis buenos deseos y mis acometimientos pudiera hacer u n v o l u m e n mayor, o tan grande, que el que pueden hacer todas las obras del T o s t a d o ? " (loe. ext.). Hasta a q u í , entonces, llegó Cervantes en su desviación de la p r e o c u p a c i ó n absurda p o r l a gallardía de su persona del falso Quijote, tocando l a cuestión i n quietante de l a disconformidad entre l a idea que tenía de sí mismo don Quijote y lo que otros pensaban de él e i n c l u y e n d o entre ellos al autor mismo de su ser por l a mala cuenta que h a b í a dado de su persona. Si en este punto ya se daba cuenta d o n Quijote de las opiniones discordantes que circulaban de él, todavía no estaba en condiciones de entretener o expresar sus propias dudas e incertidumbres respecto a su persona. Cervantes le hizo acercarse a esta p o s i b i l i d a d cuando Sancho le presentó a " D u l c i n e a " en l a persona de u n a labradora. A q u í t a m b i é n parece que Cervantes estaba reelaborando el texto de A v e l l a n e d a . Éste h a b í a hecho que su Quijote emprendiera l a tercera salida como El Caballero Desamorado (IV, 9 4 ) , habiendo renegado de D u l c i n e a por l a carta desabrida con que ella h a b í a contestado a l a suya (II, 77) . Bastante m á s tarde, don Quijote tropezó con la cincuentona B á r b a r a de l a b e l l a q u í s i m a cara ( X X I I , 295) a q u i e n comenzó a servir como l a "soberana señora y famosa r e i n a Z e n o b i a " ( X X I I , 296), p a s e á n d o s e con ella como si l o fuera, aunque era tan b i e n conocida su m a l a fama como evidente su m a l a facha. Esta sustitución de D u l c i n e a por l a B á r b a r a - R e i n a Zenobia, que le sirvió a A v e l l a n e d a repetidas veces para poner en r i d í c u l o a su Quijote, parece haberle ofrecido a Cervantes l a materia p r i m a del p r o b l e m a m á s desconcertante que h a b í a de afligir a su hidalgo mientras se acercaba a l a muerte. E n vez de repetir l a l o c u r a fantástica del encuentro con Bárbara-Zenobia del falso Quijote, Cervantes hace que Sancho, como otro Chanfalla del Retablo de las maravillas, le anuncie a d o n Quijote que está en presencia de " D u l c i n e a " , a c o m p a ñ a d a de dos doncellas, a quienes el escudero describe con todos sus adornos de joyas y ricos vestidos y montadas " a caballo sobre tres cananeas [sic por "haca-
280
A. A. SICROFF
NRFH,
XXIV
neas"] remendadas, que n o hay m á s que v e r " (V, 186-7). A h o r a le toca a l Quijote cervantino n o ver m á s que a tres labradoras, bárbaras en su aspecto ya que n o de n o m b r e , l o que da ocasión para que el hidalgo experimente u n a p e r p l e j i d a d radical que no h a cono» c i d o hasta ahora. M i e n t r a s Sancho le o b l i g a a arrodillarse ante l a señora de sus pensamientos, d o n Quijote reconoce por p r i m e r a vez q u e él puede ser víctima de u n e n g a ñ o " y a que el maligno encantad o r que me persigue, . . . ha puesto nubes y cataratas en mis ojos, y para sólo ellos y n o para otros h a m u d a d o y transformado t u sin i g u a l hermosura y rostro en el de u n a labradora p o b r e " (V, 192). P e r o Cervantes n o se contenta c o n dejarlo así sino se e m p e ñ a en hacer m á s p r o b l e m á t i c o el apuro de d o n Quijote. Pocos renglones m á s abajo, cuando el caballo h a dado en tierra con " l a señora D u l c i n e a " , d o n Quijote se apresura a "ievantar a su encantada [sic\ s e ñ o r a " (V, 193), con l o cual Cervantes i n i c i a u n a oscilación en que se declara alternativamente que ella está encantada y que el encantado es él. Así es que, d e s p u é s que escapan las tres mujeres, d o n Quijote vuelve a quejarse a ¿ a n c h o : " ¿ q u e te parece cuan m a i quisto soy de encantadores? . . . pues me l i a n q u e r i d o p r i v a r del contento que p u d i e r a darme ver en su ser á m i s e ñ o r a " para acabar denunciando a estos traidores p o r "haber vuelto y transformado á m i D u l c i n e a " (V, 194-195). O t r a vez, a l asegurarle Sancho que l o que le p a r e c i ó a d o n Quijote albarda en l a hacanea de D u l cinea era " s i l l a á l a jineta, c o n u n a cubierta de campo, que vale l a m i t a d de u n remo, según es de r i c a " se queda exclamando el hiclaigo encantado " ¡ q u e n o viese yo todo eso, Sancho! . . . diré m i l veces, que soy e l m á s desdichado de los h o m b r e s " (V, 197) . A i f i n , en el p r ó x i m o c a p í t u l o , Cervantes da l a v u e i t a d e t i n i t i v a al asunto: los encantadores le h a n hecho u n a m a l a b u r l a a d o n Quijote " v o l v i e n d o a su s e ñ o r a D u l c i n e a a l a m a l a figura de l a aldeana" y él va pensativo, n o alcanzando a i m a g i n a r " q u é remedio tendría para volverla á su ser p r i m e r o " (V, 199). A u n q u e todavía u n a vez m á s d i r á d o n Quijote que el encanto n o se e x t e n d i ó a turbar i a vista de Sancho para encubrirle l a belleza de D u l c i n e a y que " c o n t r a m í solo y contra mis ojos se endereza l a fuerza de su veneno" (V, 2 0 1 ) , el hidalgo se persuade de que D u l c i n e a está encantada y el p r o b l e m a de desencantarla llega a ser l a p r e o c u p a c i ó n constante de su v i d a . L a alternación entre esperanzas de lograr hacerlo y temores de n u n ca " v o l v e r l a a su ser p r i m e r o " se hace l a marca p r i n c i p a l de su desarrollo espiritual. D e s p u é s de declarar a los duques que los encantadores s e g u i r á n p e r s i g u i é n d o l e "hasta dar conmigo y con mis altas caballerías en el p r o f u n d o abismo del o l v i d o " y que por eso le h a n q u i t a d o su dama, que para el caballero andante es " e l sol c o n que se a l u m b r a , y el sustento con que se m a n t i e n e " ( V I , 271),
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
281
acaba haciendo una confesión de l o m á s desconcertante. Preguntado si puede ser, puesto que n u n c a l a h a visto, que n o exista D u l c i n e a , d o n Quijote sondea l a p r o f u n d i d a d de l a perplejidad a que h a llegado: " E n eso hay m u c h o que decir . . . Dios sabe si hay D u l c i n e a , ó no, en e l m u n d o , ó si es fantástica; y éstas n o son de las cosas cuya averiguación se h a de llevar hasta e l cabo" ( V I , 2 7 2 ) . A l acercarse el desenlace de l a novela, malos a g ü e r o s de q u e " n o l a has de ver en todos los días de t u v i d a " ( V I I I , 307) resuenan mientras d o n Quijote hace l a ú l t i m a entrada en su aldea, y ya en su lecho de muerte n o bastan para r e a n i m a r l o las nuevas que trae S a n s ó n Carrasco de que D u l c i n e a está desencantada ( V I I I , 324). E n suma, de esta manera se h a servido Cervantes de l a sencilla sustitución avellanedesca de D u l c i n e a p o r B á r b a r a —para fines puramente cómicos— como u n h i l o central del desarrollo novelístico de su obra que acaba en l a muerte definitiva de d o n Quijote i a . V o l v i e n d o ai p r i m e r m o m e n t o d e l encuentro de d o n Quijote con l a labradora-Dulcinea, e l germen de i n c e r t i d u m b r e y de perp l e j i d a d que se ha sembrado en el a l m a d e l hidalgo sigue brotando y creciendo en e l c a p í t u l o siguiente donde tropieza con ios recitantes de l a c o m p a ñ í a de Á n g u l o el M a l o , otra a d a p t a c i ó n cervantina de u n asunto de l a obra de A v e l l a n e d a . M i e n t r a s éste se contentó con hacer que los comediantes se r i n d i e r a n a d o n Quijote para que luego le hicieran a él, y sobre todo a su escudero, burlas que tocan en l o grotesco ( X X V I , 3 4 7 - X X V I I , 362), Cervantes comenzó encamin a n d o el m i s m o asunto básico hacia otros fines m á s complejos. i a H a c e f a l t a s e ñ a l a r o t r o uso q u e hace C e r v a n t e s d e l e n c u e n t r o e q u í v o c o de d o n Q u i j o t e c o n l a l a b r a d o r a - D u l c i n e a . E l e n g a ñ o p e r p e t r a d o p o r S a n c h o se v u e l v e p i e d r a d e t o q u e q u e l e sirve a d o n Q u i j o t e p a r a e x p l i c a r o t r o s e n g a ñ o s q u e le a f i i g e n c u a n a o se ve c o n S a n s ó n C a r r a s c o , alias e l C a b a l l e r o d e i B o s q u e y e l C a b a l l e r o d e los E s p e j o s . S i se e m p e ñ a e l d e l B o s q u e e n jactarse de h a b e r v e n c i d o a d o n Q u i j o t e e n s i n g u l a r b a t a l l a , é s t e l e e x p l i c a q u e los e n c a n t a d o r e s q u e s o n sus c o n t r a r i o s " n o h a m á s de dos d í a s q u e t r a n s f o r m a r o n l a f i g u r a y p e r s o n a de l a h e r m o s a D u l c i n e a d e l T o b o s o e n u n a a l d e a n a soez y b a j a , y desta m a n e r a h a b r á n t r a n s f o r m a d o á d o n Q u i j o t e " (V, 252) a q u i e n d i c e q u e v e n c i ó . L u e g o , c u a n d o yace t e n d i d o a los pies ü e d o n Q u i j o t e , a h o r a c o m o e l C a b a l l e r o d e los Espejos, y se d e s c u b r e e n é l e l r o s t r o de S a n s ó n C a r r a s c o , a q u é l l e e x i g e c o n f e s a r y creer q u e n o p u d o ser d o n Q u i j o t e de l a M a n c h a a q u i e n v e n c i ó " s i n o o t r o q u e se le p a r e c í a , c o m o yo c o n f i e s o y creo q u e vos, a u n q u e p a r e c é i s e i b a c h i l l e r S a n s ó n C a r r a s c o , n o l o sois, s i n o o t r o q u e l e p a r e c e , y q u e e n s u f i g u r a a q u í m e le h a n p u e s t o m i s e n e m i g o s , p a r a q u e d e t e n g a y t e m p l e e i í m p e t u de m i c ó l e r a " ( V , ^ 6 8 ) . D e esta m a n e r a d e s p l i e g a C e r v a n t e s u n e n c a d e n a m i e n t o d e e n g a ñ o s que r e c í p r o c a m e n t e parecen corroborar su " v e r d a d " . M i e n t r a s d o n Quijote se q u e d a s i n enterarse d e l secreto a h í e s t á , d e s c u b i e r t o a l o s o j o s d e l l e c t o r , p a r a a v i s a r l e c ó m o p u e d e n ser las " v e r d a d e s " q u e se d a n e n l a v i d a . P a r a e l h i d a l g o , t o d o esto s ó l o sirve c o m o c o n f i r m a c i ó n de q u e " t o d o es a r t i f i c i o y t r a z a . . . de los m a l i g n o s m a g o s q u e m e p e r s i g u e n " ( V , 2 7 9 ) .
282
A. A. SICROFF
NRFH,
XXIV
T o d a v í a están hablando d o n Quijote y Sancho de l a encantada D u l c i n e a cuando ven acercarse l a carreta que lleva figuras de la M u e r t e , u n Ángel, u n Emperador, C u p i d o , el D i a b l o con otras personas de diferentes trajes y rostros (V, 204 ss.). D o n Quijote, siempre dispuesto a acometer cualquier peligro, está para entrar en esta nueva peligrosa aventura cuando, mansamente, le explica el D i a b l o q u i é n e s son: recitantes que hacen el auto de Las Cortes de la Muerte y que llevan los vestidos de los papeles que representan. P o r p r i m e r a vez d o n Quijote confiesa ser víctima de u n e n g a ñ o que n o es obra de n i n g ú n encantador: "así como v i este carro imag i n é que alguna grande aventura se me ofrecía; y ahora digo que es menester tocar las apariencias con l a mano para dar lugar al d e s e n g a ñ o " (V, 207). P e r o Cervantes está por llevar el asunto hacia otras consecuencias. A pesar de reconocer d o n Quijote su e q u í v o c o y ofrecerse a los comediantes en l o que pueda serles de provecho, sale el que " v e n í a vestido de bogiganga, con muchos cascabeles" y, esgrimiendo u n palo que trae tres vejigas de vaca hinchadas, dando saltos y sonando los cascabeles, alborota a Rocinante y luego a todos los d e m á s y acaba armando u n a pelea que deja maltrecho al caballero andante (V, 207-209). E l giro inesperado que ha tomado el encuentro con los comediantes ofrece otra nota en el desarrollo de l a perplejidad de d o n Quijote que hallará su plena e x p r e s i ó n m á s tarde al terminar otra aventura equívoca, la del barco encantado. A l l í estalla l a i n c e r t i d u m b r e que se ha ido a c u m u l a n d o en el alma del hidalgo respecto a poder discernir cuál es verdadero asunto de aventura caballeresca y cuál no, cuando declara: " e n esta aventura se deben de haber encontrado dos valientes encantadores, y el u n o estorba lo que el otro intenta: el uno me d e p a r ó el barco, y el otro dio conmigo al través. Dios l o remedie; que todo este m u n d o es m á q u i n a s y trazas, contrarias unas de otras. Y o n o puedo m á s " ( V I , 218-9) . L a aventura de Las Cortes de la Muerte da lugar a consecuencias que n i se le ocurrió a A v e l l a n e d a sacar del encuentro de su hidalgo con los comediantes. Para Cervantes, el episodio queda recordado como el "rencuentro de la M u e r t e " (V, 215) cuando don Quijote y Sancho c o n t i n ú a n sus reflexiones, en el capítulo siguiente, sobre l o que les pasó con los comediantes. Esta manera de referirse al asunto no sólo recuerda el auto para cuya representación estaban vestidos los miembros de la c o m p a ñ í a , sino t a m b i é n el desenlace q u e tuvo cuando d o n Quijote quiso volver al asalto y Sancho p r o c u r ó detenerle con la observación de que "es m á s temer i d a d que valentía acometer u n hombre solo á u n ejército donde está l a M u e r t e " (V, 212). Esto se enlaza con l o que va a ser el tema de l a conversación del hidalgo con su escudero, l o cual a su
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
283
vez sugiere el sentido del f i n que Cervantes prepara para su protagonista. P o r u n momento se detienen en consideraciones sobre l a comedia, cuando don Quijote dice que si Sancho n o le h u b i e r a i m p e d i d o volver a l a pelea con las figuras de Las Cortes de la Muerte "te h u b i e r a n cabido en despojos, por l o menos, la corona de oro de l a Emperatriz y las pintadas alas de C u p i d o " a l o cual el escudero contesta que " n u n c a los cetros y coronas de los emperadores farsantes. . . fueron de oro puro, sino de oropel ó hoja de l a t a " (V, 216). D o n Quijote está de acuerdo en que los atavíos de l a comedia son todos fingidos y aparentes, como es la comedia misma. S i n embargo, las comedias son espejos de l a v i d a humana, pues así como al terminar l a comedia los actores se q u i t a n los vestidos y ya no son reyes, emperadores, pontífices, etc., y todos los recitantes quedan iguales, así " c u a n d o se acaba l a vida, á todos les q u i t a l a muerte las ropas que las diferenciaban, y quedan iguales en l a s e p u l t u r a " (V, 217). Desde luego, Cervantes ha i n t r o d u c i d o a q u í u n t ó p i c o de largo abolengo pero l o ha hecho sin el acento moralizante o religioso que normalmente l o a c o m p a ñ a . N o ha tocado l a nota que todavía se encontrará, unos veinte años m á s tarde, en El gran teatro del mundo de C a l d e r ó n , donde l o que i m p o r t a es hacer b i e n cada u n o su papel para merecer el premio que se puede ganar al acabarse l a comedia de l a v i d a humana. P o r su parte, Cervantes se l i m i t a a i n d i c a r que l a v i d a n o es m á s que el papel que se d e s e m p e ñ a en ella y, al compararla al papel que se juega en l a comedia, donde todo es f i n g i d o y aparente, parece m i n a r la r e a l i d a d metafísica de l a vida. L o mismo se repite con l a comp a r a c i ó n que hace Sancho entre l a v i d a y el juego del ajedrez, " q u e mientras d u r a el juego, cada pieza tiene su particular oficio; y en a c a b á n d o s e el juego, todas se mezclan, j u n t a n y barajan, y dan con ellas en una bolsa, que es como dar con l a v i d a en l a sepult u r a " (V, 217). A estas sugestiones de que l a v i d a n o tiene más validez n i mayor trascendencia que el papel que se d e s e m p e ñ a en una comedia, hay que a ñ a d i r otro detalle que se saca de l o que les pasó a d o n Quijote y Sancho con l a c o m p a ñ í a de Á n g u l o el M a l o . L a m a n e r a de presentarse el episodio de Las Cortes de la Muerte parece i n d i c a r que si, como d e s p u é s se insinúa, l a v i d a no es menos f i n g i d a y aparente que l a comedia, sin embargo n o hay otra v i d a que ésa n i otra actuación del h o m b r e en ella sino la que corresponde al papel que hace en el "teatro del m u n d o " . D e s p u é s de todo, el hidalgo y su escudero t u v i e r o n que r e ñ i r n o con los comediantes, sino con las figuras que representaban. N o h a b í a bastado que el D i a b l o explicara, mansamente, q u i é n e s eran él y los otros de l a c o m p a ñ í a , pues al f i n y al cabo hizo su oficio el que " v e n í a vestido de bogiganga" para armar u n a pelea en que d o n
284
A . A. SICROFF
NRFH,
XXIV
Quijote y Sancho se v i e r o n apedreados por l a M u e r t e , el Emperador, el D i a b l o , etc. (V, 2 1 1 ) . Así, aunque todavía g e r m i n a l y subyacente, estaba por brotar de este episodio l a idea de l o decisivo que es darse a u n papel en l a v i d a de l a comedia h u m a n a porque después es difícil, si n o imposible, poder deshacerse de la m á s c a r a . Repetidamente, y de diversos modos, Cervantes vuelve a tocar esta idea tan importante para el desenlace de su novela e n que d e j a r á a su protagonista "finalmente m u e r t o " . Cervantes juega con esta idea en l a escena en que S a n s ó n Carrasco, e m p e ñ a d o en vencer a d o n Quijote para curarle de su l o c u r a caballeresca, salió vencido por el loco hidalgo. A l m o l i d o y triste Caballero de los Espejos, le hace reparar T o m é C e c i a l en que " c o n facilidad se piensa y se acomete u n a empresa; pero con d i f i c u l t a d las m á s veces se sale d e l l a " y t e r m i n a preguntando, " ¿ c u á l es m á s loco: el que l o es por n o poder menos, ó el que l o es p o r su v o l u n t a d ? " (V, 2 7 4 ) . Carrasco quiere insistir en l a diferencia entre los casos que señala C e c i a l : " e l que l o es por fuerza l o será siempre; y el que l o es de grado l o d e j a r á de ser cuando quisiere". P e r o cuando el que fue loco por su v o l u n t a d , haciéndose escudero de Sansón, quiere dejar de serlo y volver a casa, el que fue vencido como el Caballero de los Espejos n o se ve c o n l a m i s m a l i b e r t a d . V o l v e r él a casa "hasta haber m o l i d o á palos á d o n Quijote es pensar en lo excusado; y n o me llevará ahora á buscarle el deseo de que cobre su j u i c i o , sino el de l a venganza; que el dolor grande de mis costillas n o me deja hacer m á s piadosos discursos" (V, 274). Y , efectivamente, T o m é C e c i a l se fue y S a n s ó n " q u e d ó imaginando su venganza" (V, 275). Quizás l a presentación l i t e r a r i a m á s h á b i l de c ó m o llega a ser inseparable el h o m b r e d e l papel de v i d a a que se ha dado ocurre en el episodio del retablo de Maese Pedro, cuyo entretejimiento con el cuento de los rebuznadores ejemplifica l a idea cervantina que vamos s e ñ a l a n d o . E l p r o p ó s i t o de Cervantes comienza a encarnarse literariamente al encontrarse d o n Quijote con el soldado que va a defender su p u e b l o que, p o r haber ganado fama de rebuznador, se ha visto objeto de las burlas de los pueblos vecinos. D e s p u é s de dar cuenta el soldado del gracioso o r i g e n de tal disparate y de las repetidas batallas a que ha dado lugar " s i n poderlo remediar rey n i roque, n i temor n i v e r g ü e n z a " ( V I , 140), t e r m i n a con el a n u n c i o de que dentro de u n par de días se l i b r a r á u n a de esas batallas y es a ella que él se d i r i g e ahora. Cervantes deja pendiente el asunto en este p u n t o para dar lugar a l a entrada de Maese P e d r o con el m o n o a d i v i n o y el retablo de l a l i b e r t a d de M e l i s e n d r a . A q u í l o que nos interesa es el retablo que, como ya se ha notado, sirve a Cervantes para retocar a su manera, l a escena avellanedes-
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
285
ca de l a intervención de d o n Quijote en l a acción de u n a comedia de L o p e . E n vez de repetir l a escena burlesca de l a obra de A v e l l a neda en que " l a risa de los comediantes era n o t a b l e " ( X X V I I , 3 6 1 ) 1 4 Cervantes desvía l o c ó m i c o del asunto hacia u n f i n m á s serio. A l comenzar el retablo Cervantes destaca l a plena conciencia que tiene d o n Quijote de estar presenciando u n a obra fingida. Así es que d o n Quijote a m o n e s t a r á al t r u j a m á n para que respete l a línea recta de l a historia, sin detenerse en comparaciones entre el sistema j u d i c i a l de los moros y el de los cristianos ( V I , 160-1). T a m b i é n i n d i c a estar enterado de l a naturaleza del espectáculo cuando expresa su acuerdo con l a respuesta que recibe de Maese P e d r o a su o b j e c i ó n a l a i m p r o p i e d a d de presentar moros q u e usan campanas en vez de atabales: " N o m i r e vuesa merced en niñerías, señor d o n Quijote, n i q u i e r a llevar las cosas tan p o r el c a b o . . . ¿ N o se representan p o r ahí, casi de o r d i n a r i o , m i l comedias llenas de m i l impropiedades y disparates, y, con todo eso, corren felicísimamente su carrera, y se escuchan, n o sólo con aplauso, sino con a d m i r a c i ó n y t o d o ? " ( V I , 165). S i n embargo, a pesar de toda l a lucidez que h a desplegado, diez renglones m á s abajo l o f i n g i d o se hace real para d o n Quijote. C o n m o v i d o p o r l a h u i d a de "los dos católicos amantes", Gaiteros y M e l i s e n d r a , el valiente caballero saca l a espada contra tanta m o r i s m a que los persigue y n o deja de llover cuchilladas hasta dejar destrozadas todas las figuras del retablo. L l e g a d o a este p u n t o , Cervantes todavía da otra vuelta al asunto d á n d o n o s a entender que l a v i d a de d o n Quijote ya no puede ser otra que l a de u n caballero andante, aunque sea como u n o que constantemente descubre incertidumbres que pueden acabar con su carrera caballeresca. Así es que, a Maese P e d r o que l l o r a l a p é r d i d a de su hacienda titiritera, d o n Quijote confiesa creer ahora l o que muchas veces h a b í a sospechado. R e s u l t a que, a diferencia del hidalgo de l a P r i m e r a Parte, que v i o l a transformación de gigantes en m o l i n o s de viento como o b r a de encantadores que quisieron robarle l a g l o r i a de u n a victoria sobre ellos (I, 192-3), d o n Quijote entiende ahora " q u e estos encantadores que me persiguen n o hacen sino ponerme las figuras como ellas son delante 1 4 R e c u é r d e s e q u e c u a n d o e l l o c o saca l a espada p a r a d e f e n d e r e l h o n o r de l a r e i n a de El testimonio vengado, e l h i j o c a l u m n i a d o r d e su m a d r e resp o n d e a r r o j á n d o l e u n a t a h a r r e y le d e s a f í a a a l z a r "esa m i r i c a y p r e c i a d a l i g a , e n gaje y s e ñ a l de q u e sea n u e s t r a b a t a l l a d e l a n t e S u M a j e s t a d p a r a e l t i e m p o q u e tengo d i c h o " ( X X V I I , 3 5 9 ) . L u e g o , m i e n t r a s se r í e n los c o m e d i a n t e s , d o n Q u i j o t e y S a n c h o d i s c u t e n si es l a " p r e c i a d a l i g a d e l h i j o d e l r e y " o u n sucio ataharre que e l h i d a l g o q u i e r e guardar e n l a m a l e t a entre l a r o p a blanca. L a escena t e r m i n a c o n l a s a l i d a d e l l a b r a d o r q u e r e c l a m a s u a t a h a r r e y a c a b a d á n d o l e a d o n Q u i j o t e " u n e m p e l l ó n t a l e n los pechos, q u e le h i z o caer c o n é l de espaldas, y s a l t á n d o l e e n c i m a , le q u i t ó p o r f u e r z a e l a t a h a r r e " ( X X V I I , 360).
286
A. A. SICROFF
NRFH, XXIV
de los ojos, y luego me las m u d a n y truecan en las que ellos quier e n " ( V I , 170). P o r eso no es culpa suya el yerro que cometió de destruir las figuras del retablo "sino de los malos que me persig u e n " (V, 170) . Pero al i r a pagar las figuras destrozadas, a u n reconociendo el e n g a ñ o que le h i c i e r o n sus enemigos, d o n Quijote se niega a pagar la de M e l i s e n d r a ya que ella y Gaiferos estarán "por l o menos, en l a raya de F r a n c i a ; porque el caballo en que i b a n á m i me pareció que antes volaba que c o r r í a " ( V I , 173). E l astuto Maese Pedro entiende l a vuelta del hidalgo a "su primer t e m a " y concediendo que " n o debe de ser M e l i s e n d r a , sino alguna de las doncellas que la s e r v í a n " , se contenta con sacar sesenta m a r a v e d í s por ella (V, 173). T e r m i n a d o este episodio en que se v i o a d o n Quijote como inseparable de su " t e m a " , Cervantes reanuda el cuento de los rebuznadores cuyos protagonistas no están menos aferrados a su tema. I r ó n i c a m e n t e , a q u í le toca a don Quijote exponerles el disparate en que están por meterse. A l escuadrón armado de rebuznadores que espera, con su "estandarte del asno" levantado, al ejército de sus archienemigos, explica el e n g a ñ o de tenerse por afrentados, "porque n i n g ú n particular puede afrentar á u n p u e b l o entero" ( V I , 184). L e escuchan atentamente mientras declara las causas de la guerra justa, entre las cuales no se i n c l u y e n n i ñ e r í a s " q u e antes son de risa y pasatiempo que de afrenta" ( V I , 188) . Puesto que al comenzar, el hidalgo les h a b í a prometido que con l a m á s m í n i m a señal de disgusto o enfado que hicieran, p o n d r í a él " u n sello en m i boca" (VI, 183), ahora, con el silencio que le prestan, parece que van quedando convencidos de la razón de d o n Quijote — como q u e d ó él respecto a l a razón del retablo de Maese Pedro. Pero s ú b i t a m e n t e surge l a incitación que les hace volver a su " t e m a " . E l diablo mueve a Sancho a recalcar la lección de su amo sobre l a necedad de afrentarse por rebuznos y, recordando* l a gracia con que l o hacía de n i ñ o " s i n que nadie me fuese á la m a n o " , suelta u n reb u z n o de los suyos. Allí estalla l a guerra, creyendo que Sancho se b u r l a b a de ellos, y l a furia que los rebuznadores guardaban para sus enemigos queda descargada en las espaldas del escudero ( V I , 190-191) . Así se queda el lector con el quid est demostrandum, cervantino respecto a l a ineficacia de explicaciones y razonamientos para disuadir a los hombres de las locuras que viven. E l enlace del episodio del retablo de Maese P e d r o con l a aventura de los rebuznos t a m b i é n señala l a i m p o r t a n c i a de entender que, en l a novela cervantina, d o n Quijote no es el ú n i c o que se presenta como "loco con su tema". N o sólo los rebuznadores, sino t a m b i é n otros personajes aparecen apegados de tal manera a u n p r o p ó s i t o q u e llevar a cabo o a u n papel que d e s e m p e ñ a r que Cervantes puede jugar con l a integridad de su cordura. Y a se ha
NTRFH, X X I V
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
287
visto c ó m o q u e d ó Sansón Carrasco al pretender, como Caballero de los Espejos, curar a d o n Quijote de su l o c u r a caballeresca. A l otro extremo está el caso d e l C a b a l l e r o del V e r d e G a b á n , d o n Diego de M i r a n d a , que se ocupa de v i v i r sin preocupaciones, u n anhelo de t r a n q u i l i d a d que se hace otro s u e ñ o de v i d a en peligro de turbarse p o r tener don Diego u n h i j o poeta "que, á n o tenerle, q u i z á me juzgara por más dichoso de l o que soy" (V, 287-291). E l p r i m o a n ó n i m o que se dice ser " h u m a n i s t a " de profesión y que se da a la a v e r i g u a c i ó n de cuestiones como q u i é n fue l a G i r a l d a de Sevilla, q u i é n e s los T o r o s de Guisando, q u i é n el p r i m e r o que tuvo catarro en el m u n d o , etc., etc., se presenta como u n a especie de "curioso i m p e r t i n e n t e " , entre necio y loco, de l a Segunda Parte, cansándose, s e g ú n dice d o n Quijote, " e n saber y averiguar cosas, que desp u é s de sabidas y averiguadas, no i m p o r t a n u n ardite al entendim i e n t o n i á l a m e m o r i a " ( V I , 8 0 ) . T a m p o c o a los duques, tan emp e ñ a d o s en burlarse del loco hidalgo y de su escudero —obsesión necia que se vuelve su ú n i c a razón de ser en l a novela— deja Cervantes escaparse ilesos. E n el m o m e n t o de conceder a Sancho la anhelada í n s u l a que gobernar —anticipo de las burlas que le h a r á n a él y a su amo— se atreve el eclesiástico a j u r a r por el h á b i t o que trae que el duque "es tan sandio. . . como estos pecadores. ¡ M i r a d si n o h a n de ser ellos locos, pues los cuerdos canonizan sus locuras!" ( V I , 2 6 1 ) . M á s adelante, al comenzar l a b u r l a de l a muerte de A l t i s i d o r a , Cervantes i n f o r m a al lector que C i d e Hamete "tiene para sí ser tan locos los burladores como los burlados, y que n o estaban los Duques dos dedos de parecer tontos, pues tanto ahínco p o n í a n en burlarse de dos tontos" ( V I I I , 268). C o n todo esto, Cervantes a ñ a d e otro argumento a su " p o l é m i c a l i t e r a r i a " con A v e l l a n e d a . Pues si éste separó absolutamente a d o n Quijote de los d e m á s personajes de la obra, e n c e r r á n d o l e en su locura sin relieve para hacerle el hazmerreír de los cuerdos, Cervantes i b a cerrando l a brecha entre el hidalgo y los otros en el sentido que hemos indicado, haciendo a todos figuras de l a m i s m a gran comedia humana. S i n embargo, en otro sentido, sí logró Cervantes trazar una d i ferencia fundamental entre d o n Quijote y los otros personajes de l a novela, e n t r e g á n d o l o a u n a l o c u r a de alcance mayor, al lado de l a cual las preocupaciones de los d e m á s parecen bastante l i m i tadas. Es esto precisamente l o que le hace digno de la muerte que su autor le tiene reservada, pues su v i d a caballeresca padece dudas radicales que reflejan las incei tidumbres que pueden afligir toda v i d a humana. Y a vimos c ó m o en sus andanzas d o n Quijote puede tropezar con cuestiones de si las cosas son verdaderamente lo que parecen ser y si las discrepancias entre su ser y su parecer se deben a fuerzas ("encantadores") que obran sobre l a realidad o sobre la
288
A. A. SICROFF
NRFH,
XXIV
persona que la percibe. C o m o caballero andante, d o n Quijote tamb i é n tiene que v i v i r confrontaciones con otros i n d i v i d u o s que n o aceptan l a realidad del m u n d o en que él vive y le toca y el prob l e m a de arreglárselas con ellos, sea para justificar su vida, sea para explicar por q u é los otros n o ven o n o entienden l a realidad que él vive, sea para quedarse en l a perplejidad de n o saber hacer n i u n a cosa n i otra. C o m o ya queda señalado, n o será el menor de los problemas que le aflige el del ser y existir de D u l c i n e a —es decir, si la D u l c i n e a a q u i e n dedica todos los pensamientos y las acciones de su v i d a realmente existe tal y como él l a concibe. A q u í , no hace falta m u c h o para reconocer el reflejo d e l problema que puede afligir a todo hombre que se propone entregar su v i d a al servicio de su Dios. E n f i n , es el encuentro con problemas de esta m a g n i t u d que marca el camino de don Quijote hacia su segunda y definitiva muerte. Mientras el hidalgo sigue por este camino, todavía le esperan momentos de t r i u n f o , aunque sean a veces equívocos, que parecen confirmarle en l a verdad y el valor de su v i d a caballeresca. Entre ellos hay que i n c l u i r l a victoria sobre E l Caballero de los Espejos, la valentía que despliega desafiando al león, l a m i s i ó n que lleva a cabo volando por el aire montado en C l a v i l e ñ o y su r e n d i m i e n t o de Tosilos. P e r o t a m b i é n se tocan notas m á s sombrías, que anuncian el f i n m e l a n c ó l i c o a que se dirige. A d e m á s de las perplejidades e incertidumbres que h a n comenzado a afligirle, quizás tengamos el p r i m e r atisbo d e l desengaño final de d o n Quijote en su descenso a l a cueva de Montesinos. P a r a darse cuenta cabal de l a importancia de esta aventura, hay que recordar el cuento esperanzado del C a b a l l e r o de L a g o que todavía p u d o narrar d o n Quijote en l a P r i m e r a Parte. Allí, respondiendo a las dudas del canónigo, d o n Quijote le p i n t ó l a gloria que p o d í a esperar u n valiente caballero andante. E l valor del caballero que se lanza en " e l gran lago de pez h i r v i e n d o á borbollones" recibe su g a l a r d ó n al salir "entre floridos campos; con q u i e n los Elíseos n o tienen que ver en n i n g u n a cosa" (IV, 276-278). A l Caballero del Lago le reciben doncellas que le llevan a u n maravilloso castillo donde le agasajan con baños, olorosos u n g ü e n t o s , lujosos vestidos, sabrosos manjares, m ú s i c a y relatos de encantamientos que le suspenden el alma (IV, 279-282). Esta apoteosis del caballero andante, esperanza halagadora de l a P r i m e r a Parte, se hace experiencia s o m b r í a de l a v i d a de d o n Quijote en l a Segunda Parte. E n la descripción de su descenso a l a cueva de Montesinos, d o n Quijote parece estar por repetir lo del C a b a l l e r o del L a g o : " m e hallé en l a m i t a d del m á s bello, ameno y deleitoso prado que puede criar l a naturaleza, n i imaginar la m á s discreta i m a g i n a c i ó n humana. . . Ofrecióseme luego á l a vista u n real y suntuoso palacio ó alcázar, cuyos muros y
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
289
paredes parecían de transparente y claro cristal fabricados" ( V I , 90-91). Pero pronto el p r i n c i p i o halagador cede a escenas de una melancolía sin relieve. A d o n Quijote no le reciben doncellas, sino el anciano Montesinos, todo gravedad, vestido de colores sombríos, de u n a barba canísima, y que, en vez de armas, trae u n rosario. A q u í no h a b r á banquetes y agasajos. Montesinos l o lleva a l sepulcro de Durandarte, sobre el cual yace " t e n d i d o de largo á largo, no de bronce, n i de m á r m o l , n i de jaspe h e c h o . . . sino de pura carne y de puros huesos" ( V I , 9 3 ) . A Montesinos y a Durandarte, así como a B e l e r m a y a l a m i s m a D u l c i n e a que p r o n t o aparecen, a todos tiene encantados M e r l í n , el encantador francés que siendo h i j o del diablo, s e g ú n dicen, supo u n p u n t o m á s que su padre. C ó m o o para q u é los encantó, nadie lo sabe pero " e l l o d i r á andando los tiempos, que no están m u y lejos, s e g ú n i m a g i n o " , dice Montesinos ( V I , 9 4 ) . Si desconciertan l a tristeza del ambiente encantado de l a cueva de Montesinos y el n o saber con q u é f i n es así, a ú n m á s desconcertantes son las notas realistas que se i n t r o d u c e n : al corazón de Durandarte, que pesa dos libras, hay que echarle sal para que no hieda ( V I , 97) ; B e l e r m a se ve descompuesta y fea, y con aspecto de sufrir " e l m a l mensil, o r d i n a r i o de las mujeres" ( V I , 100-102) ; D u l c i n e a necesita seis reales, aunque t o d a v í a se ve encantada como labradora ( V I , 109). A pesar de la m e l a n c o l í a de l a escena, y las notas realistas que ponen en peligro l a integridad del ambiente encantado, d o n Quijote, t o d a v í a fuerte en su s u e ñ o caballeresco, ha v i v i d o el descenso a l a cueva como " l a m á s sabrosa y agradable v i d a y vista que n i n g ú n h u m a n o ha visto n i pasado" ( V I , 8 6 ) . E n otras condiciones le encontramos cuando se está acercando al final de su carrera —aun antes de sufrir el golpe decisivo a manos del Caballero de l a B l a n c a L u n a — según se ve en su encuentro con los labradores que llevan i m á g e n e s de santos que han de servir para u n retablo. D o n Quijote se detiene ante ellas para celebrar las virtudes de los santos representados, todos a caballo: San Jorge, con la serpiente enroscada a sus pies, "fue u n o de los mejores andantes que tuvo l a m i l i c i a d i v i n a . . . a d e m á s defendedor de don* celias"; San M a r t í n , t a m b i é n a caballo, repartiendo su capa con el pobre, "fue m á s l i b e r a l que v a l i e n t e " ; Santiago, " l a espada ensangrentada, atropellando moros y pisando cabezas", fue u n o de los más valientes santos y caballeros que tuvo el m u n d o ; San Pablo, caído de su caballo en el m o m e n t o de su conversión, fue " e l mayor enemigo que tuvo l a Iglesia de D i o s N u e s t r o S e ñ o r en su tiempo, y el mayor defensor suyo que t e n d r á j a m á s " ( V I I I , 49-50). A todos estos santos caballeros, d o n Quijote los ve profesando, como él, el ejercicio de las armas, con la diferencia de que ellos fueron santos y pelearon a l o d i v i n o , conquistando el cielo a fuer-
290
A. A. SICROFF
NRFH, XXIV
za de brazos, porque el cielo padece fuerza. P e r o él, pecador, pelea a l o h u m a n o y "hasta agora n o sé l o que conquisto a fuerza de mis trabajos" ( V I I I , 5 1 ) . L a esperanza de mejorar su ventura y de encaminar sus pasos por mejor camino del que lleva si D u l c i n e a se l i b r a del encantamiento, queda malograda. Seis capítulos m á s adelante, d o n Quijote se ve vencido p o r el C a b a l l e r o de l a Blanca L u n a , todavía defendiendo l a fama de D u l c i n e a ( V I I I , 190-191). Cervantes hace decisiva la derrota de d o n Quijote, presentándola como la c u l m i n a c i ó n de sus inquietudes; al poner f i n a sus andanzas caballerescas, le dejan sin otra v i d a que v i v i r : " S i muchos pensamientos fatigaban á don Quijote antes de ser derribado, muchos m á s le fatigaron después de c a í d o . . . unos iban al desencanto de D u l c i n e a , y otros á l a v i d a que h a b í a de hacer en su forzosa r e t i r a d a " ( V I I I , 221). Respecto a lo primero, a pesar de creer que Sancho h a b í a c u m p l i d o con lo de darse los azotes necesarios para desencantar a D u l c i n e a , malos a g ü e r o s le entristecen a l a entrada de su aldea, a d v i r t i é n d o l e " q u e no la has de ver en todos los días de t u v i d a " ( V I I I , 307) . P o r lo que toca a lo segundo, todavía le permite Cervantes a d o n Quijote soñar con la posibildad de u n a nueva v i d a pastoril ( V I I I , 224-227). Pero se desvanece toda p o s i b i l i d a d de vida nueva, j u n t o con la de volver a l a caballería andante, al despertar doblemente del sueño —del d o r m i r y de la v i d a quijotesca— con l a conciencia de que " y a en los nidos de a n t a ñ o no hay p á j a r o s h o g a ñ o " ( V I I I , 328) . Así, j u n t á n d o s e con l a idea de que l a v i d a es u n a comedia en que todos hacen su papel l a de que a cada u n o sólo le es dado u n papel que desempeñar, al i r d o n Quijote a abandonar el suyo de caballero andante, por deseng a ñ a d o y vuelto a la cordura, se le ve acercándose a l a muerte. A ú n antes de despertarse de su sueño, el m é d i c o dio su parecer de que al hidalgo " m e l a n c o l í a s y desabrimientos le acababan" ( V I I I , 321). A h o r a , despertado como A l o n s o Quijano, el cura expresa la o p i n i ó n que tienen todos los circunstantes: "Verdaderamente se muere, y verdaderamente está cuerdo A l o n s o Quijano el B u e n o ; b i e n podemos entrar para que haga su testamento" ( V I I I , 325). Sancho, a distinción del escudero avellanedesco de q u i e n el falso Quijote se separó apenas d á n d o s e cuenta de su ausencia ( X X X V I , 453), se queda al lado del hidalgo de Cervantes hasta que se muere —o, como dice el lloroso escudero mientras le i m p l o r a que n o se muera— hasta dar en " l a mayor l o c u r a que puede hacer u n hombre en esta v i d a " que es "dejarse m o r i r , sin m á s n i más, sin que nadie le mate, n i otras manos le acaben que las de l a m e l a n c o l í a " ( V I I I , 327). E n f i n , a umbrales de l a muerte de su protagonista, Cervantes está constantemente l l a m a n d o l a a t e n c i ó n a l o particular de l o que ha realizado en su novela. N a d a nuevo h u b o en hacer el autor
NRFH,
XXIV
LA RESPUESTA DE CERVANTES A AVELLANEDA
que encontrara l a muerte u n personaje en u n a obra literaria. L o nuevo, y el corazón m i s m o que late en el arte novelístico de Cervantes, fue llevar al caballero andante a l a t u m b a por u n camino a l o largo del cual se jugaba el sentido y la validez que tenía para d o n Quijote su propia v i d a -—dejando para el lector el v i v i r l a prob l e m á t i c a de los otros personajes, incapaces de l a p r o f u n d i d a d existencial del hidalgo. Así, l o de haber dejado a d o n Quijote tend i d o largo a largo en l a t u m b a e i m p o s i b i l i t a d o de resurrección para otra salida y nuevas aventuras, fue m á s que u n dardo retór i c o que Cervantes lanzó a su r i v a l . Q u i j a n o m u r i ó cuando se deshizo l a razón de ser, el papel de v i d a , de d o n Quijote, dejando al hidalgo, en efecto, encerrado con dos llaves en una muerte defin i t i v a . E n todo esto, a A v e l l a n e d a , que hizo florecer precisamente l o que intentó aplastar, proporcionando, como hemos visto, el est í m u l o y materias cruciales para el desarrollo de l a novela cervantina, se le debe el agradecimiento de haber escrito la obra m á s m a g n í f i c a m e n t e contraproducente que ha conocido la literatura española. A. Queens
C o l l e g e , C i t y U n i v e r s i t y o£ N e w Y o r k .
A.
SICROFF