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UM GUIA SOBRE O SUBGÊNERO

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om influências que vão das produções de Phill Spector nos anos 1960 até o ‘Noise Rock’ dos anos 1980, Shoegaze é um subgênero do rock alternativo nascido por volta de 1990 que moldou a forma como música alternativa foi produzida no mercado fonográfico desde então, influênciando grandes artistas do mainstream como Kurt Cobain e o Nirvana, Paramore, FKA Twigs entre tantos outros. O gênero definitivamente moldou uma geração e criou uma legião de fãs que deixaram os solos de guitarra marcados na história da música. O presente guia se retém a apresentar o gênero para os interessados através de grandes albúns que ajudam a rememorar a história do shoegaze e a cena músical do rock alternativo nos anos 90 assim como celebrar um estilo e as personalidades que viveram os anos de psicodelia e punk que o movimento trouxe para a última década do milênio.

O álbum de estreia do duo de irmãos escoceses ‘Jesus and the Mary Chain’ é basicamente apoteótico, lançado em 1985, as experimentações com guitarra eletrônica e os vocais esgarçados ajudaram a amalgamar o que seria definido como shoegaze anos mais tarde, ajudando a dar luz ao subgênero. Sucesso na inglaterra, o albúm chegou a estrear na parada americana, mas não fez tanto sucesso entre os estadunidenses. Assim como o albúm anterior, ‘Heaven or Las Vegas’ de 1990 foi lançado um pouco antes do termo shoegaze existir e do gênero ser reconhecido por si só, o que não torna o albúm menos parte do movimento já que deliberadamente serviu como uma ‘planta’ para a construção de sonoridade do gênero e define o cenário que o shoegaze se desenvolve.

Se Cocteau Twins e Jesus and the Mary Chain andaram, My Bloody Valentine correu. A banda é difundida como o rosto do shoegaze e em grande parte por conta deste albúm, o lançamento de ‘loveless’ é tido como o marco oficial do nascimento do gênero, isto porque é nele que pela primeira vez e de forma indiscutível existe um jeito completamente novo de fazer rock, as músicas soam como uma viagem de LSD pela eternidade, por esse e outros motivos que my bloody valentine é vista como a banda baluarte do movimento, muitos dos artistas de shoegaze vieram só depois de ‘loveless’ ser lançado e hoje o albúm é contemplado com o rótulo de clássico do rock tanto que recentemente a publicação americana mais relevante no meio musical, Pitchfork, avaliou o albúm com uma nota 10.

‘The Scene That Celebrates Itself’ esse foi o termo usado para se referir a cena Shoegaze no inícios dos anos 90, isso porque diferente das rivalidades cultuadas no rock inglês na época, as bandas do gênero eram do mesmo ciclo de amizades e era comum ver integrantes de uma banda tocando em outra durante um show ou dois. Boa parte dessa relação vem porque em Londres se concentrava basicamente todo o shoegaze, o que equivalia a uns 20 ou 30 músicos na época. Isso tudo ao mesmo tempo que promoveu o gênero ajudou na sua derrocada quase que

completa, que ocorreu já na metade dos anos 90 com a popularização do britpop e do grounge na Inglaterra combinada com uma onda de críticos musicais apontando o movimento como ‘superestimado’ e ‘classe média’ a primeira onda de shoegaze começa a se esfacelar e a maioria das bandas do gênero começam a experimentar novas sonoridades e formas de produção musical, com a cena pequena e toda atrelada parando de produzir ao mesmo tempo, o gênero se silenciou quase por completo, voltando a ativa só por volta do início dos anos 2010, um exemplo disso é ‘My Bloody Valentine’ lançar em 2013 um álbum de retorno.